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Bom dia caros FC's
Depois de um longo tempo ausente estamos de volta (e espero que permanentemente dessa vez). As amarras apareceram com certa força durante este ano, por conta de algumas oportunidades de trabalho e estudo que acabaram por consumir boa parte do meu tempo, e assim remanejando prioridades acabei deixando um pouco de lado o desafio. A Alma Inquieta se tornou mais inquieta ainda, sendo saciada em partes nas idas e vindas quinzenais à Floripa para cursar a pós-graduação, o que é muito pouco para quem já tinha 115 cidades no currículo.
Mas de qualquer forma, no final do mês de Outubro consegui dar uma escapada rumo à serra, e poder conhecer mais um pouco dos cantinhos de nossa Santa Catarina.
Grande amigo FC Ulisses, me desculpe também pela demora na resposta, mas retornando agora no começo do ano (vim passar uns dias em minha cidade natal em SP) vamos trocar ideias sim, te contatarei.
Portanto, depois de um longo e tenebroso inverno longe das estradas, eis que estamos de volta. Por conta do curto tempo, havia planejado por várias vezes um ataque à região do Litoral Sul, que dá para fazer um bate-e-volta de um dia, partindo daqui de BC, até que me lembrei de um detalhe: já se passaram dois anos de minha visita à Serra do Rio do Rastro, então o foco da viagem acabou sendo este, embora até este momento em meus pensamentos ela perdera um pouco da graça, depois da descida da Serra do Corvo Branco em Fevereiro (que agora está interditada para a chegada do asfalto – por mais que seja um benefício enorme para a região, me dói o coração saber que não existirá mais aquela descida surreal recheada de pedras, pedras e mais pedras hehehe).
Sendo assim, exatamente às 05:45 deste 28/10/2014, lá estávamos tomando o rumo da BR-101 Sul, naquela fria manhã de primavera, onde por mais que a expectativa seria de calor por conta dos últimos dias, a segunda pele fez seu efeito por debaixo da jaqueta, principalmente na subida da serra da BR-282, entre Rancho Queimado e Alfredo Wágner, onde o sol deu suas caras no lugar da cerração, que resolveu baixar para os vales existentes na região, formando aquele mar de nuvens nos arredores da rodovia.
Seguindo assim, sem pressa alguma, às 09:00 hrs faço uma rápida parada em Urubici, no mirante do Belvedere, onde após a travessia da Serra do Panelão o tempo ficou fechado novamente. Ué, mas a RBS não havia previsto um dia de sol sem nuvens. Talvez este longo tempo longe da estrada me causou este efeito na mente: havia me esquecido da força do nome Fazedor de Chuva.

E ela veio por uns 10 minutos, aquela garoa fraquinha, acompanhada da cerração, que até fez a Cascata do Avencal logo adiante se tornar apenas um vulto no meio da paisagem. Porém, não muito depois novamente cruzo a cerração e volto a pilotar com o céu limpo, onde por volta das 10:00 hrs chego ao primeiro destino do dia.
116/295 – São Joaquim

Em minha infância no interior de São Paulo, sempre ouvíamos falar em São Joaquim por conta da neve. Claro que agora no mês de Outubro seria um pouco mais difícil encontra-la, mas a cidade aproveitou este fenômeno para utiliza-lo no turismo, até mesmo o pórtico da cidade faz referência a ele com o boneco de neve:

Coitado do boneco, se fosse mesmo de neve, com o calor que estava começando a sentir neste momento do dia ele facilmente se dissolveria.
Além disso, ao lado da prefeitura a Igreja Matriz também se destaca, com o seu aspecto meio medieval:

Outro ponto turístico de meu interesse seria a Vinícola Villa Francioni, porém por conta do roteiro do dia optei por deixa-lo como motivo para um dia voltar a São Joaquim.
Saindo pela SC-390 em direção ao litoral, encontro uma estrada um tanto esburacada, que me leva ao segundo destino do dia.
117/295 – Bom Jardim da Serra

Bom Jardim da Serra teve sua origem no caminho dos tropeiros, que atravessam toda a região Sul do Brasil rumo à São Paulo para fazer negócios.
Confesso que sempre ouvi falar de Bom Jardim da Serra e achava que seria uma cidade maior, mais estruturada, de certa forma turística, e fiquei um pouco decepcionado (sei lá, às vezes foi impressão minha, esperava tipo uma São Joaquim). Mas de qualquer forma, a paisagem serrana ao redor da SC-390 é um convite para voltar à estrada.
E claro, acho difícil falar de Bom Jardim da Serra sem a cereja do bolo do dia, alcançada exatamente às 11:07 deste já ensolarado dia. Hora de fazer o clássico registro:

Claro que outros registros também são benvindos:



Como é bom poder voltar aqui, é um sentimento bom, poder ficar lá e contemplar este local que seja assombroso, poder observar os veículos transitando como formigas no meio dela, observar e identificar as cidades que ficam no pé da serra.
A descida, já no território de Lauro Müller, e como de praxe, é lenta, aproveitando cada mirante, cada curva, cada pedaço de chão daquele local:



Após a descida, por volta de meio dia, o sol começa a dar sinais do clima que virá a partir daquele momento.
118/295 – Lauro Müller

Na chegada a Lauro Müller, pedi a um rapaz que passava pela rua com sua esposa para fazer o registro, e o rápido diálogo mostra mais uma vez as impressões que se causa por fazer um desafio como este:
- Ô amigo, por favor, podes tirar uma foto para mim?
- Posso sim, mas onde?
- Daqui de frente para a prefeitura, estou fazendo um desafio dos Fazedores de Chuva, preciso visitar e registrar todas as cidades do estado?
- Cara, tu és maluco...
- É nada, com esta faltam só 177 cidades.
Hahaha depois refletindo, a palavra “só” não foi força de expressão: a vontade é que cresça o número de cidades para que este não termine, mesmo com um ano um pouco longe das estradas (tirando o trecho BC-Floripa, feito quinzenalmente).
Voltando ao desafio, a italiana Lauro Müller possui uma população de cerca de 15 mil habitantes, e sua grande atração turística, não poderia deixar de ser, é a Serra do Rio do Rastro.
119/295 – Orleans


O nome de Orleans remonta ao seu passado: suas terras foram um presente de casamento do imperador Dom Pedro II à filha Princesa Isabel com o Conde d’Eu, príncipe de Orleans e Bragança. Todavia a origem portuguesa, a cidade, assim como Lauro Müller, tem grande descendência italiana, por conta de sua colonização.

Após Orleans, o planejamento era seguir alguns kms de estrada de chão até Pedras Grandes. Porém, seguindo o conselho de um senhor que passava por perto da prefeitura, resolvi alterar o trajeto e abortar este trecho. Sendo assim, segui em direção de São Ludgero e atravessei Braço do Norte rumo à próxima parada.
120/295 – Rio Fortuna

Pacata cidade da região sul do estado, Rio Fortuna, com seus 4.446 habitantes (segundo o Censo 2010), se destaca por possuir um IDH muito alto, destacando-se dentro deste o nível de sua educação, um dos maiores do estado.

121/295 – Santa Rosa de Lima

Seguindo mais um pouco sentido norte, chegamos a Santa Rosa de Lima, situada aos pés da margem sudoeste da Serra do Tabuleiro, onde possui muitas belezas naturais. Além disso, sua agricultura, livre de agrotóxicos, possibilitou ao município a alcunha de Capital da Agroecologia.
De qualquer forma, a tranquilidade dessa cidadezinha de 2.000 e poucos habitantes em plena quinta-feira a tarde foi de se impressionar, parecia até que eu era o único na rua naquele momento.


Conversando depois desta trip com uma amiga que já foi bancária, ela dizia que o medo dos bancários era ser transferido para Santa Rosa de Lima. De fato, para nós que estamos acostumados com o dia-a-dia corrido de Balneário seria um impacto de início, mas conhecendo a cidade e todo esse verde de seus arredores a impressão que fica é das melhores.

Na volta, procurei a saída para a estrada de chão até São Martinho e Armazém, porém não a encontrei, sendo assim, toquei em direção à BR-101. Depois, analisando no mapa vi que a saída para São Martinho era a própria avenida da prefeitura de Rio Fortuna. Como não era meu planejamento inicial passar por lá (iria sair na BR-101 por Pedras Grandes), notei a necessidade de deixar pronto o plano B para as próximas viagens hehehe.
Chegando à BR, a placa “Paço Municipal” me fez entrar para dentro de Tubarão, porém a combinação cansaço + sol torrando + jaqueta torrando + temperatura de 37º me fez pensar duas vezes e então tomei o rumo norte da BR-101, passando pela quase pronta ponte de Cabeçudas em Laguna, pelo congestionamento de praxe do Morro dos Cavalos na Palhoça, e o já familiar (e mesmo por conta disso não menos bonito e surpreendente trecho Floripa-BC), até aportar novamente em BC, exatamente doze horas depois da saída.
O cansaço estava latente, nunca havia ficado assim depois de pegar a estrada, mas a sensação de mais uma pernada do desafio e de mais um grande tiro com a motoca compensou (e muito) os percalços. Que venham as próximas!!
Última edição por Allan Gustavo; 29-09-15 às 11:03.
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