Antes de Ushuaia, Serras de Santa Catarina...

[Celso Ferreira]

Estou a caminho...

Sai de casa às 7h em ponto.

Peguei a BR-135, chamada de Transbrasiliana. Parei no posto Floresta, após Goiânia, a 260km de BSB, para abastecer. Cheguei as 9:40 e sai as 10. Outra parada no posto Trevão, após 212km. Um pastel e um isotônico. Depois, outra parada para comer, na estrada, o tradicional abacaxi de Frutal.




Cheguei em São José do Rio Preto às 14:20 e em Marília às 17:20 a tempo de ver o 2º gol do Brasil.

926km rodados em 10h20, com 4 paradas de mais ou menos 20min. Tá bom. Mantive minha média de 90km/h e no máximo 10h de viagem por dia.




Olha a TV que assisti o final do jogo do Brasil:





Vale registrar que, chegando em Marília, vindo de Lins, há uma enorme placa sobre a pista, indicando que termina o trecho sob concessão e NENHUMA placa sobre a existência de uma rotatória logo após uma curva fechada que tem bem depois da placa enorme. Estava chovendo e só não cai porque, 1º, Deus não deixou e 2º, Ele me orientou muito bem sobre o que devia fazer. Fiquei sabendo no posto logo que parei que o local tem acidentes fatais com frequência. Quem passar por lá, já sabe...

Moto na garagem do hotel Alves:





Amanhã, mais 720km até Itajaí. Tudo indica debaixo de chuva! Agora começo a entender porque faço parte dos Fazedores de Chuva. rsrs

PS.: Tô com uma sensação de que estou enlouquecendo... kkk

[Dolor]

FC Celso, inicialmente vou pedir licença para transferir este tópico para o seu devido lugar, Almas Inquietas, quando pelo simples fato de começar uma viagem esta transferência é automática, o que deveria ter acontecido há pouco mais de duas semanas quando da primeira vinda para a Serra Catarinense.

Como tudo tem uma explicação, lemos no teu tópico, e isto acontece com raros, a informação que o espírito dos FC decididamente tomou posse do teu corpo e a prova...digamos...terapêutica..para nossa alegria e gáudio é esta sensação de enlouquecimento, confessada.

Este é o sinal!

Fazer este caminho novamente, da nossa capital federal para Santa Catarina, com toda esta expectativa de chuva, meio mês após teres vindo aqui, desculpe querido amigo, mas serei duro e direto: já estás louco! O próximo passo seria uma internação, porém, como estás te dirigindo para a Sede Internacional do FC, faremos uma sessão com alguns Grande Caciques para definitivamente...te entortar de vez.

O mundo para a sua felicidade está ganhando mais um vadio para enriquecer as suas estradas e contaminar positivamente todos aqueles que possuem no coração o espírito da aventura.



Estamos de braços abertos esperando mais um igual aos diferentes, lembrando que todos eles estão na tua garupa te ajudando a superar toda e qualquer armadilha, dessas milhares ao longo das nossas estradas, te trazendo são e salvo para em volta da fogueira da amizade, com boas taças de vinho, celebrarmos a vida, principalmente a dos FC, com ela sempre no limite da ruptura.

Faltando muito pouco para todos!

[Celso Ferreira]

O 2º dia de viagem para Itajaí começou com uma ida até um alfaiate de Marília para que ele fizesse um remendo na alça que prende minha capa de chuva aos pés. Ela se arrebentou, não sei como, e não protegia, como deveria, meu pé direito da água, que não tinha sido pouca no dia anterior.


Contudo, por conta disso, atrasei minha saída da cidade por mais de uma hora. Pretendia sair às 8h e só conseguir sair às 9h20 porque o alfaiate começa a trabalhar só às 9h.

Logo na saída da cidade, em direção a Ourinhos, a BR-153 possui um trecho com visual espetacular. Belas curvas, no meio de rochas. Arrependi por não estar com a GoPro preparada.

Chegando em Ourinhos, por um descuido peguei a estrada errada e o retorno ficava 3km a frente. Atraso de uns 15min.

Mais uns kms à frente uma carreta virou na estrada e cheguei logo depois que a policia interrompeu o trânsito para tirá-la. Lá fiquei por 1h30 esperando o guincho fazer seu trabalho.




Até aquele momento o tempo estava muito agradável. Nublado, sem chuva e sem sol. Perfeito para viajar de moto.

Porém, após Ourinhos, a chuva foi chegando de mansinho e, em Ponta Grossa, engrossou pra valer... Depois, uns kms a frente ela foi diminuindo e parou.

Na estrada vi uma placa anunciando o restaurante Panorâmico na região do Parque Estadual de Vila Velha. Eram 15h40 e resolvi parar para fazer um lanche e contemplar a vista que o nome do restaurante prometia. Só que a vista não existe mais por conta do mato que cresceu entre as pedras e o restaurante.

Ali cogitei pernoitar em Curitiba. Não havia como chegar em Itajaí até às 18h, como havia previsto. Contatei o GCFC Osmar, que acabara de sair de Curitiba e fui convencido a seguir viagem. Ele se prontificou a me esperar, juntamente com sua inseparável Adelita, em um posto distante 50km da capital.

E lá fui, acompanhado por ela, a chuva, que voltou! Devido a ela e a obras no anel viário de Curitiba, por onde fiquei parado por mais de uma hora, só fui encontrá-lo às 6h45. Ainda a tempo de ver a Itália eleger a Espanha como adversária do Brasil na copa das confederações, perdendo o jogo nos pênaltis.

Saímos do posto às 7h, debaixo de forte chuva, com o GCFC fazendo as vezes de coelho, com seu carro à frente, e chegamos na sede intl dos Fazedores de Chuva às 8h30. 160km após. Andamos bem...

Realmente enlouqueci. 11h de estrada, com chuva, à noite, com visibilidade próxima de zero...

Porém, valeu a pena! A recepção que tive foi emocionante. Dolor, Ângela, filha, cunhado, netos e amigos, entre eles o Teixeira e um argentino muito gente fina (pensava que não tinha!), saudaram minha chegada. Só não chorei porque há tempos não tenho mais lágrimas. Momentos que jamais esquecerei. Até o quarto continha placa com meu nome!


Banho tomado, roupa seca, fomos pra mesa saborear as deliciosas Tainhas preparadas pela Maria (acredito). Pessoa sensacional. De uma simpatia só.


PS.: Só consegui escrever esse relato na madrugada de sábado porque a noite de quinta ficamos conversando até tarde e ontem o dia foi intenso, onde fui conhecer a linda região de Itajaí, Balneário, etc., em companhia dele, Dolor.

[Dolor]

Fazedores, um fim de semana pra lá de agradável e animado com a presença amiga do FC Celso, de Brasília, vindo especialmente para saborear a tainha preparada para ele, rodeado pelos FC presentes para homenagea-lo.


Da esquerda para a direita Alfredo, Osmar, Teixeira, Angela, Terezinha, Celso e Michelzinho - sentada Giana e Nina

Como um bom e legítimo FC, não somente trouxe a bendita e numa prova de total domínio, na bagagem veio uma bela sexta, ensolarada como há muito não víamos.


Saindo do forno

Claro, em seguida, para fazer jus ao nome, mais chuva, no gênero "pancadão" chegando inclusive a nos assustar.


Prontas para serem saboreadas

A conversas correram sobre duas rodas por este mundo afora, temperadas pela espontaneidade total do grupo, agradáveis como somente os FC o são.


Todos trabalhando

Partiu neste sábado o nosso insano FC, pois fazer mais de 3.000 km para saborear uma tainha a pessoa deve estar um pouquinho fora da casinha, não é verdade?


Com os VFC Jackson e Ana Paola

Volte sempre FC Celso, porque as portas da Sede Intl dos FC não tem portas, nem pra ti, nem para os teus amigos!


Trabalhando de novo com a FC Maria e Teteu

Ah! Esperamos que a tainha tenha valido a pena!

[Proftel]

Confrade...

Só quem passou por muitas dessas reconhece o belo texto seu!

Disse direitinho a sensação, as preocupações, belo relato!

Naquela descida antes de chegar em Vila Velha (que fica à direita) antes de Ponta Grossa-PR, eu peguei, encima de uma DT-180-1.983 uma chuva de granizo, isso foi em 1984 ou 85, não lembro direito o ano mas, o "perreio" foi de lascar! Kkkkkkkkkkkkk!

Bração aí!

Alexandre.

[Jackson Duarte]

FC Celso !!!

Foi um enorme prazer conhecê-lo.

Desde já, estamos aguardando o seu retorno !!!

Abraço !!!

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VFC Jackson e Ana Paola

Coração Bandeirante
Coração Catarina

[Celso Ferreira]

Bem, depois de exatas 43h30 de permanência na sede intl dos Fazedores de Chuva, dei partida na moto para a volta ao lar doce lar.

Confesso, desde já, que foi uma das melhores viagens que já fiz. Teve de tudo.

Saí de Itajaí, sábado 29/6, às 16h. Odômetro marcando 160km. Tempo nublado...

Paradinha rápida para tirar uma foto da réplica da estátua da liberdade:



Menos de uma hora depois, ela, a chuva, chegou pra valer. Forte. Visibilidade mínima. Odômetro marcava 220km, 240km. Hora de parar para abastecer. Passou um posto e logo em seguida outro. Ocorre que estava na faixa da esquerda e não deu para parar. Estava com 270km e a moto indicava autonomia de 70km. Fiquei tranquilo. Afinal, numa rodovia pedagiada deve ter um posto antes disso. Não tinha...

Logo veio a subida da serra, o que exige maior aceleração, o tempo e o asfalto iam passando e a autonomia diminuindo rapidamente: 40, 20, 10... Pensei: vai acabar. Eu, que já estava frio por causa da chuva, congelei. De medo!

Chovia muito e praticamente não havia acostamento. Parar na subida da serra seria uma situação de altíssimo risco. Só fiz uma coisa: pedi ao meu inseparável Companheiro de viagem que não deixasse a gasolina acabar e trafeguei na faixa da direita. Se ela acabasse, seria mais fácil parar. E Ele me atendeu.

No final da serra, um posto. Monte Carlo. Acho que nem quando o Brasil conquistou o tetra vibrei tanto. Na hora agradeci a Deus por, mais uma vez, atender um pedido meu. Que Ele continue sempre comigo. Já havia mais de 15km que tinha aparecido a indicação LO na moto. Couberam pouco mais de 21 litros. Capacidade do tanque da Electra: 22,7l.

Ia pernoitar em Campo Largo, mas como chovia muito, resolvi dormir em Curitiba mesmo. Eram 19h15. Cheguei no hotel 20h30!

Domingo sai de Curitiba 8h com tempo nublado sem chuva. Ela apareceu somente próximo a Ponta Grossa e em outros momentos. O que esteve presente por muito tempo foi a neblina. E o vento. Fortíssimo.







Como na ida tinha passado pela PR-092, decidi voltar pela BR-153. Fui em direção a Ventania pela dita rodovia. De repente, a placa: rodovia interditada.




Do nada. Voltei, peguei um desvio, estrada de terra. Molhada. Graças a Deus, não chovia. E fui. Revoltado pelo fato de não ter sido avisado, no pedágio, da interdição. Afinal, perguntei se estava no caminho certo para Marília e a moça disse que sim e nada mais. Brasil...











O visual da serra, chegando em Marília, compensou a neblina, o vento, a chuva e a estrada de barro que enfrentei.




Ponte sobre o Rio Tietê:



Cheguei em SJRP às 17h. Odômetro marcando 2.657km desde o início da viagem. 739km de Curitiba. Com sol, que surgiu muito antes de Ourinhos e não foi mais embora.

Sai, no dia seguinte, às 8h. Tempo fechado. Sem chuva. Neblina até 9:30. Estrada calma. Almocei a 130km de casa, onde cheguei são e salvo, às 17 do dia 1º/7, com o odômetro marcando 3.398km. E suja.







Obrigado pelas palavras, Alexandre. Realmente foi um teste e tanto, pra quem deseja realizar sonhos maiores: Ushuaia e Alaska.

E, VFC Jackson e Ana Paola, também foi um prazer enorme conhecer vocês. E acredite, voltarei em breve. E agora, mais preparado, depois de ter sido apresentado ao bonequinho do Google maps. rs

Finalmente, agradeço, de coração, aos GCFC Dolor e Ângela e família pela acolhida. E que a Ângela me perdoe por ter tirado o Dolor de sua companhia na jornada da sexta ensolarada e do sábado. Se soubesse, não teria saído de Brasília. Mas ele não disse nada... Já sei, Dolor: se você tivesse dito eu não iria.

Um beijo no coração de todos e até breve.

[Dolor]

FC Celso, moto bonita é moto suja e melhor ainda, na garagem de casa, pois o melhor de uma viagem é se saber que se tem para onde voltar.

Isto não tem preço!

Foi maravilhoso te ter na Sede Intl dos FC, onde não existem portas para os FC, e a lamentar a violência com que o tempo, aquele do espaço, nos fustigou, claro e nem poderia ter sido diferente, enciumado pelos bons momentos vividos na companhia de FC tão queridos que fizeram coro com a tua presença aqui, simplesmente acelerou os minutos, o danado.

É um privilégio ter amigos do teu quilate!

Volte sempre!

[Celso Ferreira]

O privilégio é meu, Dolor.

Minha alma ficou mais inquieta depois que estive com vocês.

Já decidi a próxima. Vou abrir um novo tópico. Bandeirante fazedor de chuva no gatilho.

[Celso Ferreira]

Depois das Serras de Santa Catarina, e de ter percorrido toda a histórica Route 66, chegou a hora de ir até Ushuaia... Nós três. Eu, a Guerreira e Deus...



Estou finalizando o roteiro, com saída de Brasília prevista, inicialmente, para o dia 15/11. Data em que a maioria dos FC's estarão em Quito.

Semana que vem abrirei o tópico correspondente.

Abraços fraternais.