Assim como os temas melhoria do trânsito e viabilização do uso de bicicletas nos centros urbanos, a discussão sobre a alteração da carteira de habilitação também se fez presente no III Workshop Abraciclo realizado na última sexta-feira, dia 18 de maio.
Estiveram presentes Simiramis Graça de Lima, representante do Cetran/PE, Magnelson Carlos de Sousa, da Feneauto, e Wilson Yasuda da Moto Honda. Todos fizeram comentários focados na Resolução 168 do Contran que não está sendo cumprido.
O ciclista só deve ir para a rua após ter total domínio dentro do centro de treinamento, comenta Carlos de Sousa que ainda questionou a mal preparação dos instrutores, que, segundo ele, só treinam os condutores para passar no exame do Detran.
Além disso, outro ponto questionado foi em relação à quantidade de horas que os alunos usam as motocicletas nas aulas (apenas 2 horas em 180 de aula). Os palestrantes acreditam ser necessário maior contato do aluno com a moto para que ele conheça todas as funções e não tenha surpresas logo à frente.
Wilson Yasuda também frisou que as autoescolas precisam reforçar a fiscalização no treinamento, para ter certeza que os alunos estejam prontos para atuar nas vias. Outra comparação foi feita, dessa vez com o treinamento de condutores na Espanha. Lá eles têm total contato com as motos e os exames são feitos nas próprias vias.
Finalizando a palestra, Yasuda comentou que o Estado precisa estar mais presente tanto no treinamento quanto na atuação dos condutores, pois assim haverá menos irregularidades.
A última palestra do workshop realizou-se com os palestrantes Nereide Tolentino, da Marco Tecnologia Ltda, Nancy Reis Schneider, da CET São Paulo e com Luiz Carlos Teixeira, do Sest Senat. O tema foi abordado especulando-se como a mudança de comportamento pode deixar o trânsito mais seguro.
Para isso, mais uma vez, outra comparação foi feita, dessa vez com a Holanda, onde a educação no trânsito começa de pai para filho, desde quando a criança está começando a andar de bicicleta.
Luiz Carlos Teixeira abordou a interdisciplinaridade dos assuntos relacionados à educação no trânsito com as matérias vistas em salas de aula. Dar exemplos matemáticos juntando o que deve ou não ser certo na ruas é algo viável, e que as mudanças nas leis e do comportamento serão vistos à frente, em décadas.
Nereide Tolentino e Nancy Schneider frisaram a atenção das pessoas com o comportamento e que isso gera valores para o aumento da segurança. Por exemplo, uma criança que sabe o que pode acontecer se ela correr sobre um chão molhado. E que todos nós, principalmente as autoescolas, precisam cumprir as leis existentes antes de cobrar remodelação ou a criação de outras.