Conhecendo Santa Catarina

[Dolor]

Decididamente não temos acertado no nosso horário de saída, de sorte que possamos quando das doze badaladas dividindo o dia em duas partes, estar num lugar bacana para o almoço.

Desta vez, não foi diferente, pois pelas enroscos de última hora, acabamos partindo para mais uma etapa do nosso Valente Fazedor de Chuva, passada das 10 h, mas como não temos e não queremos nenhum tipo de compromisso com o nosso lazer, partimos em direção ao oeste catarinense.

Claro que rodar pela BR 470 é um parto complicado, especialmente até Rio do Sul, fazendo com que todos os nossos sentidos estejam a flor da pele nesta selva, sem nenhuma expectativa de melhora, pois pelo que sabemos, se existe algum projeto de melhoria, deve estar guardado as sete chaves e se as obras começassem hoje, teríamos na melhor das hipóteses, pelo menos uns dez anos de obras, no estilo brasileiro, do para e anda, anda quase nada e para muito, para chegarmos lá, de novo, atrasados.

Uma lástima que sabemos de antemão os prejudicados; nós pobres contribuintes sem direito a nada.

Como previsto o almoço foi muito aquém do que gostaríamos no Restaurante Scoz, em Pouso Redondo, porém, a respeito da comida temos duas opiniões bem resolvidas:

a - se a comida é boa, ótimo, porque podemos aproveitar e nos deliciar
b - se a comida é ruim, ótimo, porque podemos aproveitar e fechar a boca

078/295 - São Miguel do Oeste - 15/08/2012



A placa na estrada diz de forma bem genérica, Oeste Catarinense, que seria em tese, todo o território que se estende da BR 116 até a fronteira com a Argentina, incluindo aí a região do Vale do Contestado e por último, os Caminhos da Fronteira, forma como a secretaria de turismo dividiu o estado, que na nossa opinião, foi um trabalho muito bem feito.

O nosso destino do dia era exatamente os Caminhos da Fronteira, divisão que abriga 18 municípios, com uma população total na casa dos 154.000 viventes.

Chegamos juntamente com a noite, em São Miguel do Oeste, impressionados com o que víamos, posto que a última vez que pousamos por aqui está completando uma década, e as mudanças, para melhor, claro, são visíveis, transformando esta cidade de 36.000 habitantes, cujo sotaque é italiano e alemão, e claro, sem dúvida nenhuma o mais forte, o gaúcho, numa das jóias da região.



Ficamos no mesmo hotel, o San Willas, por R$150,00, que nos hospedou quando aqui estivemos por ocasião do Encontro de Motos promovido pelos Cães do Asfalto, famoso em todo o sul do país, pela forma organizada e hospitaleira com que recebem os motociclistas.

Tivemos tempo ainda para jantar no ótimo Forno a Lenha, distante uma quadra do hotel, que nos proporcionou a primeira opção, a letra a, compensando a letra b, do almoço.


Fato raro nas rotinas das nossas cidades, crianças visitando museus

Como a vida é feita de compensações, vamos levando e fomos deitar muito excitados com a possibilidade de aproveitarmos ao máximo esta nossa primeira incursão, de verdade, pelo extremo oeste, por vezes quase caindo no Rio Grande do Sul, ou na Argentina ou ainda no Paraná, com aquele maravilhoso Rio Uruguai, juntando o que ele mesmo separa.



Total percorrido : 635 km - Total geral : 4.831 km

[Jhonny]

Então Grande Cacique, como diz a música:

Conheço cada palmo desse chão é só me mostrar qual é a direção
Quantas idas e vindas meu deus quantas voltas viajar é preciso é preciso
Com a carroceria sobre as costas vou fazendo frete cortando o estradão
Eu conheço todos os sotaques desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades das mulheres todas as vontades
Eu conheço as minhas liberdades pois a vida não me cobra o frete

E vamos viajando. Cada vez melhor seus relatos, admiro profundamente a vontade e a dedicação que vocês têm em nos manter informados sobre seus passos. Estou pecando e devido a correria deste último mês deixei de acompanhar suas conquistas, mas logo, logo estarei de volta, acredito que até o final de semana retomo meus afazeres, coloco a cabeça no lugar e atualizo meus compromissos...

Tenho novidades para contar a todos em especial a vocês, algumas boas, outras nem tanto, mas todas novidades...

Algum compromisso para o final de semana? Posso confirmar a presença do casal em um almoço no sábado em Rio do Campo? Neste mesmo dia contaremos com a festa do arroz no município, talvez seja uma boa data para visitar Rio do Campo, quem sabe podemos estender o convite ao Jackson e sua esposa...

[Dolor]

FC Jhonny, que grande oportunidade para aproveitar a tua presença, mas não estarei na região neste final de semana, entretanto, desde já, gostaria que as coisas ruins fossem esquecidas e aproveitadas ao máximo as boas.

Torcemos por ti e desejamos sempre o melhor, lembrando, nada pode ser mais importante do que a vida que levamos, com dignidade e mansidão.

O que decidires, seja o que for, estará bem decidido, até porque o que é do homem, o boi não come!

Obrigado pela tua participação e gentileza dos comentários.

Abraços
Dolor

[Dolor]

Amanheceu prometendo ser muito quente, mas como o dia é longo, levamos sempre a tiracolo a jaqueta para qualquer emergência.

Decidimos que faríamos a parte sul desta região nominada como Caminhos da Fronteira e após um bom café, quando trocamos algumas informações com outros hóspedes, sempre admirados pela Bonitona, parqueada quase dentro da recepção, partimos para a nossa jornada rumo ao objetivo de cumprirmos as exigências para nos tornarmos Valentes Fazedores de Chuva.

O que a vadiagem não faz, não é verdade?

079/295 - Descanso - 16/08/2012

A preparação para se dar um tiro de 1.000 km ou de 11 km, é praticamente a mesma, pois somos obrigados a nos "fatiotar" com o rigor que a legislação e a segurança exigem, com capacete, luvas, a tal da jaqueta, com os seus forros a parte, bota, calça do uniforme, bem...nem chegamos praticamente na quinta marcha e chegamos no nosso destino da hora.



Fazedores, não necessariamente nem nesta ordem e nem por elas, mas como exemplo, seguimos pela rua Ludovico Wronski, depois pela Martin Plaseski, viramos na Felix Piaseski, tomamos a Thomás Koproski, para virar na Ladislava Hajudk, entre outras, certamente vocês pensariam que estamos fazendo um tour pela Polônia, mas não, estas são algumas das ruas de Descanso, cujo acento polonês foi uma das características da sua fundação, isto sem contar os Ciechanowski, Wronski, Pietroski e Graboski entre outros.



Não é o máximo se sentir estrangeiro dentro da sua própria casa?

De qualquer maneira e com todo o respeito pelos descansenses, hoje em número aproximado de 9.000, trocaram o antigo nome de Nova Polônia, óbvio, pelo atual de Descanso, posto que em 1.925 a Coluna Prestes, por aqui descansou as margens do Rio Macaco Branco, nas imediações onde foi estabelecido o município, fica a pergunta:

Quem nasce em Descanso, é folgado?

E a temperatura foi subindo!

080/295 - Belmonte

Foi um outro tiro de 11 km, por ótima estrada, condizente com os portes da cidades, com população perto da casa dos 3.000 belmontenses, cuja colonização seguiu os passos da vizinhança, constituindo-se por poloneses e italianos.



Muito agradável ser esperado com flores, como este belo canteiro na entrada da cidade, chamando a atenção também, e a bem da verdade por toda a região, a grande quantidade de ipês amarelos que alegram as ruas, morros e casas.



A cidade se diz planejada e também seria o máximo se não o fosse, pois conta com 20 ruas e pouquinho mais de 60 quadras, ou seja, do tamanho de alguns condomínios pelo Brasil não muito grande afora.



Um dos primeiros a chegar na região ao olhar para uma montanha, disse: que belo monte!

Entenderam?

081/295 - Santa Helena

Colocamos um pouquinho mais de gas e com 14 km percorridos chegamos neste novo município, que também não ouvíramos falar, infelizmente, tão distante e separado ficou o nosso oeste do resto do estado durante décadas.

Alguém, provavelmente um americano, disse mais ou menos assim: só pode haver desenvolvimento, se houver acessos de boa qualidade.



Infelizmente perdemos uma parte da história porque a ligação entre as regiões do estado de Santa Catarina é coisa...digamos...dos tempos modernos, quando no século XIX a América do Norte já estava praticamente toda interligada, especialmente pelas ferrovias, que nós, inteligentemente, conseguimos desmontar.

De certo os pobres estão certos!



Santa Helena que não chega a abrigar 2.500 santaelenenses, hospitaleiros, é mais um exemplar daquilo que poderia e teria que ter dado muito mais certo, pois a exemplo do estado, é formada por minifúndios, que aos poucos vão perdendo a capacidade de segurar os seus filhos no cabo da enxada, mesmo que hoje motorizadas.



Acorda Brasil!

082/295 - Tunápolis - Capital do Trabalho

Quem acabou sendo acordado fomos nós, claro, Fazedores de Chuva, que para honrar o título, começamos a fazer chover, já na cidade anterior, o que já fez valer todo o sacrifício da "fatiotada" que vestíamos.


Querem me derrubar. Estou no lugar errado!

Para chegar até aqui, o número foi aquele cabalístico, o setenário, que é o sagrado, porque contém a Trindade e o Quaternârio. Além de tudo, o 7 é representado pelo carro do triunfo, porque 7 são os dias da semana, além de ser um número perfeito, exatamente pelo triângulo sob o quadrado, quando o espírito anima a matéria, representado ainda pelas casinhas que as crianças fazem quando dos seus primeiros desenhos, enfim, acho que a chuva está me prejudicando e viajo na maionese ao fazer todo este embaralho para dizer que rodamos míseros...7 km.

Tenho delírios e reconheço que deve ser pelo slogan da cidade: Capital do Trabalho!



Socorro, tenho que sair logo daqui porque senão acabo tendo uma recaída e me abraço na primeira enxada que encontrar o que deixará pelo menos um cento dos quase 5.000 tunapolitanos sem trabalho, pois seguramente devo valer por um tanto desses quando trabalho.

Todavia ainda não fiz esta prova!

Por ignorância pensei que o nome tuna viria da palavra espanhola que significa atum, mas pensando bem, atum?

De água doce?

Decididamente a palavra trabalho e o que se respira dele por aqui me afetou, e argüindo a respeito, fui informado que o batismo derivou da grande quantidade de cactos dessa raça, quero dizer, espécie que os alemães encontraram quando fixaram acampamento.

Imagina se tivessem dado outro tipo de vegetação para eles, heim!



Total percorrido : 56 km - Total geral : 4.890 km

[Dolor]

083/295 - Itapiranga - Berço Nacional da Oktoberfest - 16/08/2012



Com tanta apologia ao trabalho, se não saíssemos rápido, provavelmente estaríamos contaminado por este vírus, que me pelo de medo pela possibilidade do contágio.



Escapamos sob chuva, cortando o caminho por uma estrada interiorana, sem pavimentação, que nos levaria para a Capital da Oktoberfest, num viés que já começou a nos agradar e lá chegamos depois de 35 km, claro, que destes, somente 13 km foram sem asfalto.



Cremos que esta parte de Santa Catarina está do jeito que o Vale do Itajaí era há uns quarenta anos, quando nos orgulhava, pela forma como representava o estado.



Aqui está dessa maneira, a começar pela movimentação das crianças nos pontos de ônibus e os próprios, honestos, provando que somente através do cuidado com as nossas crianças, proporcionando-lhes educação é que conseguiremos ser alguém lá na frente.



Mesmo pela estrada de barro, bem mantida e no limite para se tornar um sabão, seguimos com muita cautela e atenção, procurando usufruir dos belos espetáculos que se abriam ao longo do caminho com propriedades bem cuidadas e povo ordeiro.



Felizmente a chuva engrossou de verdade quando chegamos no centro da cidade, quase nos impedindo de fazermos as fotos, que aconteceram por uma daquelas descuidadas do tempo que abriu uma brecha para os devidos registros.

Foi aqui também que o GCFC Presidente, o Desembargador Rodolfo Tridapalli iniciou a sua vida como magistrado, tornando esta pequena cidade cuja tradução desta palavra indígena é ita, para pedra, e piranga para vermelha, com os seus 16.000 itapiranguenses, íntima para este casal.



Felizmente o almoço no Restaurante Dewes, não estava lá essas coisas, o que nos permitiu manter os respectivos pesos e sair da cidade sem remorsos a não ser o de não termos podido interagir com algumas pessoas que nos procuraram, por causa da chuva que insistia em nos enxaguar juntamente com o belo Rio Uruguai que a corta.

Voltaremos!



Total percorrido : 35 km - Total geral : 4.925 km

[Dolor]

084/295 - São João do Oeste - Capital Catarinense da Língua Alemã

Depois de rodar 30 km, nos deparamos com este belo cenário e a expectativa de que nos pedissem visto de entrada era grande, pois afinal de contas, estávamos prestes a entrar na Alemanha, uma vez que, pasmem, 93% da população fala alemão e praticamente 98% entende a língua germânica.



Ainda bem que os dois países tem acordo de reciprocidade e não foi preciso o exercício desta burocracia!



Não é o máximo?



Por que não poderia ser todo os estado assim, bilingüe, com boas escolas, conquistando o bicampeonato nacional de alfabetização pois, de novo, pasmem, 99;8% dos habitantes são alfabetizados, resultado obtido não por força de programas isolados ou de administrações eleitoreiras, mas sim fruto de esforços, atitudes e posturas fundamentadas na responsabilidade do bem fazer e do bem querer coletivo.


Pensamos que era a prefeitura

Arrumada, é a palavra que descreve bem São João do Oeste, com os seus 6.000 são-joanenses, que decididamente nos orgulham como catarinenses.


Pensamos que era o hospital

Parabéns e seguramente retornaremos para usufruir além dessa aura de educação a qualidade das águas termais que também a fazem se tornar conhecida pelo país.

085/295 - Iporã do Oeste

Outra palavra indígena que significa em tupi, água boa, tal foi a qualidade da própria encontrada pelos primeiros colonizadores nas matas repletas de araucárias, aquela árvore conhecida como o pinheiro, símbolo do estado do Paraná.



Para chegar até aqui não foram precisos mais do que 19 km.

Os primeiros colonizadores chegaram logo depois que a Coluna Prestes passou por aqui e imagino o susto que os alemães e italianos não levaram imaginando o que poderia acontecer com esse movimento, que acabou levando Prestes para o comunismo, e para a nossa felicidade, creio, acabou em nada.



Ideologias à parte, esta pequena cidade com quase 9.000 iporã-oestinos, está intimamente ligada a agropecuária, despontando como uma das grandes produtoras de suínos e frangos além da ótima bacia leiteira que a destaca.

086/295 - Mondaí - Capital da Fruta

Esticamos o cabo do acelerador por mais 25 km e chegamos nesta pequena cidade que inicialmente se chamava Porto Feliz, que por pouco não passou para Porto Infeliz depois da passagem da tal Coluna Prestes, que deixou um rastro de imundície e claro, como troféu maior, uma epidemia de tifo que dizimou meia população e afastou a outra metade para outras plagas, assustados que ficaram os galegos com a passagem dos revolucionários.



Imagino a baixaria que não deva ter sido, uma tropa sem nenhum tipo de organização, por certo, mais parecendo um bando, por uma região que somente há pouco foi integrada ao estado.

Uma loucura!



Pela grande produção de frutas, uma vocação, é que foi designada como a Capital Catarinense da Fruta, o que sem dúvida orgulha os seus 10.000 mondaienses, que as vezes preferiam não saber que o significado do nome da sua cidade é rio dos ladrões.



Pode?

É muita sacanagem!



Aqui também tivemos a alegria de conhecer o Elói e a Rosemeri entre outros novos amigos.

Salve a hospitalidade catarinense e em especial para com os motociclistas, os grandes privilegiados dessas gentilezas.



Total percorrido : 74 km - Total geral : 4.999 km

[Dolor]

087/295 - Riqueza - Riqueza é ter você aqui

Sem dúvida não fazíamos a mínima idéia da profundidade e significado deste slogan, que traduzo utilizando o verbo no passado, porque acho que faz mais justiça: Riqueza foi ter você aqui!



Lá na década de 30, do século passado, assustados com a possibilidade do comunismo avançar para a Alemanha, um grupo de valentes teuto-russos, seguramente democratas, decidiu aceitar o convite do governo brasileiro, que tinha a Cia. Sul Brasil para fomentar a ocupação das terras neste quadrante, se jogaram de malas, sem cuias, para este interior selvagem, de matas virgens, cuja riqueza da qualidade e quantidade das árvores, inspirou-os a tomar este substantivo como nome próprio e consequentemente batizar a comunidade com ele.



Pequena cidade com menos de 5.000 riquezenses, cujo sotaque alemão é uma realidade, receberam como herança principal o amor pelo trabalho além do carinho por aqueles que aqui chegam, chamando a atenção, o que achamos muito interessante, a arborização da cidade feita com árvores frutíferas.



Ótima idéia!

088/295 - Caíbi

Não mais do que 10 km foram necessários rodar para chegar a terra dos 6.300 caibienses, lugar de adoração de Nossa Senhora de Salete, que trás romeiros de toda a região para aqui reforçarem a sua fé e agradecerem as graças recebidas.



O tempo continuava ótimo, relativamente fresco, agradabilíssimo para se viajar de moto, especialmente por estas cidadezinhas do interior, onde se tem a impressão que a rotina de trabalho se dá dentro das pequenas propriedades rurais, haja vista a pequena movimentação, ou quase nenhuma, de pessoas pelas ruas.



O nome Caibi significa folhas verdes.

089/296 - Cunha Porã

A direção agora, distante aproximadamente 30 km era para a terra do MC Galo, responsável por um dos bons encontros no oeste do estado.



E claro, não poderia ser diferente, pois aos estacionarmos a moto para as fotos testemunhando nossa passagem, aproximou-se uma jovem mãe, a Silvane, com o seu filho Lucas, para nos darem as boas vindas e nos convidarem para nos encontrarmos com o pessoal do grupo a noite, o que não foi possível, uma vez que como bons vadios, temos uma agenda apertada.



Não faltará oportunidade para voltarmos à esta simpática cidade chamada mulher bonita, na tradução livre do tupi-guarani, onde vivem aproximadamente 11.000 cunhaporenses.

090/295 - Maravilha - Cidade das Crianças

Deve ter sido uma grande tacada de marketing, quando os colonizadores chegaram no alto de uma pequena colina e ao avistarem aquela mata densa e linda, de forma espontânea exclamaram: que maravilha!

O município foi planejado com um perímetro urbano, tendo suas ruas dentro de quadras regulares, conforme os pontos cardeais.



Os latifúndios não tiveram vez, como em toda Santa Catarina, e a Companhia Territorial Sul Brasil dividiu e se comprometeu com a colonização colocando à venda mais de 9 mil lotes coloniais, lá pelos idos finais da década de 1940.

Maravilha surgiu como a obra de um visionário: prosperar, tanto pela posição geográfica como pela importância microrregional, tanto assim, que o fluxo de caminhões, carros e motos, entre outros tipos de veículos, no entroncamento das BRs 282 e 158, nos dá a impressão de ter a sua população de 22.000 maravilhenses, multiplicada por no mínimo 5 vezes.



Se intitula também como o melhor município do estado no quesito saúde, o que não deixa de ser um orgulho ao mesmo tempo uma grande responsabilidade, principalmente numa área tão complexa quanto esta.

Finalmente, como havia uma grande quantidade de crianças nas escolas e presentes em todas as atividades cívicas, numa demonstração de respeito a elas, agregou o slogan Cidade da Crianças ao seu nome.

Parece que houve uma pequena explosão demográfica motivada por esta decisão.

Sabe como é, quando o povo se anima...

091/295 - Iraceminha

A noite já caía quando fomos apresentados a este novo município, para nós, claro, de pouco mais de 4.200 iraceminhenses, distando outros 20 km.



Interessante e também não foi a primeira vez que aconteceu de sermos abordados pela PM, de forma muito educada e digamos...casual, agora não sabemos se motivados somente pela curiosidade ou se o fundo era de preocupação, querendo saber, repito, de forma muito simpática, sobre nós, sem a solicitação de documentos.

Também fico pensando, dois astronautas em cima de uma moto, batendo fotos na frente da prefeitura, ou devem ser de outro planeta ou do tribunal de contas!



Como as demais cidades da região, a agricultura é o principal esteio, aqui dando preferencia para a viticultura, sendo realizada a cada três anos a Exposição e Feira do Vinho, a Expovir, que atraí gente de toda a região.

092/295 - Flor do Sertão

Agora pegou pesado!

Esta cidade não é em Santa Catarina, mas se andamos somente 17 km, então deve ser!



A primeira impressão pensamos se tratar de algum município no nordeste, nome mais condizente com a topografia de lá, do que com a de cá.

Mas não, a denominação Flor do Sertão, conforme os moradores mais antigos, foi por causa de uma árvore de flores amarelas encontrada no meio da floresta no início da colonização, que julgaram ser o Ipê Amarelo, árvore que acabou se tornando símbolo do Município.



Uma outra característica desta comunidade de 1.590 flor sertanenses é que ela disputa o primeiro lugar como a última colocada no ranking dos municípios com a menor população do estado.

Entendeu?

Explico, por poucas cabeças, alguma coisa como 100, ela está em terceiro lugar como a menor cidade em população.

Quando pensávamos que estávamos chegando, já estávamos saindo.



Total percorrido : 109 km - Total geral : 5.108 km

[Jhonny]

Grande Cacique Dolor e Angela, viagens maravilhosas!

Este desafio realmente vale a pena, mas cá entre nós acredito que está escondendo o jogo, ou está com algum problema com as postagens? Vocês já devem ter passado os três dígitos no marcador de cidades...

Pela minha leitura encontrei um pouco mais de 90 municípios, correto?

Vamos lá, estamos curiosos...

[Dolor]

A promessa é sempre a mesma e já se tornou rotineiro não cumpri-la.

Isto quer dizer, que novamente, fechamos o salão de café, uma vez que permanecemos com novos amigos até o desmonte do "buffett" praticando a nossa especialidade, a conversa franca e frouxa, enquanto o relógio corre livre, retardando a nossa saída.



Não temos compromissos com nada além do exercício dos relacionamentos e do desafio que estamos tendo a ousadia de fazer, pois não imaginávamos o quão interessante, envolvente e excitante tem sido o cumprimento das regras do Valente FC.

Estamos simplesmente adorando o que ele está nos proporcionando em termos de relacionamentos, alegrias e cumplicidade entre a Angela e eu, vivendo a maturidade dos nossos quase 40 anos de casamento.

Quantas conversas, contas, planejamentos, amores transpirados, enfim, o ritmo das conversas e da contaminação pelos bons sentimentos, é como se vivêssemos em uma rosca sem fim, tal a intimidade e sintonia que nos envolve e nos impulsiona, quando estamos assim, um com o outro e para o outro.

Coisa do Valente Fazedor de Chuva!



Bem, o nosso dia de hoje começa ontem, quando jantamos e recomendamos, o ótimo Forno a Lenha, a uma quadra do Hotel San Willas onde continuamos hospedados.


093/295 - São José do Cedro

Mas somos movidos a estrada, a asfalto e agora, a prefeituras.

Não podemos ver uma que já queremos fotografar. Acho que está virando mania!



Cruzamos o pórtico desta cidade com quase 14.000 cedrenses, o que a coloca numa condição de destaque, uma vez que 171 (que número feio) municípios do estado tem menos de 10.000 habitantes.

Portanto, quase uma metrópole!

Rodamos, ou melhor, respiramos ótimos 32 km para fazermos a foto na frente desta prefeitura, cumprindo desta forma, a exigência do desafio.



Nos chama a atenção neste oeste catarinense a fartura de rios, córregos e cachoeiras com muitas atrações para os fãs das atividades aquáticas, que podem ser praticadas nos rios Peperiguaçu, das Antas, Tracutinga, Lageado Grande, Flores e Maria Preta, que banham esta cidade.

É mole?

094/295 - Princesa

Achamos um luxo morar em Princesa, distante somente 12 km, da nossa última parada.

O gentílico daqui deveria ser alteza, na nossa opinião, e não princesense, como são denominados os 2.750 moradores.


O castelo da princesa está fraquinho

Vamos guardar com muito carinho esta cidade porque quando chegar a hora, o carro da nossa neta, Clara, será emplacado aqui, isto não temos dúvidas.



A origem do nome do município vem de João Maria de Lara, um caboclo que dizia ter visões de uma princesa na copa de um pinheiro.

Se ele sonhou com uma imaginária, não podemos nós, que já temos uma, emplaca-la aqui?

095/295 - Guarujá do Sul

Agora pensamos, enquanto cruzávamos estes 20 km, desde a corte, que estávamos indo para São Paulo, para fazer o Valente de lá, mas não, continuamos no estado barriga verde, forma pela qual são identificados aqueles nascidos no estado de Santa Catarina, cuja origem, sem embasamento formal da história, diz que os catarinenses no serviço militar que foram para a guerra da Cisplatina usavam uma faixa verde, cinturando a túnica militar, facilitando a identificação destes soldados pela bravura com que lutavam e claro, por pouco não anexamos o Uruguai ao nosso território.



É motivo de orgulho para todos nós sermos reconhecidos como barrigas verdes !

Mas voltando ao cenário local, vivem 4.900 barrigas verdes guarujaenses aqui na comunidade!



Quanto ao batismo, claro, só poderia ter sido feito por um folgado da região, que viajava com freqüência para São Paulo, e importou-o da homônima paulista, da qual ele era freqüentador, esquecendo o bendito de trazer o mar para a sua complementação.

A registrar, sem o devido registro, a queda que sofremos, ainda bem que estacionados, uma vez que a borboleta do tanque reserva que temos na nossa moto, quebrou, nos forçando a este "pit stop" decepcionante, nos obrigando ainda a parar um caminhão e pedir socorro para podermos levantar a Bonitona que jazia estarrada no chão.

Até algum tempo atrás, por força da vergonha quando isso acontecia, a levantávamos em dois toques, mas com a chegada da idade...somos obrigados a pedir ajuda aos universitários.

Nem um arranhão, em ninguém, felizmente!



Total percorrido 64 km - Total geral : 5.172 km

[Chiquinho]

Olá Queridos Dolor e Tia Ângela.
Já estou numa ansiedade danada para o nosso projeto do feriado. Estou tão animado que estou quase querendo "ensinar o Padre a rezar a missa". Eu explico: estou montando um projeto de roteiro, que, logicamente, é você quem vai validá-lo/modificá-lo. Pensei em semana que vem ou na outra combinarmos alguma coisa para dar uma olhada nisso. Isso, claro, sem que interfira nos planejamentos de viagem de vocês.
Tenham um ótimo passeio e que Deus os abençoe.
Ah, o óculos ficou jóia. E é muito bom tanto para dia quanto para a noite.
Beijos
PHD Chiquinho