Valentes na estrada - 12-07-2012 - Parte um
Alguns dias se passaram desde que voltamos da nossa jornada pelo meio oeste catarinense, o suficiente para nos convencer de que a vida continua conosco ou sem "nosco", e depois dos enroscos dos quais não podemos nos furtar, de novo, tipo fugindo, saímos novamente perto do meio dia, uma vez que sou obrigado a concordar com a Angela, que na hora da saída me enrolo muito e o tempo como não perdoa, faz o relógio girar.
Depois da Bonitona encilhada, por obra exclusiva da minha Adelita, foi ligar essa querida e partir rumo ao sul, para que pudéssemos desta maneira ter uma visão de diferentes aspectos, sejam, topográficos, étcnicos, climáticos, enfim, novos cenários por certo nos aguardam.
O problema é que já saímos mal intencionados, pois todas aquelas promessas de que aproveitaríamos este sacrifício, oh! que sacrifício maravilhoso andar de moto, de fecharmos as bocas, foi por terra pois estávamos endereçados para a ótima churrascaria Tropilha, localizada as margens da BR 101, em Florianópolis, nos esperando com todas as gentilezas as quais já estamos mal acostumados.
Foto O Brasil por dentro
Simplesmente, dos deuses os prazeres da carne!
042/293 - Treze de Maio
Não poderíamos ter começado melhor do que por esta pequena cidade que traz no seu nome uma discussão que atiça o ânimo dos historiadores ao longo dos anos.
Segundo os mais aprofundados, o nome nada tem a ver com coincidência da data da libertação dos escravos, uma vez que esta cidade teve como primeiro nome, Núcleo Presidente Rocha, lembrando também que para a colônias que estavam se formando, era expressamente proibida a presença de escravos, se é que isto tem alguma coisa a ver.
Outro fato determinante foi fundação deste núcleo, exatamente um ano antes da abolição, em 1.887. Também não vejo nenhuma ligação.
Há também historiadores que dão o batismo da cidade como Treze de Maio em função do encontro nesta data entre brasileiros e italianos, o que também não procede, pois o nome na época foi uma homenagem ao presidente da província de Santa Catarina, Francisco José da Rocha.
Estou perdido!
Bem, como não se chega a um denominador comum, pois não há, portanto, uma explicação fundamentada para o nome da cidade, cumpre-nos constatar que é uma pequena comunidade, em torno de 7.000 habitantes, que guarda ainda hoje, o sotaque italiano dos seus fundadores.
043/293 - Jaguaruna - Cidade das Praias
Esta foi a nossa segunda parada do dia, onde notamos que o sotaque já começa a fazer a diferença, pois aqui a cultura portuguesa açoriana já se faz presente, e de uma certa forma, é marca registrada de todo o nosso litoral.
Concessão de terras, privilégios, subsistência extraída do mar, enfim, nenhuma novidade para o meu legítimo sangue da Silva, que aqui deve haver, misturado aos Souza, Correia e Pereira entre outros, aos montes, e que fazem sem dúvida, a maioria da sua população, cujo nome, Jaguaruna, em tupi guarani significa, se não houver contestações dos estudiosos, como sempre, onça preta.
Se havia ou não, somente os caçadores é que poderão confirmar!
Vivem na cidade em torno de 16.500 pessoas que são acrescidas de mais 150.000 durante o verão.
É uma das poucas cidades no estado onde o trem da Ferrovia Tereza Cristina ainda dá o ar da sua graça, pois é o caminho obrigatório daqueles carregados de carvão, das minas da região de Criciúma para a Termoelétrica Jorge Lacerda, localizada um pouquinho ao norte daqui, na cidade Capiravi Baixo.
Mesmo assim sobrou a estação ferroviária que já serviu a população como meio de transporte e a casa do agente da ferrovia, felizmente em vez de sucata, transformada em museu, guarda alguns detalhes daquela época, além de registrar que pertence a Jaguaruna o maior sambaqui do mundo.
É a terra dos sambaquis, apesar de adotar o sobrenome de a cidade das praias!
Total percorrido : 242 km - Total geral : 2.876 km