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Amores relembrados - 18-05-2012
Como se isto fosse possível!
Desde quando os amores precisam ser relembrados se eles nunca foram esquecidos?

Este redescobrir Santa Catarina, a jóia da coroa, feita de pequenas partes de tudo quanto é bom que existe no nosso país, com perdão das outras partes, as grandes, é um privilégio que precisamos agradecer os Fazedores de Chuva, pela oportunidade que nos é dada, com o programa Valente Fazedor de Chuva, de percorrer todos os rincões do nosso estado, com uma visão diferente, focada em fazer uma panorâmica que nunca nos havia ocorrido.
Temos nos interessado em saber dos detalhes da construção, da miscegenação do seu povo, das suas origens, enfim, tem sido uma experiência que além de tudo, tem nos consumido, durante os dias que não param, para nosso desespero, a contagem regressiva para os entardeceres ou finais de semana, que quando chegam, ao percebermos, com as ocupações que tem nos tomado, que não foi possível pegar a moto e partir em busca desses tesouros que nos esperam.
Estamos felizes, isto é o que importa, com a perspectiva de percorrer os 293 municípios do nosso estado, em não sabemos ainda quantas semanas, nem quilômetros, que esperamos sejam muitos, com muito mais metros de alegria e felicidade, para poder contagiar positivamente os nossos Fazedores a fazerem o mesmo, nos seus estados.

Voltando ao tema do capítulo, por qualquer uma dessas coincidências da vida, recebemos um telefonema da Beth, nossa querida amiga de Palhoça, querendo saber de nós, após um hiato, involuntário das partes, de alguns anos que só não foram perdidos, porque o carinho que sentimos uma família pela outra, unidos especialmente pela solidariedade desta nossa interlocutora quando começamos o nosso negócio, em fornecer os endereços dos seus clientes e mais do que isto, indicar nos pessoalmente para eles, nos permitiu alavancar naqueles tempos de dificuldades iniciais, a nossa trajetória de sucesso da empresa.
Tínhamos, como ainda temos, uma outra ponta, muito forte de ligação, agora não mais nem pela matriarca nem pelo patriarca José Valdir, pai, marido e amigo exemplar, mas pela filha, a amada Susi, cuja delicadeza e doçura contagia a todos os que dela se aproximam e que desde o momento em que nos conhecemos, foi o grande elo de ligação e de reconhecimento da grande capacidade que ela tem de amar, característica dos mansos, daqueles que herdarão a terra.
Impossível não reconhecer na Susi, a mansidão destes proprietários da sublime missão de acalmar a todos os que orbitam ao seu redor, permitindo que a reflexão daquilo que acontece nas nossas vidas seja de pronto reavaliado e aceito com resignação.
Quem falou em imolar a alma?
Quem falou do hábitos que fazem os monges?
Aqui para nós isto não tem a menor importância, porque pensamos nos monges despidos, aqueles das almas puras!
Foi uma experiência que terá a capacidade de fazer com que esta re-aproximação seja uma constante a partir de agora.
Obrigado amigos pela acolhida muito calorosa que culminou na celebração da primeira metade do século do Sandro, primogênito dos Harger.

008/293 - Quanto a Palhoça, já ia me esquecendo de mencionar, faz parte da região metropolitana de Florianópolis, nossa ilha capital, cujos limites praticamente se fundiram aos de São José e da própria capital, com população ao redor das 140.000 almas, viu nestes últimos anos um crescimento muito forte na mesma proporção em que alguns devaneios, cujo objetivo como ser humano com limitadas capacidades não consigo entender, o porque do desejo do paço municipal em dividir a cidade em duas.

É pra acabar!

Entre outras praias, como a da Pinheira e a do Sonho, a da Guarda do Embaú, além de ser uma das preferidas por aqueles que amam destruir uma onda, tem sido reeleita por várias anos, como uma das 10 mais bonitas do Brasil.

Um luxo que pode ser compartido com a Enseada do Brito, simplesmente, paradisíaca!
E ainda querem dividir o indivisível?
009/293 - E para não se perder a corrida, fizemos um pit stop em Porto Belo, este sim, competidor a altura dos paraísos na terra, com o seu litoral em formas de baias e enseadas de fazerem inveja a qualquer um que ouse desafiar tamanhas belezas.

A população nativa conserva as tradições dos antepassados, com destaque para o folclore do Boi-de-Mamão, o Terno de Reis e a Queima de Cruzes e aqui entre nós, acho que a da Farra do Boi também, haja vista a colonização açoriana ser muito visível na epiderme da população.
Durante o verão, a população pula dos 16.000 habitantes para até 100.000, e muitos cruzeiros marítimos, de passagem pelo litoral catarinense, ancoram nas sua águas e convidam os passageiros a visitar a cidade, que faz parte dos melhores roteiros turísticos tupiniquim.
E para finalizar, fizemos contato com a família Laurent, franceses que conhecemos em Ushuia, neste início do ano, que viajam com um "motohome", desde o outro lado do Atlântico, e que a nosso convite, vieram conhecer o Brasil e passarem uns dias conosco, na nossa casa.

Ficamos tão contentes em reve-los que esquecemos de fazer as fotos na frente da Prefeitura Municipal de Bombinhas, falta que nos penaliza ao prazer de voltar aquela maravilha, para um capítulo especial.

Total percorrido : 232 km - Total geral: 560 km
Privilégio dos Fazedores de Chuva!
E tu, estás esperando o que para te lançares na estrada?
Última edição por Dolor; 29-06-12 às 00:45.
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Lembramos que a Susi veste um lenço dos Fazedores de Chuva, o que a eleva ao status de aventureira oficial, pois para os FC o que importa é o espírito da aventura no coração!
Linda!
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Enrosco - 17-06-2012
Decididamente vou me enrolando a cada dia que passa e dentro desta teia de compromissos, nem tão indispensáveis assim, os projetos vão, como de praxe, sendo colocados para debaixo do tapete.
Sempre temos uma boa justificativa para os adiamentos daquilo que queremos fazer, especialmente para aqueles do prazer, que envolvem a movimentação física para algum lugar distante do toco onde vivemos.
Ora são os negócios nas suas vertentes tanto de emprego quanto de empregador, ou seja, a faceta financeira é a responsável por boa parte destas postergações, ora aspectos de saúde, com intensidade menor, ora os envolvimentos emocionais especialmente os de relacionamento e os familiares, que decididamente são os que mais nos enlaçam e pelas mais variadas razões vamos nos tornando reféns, e o tempo, ditador dos ponteiros do relógio, vai determinando o seu ritmo e nós, quase que impotentes vamos sucumbindo e empurrando tudo com a barriga.
Pode?

É assim que vemos as coisas acontecerem conosco e a dificuldade para transpor o umbral da porta aqui de casa tem sido um exercício muito difícil de praticar, o que de certa forma, tem particularmente, me angustiado e sufocado!
Mas como os corações estão abertos para as boas energias cósmicas, sempre na última hora uma gateira é aberta e uma mão nos empurrou para além do portão, como aconteceu neste final de semana, quando encurralados dentro desta nossa dificuldade de movimentação, fomos motivados pela chamada de um amigo, que há tempo não víamos e que nos despertou para a nossa realidade de "vadiagem", que no final das contas é o que nos motiva ao mesmo tempo que nos tolhe, para nos encontrarmos para almoçar em Florianópolis, o que de imediato nos lembrou do nosso desafio Valente Fazedor de Chuva, que há algumas semanas estava "mofando com a pomba na balaia" , expressão tipicamente peixeira do litoral de Santa Catarina, que significa, "que não irás conseguir atingir o teu intento".
Mesmo com o dia enferrujado, saímos de casa meio escoteiros, ou seja, sem a roupa adequada para andar de moto em dia que já sabíamos que iria chover e nos dirigimos à Florianópolis onde compartimos uma mesa farta, especialmente de gente boa, de boas vibrações e de cumplicidade, como são o jóia do Edinho e a sua mulher Luane, mais a Luiza e o namorado, o querido Luigi, além do nosso anfitrião Edison e a Mauren.
Quanto vale uma vista d'olhos em Jurerê Internacional?
Quanto vale passear pela Praia do Forte, por Canasvieiras, entre outras tantas atrações?

Total percorrido : 238 Km - Total geral : 798 km
Muito menos do que foi passar esta tarde em volta de uma távola repleta de boas histórias, de bons sentimentos e de carinho infindável.
Uma verdadeira riqueza!

010/293 - Já com o céu dizendo ao que veio, nem bem "cambamos" a primeira esquina o pau d'água desabou e mesmo como pintos molhados, paramos em frente a Prefeitura Municipal de Florianópolis, capital dos catarinenses, para fazer a foto de lei.
Bom lembrar que o Brasil possui três estados com capitais em ilhas, sendo que além desta onde estamos, estão na mesma situação, São Luis e Vitória, portanto, privilégio para poucos, especialmente porque entre todas as capitais, esta a de Santa Catarina, é considerada com o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), com os seus menos de 430.000 habitantes dentro de uma área metropolitana que passa quase nada do 1.000.000 de pessoas, que para gáudio dos "manezinhos", apelido carinhoso dado aos nativos, é ainda considerada como a quarta melhor cidade em qualidade de vida do país.
Hummm!

Clássica também é a foto do cartão postal da ponte Hercílio Luz, que liga o continente à ilha, inaugurada em 1.926 e que há muitos anos, mas muitos anos está interditada, custando provavelmente uma fortuna a sua manutenção, que hoje em dia nos parece deixando muito a desejar!

Vale lembrar que Florianópolis tem pouco mais de 97% do seu território na ilha, com um total de praticamente 100 praias, incluindo as continentais.
Finalmente, vencemos estes pouco mais de 100 quilômetros, desde o norte da ilha até a nossa casa em Itajaí embaixo de muita chuva, com muito movimento na rodovia, com asfalto de gosto duvidoso além da péssima sinalização, principalmente quando falamos de moto, a noite, na BR 101.

Honestamente, uma vergonha!
Última edição por Dolor; 29-06-12 às 00:43.
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Quinta mal humorada - 21-06-2012
Para variar a nossa saída no dia de ontem, de Itajaí, SC, foi com aquela sensação de fuga.
Enfim, estávamos na estrada com a chuva por companhia e com o destino certo, a casa do nosso amigo Edison, em Florianópolis, que juntamente com a sua namorada Mauren, iriam participar do nosso programa Valente Fazedor de Chuva, cujo destino era a microrregião de Joaçaba.

Recebidos em alto estilo pelo casal, jantamos maravilhosamente bem, dormimos melhor ainda e acordamos com a batida na porta do quarto, com o carinho todo especial do Edison que nos brindou com suco e o jornal do dia.

Mordomia digna de um Grande Cacique Fazedor de Chuva!
Tudo pronto para a saída rumo ao meio oeste, com trégua oferecida pela chuva que nos permitiu uma tocada tranquila até o nosso destino da manhã, que seria o almoço em Rancho Queimado, quando os nossos anfitriões após contornarem o trevo para entrarem no estacionamento do restaurante, inadvertidamente tocou com a roda dianteira o meio fio e infelizmente, perdendo o equilíbrio vieram a tombar com a moto.
Aquelas frações de segundos que nos separavam deles, nos pareceram uma eternidade e após estacionarmos a moto, corremos em direção aos dois corpos inertes no meio do asfalto, com os nossos corações saindo pela boca, procuramos dar os primeiros socorros, sem nem sabermos ao certo de que maneira.
Que aflição esta sensação de impotência!

Sabíamos que tínhamos dois amigos queridos desmaiados no chão, que para nossa surpresa, a Mauren movida puramente pela adrenalina, veio ao encontro do Edison que tinha muita dificuldade para respirar, haja vista que havia sido lançado com a barriga para baixo e os braços para trás, naquele tapete preto da BR282.
Já com o canivete na mão, tentávamos com a ajuda de mais um casal de chegou para ajudar, cortar a cinta que amarrava o capacete ao pescoço, quando num esforço já desesperado, conseguimos virar o Edison com a barriga para cima e finalmente, desatar a presilha, permitindo assim, que no último segundo ele voltasse a respirar.
Ufa!
E assim que conseguimos este intento, a Mauren não resistindo a toda esta loucura, desmaiou poucos minutos antes da chegada da PRF e da Samu.
Felizmente, o saldo mesmo que negativo, pois para o Edison sobrou a clavícula direita fraturada e o mesmo num dos dedos da mão da Mauren, permitiu que após refeitos do susto, pudéssemos sentar na mesa para tentar comer alguma coisa, se é que era possível.

Retornamos à Florianópolis agora com um funcionário do Edison pilotando a sua moto, que sofreu escoriações pequenas, uma vez que a velocidade era praticamente zero no momento da queda.
Enfim, com o casal de amigos já em casa depois do atendimento médico, voltamos para a estrada, agora sob forte acompanhamento da chuva que nos levou de volta para o ponto do acidente.
011/293 - Rancho Queimado, conhecida como a Capital Catarinense do Morango, tem uma população que não passa das 2.800 pessoas, que guarda o capricho da sua colonização alemã, nos pequenos detalhes que se observa nas casas e na educação do seu povo.

Como no inverno recém chegado a noite se faz presente muito cedo, ainda conseguimos fazer os registros fotográficos aproveitando a luz natural, e com os corações ainda sensibilizados não conseguíamos contato com os nossos amigos para saber como estavam, uma vez que não tínhamos sinal nos nossos celulares.

012/293 - Angelina, A Capital Catarinense das Graças, perto desta última, podemos considera-la como uma metrópole do alto das suas pouco mais de 5.400 almas, cuja tradição alemã é sentida não só pela cor da pele e dos cabelos, mas especialmente pelo sotaque germânico daqueles com os quais interagimos.

Pelo adiantado, mais da noite do que do horário, consumimos mais de 20 minutos para vencer os 14 quilômetros de curvas numa topografia bem acidentada, que separam estas duas cidades, com as mesmas origens germânicas, sendo que esta oferece uma condição melhor de hospedagem, até pelo fato de fazer parte do circuíto religioso de Santa Catarina, uma vez que o Santuário Mariano e a Gruta de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, são pontos de visitação daqueles que aqui aportam em busca dos milagres motivados pela fé que cada um traz nos seu coração.

Nos hospedamos no complexo religioso da Irmãs Salesianas de São José, no hotel muito bem cuidado, dentro daquele espírito de silêncio e de carinhos nos pequenos detalhes da propriedade que nos aquietou os espíritos, ainda agitados por conta do acidente com os nossos amigos.

Aproveitamos este espaço de muita paz para pedir pronto restabelecimento e coragem para que a moto continue sendo a extensão dos corpos destes queridos que nos fazem falta neste momento.

Total percorrido : 330 km - Total geral : 1.128 km
Aprochegue-se Fazedor de Chuva!
Última edição por Dolor; 28-06-12 às 02:40.
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Que susto! Espero que estejam todos bem e certamente voltarão a ativa, que não seja um tombo o inibidor destas inquietas almas...
Dolor os primeiros socorros sem dúvida foram muito importantes imagine o casal sozinho neste momento, é a terrível dúvida que paira sobre o pesamento de viajarmos em apenas uma moto para Ushuaia, sem companheiros...
Pois então, até este post estamos empatados, quem sabe seu computador pode acabar travando para que eu possa aproveitar por mais alguns minutos essa vantagem, brincadeiras a parte, mas está competição sadia realmente anima o desafio.
Tenho uma reclamação, não gostei da qualidade das fotos, estou te achando muito econômico, quem sabe mais uns "dez centavos" de resolução, assim poderemos ter uma melhor visão dos detalhes que envolvem cada uma destas fotos.
Grande Dolor e Angela, parabéns pela viagem e novidades, ainda não pude conhecer Angelina, mas parece uma bela cidade.
Edison e Mauren, desejo melhoras e até breve, nos vemos na estrada!
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Acabei de conversar com o Edison, que se sente bem melhor, apesar do braço na tipóia em função da fratura na clavícula e da Mauren, com o dedo mindinho imobilizado.
O importante é que estão muito animados na contagem regressiva para o restabelecimento do contato com a moto.
Abs
Dolor
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O recomeço - 22-06-2012
No fim tudo conspirou positivamente, pois a paz deste hotel aqui em Angelina, soube nos reequilibrar e apesar de continuarmos com a imagem do acidente muito nítida nas nossas mentes, conseguimos nos recompor depois de havermos jantado uma canja deliciosa, preparada com muito carinho pelas pessoas que nos atenderam.

Quanto ao sono, depois da adrenalina ter voltado para o "tubo" conseguimos descansar muito bem até sermos apresentados no salão de café para uma tigela de nata, fresca, fresquíssima, preparada pelas Irmãzinhas, que devem ter se assustado com o apetite destes viajantes.
Eu só pensava que como as vacas eram vegetarianas a nata deveria ser do tipo "light"..
A ansiedade pela estrada nos empurrava portão afora, sob as bençãos do céu em forma de chuva forte e intermitente que de maneira nenhuma nos assustava.

Estreando roupas, capacete, botas, lenços, enfim, com exceção das luvas, estávamos tinindo de novos e satisfeitos com o resultado da Spidi Ergo 05, equipamento que começamos a usar em 1.999 e que não tivemos coragem de trocar por outra marca, dada a confiabilidade e qualidade do produto.
Impecável e completamente impermeável!
Entretanto, o mesmo não podemos dizer da BR 282 que nos traz para este meio oeste catarinense, padrão terceiro mundo, com manutenção, sinalização e acabamento digno de nós índios, maltratados e desrespeitados.

Um passo em falso e a morte pode estar num desses buracos assassinos, a mando de quem deveria ter a responsabilidade de cuidar, pois são pagos para isto.
Lastimável e nos cria um ambiente de inseguridade, principalmente sob chuva, cerração e a noite.

A compensação foi o nosso almoço na Churrascaria Quero Quero, em Campos Novos, depois de um tiro de pouco mais de 300 quilômetros, onde saboreamos uma carne, simplesmente, dos deuses.
Depois de purificados no hotel das religiosas, na primeira oportunidade já voltamos ao pecado, desta vez, o da gula.
Divina carne!
013/293 - Ibiam
E como digestão, nada melhor do que "motocar", que nos levou a conhecer a pequena Ibiam, que mantém todas aquelas maravilhosas qualidades ítalo germânicas, com menos do que 2.000 habitantes, sendo somente 450 na área urbana, que com o devido respeito, nunca ouvíramos falar e que bem na hora da foto, tivemos o prazer de conhecer o prefeito Nelson Grassi, que gentilmente posou conosco e nos ofereceu um café em seu gabinete.

Uma gentileza!
Começamos a perceber, paradoxalmente, as vantagens e o crime que foram cometidos com relação a estrada de ferro, responsável pelo desenvolvimento de boa parte do planalto catarinense.
Até hoje não entendi o porque do desmonte da malha ferroviária que distinguia Santa Catarina de boa parte dos outros estados da federação.

Em qualquer país sério, os responsáveis ainda hoje estariam na cadeia.
Bem impressionados com esta Santa Catarina aqui muito bem representada por Ibiam, infelizmente, tivemos que partir rumo ao nosso destino de Valentes Fazedores de Chuva, deixando as nossas melhores impressões por esta agro pecuária cidade.
014/293 - Tangará - Terra dos Bons Vinhos e do Vôo Livre
Com menos de 10.000 habitantes, também teve o seu desenvolvimento impulsionado pela estrada de ferro, cuja sede, hoje serve como endereço para a Secretaria de Turismo do município,responsabilidade da Lisiane, que nos deu o prazer da sua simpatia e graça, aos nos receber com tanta atenção.
Também localizada no Vale do Rio do Peixe, originariamente fora batizada com o nome de Rio Bonito, pela linda localização na curva do rio, para mais tarde ser reconhecida com o atual nome, o mesmo do pássaro que lhe empresta o nome, que por curiosidade, não é típico da região.
Ou é?

Dá pra entender?
Nós também não!
Também fomos bem recebidos com muita hospitalidade pelo nosso novo amigo em Tangará, o motociclista Wilson Martini, que deverá nos visitar em breve.

Seja muito bem vindo, Martini!
A registrar que o primeiro vôo de asa delta no município de Tangará, foi feito pelo Rodolfo, o nosso GCFC Presidente, que se lançou de cima do Morro Agudo.
Um destemido!
015/293 - Pinheiro Preto - Capital Catarinense do Vinho
Oriundo do desmembramento de parte de Tangará e parte de Videira, tomou o nome de um velho pinheiro que resistiu as queimadas, também teve o seu ponto de partida nos trilhos da estrada de ferro, que trouxe os primeiros colonos tanto italianos quanto alemães, que se ocuparam desde o seu início, das atividades agrícolas, com ênfase para a fruticultura e claro, para as uvas, ainda não chegou em 3.300 habitantes.

Aqui tivemos o prazer de conhecer o Leandro, da Epagri, que nos brindou com um ótimo mapa de Santa Catarina, que nos será de grande valia e utilidade a partir de agora.
Vergonha termos saído sem um mapa do estado que estamos visitando.

Cheios de coragem resolvemos encarar os 7 quilômetros que a separam de Iomerê, por uma estrada de terra, quero dizer, lama, que após os primeiros dois mil metros, tivemos que colocar a espada na bainha e voltar, sob pena de irmos para o chão de tão lisa e lamacenta que estava a dita cuja.
016/293 - Ibicaré - A Capital do Rodeio
Como abortamos o caminho que nos levaria para a grota, resolvemos ir para Ibicaré, com os seus 3.400 habitantes, cujo nome em tupi-guarani, significa, “chão torto”, “curva de terra” ou “morro”.

Ibicaré nos pareceu uma cidade calma, onde aparentemente, os moradores não precisam trancar portas nem janelas.
Ainda se respira aquele ar de tranqüilidade, característica de todas estas cidades por onde temos passado, de um passado que já nos parece muito distante.

A suinocultura e a avicultura são marcas registradas não só aqui desta cidade, como de toda a região, cujo odor no ar por onde se passa, é bem característico.
017/293 - Treze Tílias - O Tirol Brasileiro
Com pouco menos de 6.500 habitantes, é decididamente uma cidade que vale a pena ser visitada. Já se nota a diferença assim que se põe os pés na fronteira do município, com as casas adquirindo uma arquitetura diferenciada das demais, amplas avenidas, povo bonito, alegre e educado.

Dá gosto vir com a família e passar alguns dias neste pedacinho da Aústria brasileira, que deve o seu nome à uma árvore daquele país.
Ficamos muito bem instalados no Hotel Tirol, bem no centro da cidade, por um preço honesto de R$142,00, com direito a um espetacular café da manhã, que só não aproveitamos como deveríamos porque a coceira de seguir em frente é grande, porém, prometemos para nós mesmos, que voltaremos para alguns dias de descanso.

Fica aqui a sugestão para quem procura um lugar agradável, bonito e educado para ficar com a família, em lua de mel ou simplesmente, lagarteando.

Total percorrido : 433 km - Total geral : 1.561 km
Finalizando, somos vibração pura com esta imersão em Santa Catarina.
E olha que falta coisa pra caramba!
Última edição por Dolor; 28-06-12 às 09:28.
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Alta produção - 23-06-2012 - Parte um
Jantamos bem, dormimos melhor ainda e acordamos com a corda toda, mesmo que o cedo para nós seja alguma coisa entre 10 e 11 h, até porque, sinceramente, não saímos de casa para viajar sob a ditadura do relógio.

Queremos a democracia da vadiagem, do desperdício do tempo, queremos viver sob o império do lagarto, como bem dizem os nossos "peixerinhos", esquentando o sol, principalmente hoje que o rei mostrou ao que veio, reinando num céu azul brilhante depois de vencer as poucas e mal humoradas nuvens, que ainda ousaram se apresentar.

Sem pressa, pensamos, hoje vamos arrebentar a boca do balão, uma vez que estávamos nos situando melhor aqui nesta região do meio oeste catarinense, ao mesmo tempo em que começamos de verdade, a avaliar a dimensão que uma empreitada como esta do Valente Fazedor de Chuva, se agigante neste desafio.

Não é coisa pequena, não!

Para encerrar o capítulo a respeito de Treze Tílias, lembramos mais uma vez, da ótima opção que é um passeio com mais tempo aqui no Tirol Brasileiro, lugar de gente bonita, educada e hospitaleira.

Voltaremos!
018/293 - Água Doce - Terra dos Macagnan

A menção deste município como Terra dos Macagnan, é uma homenagem carinhosa que fazemos à esta família, cujo patriarca, de nome João, que foi seu prefeito, cedeu seu nome para a praça que fica em frente a prefeitura, e é também pai de um outro João, que por sua vez foi prefeito, só que de Itajaí, além de outros irmãos que ocuparam e ainda continuam ocupando cargos relevantes na administração de Itajaí.

Bem, voltando à Água Doce, a curiosidade a respeito desta pequena comunidade de menos de 7.000 habitantes, com forte descendência italiana e que vem diminuindo desde 1.970, se deve ao seu nome, cujo território enquanto pertencente a Joaçaba se chamava Encruzilhada, até que por conta de um pequeno incidente, quando os moradores da vila dirigiam-se em tropas para outro município, Marcelino Ramos, em busca de mantimentos, a mula de um dos tropeiros, carregada de açucar, caiu no rio, perdendo, naturalmente toda a sua carga, sugeriu a partir de então, que a vila passasse a se chamar de Água Doce.

Como toda pequena comunidade, circular pelas suas ruas depois do meio dia de sábado, principalmente quando havia um casamento na salão paroquial, é a mesma coisa que passear numa cidade fantasma, onde não conseguimos ver um pé de ninguém.
019/293 - Catanduvas
Sedia algumas unidades da BR Foods, responsável, seguramente, pela maior contribuição ao cofre municipal, uma vez que as plantas de produção de ovos e de rações, estão classificadas como as maiores da América Latina.
É força de ovo e de ração!

Quem deu o nome à cidade foi um tipo de vegetação existente a época da colonização, sendo que as variantes entre singular e plural deve ter sido um problema sério, haja vista que segundo informações colhidas, a diferença entre os grupos dominantes na área, deviam ter no "s" os diferenciais de poder, até que finalmente, a partir de 1.928, voltou definitivamente ao plural.
Ufa!
Faltou capricho na prefeitura que nos pareceu bem judiada, daí ficamos pensando, se a casa do prefeito está assim, como não estará o resto?
020/293 - Vargem Bonita
Aqui de vinte em vinte quilômetros vamos cruzando fronteiras municipais, todas elas, entretanto, dentro da área que foi motivo da Guerra do Contestado, quando Santa Catarina e Paraná, na condição de províncias, quase se mataram pela sua posse, que já era um desmembramento de São Paulo.

A respeito da origem do seu nome, ele vem da época em que os tropeiros usavam o local onde está assentado o município para montarem acampamento para dormir, junto ao encontro das águas de três riachos, que os inspirou pela beleza daquele lugar a se estabelecerem em definitivo na área, que hoje conta com pouco menos de 4.900 habitantes, que podemos dizer, numa avaliação bem superficial, nos agradou bastante.
Como toda região, tem na agricultura, suinocultura e avicultura o sustentáculo do seu desenvolvimento.
021/293 - Jaborá
Agora o pulo foi de trinta quilômetros, o suficiente para chegarmos a Jaborá, outra pequena comunidade de pouquinho mais de 4.000 habitantes, cujo teor de documentos da época anterior a Guerra do Contestado, dizia textualmente, que as pessoas que quisessem morar aqui, o fariam por conta e risco próprio, uma vez que a lei que imperava na época era a da Winchester.

É mole?

Também tivemos ótima impressão dessa comunidade que nos pareceu muito bem cuidada, restando como na maioria dos nomes com origem tupi guarani, peleias incríveis entre os intelectuais, que neste caso, se polarizaram entre duas vertentes, daqueles que dizem ser o nome de uma planta, e do outro lado, os que afirmam o significado ser: "Aquele que faz".

Está aberta a discussão!
022/293 - Lacerdópolis
Num pulo de pouco mais de 50 quilômetros chegamos a Lacerdópolis, que também tivemos o prazer de ouvir pela primeira vez, com seus 2.200 munícipes, homenageou o ex governador do estado, Jorge Lacerda, que durante a década de constituição do município, sofreu um acidente de avião na região de Curitiba, com outras personalidades do estado.

Não entendi muito bem a homenagem uma vez que a cidade foi emancipada em 1.963 e o governador morreu cinco anos antes, bem....vá se entender a cabeça dos políticos de plantão na época!

Encontramos uma prefeitura muito bem cuidada e como as demais cidades da região, a economia está estribada na agricultura e na pecuária, especialmente na suinocultura.

Total percorrido 141 km - Total geral : 1.702 km
Estamos animados e adorando estar na estrada!
Última edição por Dolor; 29-06-12 às 00:24.
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Então G.C.F.C. ficamos para trás, é uma pena pois gostaria de ter mais tempo para rodar, enquanto isso posso virtualmente acompanha-los em suas aventuras, assim como as da F.C Cristal que deu novos passos ao encontro da honra de tornar-se uma Valente Fazedora de Chuva, talvez a primeira mulher a concluir esta façanha.
Gostaria de rodar neste final de semana, mas tudo indica que será cheio de compromissos em Rio do Campo, entre eles a reunião do M.C. Chacal da Serra que deverá ocorrer no sábado dia 30-06-2012 as 13:00 horas nos fundos Pizzaria Di Roma, onde pretendemos montar nossa sede.
Agora uma dúvida onde está Joaçaba? Ela está marcada no mapa mas fora de seus relatos, ou você está fazendo um terrorismo psicológico e não pretende nos mostrar as novidades desta cidade por enquanto, ou por acaso não passaram na “capital” desta microrregião. O que houve?
Até agora foram 22 cidades. Vai deixar Rio do Campo para o final de Julho ou pretende visitar a cidade sem a minha presença? Os aguardamos para juntos registrarmos esta pequena cidade...
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Jhonny, Rio do Campo será saboreada como uma especiaria.
A respeito da Cristal, realmente, será uma alegria certifica-la como a primeira Valente Fazedora de Chuva da história, façanha pra lá de insana, digna de uma legítima aventureira, que guarda dentro do coração toda esta magia da descoberta, dos novos horizontes, enfim, do alinhamento para que as conspirações sejam positivas.
Ela nem faz idéia da torcida que ela tem!
A Cristal, como todos nós, depois das façanhas que estamos empreendendo, nunca mais seremos os mesmos, e voltaremos para casa, todos, melhores do que quando partimos.
Esta tem sido e esta é a regra dos Fazedores de Chuva.
Aprocheguem-se Fazedores!
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