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- VFC Amazonas. Expedição Complexo Amazônico, uma viagem por todos os municípios do AM.
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39/62: Fonte Boa, 03/07/2024.
Saindo de Jutaí, o Banzeiro parou na frente da cidade de Fonte Boa às 4:30 da manhã, nessa cidade o porto fica distante da sede, um pouco mais de 5 km, então tivemos que ficar no porto, no escuro, sozinhos, a sorte que havia uns barcos parados por lá, armamos nossas redes em um deles, mas, 5 minutos depois nos levantamos e saímos de lá, uma chuva de Carapanãs (pernilongos) gigantescos nos atacaram... Pegamos nossas redes e mochilas e fomos andando em direção da cidade, não demorou muito passou um carregador em um triciclo e nos ofereceu carona, ufa! Chegamos na cidade ainda estava escuro, procuramos uma pousada e nos hospedamos. Depois saímos pra andar na cidade e fazer os registros, estávamos cansados, mas conseguimos garimpar uma passagem naquele mesmo dia em um barco menor para a próxima cidade, descendo o grande rio...

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40/62: Alvarães, 04/07/2024.
Saímos de Fonte Boa às 17 horas, sentido Alvarães em um barco chamado “vale quem tem” (risos) não demorou muito um temporal se armou no céu... Ventos laterais faziam o barquinho tremer, pessoas já chorando... Meu Deus! Adrenalina total e medo de morrer no fundo do grande rio... rsrsrs, depois de um tempo a chuva passou e as coisas acalmaram, dormimos em nossas redes, às 4 horas nos assustamos pois o vale quem tem estava passando em frente Alvarães, correria! Ingrid gritou pro pessoal esperar, quase chorando que íamos descer... Arrumei tudo mais que depressa e pulamos em uma voadeira onde o rapaz nos deixou no porto da cidade. Ainda era escuro, subimos pra cidade e deixamos o dia clarear, quando isso aconteceu, que surpresa! Que cidade limpa e organizada, ruas impecáveis, fomos ao mercado tomar café, tudo fresquinho e barato, muita fartura.

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41/62: Uarini, 04/07/2024.
De Alvarães, conseguimos uma lancha no mesmo dia pra cidade de Uarini, cidade essa famosa por suas farinhas ovinhas, só encontradas por lá (nessa região). Chegamos em Uarini por volta de meio dia, ficamos lá apenas 1 hora pois a lancha sairia às 13 horas. Tempo suficiente pra andarmos na cidade, fazermos os registros e testemunharmos que ainda existem pessoas boas nesse mundo. Fomos comprar farinha em uma taberna, compramos e perguntamos onde vendia comida, pois estávamos sem almoçar, quando a senhora nos diz: Tem peixe cozido aqui pronto, entrem e venham comer com a gente. Nos serviu uma maravilhosa caldeirada de Tambaqui, peixe típico do Amazonas. Ficamos felizes com a bondade e simplicidade dela, afinal, a maioria dos amazonenses são assim, em seguida retornamos para Alvarães.

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42/62: Maraã, 05/07/2024.
Pegamos uma lancha em Alvarães com destino aos municípios de Maraã e Japurá, deixamos o grande rio por um momento pra adentrar em um importante afluente: O rio Japurá. Chegamos em Maraã por volta das 11 horas, Ingrid sempre boa negociadora, conversou com o senhor que conduzia a lancha, explicou toda situação e ele concordou em nos esperar ir na prefeitura fazer os registros, contanto que fossemos rápidos. Pra nossa sorte, a prefeitura e letreiro da cidade eram bem em frente ao porto. Em 5 minutos tínhamos resolvido a parada, voltamos para lancha e seguimos em direção ao município de Japurá.

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43/62: Japurá, 05/07/2024.
Chegamos em Japurá por volta das 16 horas, cansados, mas, animados! Fomos andar pela cidade e senti-la, presenciamos forte presença de garimpeiros no local... Descobrimos que ali era cidade que tudo girava em torno do garimpo, o lugar em si não era dos mais cuidados, vimos pobreza lado a lado de riqueza, conversamos com pessoas, comemos um lanche, fizemos registros e fomos dormir em uma pousada, no dia seguinte pegamos a mesma lancha que viemos pra fazer o longo caminho de volta. Gostaríamos de destacar a preservação do rio Japurá, rio este, que sempre esteve no nosso imaginário, tanto por sua distância, quanto por sua importância para o Estado, onde não presenciamos nenhuma atividade antrópica em suas margens... Nada de gado, nem devastação, apenas o verde perene da floresta amazônica.

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44/62: Tefé, 06/07/2024.
Saímos de Japurá às 6 horas da manhã e chegamos em Tefé por volta das 16 horas, de volta ao Rio Amazonas, popularmente conhecido como Solimões. Ingrid mais uma vez negociou com o piloto e dono da lancha pra irmos rápido nas prefeituras da cidade, enquanto descarregavam algumas coisas, fomos na primeira prefeitura, um prédio histórico imponente na beira do rio e depois o moto táxi nos levou na atual. Tefé respira história, desde o tempo de colonização, com umas casas e prédios com arquitetura interessante. Além de ter a reserva biológica de Mamirauá, famosa pela preservação e manejo de um dos maiores peixes de água doce do mundo, o Pirarucu. Voltamos para lancha e seguimos viagem rumo a Coari, cidade da sequência do grande rio.
Antiga Prefeitura.
Atual Prefeitura.
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45/62: Coari, 06/07/2024.
Chegamos em Coari por volta das 20 horas, nessa tivemos que ficar, pois a prefeitura ficava um pouco distante do porto e não daria para ir e voltar em tempo hábil. Achamos até melhor, pois pudemos dormir bem em um hotel, acordar tranquilos, tomar café e ir bater perna na cidade, fazer registros e ir ao porto, garimpar outra embarcação para a próxima cidade, que seria Codajás. Coari se destaca pela extração de gás natural e petróleo, sendo a principal fornecedora desses recursos pra Manaus e de lá, outros lugares do país, o curioso é que o gás vai até Manaus por dutos que atravessam a selva e rios e se chama: Gasoduto Coari-Manaus.

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46/62: Codajás, 07/07/2024.
Chegamos em Codajás por volta das 15 horas, depois de termos perdido uma lancha em Coari e conseguido um barco grande e lento extremamente lotado, onde só conseguimos armar as redes em cima de sacos de farinha, faz parte. Codajás é conhecida como a Terra do açaí, a cidade é toda nessa temática, tendo estátuas dos colhedores do fruto pela cidade e muitos pés de açaí em vários lugares, inclusive dentro do terreno da própria prefeitura. Achamos bonito e legal demais tudo isso... Conhecemos bem a cidade, dormimos por lá e no outro dia pegamos um barco tenebroso rumo a Manaus.

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47/62: Manaus, 15/10/2024.
Dizem que em casa de ferreiro espeto é de pau, pois bem, deixamos pra fazer o registro da prefeitura de Manaus já com boa parte do desafio feito... Postergamos, mas no dia 15/10 fomos lá fazer o registro em um sol que só quem é de Manaus sabe como é... (risos) Manaus possui esse nome devido a tribo dos Manaós, é história pura, aqui já foi considerada a Paris dos trópicos, no período áureo da borracha. A tribo dos Manaós se destaca pela presença do índio Ajuricaba, que foi símbolo de luta e resistência, contra as mãos perversas do colonizador. Quando puderem, visitem Manaus.


Nosso Tupã em frente ao Teatro Amazonas.
Porto de Manaus na época da vazante (descida dos rios, seca, verão amazônico).
Quando o camarada Genghis nos apresentou ao Luís, que hoje é uma pessoa muito importante pra nós.
Apresentando o Jardim Botânico de Manaus pro Luís, onde tem a torre de observação que da pra visualizar uma parte da floresta dentro da cidade, por se tratar de uma APP.
Imagem vista de cima (de drone), divisão entre a floresta e o bairro Cidade de Deus em Manaus.

Aqui já planejávamos o último roteiro e o mais complicado também.
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48/62: Tapauá, 16/12/2024.
Bom, aqui começa uma parte crucial do projeto... iríamos percorrer os municípios mais distantes e mais COMPLEXOS do Estado, pois muitos são acessados apenas cruzando outros Estados, como Rondônia e Acre, sendo a maioria deles via BR 364 sentido Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, sim Mâncio Lima! Teríamos que voltar ao extremo oeste do Brasil para acessar alguns municípios do Amazonas. Juramos que isso foi meio que um martírio pra gente, uma vez cardeais FC, lembrávamos dos buracos da estrada até o extremo oeste... Mas, já não havia mais jeito, tínhamos começado e feito boa parte do Estado, tivemos que peitar e ir para aqueles rincões novamente. De cara, foi logo uma paulada, ficar 6 dias e 6 noites dentro de um barco pelo rio Purus junto com nossa moto e nossas redes, para visitar 3 municípios desse rio e depois seguir de moto para os demais. Saímos de Manaus no dia 14/12/2024 e no dia 16/12 ás 20 horas estávamos passando por Tapauá, cidade do médio rio Purus, o barco ficou por lá cerca de 1 hora, tempo suficiente pra pegarmos um moto táxi e irmos até a prefeitura de lá, muito organizada por sinal. Tapauá possui uma reserva ambiental, o que ocasiona uma fartura de peixes e quelônios.

Última edição por Júnior Eufrásio; 21-04-25 às 14:23.
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