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Buttazzi - Nascente e Valente SP
Vou iniciar este desafio Nascente com um planejamento de 6 etapas, acompanhado de minha esposa Marla e os parceiros de estrada Valdir e Ricardo, e como não pensar em conhecer e conquistar todo o meu estado natal, porque não ser Valente!, tenho certeza que existem muita história e lindas paisagens abaixo do meu bigode e quero curtir isso! e como não imaginar em um dia me transformar em um Lendário. Então vamos nessa............
“Meu rio, meu Tietê, onde me levas?
Sarcástico rio que contradizes o curso das águas
E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens,
Onde me queres levar?...
Por que me proíbes assim praias e mar, por que
Me impedes a fama das tempestades do Atlântico
E os lindos versos que falam em partir e nunca mais voltar?"
Mário de Andrade
Qualquer cidadão, paulistano ou não, sente-se gratificado ao observar fotografias históricas do rio Tietê. Sua descoberta e seu tombamento instigam a memória e retratam a evolução da sociedade paulista.
A história da descoberta da nascente começou durante a comemoração do IV Centenário de São Paulo, em 1954. A Sociedade Geográfica Brasileira organizou uma expedição pelo rio Tietê, com o objetivo de revelar ao Estado uma grande descoberta: onde nascia o rio. Após estudos e mapeamentos, chegou-se a fonte, no município de Paraibuna (conforme documentos da época), em terras pertencentes a Joaquim Antônio Pinto, mais conhecido como “Joaquim Chaves”, pecuarista da região. Paraibuna faz divisa com Salesópolis, que hoje, abriga oficialmente a nascente.
O tombamento da nascente, voltada para a recuperação e preservação de um bem tão importante ocorreu em 21 de fevereiro de 1990. A área, que passou por herança à Deolinda Maria Francisca Pinto, esposa de Joaquim e, posteriormente, com seu falecimento, aos seus oito filhos - sob a responsabilidade, da filha Terezinha Pinto Ramos - foram efetivamente desapropriadas em 1996, para a implantação do Parque Nascentes do Tietê (22 de setembro de 1996, Dia do rio Tietê).
O rio Tietê nasce a uma altitude de 1.030 metros da Serra do Mar, no município paulista de Salesópolis, a 22 km do oceano Atlântico e a 96 km da Capital. Ao contrário de outros rios, ele subverte a natureza: como não consegue vencer os picos rochosos rumo ao litoral, em vez de buscar o mar - o Tietê atravessa a Região Metropolitana de São Paulo e segue para o interior do Estado, até o município de Itapura, em sua foz no rio Paraná, na divisa com o Mato Grosso do Sul, num percurso de 1.136 km.
A nascente do Tietê, apesar de encontrada num passado recente, possui importância histórica e econômica diretamente relacionada às conquistas territoriais, realizadas pelos Bandeirantes que desbravavam os sertões, fundando povoados e cidades ao longo de suas margens.
O lançamento de esgotos industriais inicia-se a 45 km da nascente na cidade de Mogi das Cruzes. Na zona metropolitana o rio encontra o mais complexo urbano-industrial do país, e conhece um de seus trechos mais poluídos, a foz do Tamanduateí.
São Paulo e o Tietê estão intimamente ligados, pela história, pela geografia, pela cultura, e também pelas dificuldades. Símbolo da cidade, trata-se de um personagem fundamental durante os períodos econômico das bandeiras, monções, da cafeicultura e da industrialização.
Durante muitos anos, o rio foi a única via de acesso ao interior da província de São Paulo e, embora não navegável em alguns trechos, se tornou o caminho mais rápido para se atingir o Estado do Mato Grosso. Além de sua importância histórica, possui considerável significado econômico, ligado principalmente à produção de energia hidroelétrica imprescindível para o maior parque industrial da América do Sul. Também foi um local de lazer e entretenimento, porém, desrespeitado pela cidade, se transformou em “esgoto a céu aberto”.
As monções eram expedições fluviais povoadoras e comerciais que partiam do porto de Araritaguaba, na cidade paulista de Porto Feliz. A descoberta das minas nas cercanias de Cuiabá iniciou o período de grande euforia das Monções. Nessa época, o Tietê foi o caminho dos aventureiros que, em busca do sonho dourado, fundavam povoados à sua margem.
Na região da capital o rio permitia em muitos trechos a recreação, principalmente com os clubes localizados junto à Ponte Grande (hoje ponte das Bandeiras), durante muito tempo um “local pitoresco e aprazível”, onde grande parte da população desfrutou de momentos inesquecíveis. O Tietê ganhou fama como área de lazer, reunindo nos finais de semana centenas de pessoas ávidas por diversão.
O lazer combinava-se com a prática da pescaria e dos esportes aquáticos. Suas margens, acima de tudo eram um espaço de festa. Situados junto à Ponte Grande foram surgindo diversos clubes de regatas; como o Clube Esperia, o Clube de Regatas Tietê, Sport Club Corinthians Paulista, Clube Esportivo da Penha.
Com a construção das vias marginais, dos anos 40 até os 60, a harmonia existente entre os clubes e o Tietê foi progressivamente destruída. O alto índice de poluição obrigou os clubes de remo a abandonarem as competições no rio.
Nas primeiras décadas do século XX, desenvolveu-se o mito “São Paulo não pode parar”. Este processo de ocupação territorial e de industrialização ocorreu de forma “caótica”, não levando em consideração a sustentabilidade da cidade e sua qualidade de vida. O meio ambiente acabou sofrendo as marcas deixadas por esse “progresso”, com a ocupação de vales e escarpas, contribuindo para a impermeabilização dos terrenos; enchentes e poluição.
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