Projeto Alaska/2018-Castilho e Nara Motoviagem

[Castilho]

Para finalizar o desafio (GCFC), vou postar agora alguns detalhes da minha viagem solo ao Ushuaia em novembro de 2014...

O projeto de viajar ao Ushuaia para participar do Encontro Internacional de Motoviajeros patrocinado pelo Grupo Latitud 54 Sur, daquela cidade, já vinha me acossando desde 2013. Incentivado que fui pelo experiente motoviajero e Irmão Renato Lopes que, até semanas antes, estava disposto a me acompanhar. Infelizmente, Renato teve que abortar a viagem, então eu me larguei solo na aventura.
Com apenas três anos e meio de experiência no motociclismo, confesso que fiquei muito apreensivo mas, decidi ir mesmo solo.
Recebi com grande alegria e honra o comunicado do Renato de que ele, o Edson Steglich, o Dal Molin e o Cunha, todos Galdérios do Asfalto, iriam me escoltar até Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. Assim foi, chegamos em Livramento por volta das 13:00 h e nos despedimos num posto de serviços.
Parti para a aduana uruguaia em Rivera, que é muito eficiente naquele ponto da fronteira, rapidamente já estava riscando o asfalto (como diz o Edson Steglich) entrando assim na Argentina por Gualeguaychu. Cheguei por volta das 18:30 h, nesse dia foram rodados cerca de 780 Km.
Durante o jantar troquei “figurinhas” com o Willian Neves, da cidade de Rio Grande, que me falou do Museu do Fangio, em Balcarce, cidade perto de Mar del Prata...... resolvi seguir a dica do amigo e segui rumo a Balcarce, totalizando 730 Km naquele dia.
A cidadezinha é espetacular, tudo muito organizada e limpa, a praça central é linda, bem arborizada e muito bem cuidada; como era num domingo (16 Nov 14), centenas de pessoas se juntavam ali, pelos quatro cantos, para o lazer das crianças, para namorar e para o mate, que lá também é muito apreciado. Visitei o Museu, o local é muito bonito e limpo. Sob o patrocínio de algumas famosas montadoras e fabricantes de pneus o local possui todas as relíquias dos carros que Juan Manoel Fangio pilotou nos cinco anos em que foi campeão mundial de F 1 ......, possui ainda um espaço em homenagem ao nosso Ayrton Sena, que não negava ser fã do homenageado, no local tem várias fotos do Ayrton com o Fangio. Para os apaixonados pela F1, a visita ao Museu do Fangio é imperdível !!!!

Dia seguinte, tempo bom, previsão de rodar mais uns 730 Km até Viedma. Parti cedo rumo a Necochea mas nem tudo é perfeito, chegando em Necochea a estrada para Três Arroios estava interrompida por causa das enchentes, para pegar a RN 3 novamente teria que ir para Benito Juarez, tendo que rodar uns 150 Km a mais do que o previsto...... vamos lá...... segui então para Benito Juarez.... como nada é tão ruim que não possa piorar, por volta da 10:00 h o vento começou a “bater” forte, em rajadas.... eu nunca tinha passado por aquilo, fui reduzindo a velocidade até estar pilotando com confiança, rodando a 50/60 Km/h..... cheguei em Benito Juarez por volta das 12:30 h, faltando uns 600 Km para chegar no objetivo do dia..... e o vento continuava, cada vez mais forte, mas, chegando na RN 3, com a pista mais larga e com acostamentos melhores pavimentados, me senti seguro em aumentar a velocidade para 80/90 Km/h .... assim fui até Bahia Blanca, cheguei lá por volta das 17:00 h; pensei em ficar por ali, o vento era tanto que dificultava para enxergar as casas ao longo da pista por causa da poeira que levantava com as rajadas.... mas decidi seguir a diante, mais 280 Km, já que naquela região os dias já são mais longos. Segui na mesma passada que me sentia seguro na pilotagem, sozinho não se deve errar..... confesso que não faria de novo, arrisquei muito, deveria ter parado em Bahia Blanca....... cheguei em Viedma lá pelas 20:30 h.
Após o jantar fui pesquisar o tempo para o dia seguinte, seguindo as orientações do Mano Renato Lopes, sobre o horário dos ventos. O macete é mesmo sair bem cedinho, antes mesmo das 06:00 h da manhã.
E assim foi...... às 06:00 h do dia 18 Nov 14 eu já estava rodando, tudo muito calmo, sem vento, pista limpa, e “cabo enrolado” nos 120/130 Km/h, sem medo de ser feliz...... o destino do dia era Caleta Olivia....seriam em torno de 950 Km. Pontualmente as 13:00 h o vento começou a rajar forte novamente......velocidade baixando, agora, já mais confiante, para 90/100 Km/h...... mas muita, muita força nos braços para segurar corretamente a MLN 1102 (Minha Linda Nara). Por volta das 18:30 h chegava em Comodoro Rivadávia e o vento não dava sinais de trégua..... decidi não seguir
os 75 Km até Caleta Olivia..... não incorrendo no erro do dia anterior; Rodei 870 Km até ali.... fui jantar num “comedor” muito bom ali pertinho e dormi muito bem, não sem antes consultar a situação dos ventos no dia seguinte.
Dia 19 Nov 14, quarta feira, o destino era Rio Gallegos, 780 Km; bem cedinho, antes mesmo das 06:00 h já estava na estrada para aproveitar a calmaria. Parei em Caleta Olivia para tomar café, depois pista limpa, vento suave e “cabo enrolado” na mesma velocidade do dia anterior, até pontualmente às 13:00 h, quando o danado começou a rajar de novo, bem forte como no dia anterior..... como nada é tão ruim que não possa piorar, depois de Comandante Piedrabuena, lá pelas 15:30 h, o tempo começou a piorar, agora com chuva......e, em alguns trechos, com gelo; o engraçado é que o gelo caía por uns 2 ou 3 minutos, depois parava e vinha só chuva, dali a pouco vinha mais uma onda de gelo....... aí o “bicho pegou”, temperatura beirando os 7 graus, vento e chuva..... e foi assim, até chegar em Rio Gallegos........ por volta das 18:30 h, exausto novamente.
Como já de praxe, depois do jantar fui consultar o “amigo tempo” da região e, de novo, sair cedo era primordial.
Dia 20 Nov 14, quinta-feira, seria a minha última “pernada” para chegar ao objetivo, previstos 590 Km. Às 06:30 h da manhã já estava rodando, teria pela frente a passagem de transbordador pelo Estreito de Magalhães, quatro Aduanas para despachar e o temido rípio para chegar em San Sebastian. O dia seria duro, mas, saíndo cedo o dia rende muito.
Passei sem problemas pelas duas primeiras Aduanas, que estão unificadas numa só edificação e, depois, pelo transbordador no Estreito de Magalhães; até então o vento não estava batendo muito forte.
Cheguei no rípio, após Serro Sombrero, às 13:30 h e o vento já estava mais forte. Foi a minha primeira passagem por estrada de rípio como motociclista, estava muito apreensivo mas determinado. Fiz a regulagem da MLN 1102 no modo enduro e dei um “aperto” no amortecedor de direção, mas não desci da moto, se descesse não conseguiria mais subir sozinho, cuidando muito para não deixar as luvas caírem......o vento já não dava trégua.
Aquele trecho em direção a cidade de Onaisin/Ch, que é de aproximadamente 50 Km, está sendo pavimentado, muitas partes já estão concluídas sendo permitido o trafego pelo asfalto, mas ainda interrompido em alguns pontos; perto das obras em andamento o rípio está muito solto, obrigando uma atenção redobrada. Depois, já no trevo de Onaisin para San Sebastian o rípio está bem compactado e o perigo diminui. São mais uns 50 Km até a Aduana do Chile e mais 10 Km até a Aduana da Argentina em San Sebastian, onde o asfalto começa novamente. Cheguei no asfalto as 15:45 h, foram mais de duas horas para percorrer os 90 Km de rípío. Ali existe um posto YPF e um hostal com “comedor” muito organizado, para quem sai mais tarde de Rio Gallegos é uma boa opção de pernoite mas, como é pequeno, pode-se não encontrar vagas. Parei ali para um rápido café e segui direto para Rio Grande. Saí de Rio Grande por volta das 18:00 h para os últimos 210 Km do roteiro de ida. O sol ainda estava alto. No meio do caminho parei novamente para um café na cidade de Tolhuin, já próximo ao Lago Fagnano. Os picos nevados do Paso Garibaldi já se mostravam imponentes e belos. Seguindo as recomendações do Renato Lopes, parei em alguns dos diversos “miradores” daquele trecho da estrada para fazer ótimas fotos e filmagens. A beleza daquela paisagem inóspita é indescritível.
Por fim, eram aproximadamente 20:30 h quando cheguei no Portal da cidade de Ushuaia, já se podia ver o sol beirando o horizonte; o pessoal do Latitud 54 Sur estava ali com uma estrutura de recebimento e acolhimento dos “viajeros”. Foi uma festa !! A felicidade de chegar “solo” até ali, sem encontrar nenhum brasileiro ou qualquer companheiro de viagem pelo caminho me deu uma enorme sensação de alivio e a satisfação de missão cumprida. Por instantes me senti o centro do Universo e, sem falsa modéstia, muito poderoso !! Depois das várias apresentações, conversas e muitas fotos, fui para o hotel, me instalei no hotel e fui tratar de jantar e descansar, a programação do 7º. Encuentro Internacional de Motoviajeros em El Fin Del Mundo era intensa.
Desnecessário se faz comentar as atrações da cidade, mas, o local imperdível sem dúvida é o Parque Nacional Tierra Del Fuego e lá, a Bahia Lapataia onde tem a famosa placa que indica o final da Ruta 3.

Para essa viagem mandei produzir um vídeo, um clip do vídeo e um slide show, que podem ser vistos no meu canal do Youtube:

- Clip do vídeo: https://youtu.be/sJcrqvyGaT8
– Vídeo: https://youtu.be/nq82_gPBA7Y
- Slide show: https://youtu.be/WXRjf1JbzxU

Algumas fotos principais estão aqui:

[Gilmar Dessaune]

Boa noite FC Castilho,

Caso desejar adquirir o kit de certificação seguem os procedimentos.

Lembrando que o kit é individual e opcional.

Procedimentos para certificação de desafios.

Os custos compreendem o kit (R$ 200,00) + despesas de envio (de acordo com o CEP e forma de envio).

São os seguintes passos:

a) postar todas as fotos conforme as regras do desafio;
b) informar o CEP de destino;
c) após receber a cotação definir qual será a forma de envio (PAC ou Sedex);
d) pagar o custo total (kit + envio) para conta a ser informada;
e) enviar comprovante do pagamento via WhatsApp;
f) aguardar conferência e eventual homologação;
g) informar dados complementares (serão solicitados no devido tempo);
h) aguardar chegada do kit pelos Correios.

Não existe mais homologação automática ao final do desafio, ela só é feita após o pagamento do kit + envio.

[Castilho]

Caros FC.
Em 2018, em função de uma queda que tivemos no Canadá, a Nara bateu muito forte o joelho que ficou muito dolorido e incômodo para subir/descer da moto. Chegamos até Fairbanks e nos preparamos para chegar em Prudhoe Bay, deixando grande parte da bagagem no hotel. Ao chegar no inicio da Dalton Hw eu abortei a ida até o destino programado. Nunca tinha andado no rípio com a garupa, estávamos sozinhos e o risco de uma queda tinha que ser considerado, poderia agravar ainda mais a situação da Nara. Ainda tínhamos todo o trajeto de volta pra fazer, planejando passar pela ACentral (na ida mandamos a moto de Bogotá para Miami). Assim foi feito, entretanto, a volta pela ACentral foi muito rápida e já estávamos relaxados quanto as regras do desafio pois, sabíamos que não o faríamos sem ter chegado a Prudhoe Bay. Nosso acervo de fotos e vídeos foi grande porém, quando enviei tudo para o profissional que editou o vídeo, clipe do vídeo e o slide show, devo ter extraviado todo o material, restando apenas umas 2.500 fotos no álbum do celular. Como militar, sei que as regras devem ser cumpridas por todos, principalmente porque elas existem para também evitar fraudes na homologação do desafio. Após minhas publicações, para completar agora em abril/24 o desafio GCFC, fui alertado para verificar as regras de postagem das fotos e organizar melhor as mesmas. Pois bem, procurei nos meus arquivos mas não encontrei fotos da nossa passagem pela Nicarágua e muito poucas fotos dos países da A Central. Vou então publicar agora as fotos necessárias, entendendo que, se não houver a homologação do feito não haverá problema. Um abraço a todos.

Ida:
1) Argentina:


2) Chile:


3) Perú:


4) Equador:


5) Colômbia:


6) EUA:


7) Canadá:

[Castilho]

Segue mais fotos:

8) Alaska:


Volta:

1) México:


2) Guatemala (Ruinas de Tikal):


3) Honduras (Ruinas de Copán):


4) Costa Rica:


5) Panamá:

[Gilmar Dessaune]

Boa tarde, agora, Grade Cacique Fazedor de Chuva Castilho,

Uma magnífica aventura que certamente daria um fantástico roteiro de filme. Espetacular!!!!

Tivemos de tudo um pouco, mas certamente a INSANIDADE foi o fator comum e que se destaca diante do resto dos atributos presentes em toda a jornada.

Afinal teve que lidar com as mais variadas situações até o sucesso final que teve contornos dramáticos por chegar ao fechamento do desafio no congelado extremo Norte das Américas sobre duas rodas com motor. Exponencial!!!

Momentos de sábia prudência (quando abortou a primeira tentativa de chegar a Prudhoe Bay) alternaram com outro tanto de momentos de extrema determinação e superação para superar uma pista totalmente congelada tendo que se adaptar à pilotagem jamais feita antes com a moto no gelo sob o rigor de temperaturas abaixo de zero grau.

Como costumo dizer: passarinho que acompanha morcego amanhece de cabeça pra baixo. Com você não foi diferente de compartilhar uma etapa com o fantástico Renato Lopes.

Também desfrutou quando a cia foi a sua amada Nara, outra guerreira insana aos extremos para o acompanhar e desfrutar tudo que viveram até onde foi possível chegar com a prudência sempre pertinente.

Certamente uma verdadeira odisseia com vários capítulos, sendo cada um mais dramático que o outro que elevou ainda mais o nível da conquista. Fantástico!!!!

Não é fácil fazer todo esse trajeto, mas sua competência, determinação, foco, resiliência, atitude, ousadia, insanidade e uma imensidão de AMOR, o fez lograr êxito em algo que "qualquer um pode fazer, porém, poucos o fazem...".

Entra de forma categórica para a Elite do Motociclismo Mundial, esse grupo de Adoráveis Insanos que viajam mundo afora em busca de emoções únicas proporcionadas pelas motos.

Nos deixa um legado maravilhoso e exemplo a ser seguido, pois provou que tudo é possível quando realmente se coloca em direção ao sucesso, superando todos os obstáculos e dificuldades, fatores que enobreceram por demais sua vitória.

É inspiração para muitos e por isso lhe agradecemos!!!

Desta forma, só nos resta colocar a foto que eternizará esse momento da homologação sendo escolhida a do Fim do Mundo como forma de representar o sucesso finalmente obtido.



E sob o seu nome o primeiro (e que primeiro) selo alusivo a uma conquista aqui no TFC.

Pode comemorar, essa vitória é sua e jamais lhe será tirada.

Que venham muitas outras, já sabemos de que metal é feito a isso nos compele a acreditar em façanhas magistrais.

Fica uma pergunta: vai voltar a Prudhoe Bay para a Nara também concluir o desafio??? (eu com meu balde de gasolina tentando apagar incêndio rssss).

Muito obrigado pelo entendimento das regras e por compartilhar conosco suas aventuras.

Mais uma vez PA-RA-BÉNS!!!!

Abração e bon voyage!!!!

Controle: Homologação nº 060/2024

[Renato Lopes]

Caro Brother Castilho e Nara. Que espetáculo de aventura! Parabéns pela narrativa e belas fotos, demonstrando de forma indelével os lugares incríveis que conheceram e curtiram de forma plena. Essa jornada não é para qualquer um, é preciso algumas virtudes para realizá-la, como determinação, desprendimento, coragem e muito equilíbrio emocional para enfrentar tanta diversidade. E o final, para a conclusão do GCFC foi muito top, e eu estava lá para testemunhar e participar dessa tua conquista. Merece todo o nosso reconhecimento e respeito. Fraterno motoabraço.