Rumo Norte
Dia 07 - 28/03/18
Rio Branco AC - Porto Maldonado PE
Saímos logo cedo da casa do Gordinho e da Ju, agradecidos da ótima recepção q nos proporcionaram e seguimos pelas precárias estradas do nosso país.
O trecho até Assis Brasil e cheio de buracos, não muito diferente dos q encontramos em Rondônia.
Os trâmites na imigração e aduana peruana foram rápidos, pois não pegamos fila. Mas esse “rápido” demorou aproximadamente uma hora....
Entramos no Peru, e as estradas mudaram completamente. Um tapete. Não fossem os 98 quebra-molas entre Iñapari e Porto Maldonado, teríamos chegado bem cedo lá.
Nos hospedamos no hotel Cabaña Quinta, já conhecido nosso.
Em 2012 fizemos uma viagem pelo Peru e Bolívia, e o trecho até Lima já é nosso conhecido.
Rumo Norte
Dia 08 - 29/03/18
Porto Maldonado PE - Cusco PE
Saímos cedo pois a empreita até Cusco seria grande. Embora a distância seja de menos de 500 km, a Cordilheira dos Andes com suas gostosas curvas fazem com q esse trecho consumam facilmente suas 10 - 12 horas de estrada.
Paramos para almoçar em Quince Mil, e seguimos abaixo de chuva para começar a sentir as deliciosas curvas.
Paramos em Marcapata para tomar um chá de coca e assim melhorar os efeitos da altitude, o tal Soroche.
Após Marcapata passamos pelo lugar mais alto desde trecho, Abra Pirhuayani com seus 4725 metros acima do nível do mar.
No caminho começou uma chuva de pedra, e qdo começou a se transformar em Agua paramos em um restaurante para colocar as capas. Aproveitamos para comer um cuy, prato típico do Peru.
Chegamos a Cusco as 19:00 já escuro e nos alojamos no hotel Aranjuez. Jantamos uma boa comida no restaurante em frente, Lá Quinta.
Já havíamos combinado com a Liza, nossa guia no Peru, e as 7:20 ela estava na frente do hotel para nós buscar.
Fomos até a estação de Ollantaytambo onde pegamos o trem da Inca Rail até Aguas Calientes, onde tomamos o ônibus até a belíssima Machu Picchu.
Era uma sexta feira santa e foi especial passar um dia Santo em um lugar sagrado como Machu Picchu.
Após o passeio guiado com o Pedro, muito boa gente é ótimo nas explicações, descemos novamente até Águas Calientes, e enquanto esperávamos nosso trem q sairia as 21:50 comemoramos com um belo jantar e cervejas no restaurante Inca Wasi.
Chegamos a estação de Ollantaytambo as 11:40 e nosso motorista Manoelito já nos aguardava. Até Cusco foram mais 1:20h, e as 1:00 da manhã estávamos no hotel.
Acordamos e fomos bater perna na plaza de armas de Cusco. Resolvemos turistar por um pedaço da manhã, pais-nossos destino de hj seria Chalhuanca a uns 300 km.
Como era sábado de aleluia, a catedral estaca fechada para visitações no período da manhã, pois a estação preparando para as comemorações.
Voltamos ao hotel batendo perna e “vivendo” um pouco do cotidiano cusceño.
Cusco é uma cidade grande com mais de meio milhão de habitantes, e sair da cidade é um caos.
Novamente seguimos curvando, curvando e curvando pela cidilheira dos Andes até Abancay.
Na cordilheira, normalmente as cidades ficam nas partes mais baixas. Mas esse “mais baixo” geralmente é entre 3.000 e 3.500 metros. A gente sobe para cruzar pelos “passos” e desce até alguma cidade, por todo o trajeto.
De abancay seguimos por uns 100 km por um vale muito bonito, margeando um rio, e nesse trajeto pudemos desenvolver um pouco mais a velocidade.
Nesse dia fizemos uns 300 km em 6 horas.
Chegamos em Chalhuanca ao fim do dia, e nos hospedamos no hotel Samay Wasy. Como era feriado, o restaurante do hotel não funcionava, e no dia seguinte (domingo de Páscoa) não haveria café.....
Saímos para jantar na praça e única coisa q havia era pollo com papas. Nao sei se é regra em Chalhuanca, mas nas pollerias não se vende cerveja. Comemos e na volta para o hotel paramos em uma “Tienda”, compramos umas cervejas e ficamos esperando dar hora de dormir jogando papo fora no saguão do hotel...
Acordamos cedo, sem café da manhã, e seguimos pelo vale por um bom trecho até começarmos a subir novamente a cordilheira.
Cruzamos o paso a maus de 4.000 mts e chegamos a cidade de Puquio, onde almoçamos.
Após, subimos novamente e atravessamos uma reserva ecológica chamada Pampa Galera. Fica em uma planície, onde vicuñas transitam normalmente, nos requerendo ainda mais atenção.
Nesse trecho a temperatura era de 4 graus nos seus 4.500 mts,... a sensação de frio é ainda maior, pois como é uma planície com bastante retas a velocidade e mais alta... Nesse trecho tivemos q usar as “orelhas de elegante” para proteger as mãos do frio. As luvas e aquecedores não foram suficientes.
Logo após começamos a descer para o deserto de Nazca e a temperatura aumentou bruscamente.
Paramos para retirar as proteções de frio e o Guta notou um vazamento no retentor do cardam de sua moto.
Seguimos viagem e logo encontramos a famosa Panamericana. Dois anos atrás havíamos percorrido boa parte dela, em seu trecho sul, na nossa viagem a Ushuaia.
Seguimos agora pelo trecho norte, e uns 7 km após a cidade de Nazca paramos em uma torre à beira da Panamericana para observar as famosas linhas de Nazca.
Mais uns 120 km e chegamos só nosso destino do dia, a cidade de Ica.
Nos hospedamos no Hotel Boutique La Angostura e fomos jantar às margens da laguna Huacachina, o único oásis natural das Américas.
Na noite anterior trocamos conversa no grupo dos Fazedores de Chuva a respeito do vazamento, e também com o Simon, Mecanico da BMW de Cuiabá, e achamos mais prudente verificarmos na concessionária em Lima.
Assim fizemos. Chegando lá diagnosticaram q deveria ser trocado o retentor do cardam. Aproveitamos e trocamos as pastilhas de freio dianteira e traseira da moto do Gustavo, e dianteiras da minha.
O Marco Galindo nos atendeu de imediato e foi muito atencioso. Gostamos muito do serviço dele, e por consequência, da concessionária.
Nos hospedamos no bairro de Miraflores e fomos ao shopping Lancomar jantar.
O trecho hoje não seria muito longo, aproximadamente 500 km, mas o trânsito de Lima e a cordilheira nos fizeram levantar cedo e pegar estrada.
Falando em trânsito de Lima, para se ter ideia ontem da concessionária ao hotel demoramos mais de 1:30 h para percorrer 8 km.
Como não poderia ser diferente, a saída de Lima tb foi caótica.
Seguimos pela Panamericana Norte, e próximo a Paramonga pegamos a direita rumo Huaraz.
Percorremos por um vale e logo começamos a subida.
Procurávamos algum restaurante para comer e trocar de roupa, mas não achávamos. O frio começou a ficar intenso, e paramos para colocar roupas e proteções.
Tocamos mais um pouco e paramos em uma vilinha para tomar uma sopa e comer uma trucha frita. Aí começou uma chuva fina q nos acompanhou até Huaraz.
Chegamos no fim do dia e nos hospedamos no hotel Santa Cruz.
Esse foi um dia daqueles q ficarão pra sempre na memória.
Acordamos, tomamos café e partimos até Yungay, a cidade soterrada. A história e triste, pois em 1970 um terremoto de 7,9 graus na escala richter, atingiu a região e os blocos de gelos das montanhas gerou uma avalanche q soterrou essa cidade com seus 20.000 habitantes. Apenas um pouco mais de 300 habitantes conseguiu sobreviver, pois correram para o cemitério para se abrigar, e esse foi o único lugar não atingido.
E tudo q foi soterrado como pessoas, carros e até mesmo o ouro q estava nos cofres do banco foram deixados assim e hj o local da cidade é um jardim.
Dai subimos novamente a cordilheira por 25 km de estradas de terra e ingressamos no parque Huascarán para conhecer a laguna Llanganuco. Seu verde é impressionante.
Descemos e almoçamos na Nova Yungay, e pegamos sentido Chimbote pois nesse trecho fica o famoso Cañion del Pato.
Esse lugar era o mais aguardado pela gente, pois é um trecho muito perigoso e bonito.
Com seus 39 túneis, e abismos essa estrada é considerada uma das mais perigosas do mundo, inclusive sendo reportada nos episódios das “estradas mortais” do Discovery.
Já no fim do dia chegamos em Chimbote e nos hospedamos no Hotel Brilia, onde jantamos.
Um dia de Panamericana.....
Acordamos, tomamos café no hotel e pegamos proa Norte.
Passamos por Trujillo e Chiclayo. Esse trecho foi muito moroso, pois a Panamericana passa dentro de varias vilas e cidades.
As maiores são as mencionadas acima.
Trânsito daqueles, típicos do Peru. Buzinas, tuc-tuc, e um querendo ser melhor q o outro....
Após Chiclayo a estrada ficou desértica e a pista dupla fez a viagem render.
Uma dica aos desavisados. Não vi nenhum posto nesse trecho. Logo, quem estiver planejando vir pra esses lados, atentem para a autonomia.
Chegamos fim do dia em Piúra, uma cidade grande e que nos surpreendeu.
Trânsito nem precisa falar né!?
Nos hospedamos no hotel Casa Andina, q pra nossa surpresa tinha um bom restaurante.
Esse será nossa última noite no Peru.
Amanhã ingressaremos no equador.
Algumas considerações a respeito do Peru:
A maioria das estradas do Peru são pedagiadas, mas moto não paga. Basta tomar a direita nas praças de pedagio, onde existe um acesso para as motos passarem.
A policia carreteira está sempre presente nas estradas. Hora fazendo abordagens, hora apenas com a viatura parada as margens da rodovia, em vigilância.
Em nenhum momento nos abordaram, apenas víamos abordarem carros e motos pequenas.
O câmbio nesse período foi:
1,00 novo soles compra 0,90 reais (isso mesmo. Nosso real vale menos...)
1,00 dólar compra 3,21 soles
A gasolina varia de 10,00 a 15,00 soles o galão, ou seja 2,7 a 4,0 soles por litro. (1 galão = 3,78 litros)
Como de costume, tomamos café no hotel e saímos.
A saída de Piúra foi relativamente rápida, embora o trânsito seja o típico do Peru.
Passamos por Tambo Grande, e seguimos com destino a Macará primeira cidade no equador.
Conforme íamos avançando pela Panamericana Norte a vegetação ia mudando do árido para o verde, e começamos a subir aos poucos...
Fomos abordados pela polícia peruana (não a carreteira) na fronteira. Nos pediram passaportes, documentos da moto e nos liberaram.
O trâmite na fronteira foi relativamente rápido, o q demorou mais foi ter q aguardar por mais de meia hora a chegada de folha A4 para o pessoal do equador imprimir o documento de ingresso das motos no país. Aproveitamos e “almoçamos” algumas bananas q Gustavo comprou no Peru, enquanto aguardávamos. Após 1:30 h estávamos novamente na estrada.
Paramos em um mercadinho para trocar os soles por dólares (moeda do equador é o dólar americano).
A vegetação mudou para uma mistura de floresta equatorial, e montanhas e assim seguimos até Cuenca passando por Loja, hora subindo, hora descendo e em constantes curvas. Mas essas curvas são um pouco mais abertas q as da cordilheira peruana e a viagem rendeu mais.
Chegamos a Cuenca já escuro com um congestionamento enorme.
Gustavo estava na frente e foi cortando pela direita, como as poucas motos q vimos no equador fazem.
Nos hospedamos no Fórum Hotel, no centro histórico. Gustavo e Mirian estavam com saudades de entrar em um Fórum... rsrs
Passeamos por lá e jantamos no El Mercado.