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Apuí e suas cachoeiras maravilhosas, banho de rios e a preparação da moto, levantamento do para-lama, tendo em vista as dificuldades com o massapê, nos pneus.
Chegamos a Humaitá e trocamos o óleo e filtro das motos, para finalmente no aventurarmos até Lábrea, cidade onde termina a BR-230.
A cada instante as pessoas nos informam das dificuldades, que não são poucas e muitas vezes intransponíveis para alguns.
Mesmo assim, continuamos.
Última edição por David Medeiros; 13-05-17 às 18:33.
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Esse último trecho da transamazônica, foi deveras o mais difícil e doloroso. Humaitá a Lábrea é realmente um desafio para poucos, ainda mais neste período chuvoso.
A primeira queda aconteceu ao perder o controle da moto em uma rieira e fiquei com o pé direito preso as bagagens. Precisei de muita tranquilidade e agilidade para com a impulsão da perna esquerda liberar a direita. Para levantar a moto não sei onde fui buscar força hérculea, pois a moto esta inclinada para a parte externa da estrada. Consegui quase sem folego e o coração disparado.
A segunda queda a mais ou menos sessenta por hora, caí com muita força nas costas e cabeça. Pensei que fosse perder os sentidos, mas não. As dores nas costas foram quase que imediatas e a respiração ofegante e curta mostrava que eu não estava bem. Fui ajudado pelos companheiros e seguimos. A dor aumentou e chorei com intensidade e todo o tempo chamava por minha mãe, já falecida. Parecia uma criança desesperada. Depois fiquei sem entender porque nas piores horas só lembramos e chamamos por elas.
Em Lábrea as dores se intensificaram e fui ao hospital para exames de raio x e uma avaliação médica. Ainda bem não tinha quebrado uma costela. Sofri forte torção do obro direito e machuquei a coluna, costelas e sua musculatura.
Continuei toda a viagem e agora, enquanto escrevo, ainda sinto dores nas costas e ao lembrar de tudo, meus olhos lacrimejam pela emoção da conquista e a lembrança de minha eterna e amada mãe.
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Valeu a pena conhecer Lábrea. Cidade tão isolada e tão mimosa. Muito linda e de um povo maravilhoso.
Chegava a hora de voltar e imaginar enfrentar todo o caminho numa situação ainda pior, pois havia chovido por dois dias e as notícias não eram animadoras, mas mesmo assim seguimos adiante, para continuar nossa viagem, tendo agora como destino a BR-319, que nos levaria, ou não, até a cidade de Manaus.
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Seguindo com destino a Manaus, sentimos muita fome. O hotel não fornecia o café da manhã e próximo ao entroncamento das BRs 230 e 319, resolvemos comprar açaí e a família nos intimou a almoçarmos. Acho que a fome estava estampada em nossos semblantes. Eles salvaram nossas vidas. rsrsrs
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Mais fotos da viagem. Desta vez, tiradas com a Gopro. Temos muitos vídeos, mas não sei como postá-los aqui. Estamos paulatinamente postando-os no face book.
A cidade mostrada é a de Fordlândia, logo após a cidade de Rurópolis.
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Em uma das fotos vê-se claramente as marcas da queda, com a lama encobrindo o brasão dos Fazedores de Chuva.
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Rodovia Fantasma (BR-319).
Onde estão as onças?
Não sei, mas as marcas frescas no barro, mostram que estão por perto. rsrsrs
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Travessia árdua.
Em alguns trechos, a lama chegava a cintura e cobria parcialmente as motos. Nada nem ninguém para conversarmos e nos aconselharmos na maior parte da Br, que nesta época de chuvas, é desaconselhável para qualquer tipo de transporte.
Chegamos a Manaus e fomos magnificamente bem recebidos por Gengis Souza. Revisamos as motos e viajamos de barco até Belém do Pará. Lá nos recepcionou com muito carinho nosso Grande Cacique Fazedor de Chuva José de Alencar.
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De Belém, três dias após, estávamos nos braços de nossas esposas e filhos. Cansados, doloridos, mas muito felizes. A certeza é de que maior do que a alegria de nos aventurarmos mundo afora, é o retorno ao aconchego do lar.
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