Iniciando o terceiro dia de viagem, um pequeno susto ainda na garagem do hotel: a Sahara, vulgo Jabiraca, deu uma gorfada de óleo durante a noite. Mas, após análise dos mecânicos do grupo (eu sou totalmente leigo nisso heheh), o problema não era grave, então sigamos em frente.

Saindo de Osório, escolhemos seguir pela BR-101 até o seu final (ou início), ao invés de seguir pelo caminho mais comum que seria a BR-116. Com o dia bem bonito para viagem, sem uma nuvem no céu, deu para admirar melhor o parque eólico de Osório, e também os buracos que enfrentamos até Mostardas (RS). Se tivéssemos seguido no dia anterior por este trecho a noite com certeza teríamos uma dificuldade maior. Inclusive, passando por Mostardas e Tavares, uma paisagem bem bonita e característica da região, um terreno muito plano, que não conseguia se enxergar um único morro. Do lado direito, a lagoa dos Patos, do outro, o Oceano Atlântico, e a rodovia passando no meio desta estreita faixa de terra.

Nessa tocada, com a rodovia em bem melhor estado, o grupo se dividiu em dois, ficando eu e o Rogério (com a Jabiraca) para trás. Parei no quilômetro 300 da rodovia para fazer o registro para mais um desafio dos Fazedores de Chuva (Rodoviário FC BR-101 – logo abro um tópico específico para ele), eis que o Rogério para e me pergunta se tem algum posto próximo, pois o grupo não parou nas cidades anteriores, e a sua moto estava com baixa autonomia. Como faltavam quase 100 kms para a próxima cidade (São José do Norte), resolvemos seguir e tentar com sorte achar algum vilarejo com combustível.

Nessa tocada, encontramos o povoado de Bojuru, distrito de São José do Norte, onde havia um posto de combustível....fechado. Em contato com os locais, descobrimos que o posto estava fechado para almoço, e só abriria às 14:00 horas (eram 12:30 ainda). De nada adiantou ir a casa do dono do posto, ele só reabriria às 14 e ponto!

Nessa espera, fomos procurar algo para comer, e acabamos com o estoque de pasteis da pequena padaria do vilarejo, juntamente com um grupo de jipeiros de Turvo (SC) que também esperavam a abertura do posto de combustível. Bojuru foi mais uma das surpresas da viagem, aquelas paradas inesperadas que só uma viagem de moto proporciona, um lugar de perrengues para a viagem, mas de muitas histórias pra contar, como a da própria dona da padaria, que prefere a calmaria do vilarejo a viver em São José do Norte, onde a violência te faz não confiar nas pessoas, segundo ela.

Bojuru
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Máquinas e pilotos abastecidos, hora de enrolar o cabo, pois ainda tínhamos 75 kms de distância para o porto de embarque da balsa que liga São José do Norte a Rio Grande, e tentarmos embarcar na balsa das 15:00, fato que acabou não ocorrendo, e tivemos que aguardar até 16:00, que era o último horário do dia. Nesta espera, fui até a prefeitura da cidade para fazer o registro dela, ainda para o desafio Rodoviário FC BR-101.

São José do Norte
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Desembarcando do outro lado da Lagoa dos Patos em Rio Grande (RS), ficou a dúvida: já eram 17:00, ficamos por aqui ou encaramos mais 250 kms até o Chuí? Decidimos seguir em frente para não atrasar mais a viagem. Depois de mais um erro meu (peguei a saída para a praia do Cassino ao invés da saída para Pelotas/Chuí – eita navegador bom que conseguiram para a viagem heheh), logo adentramos na BR-471, que nos levaria até o ponto mais extremo ao sul do Brasil.

Neste último trecho, alguns medos, dificuldades, e também surpresas, não necessariamente nessa ordem: o frio do anoitecer que já dava as caras, o grande movimento da rodovia, um pôr-do-sol que poucas vezes vi igual, se escondendo no horizonte dos pampas gaúchos, a quantidade de mosquitos que insistiam em bater e sujar a viseira do capacete, a estação ecológica do Taim, com seus banhados à beira da rodovia, ainda mais embelecidos pelo pôr-do-sol, as luzes piscantes das torres Eólicas, que agora já não produziam mais tanta admiração, pois tua presença na paisagem significava ventos acima do normal, o céu mais límpido e estrelado que já vi na minha vida, e enfim, a emoção de chegar a um lugar que já conhecíamos, porém apenas pelos livros (palavras do Luciano). Foram 250 kms dos mais variados tipos de sentimentos.

Enfim, por volta das 20:30 enfim chegamos ao Chuí, onde montamos acampamento no Turis Firper Hotel, e logo fomos comer uma pizza e se adaptar novamente à cultura local, aos goles de uma uruguaya Patrícia.

Mapa do 3º Dia
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Vídeo do 3º Dia