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- Motoviagem nuestra América - Ananindeua-Pará / Deadhorse-Prudhoe Bay-Alaska(USA)
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Continuando o 16º post...
"Chegamos a Deadhorse/Prudhoe Bay, Alaska!
Quando a placa Deadhorse 20 apareceu no meio do nevoeiro os instrumentos indicavam que a gasolina do tanque ia ser suficiente e isso, por si só, é uma façanha para motocicletas Harley-Davidson Heritage Softail Classic! Via de regra, essas motos exigem o uso de gasolina de reserva e nós nos preparamos para isso desde Portland, pois graças à preciosa indicação e aos esforços do José Isse compramos galões em formato compatível com os alforges.
Os últimos quilômetros dentro do nevoeiro são de cuidado e tensão, pois o cascalho piorou e tem obras. Esperávamos chegar com 385 Km e já estamos perto de 400 Km quando finalmente aparecem no meio das brumas uns vultos sólidos e geométricos que se advinha ser Deadhorse. Logo estamos na entrada desse acampamento feito de contêineres empilhados. Do aeroporto decolava um bimotor a hélice e deduzi que acima da camada de nuvens o tempo estava bom. O cascalho piorou justo quando estava na hora de procurar o Deadhorse Camp e preocupado com a estrada passei da entrada até ser alertado pelo Valcir. Voltamos com os instrumentos alertando que a gasolina estava acabando (LOW RANGE). Voltamos um quilômetro sobre o cascalho grosso solto e, finalmente, chegamos! Com frio e no meio da neblina, mas o coração e a mente aquecida pelo calor da vitória.
Vou cuidar da hospedagem para sair do frio. O Deadhorse Camp é o primeiro acampamento - feito de contêineres, por óbvio - e fica na entrada, à esquerda, pintado de amarelo. Ele cobra 224 dólares pelo quarto duplo com jantar e café-da-manhã. Oferece excursões ao Oceano Ártico. A de hoje sairia em quinze minutos. Nos acomodamos - pelas regras do acampamento temos que usar pantufas azuis ou deixar as botas sujas na entrada - e compramos a excursão ao Ártico para amanhã de manhã (59 dólares por pessoa). O jovem recepcionista nos fornece mapa e nele indica onde comprar gasolina - na Nana, perto do conhecido hotel Prudhoe Bay - e o general store.
Saímos - pelas regras do acampamento a porta do quarto fica destrancada - para abastecer e para fazer as clássicas fotos.
Por um erro meu terminamos indo primeiro ao hotel, com os instrumentos alarmando o fim da gasolina. Mas já que ali estávamos, fizemos as fotos em frente ao hotel Prudhoe Bay, tal como antes outros também fizeram, inclusive Antônio Carlos Facioli Chedid, Carlos Alberto Bragagnolo, René Ironbuttman, Milton Omena e Sinomar Tavares, todos Grandes Caciques Fazedores de Chuva.
E finalmente abastecemos no posto da Nana (self-service, que mais dia menos dia terá que ser adotado no Brasil).
Seguindo o mapa - e a tradição - fomos finalmente ao General Store de Prudhoe Bay e estacionamos as motos em frente a velha placa com um rústico desenho de um cavalo morto e a inscrição de que ali termina a Dalton Highway!
Missão dada, missão cumprida!
Agora, após navegar 2.000 Km e rodar 23.435 Km, vou para Ananindeua!
Muito obrigado a minha querida e amada Araceli Lemos e meus familiares, a todos os irmãos e irmãs motociclistas, a todas as amigas e amigos das três Américas, pois sem o apoio e a companhia de vocês eu não teria chegado aqui.
Volto renovado e mudado - para melhor - depois de mais um mergulho no rio de Heráclito.
Neste frio acampamento dentro do Círculo Polar Ártico, a poucas milhas do Oceano Ártico, um amontoado de contêineres habitáveis espalhados entre lagos, não há espaço para charme, mas sobra espaço para nossa felicidade.
Sejamos felizes!
PS: Redigido no dia da viagem, em julho de 2015.







Última edição por Gilmar Dessaune; 01-08-16 às 22:36.
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