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  1. #21
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    Obrigado RFC Luiz, abraços !!!

  2. #22
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    A alvorada aos poucos despertava a selva ... Com a luz solar e o café da manhã já saboreado o momento nos convidava para seguir na estrada. Mas um fato pitoresco ocorreu: uma neblina densa se formou tornando o ar muito úmido, impossibilitando olhar com nitidez através da viseira do capacete. O dia foi raiando e a névoa se misturava com o pó da estrada. A viseira, antes embaçada, agora aos poucos foi se transformando em lama. Que trecho perigoso foi esse que percorremos!!! Nevoeiro na floresta amazônica... novidade que nunca imaginei presenciar.

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    HOTEL EM APUÍ - AM .............................. NEVOEIRO NA BR-230


    Conforme as primeiras horas do dia foram passando, a névoa se dissipou. Rumamos na BR-230 até encontrarmos a balsa seguinte. Agora era a travessia do rio Aripuanã. Uma curiosidade é que o Rio Aripuanã desde o nascedouro tem esse nome. Mas um pouco antes de cruzar a BR-230, o Aripuanã se encontra com o Rio Roosevelt que é o único rio brasileiro com nome de uma personalidade americana.

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    BALSA SOBRE O RIO ARIPUANÃ


    Aceleramos sempre atentos as condições físicas do Augusto em conduzir a sua motocicleta. Chegamos a uma fazenda que tinha porteiras fechadas em plena rodovia federal. Como alguém privatiza uma rodovia pública? Descobrimos que se tratava de um território indígena Tenharim Kagwahiva. Não havia espaço para romantismo nem humor no encontro entre índios e brancos; o negócio era simples: pagar 10 reais por motocicleta, não tirar fotografias nem parar no território, sair o mais rápido e mostrar o comprovante de pagamento na outra porteira. Foram nessas terras que em dezembro de 2013 a população de Humaitá protestou violentamente contra o desaparecimento de três homens. O três foram mortos em represália à morte do cacique da aldeia Campinho depois de ser atropelado por uma motocicleta, na Transamazônica. Por conta dessas mortes, houve ameaças de invasão à Terra Indígena, onde os índios ficaram acuados e isolados. O prédio da FUNAI foi incendiado, com destruição de casas indígenas. Enfim, atearam fogo no pedágio criado pelos índios na rodovia Transamazônica.

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    TERRITÓRIO INDÍGENA NA BR-230 (PEDÁGIO)


    Após mais algumas horas de estrada e enfim chegamos ao Rio Madeira, anfitrião da cidade de Humaitá. A derradeira balsa. Mais um dia vencido. Faltava pouco para completar a BR-230. Fomos para o Hotel descansar e depois recepcionados pelo motociclista Rogério Minotauro, de Humaitá.

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    HOTEL EM HUMAITÁ-AM
    Última edição por SARIS PINTO; 13-07-16 às 02:05.

  3. #23
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    Grande relato Saris, parabéns pelo incentivo que a todos nós causa... Para começar a programar o meu, gostaria de saber qual foi a época de realização do seu desafio?

  4. #24
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    Citação Postado originalmente por Hercilio_Junior Ver Post
    Grande relato Saris, parabéns pelo incentivo que a todos nós causa... Para começar a programar o meu, gostaria de saber qual foi a época de realização do seu desafio?
    Boa noite FC Hercilio.
    Iniciamos a nossa viagem no dia 22 de junho e concluímos a BR-230 no dia 05 de julho de 2013. A primeira pergunta que vem a mente é: 14 dias para percorrer 4300 kms vai dar uma média de 307 quilômetros por dia. Mas é tão pouco rodado!!! Por que tanto tempo? Porque não ficamos somente viajando na rodovia Transamazônica. Fomos até Tucuruí – PA e Santarém – PA, dispendendo tempo e desgaste físico. Houveram também as quedas das motocicletas, protestos e outros imprevistos que tornaram a viajem mais complexa.
    A época de julho foi escolhida por ser início da estiagem na Amazônia. Alguns preferem maio e outros os meses seguintes, até setembro ou outubro. De motocicleta é sempre importante avaliar o período da jornada.
    Eu prefiro no final do período das chuvas - julho - pois a poeira não é dominante nem as “poacas” se manifestam de forma mais perigosa na estrada.
    Abraços.
    Última edição por SARIS PINTO; 14-07-16 às 00:05.

  5. #25
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    Citação Postado originalmente por SARIS PINTO Ver Post
    Boa noite FC Hercilio.
    Iniciamos a nossa viagem no dia 22 de junho e concluímos a BR-230 no dia 05 de julho de 2013. A primeira pergunta que vem a mente é: 14 dias para percorrer 4300 kms vai dar uma média de 307 quilômetros por dia. Mas é tão pouco rodado!!! Por que tanto tempo? Porque não ficamos somente viajando na rodovia Transamazônica. Fomos até Tucuruí – PA e Santarém – PA, dispendendo tempo e desgaste físico. Houveram também as quedas das motocicletas, protestos e outros imprevistos que tornaram a viajem mais complexa.
    A época de julho foi escolhida por ser início da estiagem na Amazônia. Alguns preferem maio e outros os meses seguintes, até setembro ou outubro. De motocicleta é sempre importante avaliar o período da jornada.
    Eu prefiro no final do período das chuvas - julho - pois a poeira não é dominante nem as “poacas” se manifestam de forma mais perigosa na estrada.
    Abraços.
    Muitíssimo obrigado pelas dicas, assim fica mais objetivo o planejamento. Pretendo tbm fazer como vocês fizeram, com tempo para visitar lugares ao longo do desafio.

  6. #26
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    Chegou enfim o derradeiro dia de viagem para completar a BR-230. Pelo menos para mim a viagem na Transamazônica não estava sendo prazerosa. O calor estava me deixando desanimado. As muitas horas de estradas poeirentas, esburacadas, sem ter o que curtir não estava mais me motivando a seguir em frente. Mas meu objetivo sempre foi completar a rodovia. Tive que seguir adiante.
    Humaitá até Lábrea são somente 220 Kms. Li várias vezes que eram 200 kms. Mas não são. São 220 Kms !!! Enfatizo os 20 quilômetros porque realmente na lama é uma eternidade essa pequena diferença.

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    54° BATALHÃO DE INFANTARIA DE SELVA - HUMAITÁ - AM
    “Batalhão Cacique Ajuricaba”


    Rumamos para mais esse trecho. A recomendação era que se tivesse muito cuidado na estrada, pois não havia cascalho sobre a pista. Tudo era ou poeira ou barro. De um dia para outro as características da estrada podiam mudar. Um dia de sol e a terra ficava firme. No outro, a chuva transformava tudo em barro de louça, tornando quase impossível trafegar.
    Após os primeiros 20 kms de asfalto razoável (próximo ao cruzamento com a BR-319) começava o inferno.

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    BR-319 PRÓXIMO A BR-230 - AM

    A estrada estava em manutenção e as motos tinham vontade própria nesse piso. Um terror. Adiante surgiram milhares de lombadas (costelas de vaca) que faltavam afrouxar todos os parafusos do juízo. Continuamos até o novo atoleiro. Tudo muito complicado na condução. Passamos por um caminhão baú em apuros. Só podíamos comtemplar o infortúnio do motorista. E sempre em frente. Cada quilômetro era metro a metro, às vezes passo a passo. Outros momentos o solo endurecia e acelerávamos para ganhar tempo.
    Esse foi meu primeiro erro: acelerar. A estrada, ora fofa, ora dura, era uma armadilha perigosa. Acelerei e não tinha me atentado ao meu segundo erro: não ter removido o para-lama dianteiro da Teneré 250cc. Esse pequeno para-lama encheu de barro amazônico que mais parece chiclete e travou a roda repentinamente. Conclusão: fui direto ao chão. O tombo foi muito rápido e machucou meu punho e perna. Fui ajudado a levantar e adiante a moto pendeu novamente e outro tombo e outro. Não tinha mais prazer na BR-230. Queria era ir embora daquele lugar.

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    TOMBOS NA BR-230 - AM


    Li vários livros sobre a Amazônia e acerca da BR-230. Uma coisa sempre foi unânime. Tomar cuidado no trecho Humaitá-Lábrea. Uma analogia que me veio na lembrança é que se viajar na BR-230 é como ouvir rock. Na Humaitá-Lábrea a música transformava em Punk-Rock/ Hard Core. Quando adolescente ouvi muito Ramones, Dead Kennedys, The Clash, Replicantes. Lembrava-me dessa comparação a toda hora... Era o trecho Punk-Rock, era o trecho Punk-Rock...
    Recobrava as forças e seguia em frente. Após muito esforço e encontramos o Augusto e sua moto no chão também. Nada para comemorar.
    Dirigimos com cuidado até a balsa do Rio Mucuim. Uma rampa perigosa para entrar no transporte. Do outro do lado uma imagem curiosa; os restos dos eletrodomésticos cobriam de branco a margem oposta do rio. No dia anterior um caminhão virou e perdeu toda a carga na descida da balsa. A propulsão era humana e lentidão do transporte nos obrigou a ajudar a acelerar a travessia.

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    BALSA SOBRE O RIO MUCUIM - AM


    Cada hora era imperiosa para não chegarmos a noite em Lábrea. Caminhões e máquinas moto-niveladoras estavam cruzando o nosso caminho.
    Faltavam algumas dezenas de quilômetros para Lábrea quando reencontramos o asfalto. Mas pior que a lama, o asfalto lembrava um cenário de guerra. Milhares de buracos serviam de armadilhas prontas para engolir os desatentos.
    Aos poucos as nuvens negras iam cobrindo o céu. Conseguimos chegar ao portal da cidade e começou a chover. A chuva era grossa, mas já estávamos em Lábrea.

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    LÁBREA - AM


    O resultado do trecho final foi um retrovisor e pisca-pisca quebrados. A direção ficou desalinhada.
    Em mim, corpo dolorido e perna e mão machucados.
    Tive a oportunidade de fazer um curso no CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva. Lá na unidade era sempre dito que “o pôr do sol não é o fim de um dia, mas o início de uma nova jornada”.

    Era assim que tínhamos que pensar: a conclusão da viagem na BR-230 não era o fim da estrada, mas o início de uma nova jornada.
    Última edição por SARIS PINTO; 16-07-16 às 00:28.

  7. #27
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    Grande Jornada, primoroso relato e todos na sua garupa acompanhando essa aventura!!! Parabéns pela conclusão desse grande desafio que sabemos ser para poucos e você escreve seu nome dentre os que conseguiram. Congratulações FC Saris e mais uma vez agradeço as inúmeras dicas que nos deixou durante seus relatos......
    E que venha a minha jornada!!!!

  8. #28
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    Citação Postado originalmente por Hercilio_Junior Ver Post
    Grande Jornada, primoroso relato e todos na sua garupa acompanhando essa aventura!!! Parabéns pela conclusão desse grande desafio que sabemos ser para poucos e você escreve seu nome dentre os que conseguiram. Congratulações FC Saris e mais uma vez agradeço as inúmeras dicas que nos deixou durante seus relatos......
    E que venha a minha jornada!!!!

    Obrigado FC Hercilio . A grande verdade é que em comparação as décadas de 1970 e 1980, a transamazônica hoje é mais segura de ser percorrida. Temos a disposição ótimos mapas, previsões de tempo mais confiáveis, GPS, rastreamento Spot e celulares funcionado próximo as cidades ao longo da rodovia.
    Por outro lado, as motocicletas são mais seguras de conduzir.
    Qualquer um pode fazer a BR-230 ... Inclusive você ...
    O que falta é achar a época que mais lhe agrade e ajustar o equipamento de acordo com as características da rodovia. Segurança sempre em primeiro lugar !!!
    Abraços, Sáris Pinto.
    Última edição por SARIS PINTO; 16-07-16 às 23:44.

  9. #29
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    Boa noite, agora, RODOVIÁRIO FAZEDOR DE CHUVA BR-230 SARIS PINTO,

    O que dizer após ver e rever todas as fotos, detalhes, narrativas dessa aventura que certamente te fez mudar de status no motociclismo???

    De tirar o fôlego!!! Confesso que verdadeiramente dei um grande suspiro ao terminar de conferir o desafio, pois me senti um pouco "cansado" dos perrengues que passaram e por outro lado o desejo de cortar essa artéria de moto só faz aumentar. Inspirador!!!!

    Impressionantes as fotos de homens e motos esparramados pelo chão. Me fez lembrar de um jogo de boliche, onde a pista da BR-230 assume dois papéis: ora é a pista, ora é a bola a provocar um strike surreal. O preço cobrado para percorrê-la é alto, mas as lembranças serão eternas.

    Parabéns e receba o selo sob seu nome que te coloca na Elite do Motociclismo Mundial com louvor, afinal são raros os que topam e conseguem vencer a BR-230.

    Obrigado pela paciência de postar fotos e comentários nos dando a real dimensão do que foi essa giga aventura.

    Agora posso carimbar:

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    Receba um grande abraço e faço a pergunta que não quer calar: qual será o próximo desafio???? Rssssss

  10. #30
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    Parabens Saris foi uma aventura e tanto a sua, que bom que as dificuldades passada na estrada vira historia depois!!! Pq percebi que nos seus relatos foi tenso para vc desde a saida em Joao Pessoa como a chegada a Labrea!!!

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