Repetir que acordamos às 3:30 h, todos os dias, deve estar mexendo com o sono de muita gente. Para recuperar o tempo em atraso devemos visitar hoje, 19 cidades + o deslocamento até Oeiras. Cremos ser plenamente possível, pois já fizemos até mais e o percurso era ainda maior, além disso, as estradas são boas e o gostinho de realização já está na boca. Vamos com fé que o que é do homem o bicho não come. Alô Oeiras, aqui vamos nós!
Devemos chegar às primeiras duas cidades ainda sem a luz do dia.
O próximo trecho até São Julião são 16 km de terra, e escolhemos fazê-lo porque pelas informações é uma estrada relativamente boa e nos poupará fazer uma volta de aproximadamente 100 km.
Santo Antonio se auto-denomina a Capital do Caju em função da alta produção dessa fruta na região. Só quem já comeu um caju tirado direto do pé sabe o prazer que isso dá, além disso tem a cajuína cristalina da nossa terra e a castanha, produto apreciado aqui, no resto do Brasil e no exterior.
Aqui tivemos o prazer de registrar nossa passagem por Bocaina ao lado do amigo motociclista Henrique Macedo.
No município de Bocaina está localizada a terceira maior barragem do Piauí, foi construída próxima a nascente do Rio Guaribas e tem capacidade para armazenar 106 milhões de metros cúbicos de água, que no período de cheia chega a formar um imenso lago de até 28 quilômetros de extensão.
Ao pararmos para fotografar em frente ao mercado de São João da Canabrava deixei meu óculos de sol sobre o baú da moto e saí, quando percebi já estava na cidade seguinte. Como tinha um reserva, dei aquele por perdido. A volta seria passando novamente por aquela cidade. Na sua entrada um senhor tentou me parar e segui adiante, achei que fosse um bêbado. Quando passava novamente próximo ao mercado um rapaz esperava por mim e me gritou mostrando o óculos. Parei, recebi, agradeci, e esperei o Manga. Pensava, isso ainda existe? Quando o Manga chegou me falou que o senhor que tentou me parar queria avisar que tinham encontrado o óculos e estavam esperando para devolver. Agradecemos mais uma vez e seguimos nosso caminho. O sertanejo, pobre e sofrido ainda mantem pureza e honestidade no seu coração.
Na cidade de Santana nossa presença provocou uma agitação extra. Quando paramos em frente ao CRAS para o devido registro, vizinhança e funcionários de uma escola se agitaram e até acordaram o responsável pelo órgão para saber que éramos nós. Desfeito o mal entendido, vieram muitas conversas e curiosidade, e terminei pedindo um pouco de água para beber, no que fui atendido com uma água super gelada e de boa qualidade. O Manga, feito um camelo, não quis beber.
De Santana para São José enfrentamos 12 km de terra com subida e descida de uma serra em ladeiras muito íngremes, além de muita água e lama.
Hora do lanche. Ainda sem almoço às 15:00 h.
Agora é pegar o rumo de casa e partir para o abraço. Um dia para descansar e revisar as motos. Chegamos em Oeiras antes do esperado, às 16:30 h, e muito felizes por tudo ter dado certo conforme tínhamos planejado. De agora em diante é só seguir o roteiro, e quem sabe até antecipar um dia no planejamento. Obrigado por tudo Meu Deus!
Última edição por Everardo Passos Luz; 21-03-15 às 17:42.
Hoje é dia de descanso e de cuidar das magrelas, que foram colocadas aos cuidados da Oficina do Erbim.
Chegou a hora de partir para a última etapa do desafio FC. Começaremos por uma região vizinha a Oeiras onde existe uma concentração grande de pequenas cidades, e isto vai nos permitir um bom número de cidades visitadas.
Reiniciamos então a rotina dos últimos dias.
A coisa hoje está evoluindo bem, 10:00 h e já visitamos 10 cidades, considerando que saímos às 4:25 h, estamos fazendo uma média de quase de duas por hora. E vamos que vamos, que o tempo "ruge" e a jornada é grande.
Novamente para evitar uma volta muito grande decidimos enfrentar outro trecho de terra entre Miguel Leão e Curralinhos. Como havia chovido muito as poças d'água estavam por toda a estrada, e ela era estreita e quase toda dentro/debaixo da mata de cocais. Nessas estradas é muito fácil se perder, são muitas bifurcações, nenhuma placa indicativa, e pouca possibilidade de obter informações no local. O GPS ajuda, mas nem sempre assas estradas estão nos seus mapas, era esse o caso agora.
Elesbão Veloso seria nossa última cidade de hoje, a vigésima, mas chegamos muito cedo, 15:30 h, então resolvemos prorrogar o expediente.
O sertão nos oferece paisagens bem características em diferentes momentos do ano. As duas primeiras fotos representam a seca e as fotos seguintes mostram que o mesmo ambiente pode ser rico e bonito.
O ipê está muito presente nas nossas matas, mesmo diante da perseguição dos madeireiros, e na época de sua florada ele se torna a alegria e beleza de nossas matas.
Hoje tudo foi muito tranquilo e o resultado final nos mostra a grande oportunidade que temos de diminuir em um dia o prazo para conclusão dessa terceira etapa. Batemos nosso próprio recorde, 25 cidade visitadas em um dia. Felizes por ver o nosso planejamento e esforço serem recompensados.
Última edição por Everardo Passos Luz; 22-03-15 às 12:29.
Acompanhei esta aventura em tempo real pelo Spot, e sei muito bem a magnitude deste feito. Extraordinário, porém tem algo que quero ressaltar. As Fotos. Sim! As fotos, na minha humilde opinião superaram a viagem. Que fotas fantásticas, maravilhosas. Parabéns Verô e Manga.
Hoje acordamos sabendo que tínhamos uma parada dura pela frente: 114 km de estrada de terra. Nada do que vier pode ser pior do que o que já deixamos para trás. Estamos com o moral lá em cima, e muita vontade de chegar ao final desse desafio de forma tranquila e dentro do planejamento. Acorda pessoal, já são 4 da manhã! Vem com a gente!
Vamos começar o dia com dois bate-e-volta dos quatro presvistos: Aroazes, Lagoa do Sítio, Assunção e Buriti dos Montes. Como de sempre, a primeira visita é ainda no escuro.
Quando chegamos em Pimenteiras fomos observados com muita curiosidade e desconfiança, mas ninguém veio até nós. Como era hora de procurar alguma coisa para comer, hotel nenhum tem café às 4 da madrugada, fomos até uma lanchonete no mercado público. Durante o lanche, em conversa com a proprietária, fomos informados que o banco local havia sido explodido há duas noites, em uma ação assustadora, muitos tiros e uma explosão que quase levou abaixo todo o prédio onde funcionava o banco. Devido a nossas roupas pretas e coletes eles achavam que éramos policiais, e perguntaram se os nossos coletes eram à prova de balas. Respondemos que não, mas no íntimo gostaríamos que eles fossem à prova de acidentes. rsrsrs
Entre Pimenteiras e Assunção são 127 km, 81 de terra, e não são fáceis. No geral a estrada é boa e larga, é toda piçarrada, algo parecido com o rípio da Argentina e Chile, mas está totalmente tomada por uma trepidação (costela de vaca), muito alta e que nos incomodou bastante. Ficávamos procurando lugares onde ela era mais baixa, mas nem sempre isso existia. Às vezes acelerávamos para passar por cima e fazer com que a suspensão das motos absorvessem as irregularidades do terreno, mas em determinados momentos éramos obrigados a ir bem devagar para não quebrar as motos e não nos arriscarmos a um acidente.
Aqui em Buriti dos Montes terminamos os bate-e-volta de hoje. Agora é seguir em frente e ver até onde conseguimos chegar, se não tivermos problemas rodaremos até o final da tarde, independentemente do planejamento do dia.
O rio Poti nasce no Ceará e chega ao Piauí cruzando uma falha geológica. O Cânion do Rio Poti é um fenômeno criado pela passagem do Rio Poti por uma fenda geológica situada na Serra da Ibiapaba entre o Piauí e o Ceará. O Cânion do Poti se estende por quatro municípios: Crateús, no Ceará, Castelo, Buriti dos Montes e Juazeiro, no Piauí.
Uma das principais fontes de renda da população dessa região é a exploração de pedras ornamentais, conhecidas como "Pedra de Castelo". produzida em grande abundância em toda a área. Ela serve principalmente para colocação em pisos. Além da sua beleza, demora anos e anos até sofrer algum tipo de desgaste. O que não é vendido é utilizado como cerca em terrenos e quintais.
Exemplo são estas aplicadas na fachada do portal da cidade e na igreja local.
A batalha do Jenipapo é conhecida como uma das mais sangrentas batalhas realizadas no solo brasileiro, isso se deve ao fato de que os brasileiros não foram para a luta com armas de guerra, e sim com facões, machados, porretes e armas artesanais. Cearenses e maranhenses se juntaram ao povo do Piauí para lutar contra resistentes tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié. A batalha aconteceu às margens do Rio Jenipapo, onde atualmente encontramos a cidade Campo Maior, no Piauí.
Nas fotos abaixo temos o portal e o monumento em homenagem aos heróis dessa batalha.
Paisagens da região de Campo Maior.
E o Manga sempre ali arrumando o equipamento fotográfico.
Depois de fotografarmos em Alto Longá fomos a Novo Santo Antonio e voltamos para dormir aqui. A pousada é muito simples, mas o carinho e os cuidados da filha do dono fazeram a gente esquecer esses detalhes. A pousada não possui garagem e o acesso ao seu interior é através de um restaurante/bar/mercearia. Na falta de lugar apropriado as nossas motos ficaram no meio dessa área de acesso, entre mesas e mercadorias.
Foi muito bom esse dia, lutando com todas as dificuldades, conseguimos ficar 6 cidades na frente do planejamento. Se amanhã correr tudo bem já teremos garantido a antecipação de um dia no nosso desafio.
Última edição por Everardo Passos Luz; 22-03-15 às 23:50.
Hoje são 113 km de terra divididos em quatro trechos. O primeiro eu já conheço, liga São João da Serra a Santa Cruz dos Milagres, e as lembranças não são muito boas, principalmente levando-se em consideração que estamos no período das chuvas. Bem, nós viemos aqui para pilotar ou para conversar? Então deixa de onda, e monta logo nessa moto.
Logo de início um susto. Como é sabido a viagem para a primeira cidade é de madrugada, sem a luz do dia. O asfalto é bom, mas os animais teimam em fazê-lo de cama, especialmente nos períodos chuvosos. De repente, logo após uma curva, um bando de caprinos tomam a estrada de lado a lado, deitados e sem muita vontade de se mexerem. Sem outra alternativa aplico os freios com força, a moto trava a roda traseira, balança um pouco, mas eu consigo diminuir a velocidade o suficiente para mergulhar no meio dos bodes sem subir em nenhum deles. Passado o susto, agradeço a Deus por mais essa proteção, e seguimos como se nada tivesse acontecido, apenas um lembrete para o perigo que os animais representam.
Santa Cruz dos Milagres é uma dessas cidades onde a fé do sertanejo aflora, e ele acredita realmente no santo que obra milagres em troca de promessas e romarias. Durante a época dos festejos locais a cidade se transforma em uma pequena Juazeiro do Padre Cícero.
Na chegada à cidade, na estrada de onde estamos vindo, há uma travessia de um pequeno rio sem nenhuma obra que facilite a nossa passagem. Paramos na margem do rio e ficamos esperando um nativo que se aproximava em sua moto, com um jacá e dentro uma ovelha, provavelmente ele sabia a melhor forma de fazer a travessia. Ele não se fez de rogado, entrou na nossa frente e não conseguiu de primeira, ficou dentro d'água lutando contra a correnteza. O Manga, no seu jeito impaciente, acelerou sua moto e depois de alguns saltos, em função do leito irregular do rio, estava do outro lado. Eu fiquei parado só observado e em seguida fiz a travessia pelo mesmo caminho, não é fácil, água funda e muitos saltos, mas deu tudo certo. Depois ainda cruzamos duas vezes com o senhor da moto carregando a ovelha. Ah, ia me esquecendo, vocês estão querendo saber o que é um jacá. Não vou descrevê-lo, vou colocar uma foto.
Em São Miguel resolvemos procurar um lugar para lanchar. O lugar era bem simples, mas o problema foi a atendente que estava de ressaca e não fez nada certo. Suco ruim, no qual ela esqueceu de colocar açúcar, bolo duro e seco do dia anterior. Não adiantava reclamar, pagamos e seguimos viagem, com informações terríveis sobre a estrada de Prata a Beneditinos. O senhor que nos deu as informações, falou que só riachos para atravessar são mais de 30.
Em Prata ficamos mais tranquilos, as informações são de que os riachos existem, mas no geral a estrada estava boa, o que era verdade.
Na saída de Beneditinos a minha moto resolveu dar um susto, não deu partida. Colocamos para pegar no tranco e fomos embora para ver o que ia acontecer no decorrer da viagem. Arriscar às vezes dá certo, pois a moto não mais apresentou problemas.
Jatobá tinha ficado para trás no dia anterior, portanto agora teríamos que andar quase 100 km para recuperar essa cidade.
Na chegada a Boqueirão fomos pegos por uma chuva daquelas de molhar até a alma. Como já estava na periferia da cidade abriguei-me em uma marquise da garagem de uma casa. Eu estava sem capa, e o Manga chegou logo depois já encapado. A chuva foi rápida, e debaixo de uma garoa fininha fomos lá registrar nossa visita.
O nosso planejamento previa voltarmos pela mesma estrada das últimas três cidades e retomarmos a BR-343, tentando economizar quilometragem, quis fazer outro caminho seguindo informações de moradores locais. Eu fiz a pergunta a meu modo e eles responderam da forma que entenderam. Depois de rodar por um trecho de estrada de chão não previsto e tomar uma estrada asfaltada descobri que estava totalmente fora de rota, como já era tarde avançada tomei a decisão de seguir direto para Piripiri e na manhã seguinte retornar às cidades que ficaram para trás. Mesmo assim ainda estava previsto visitar uma outra cidade além de Piripiri, só que não contávamos com o temporal que desabou sobre essa cidade e não nos permitiu continuar rodando. Resignados fomos à procura de um local para comer e dormir.
Piripiri possui um dos grandes açudes do nosso estado, o Caldeirão, onde são desenvolvidos projetos de piscicultura, e é muito utilizado para lazer, especialmente quando está sangrando.
Com as surpresas de hoje já não temos tanta certeza de que conseguiremos diminuir um dia no nosso prazo, lamentamos, mas não perdemos o foco, que é cumprir o planejamento na íntegra.
Última edição por Everardo Passos Luz; 22-03-15 às 23:20.
Estamos quase no fim, falta pouco para oficializarmos o nosso Desafio Valente Fazedor de Chuva. Saindo cedo novamente para recuperar as 3 cidades deixadas para trás no dia de ontem. Chuva? Eu nem falo mais dela, pois está sempre conosco, ou em um dos nosso lados. Eita Piauí que chove, alguém aí quer nos contratar para fazer chuva? rsrsrsrs
Brasileira, Capitão de Campos e Cocal de Telha são nossos primeiros objetivos, a sobra de ontem.
Agora vamos começar o nosso dia como deveríamos, e temos pela frente o nosso último grande desafio, chegar a sair de Domingos Mourão. Só podemos pegar o touro pelo chifre se estivermos frente a frente com ele, portanto, vamos que vamos.
Pedro II possui belíssimas paisagens naturais o que chama muito a atenção dos turistas que a visitam. A cidade está localizada na Serra dos Matões e é privilegiada naturalmente com um clima ameno. Sua temperatura varia entre 28º e 30º ao dia e 20º a 16º à noite, estando a uma altitude de 743 metros. A cidade tem como principal produto de sua economia a extração de pedras semipreciosas, com destaque para as minas de opalas, que são as mais belas e puras encontradas em todo o solo brasileiro.
Agora é a hora, que venha Domingos Mourão. São 78 km, 40 de terra. Estrada com paisagens bonitas, de boa qualidade, mas com muita costela de vaca.
Pois é, se chegar a Domingos Mourão foi relativamente fácil, sair daqui para São João da Fronteira não foi a mesma coisa. Tivemos que enfrentar 55 km de uma estrada muito ruim, com costela de vaca, grandes trechos com muita areia e muitos bicos de pedra, capazes de provocar um acidente ou danificar as rodas das motos. Foram quase 2 h, não vou falar de sofrimento, mas de muita tensão. De minha parte, fiz uma pequena comemoração isolada dentro do meu capacete, pois esse foi um dos trechos do maior enduro de regularidade do Brasil, o Piocerá de 2007, do qual eu participei competindo na categoria novatos. Minha classificação? Ah, deixa pra lá, vamos mudar de assunto.
Um fato, no mínimo interessante, para não dizer humilhante: enquanto eu o Manga enfrentávamos a areia bem devagar e com a ajuda dos pés, cruzamos com duas motos, tipo 125 cm3, sendo pilotadas como se estivessem no asfalto, e a segunda era pilotada por uma moça bonita e com garupa, todos sem nenhuma proteção, inclusive capacete. Fala aí meus amigos, isso pode? Eu acho que não está na regra. rsrsrsrs
Na área que vamos percorrer a seguir está localizado o Parque Nacional de Sete Cidades, que tem como características principais as suas formações rochosas pitorescas e inscrições rupestres.
Uma pequena alteração involuntária no nosso roteiro original nos favoreceu, fazendo com que diminuíssemos quilometragem e consequentemente tempo.
Cocal dos Alves ganhou 10 medalhas na Olimpíada de Matemática de 2012. O município de Cocal dos Alves obteve o melhor resultado do estado, conquistando 10 medalhas e 15 menções honrosas. Destas, uma de ouro, uma de prata e oito de bronze. A capital Teresina ficou em segundo com nove medalhas. Isso prova que a dedicação de docentes e discentes supera outras dificuldades, como falta de recursos físicos e econômicos.
Em Buriti dos Lopes busquei informações sobre o pequeno trecho de terra, 19 km, que ligam Bom Princípio a Cajueiro da Praia, economizando uma volta de quase 100 km. Normalmente procuro essas informações juntos aos mototaxistas locais, sempre muito prestativos em nos ajudar. De acordo com as informações resolvemos encarar mais esse.
Depois dessas fotos e muita conversa com nativos que se encontravam no local, os convidamos pra uma foto, e foi uma festa.
Realmente a estrada não é ruim em condições normais, mas depois de uma chuva e à noite, a coisa não é tão simples assim. Quando saímos de Bom princípio a noite já se anunciava, mesmo assim enfrentamos mais esse desafio. Noite escura, muitas poças d'água, lama e animais, foram alguns dos aperitivos desse início de noite.
Ao chegarmos em Cajueiro da praia fomos logo fazer a foto registro e depois procurar lugar para comer e dormir. É época de baixa temporada na região e alguns estabelecimentos estão temporariamente desativados. Reservamos a pousado e fomos logo buscar o que comer. Escolhemos, opção única naquele momento, o restaurante Caju Rei, onde comemos uma moqueca de arraia, em seguida voltamos para a pousada e, antes de dormir lavar um pouco da nossa roupa, aproveitando que existia área com varal para colocar a roupa para secar.
No município de Cajueiro da praia está localizada a Praia de Barra Grande, uma das mais procuradas pelos turistas, em especial pela sua estrutura para recebê-los. Esta praia é um dos paraísos para a prática de "kitesuf" no Piauí.
Última edição por Everardo Passos Luz; 23-03-15 às 15:20.
Hoje vamos percorrer o pequeno litoral piauiense, apenas 66 km, mas o bastante para encantar os visitantes. Calor, sol, águas mornas, comidas típicas e calor humano, são alguns dos ingredientes dessa delícia. Estamos deixando Cajueiro da Praia e seguindo em direção a Parnaíba e Luís Correia, as maiores cidades do nosso litoral.
Repleta de praias de águas mornas e claras, algumas amplamente urbanizadas, como a Praia de Atalaia, point dos turistas, praias tranquilas, antiga vila de pescadores, como a Praia do Coqueiro, Luís Correia abriga a maior e mais bonita parte do estreito litoral do Piauí.
Além das belezas naturais, Parnaíba apresenta um grande valor histórico para o Piauí, apresentando, principalmente nas proximidades do Porto das Barcas, inúmeros imóveis históricos que traduzem a importância essa importância. Parnaíba localiza-se na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba e é cortada por este que se divide em vários braços formando o famoso Delta do Parnaíba, o único em mar aberto das Américas e o terceiro maior do mundo, só perdendo para o do Nilo no Egito e o do Mekong no sudeste asiático.
A praia da Pedra do Sal com seus geradores eólicos.
Ilha Grande é um dos quatro municípios litorâneos do Piauí, é a cidade portal para o delta do Parnaíba.
Quando chegamos em Luzilândia tivemos que invadir a área privada da prefeitura por causa do período dos festejos em homenagem ao padroeiro da cidade, São Francisco de Assis. Todo o entorno da prefeitura estava fechado para o trânsito de veículos e foi transformado em palco para as comemorações não religiosas do período.
Não sei vocês já perceberam que o Manga desistiu de tirar o capacete na hora de fazer a foto. Antes, ele até comentou comigo porque eu não tirava o meu, depois de alguns dias cansou e também passou a não tirar. Como uso óculos e balaclava o processo é repetitivo e muito chato.
Nesta cidade o nosso único, por assim dizer, incidente, de toda a viagem. O vigilante da CIRETRAN falou que não autorizava fazermos a foto em frente ao órgão governamental, como estávamos com as motos no seu estacionamento, as retiramos para a rua e fizemos a foto sem sua autorização. Coitado! Senhores perdoem-no, ele não sabe o que diz. Mas ainda lhe fiz uma pergunta: "isso aqui é Brasil?"
Parque Ecológico da Cachoeira do Urubu - Formada pelo rio Longá, a Cachoeira do Urubu ocupa uma imensa região com suas águas cristalinas que se derramam por várias quedas, tendo a principal 12 metros de altura. Uma passarela de 400 metros facilita o acesso às duas margens e permite a observação desse show que a natureza sabe muito bem oferecer. Com maior frequência no período de janeiro a abril, em função do volume de águas do rio Longá, a cachoeira apresenta ainda um espetáculo à parte: a piracema
Agora iniciamos o nosso penúltimo trecho de terra da nossa aventura. Sabem o que aconteceu, para variar: choveu antes e durante a nossa travessia desse trecho. Realmente, nossa sina é levar chuva lo lombo e ter a vida dificultada pelo chão molhado. Mas nada conseguia nos deter, vamos que vamos que a nossa missão está quase no fim.
Aqui a chuva nos alcançou novamente, paramos um pouco e esperamos que ela diminuísse para fazermos a foto. Não contávamos é com o banho que tomaríamos logo depois, a caminho da próxima cidade. Um ducha para motociclista nenhum colocar defeito, nós ficamos todo molhados, apesar das capas.
Como a chuva não nos abandonou mais até chegarmos em Barras, vocês podem imaginar o estado em que chegamos nessa cidade. Felizmente encontramos um hotel tipo "flat" onde pudemos estender as nossas roupas molhadas. Para terem uma idéia da chuva, ela não nos permitiu sair para jantar, tivemos que nos contentar com uma pizza em uma lanchonete no próprio prédio do hotel. SOMOS FAZEDORES DE CHUVA SIM SENHOR, LITERALMENTE!
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Última edição por Everardo Passos Luz; 23-03-15 às 17:41.
Hoje, se quiséssemos, poderíamos visitar as últimas 13 cidades e chegar por volta das 16:00 h em Oeiras, a nossa cidade base, e final de desafio. Decidimos por dormir em Teresina e nos encontrarmos com os irmãos do "Companheiros do Asfalto" para uma noite de companheirismo, boa conversa, boa comida, muitos sorrisos e abraços. Este é o mundo do motociclismo, amizade companheirismo e irmandade. O dia de hoje é muito "light": 6 cidades, só alfalto, e somente 311 km.
De Barras eu liguei para o amigo e companheiro Polegar e me convidei para tomar café com ele. O Polegar mora em Miguel Alves, em um sítio pelo qual eu sou apaixonado.
Esta foto, do tempo em que eu andava de V-Strom, é no portão de entrada do seu sítio.
O Manga costuma dizer que quem quer fazer surpresa normalmente é surpreendido, e foi isso que aconteceu com o nosso amigo Polegar. Ele acordou cedo, montou em sua XTezuda, e saiu para nos encontrar na estrada, só que foi por um lado e nós chegamos por outro. Mas isso foi só um detalhe, aguardamos sua volta e a alegria foi a mesma de sempre. Obrigado meu amigo Polegar e Kátia, mais uma vez eu tive certeza do porque que escolhi ser motociclista.
Teresina é conhecida por Cidade Verde, codinome dado pelo escritor maranhense Coelho Neto, em virtude de ter ruas e avenidas entremeadas de árvores. Teresina é a 20ª maior cidade do Brasil e a 17ª maior capital de estado, sendo hoje uma das cidades que mais cresce em todos os setores no Brasil.
Palácio de Karnak - Inspirado em um templo egípcio de mesmo nome, foi escola, residência e depois sede do Governo Estadual. Hoje é usado para os despachos mais importantes do governador. Tem acervo de arte. Quem assinou o paisagismo foi Burle Marx.
Coma nossa amiga e motociclista Lauriene, convidada especial para participar da nossa foto.
Foto aérea de Teresina, rio Poti.
Esculturas representando lendas regionais, no parque do encontro dos rios.
Na época da floração do ipê, as grandes avenidas de Teresina viram um jardim aberto, e surpreende quem não é daqui.
E para terminar o dia nada melhor que encontrar os amigos. Na foto está faltando o amigo e companheiro Marcelo Guimarães e a companheira Rose, esposa do nosso Presidente Pedro Barros.
Agora é só dormir, acordar, e pilotar para o abraço. Mais uma vez, OBRIGADO MEU DEUS!
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Última edição por Everardo Passos Luz; 23-03-15 às 18:53.
ÚLTIMO DIA DE VIAGEM. ÚLTIMAS 7 CIDADES. ÚLTIMOS 381 km.
Mas o prazer de enfrentar e conseguir fazer esse desafio é algo que não se pode descrever.
Hoje já não acordamos de madrugada, temos tempo de sobra, além do mais vamos tomar o café da manhã com nossa amiga Lauriene e família. É sempre um prazer partilhar momentos especiais da nossa vida com pessoas especiais.
Aqui ladeado pelas amigas Lauriene e Ozilene.
Nazária é a cidade mais nova do Piauí, foi a última a ser emancipada.
Quando paramos para abastecer em Amarante tivemos a grata surpresa e a alegria de encontrar com o amigo Marcelo Guimarães, depois de um bom papo ainda viajamos juntos por uns 40 km.
Entre Francisco Ayres e Arraial ainda existem 12 km de estrada de chão, que juntamente com as pontes caídas servem para apimentar esse último dia de viagem.
Estão pensando que ponte caída é só nos trechos de estrada de terra? Vão vendo aí.
A última engraxada ou oleada das correntes das nossas valentes companheiras, sem as suas resistências e confiabilidade nada poderia ser feito.
Agora um misto de alegria e tristeza me invade: alegria por estar terminando o desafio, tristeza porque estamos terminando essa aventura que vai marcar nossas vidas para sempre. Como diria o Tio Bel, "o que se leva dessa vida é a vida que se leva". Sábias palavras. Santa Rosa, nossa última parada antes da finalização DVFC-PI, agora só o deslocamento até Oeiras.
A foto da vitória.
Em frente à câmara de Santa Rosa havia esse pé de manga, deu uma fome e uma vontade de ir até a casa e pedir uma, mas me contive e seguimos o nosso destino.
Sinal de que estamos chegando, entroncamento com a BR-230, 8 km nos separam de casa e do final dessa viagem maravilhosa.
Parada no portal da cidade para os últimos registros. Valeu Manga! Obrigado pela amizade e pela companhia, espero poder partilhar sua companhia em muitas outras viagens e desafios.
Finalmente em casa. GRAÇAS A DEUS POR ISSO E POR TODO O RESTO!
Para quem gosta de números, aí está um resumo numérico de tudo que aconteceu nos dias em que estivemos cumprindo esse desafio. EEEEEEEEEU SOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU UUUUUUUUUUUUUUUUM FAZEDOOOOOOOOOOOOOOOR DEEEEEEEEEEEEEEEEEE CHUUUUUUUUUUUVA. Obrigado Fazedores de Chuva por me oferecerem esta oportunidade e me permitirem realizar esse gratificante e prazeroso DESAFIO.
OBRIGADOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
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Para concluir este "post" quero deixar duas mensagens para aqueles que nos acompanharam por esse Piauí afora.
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Última edição por Everardo Passos Luz; 26-03-15 às 11:53.