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Tópico: Marcellus Dadam

  1. #1
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    Jul 2012
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    Marcellus Dadam

    O GCFC Marcellus Dadam não achou suficiente ir ao Alasca sozinho, ele queria desafios ainda maiores. Foi ao extremo norte do continente americano, em 2003 e...no inverno!

    Para o Ushuaia, ele já havia ido no ano de 2000, acompanhado por sua esposa.

    O GCFC Marcellus explica o que o levou a tal "insanidade" e quais os maiores desafios enfrentados em quase seis meses de viagem e 46 mil km percorridos:

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    "A maior distrância entre países no globo é a América, então eu tinha que percorrer esse trajeto. E a outra sensação que eu queria ter era estar em pé, em cima do globo e isso a gente só consegue no Alasca. Já que sempre fiquei para baixo, queria dar um "up", pois geograficamente tem um ponto lá no Alasca que a gente está vertical.

    Não fui no inverno para desafiar ninguém, pelo contrário, é que eu tinha a vontade de ir a Daytona, com minha moto, rodando. E como o encontro em Daytona acontece no final de fevereiro, início de março e eu tinha programado seis meses de viagem, tive que antecipar as datas. Acabou que fui ao Alasca no inverno, mas com muito planejamento. Foi um ano e sete meses para estudar os maiores obstáculos e controlar a temperatura, para saber o que poderia e o que não poderia fazer.

    Eu vi a viagem toda diferente que a maioria das pessoas, porque peguei muita neve. A maior dificuldade foi a temperatura, normalmente saía às 10h e parava às 15h, porque a partir daí começa a ficar perigoso, com risco de geada, congelar e etc.

    Rodando com a Preta (apelido dado a motocicleta), a mínima que peguei foi -15ºC. Nos momentos mais críticos, chegava a rodar em um dia inteiro apenas 200 km. A sensação térmica em cima da moto em função do vento baixa 5ºC. Na Páscoa, por exemplo, fiquei dois dias parado, porque a moto ficou coberta de neve. Quando o motor estava quente ainda, jogava um plástico por cima para não ficar tão difícil ligar a moto no dia seguinte. Era um acompanhamento constante de mapas e Weather Channel todas as noites.

    O grande fantasma era o "freezing rain", que é quando chove, porém a temperatura está tão baixa que cria uma crosta congelada que é um convite para o tombo. Aconteceu de ter que parar para retirar a neve da bolha, pois não enxergava mais nada.

    Houve muitas coisas divertidas também. Uma das coisas mais legais que vi foi um homem pescando em um buraco feito em um lado congelado, como aqueles que a gente vê em desenho animado. A vida para os americanos nesta época é muito reclusa, ninguém sai de moto. Podia chegar a uma queda de 15 a 22ºC de temperatura em uma hora e meia.Foram cinco meses e meio e quase 46 mil km percorridos. Fui e voltei do Alasca rodando com minha motocicleta.

    Um dos momentos mais legais aconteceu no Canadá. Um sujeito me convidou para dormir na sua casa. Como ele morava em um pequeno sítio, colocamos uma chapa de metal em um trator e fui praticamente esquiando com a moto até a casa dele.

    Além disso, fiquei muito impressionado com as paisagens, os locais. A Colômbia foi uma grande surpresa boa para mim. Fiz amigos lá e fui muito bem recebido como brasileiro em todos locais.

    O melhor da viagem é o ir e depois voltar. Para mim, a maior incógnita dessa aventura ao Alasca era a união de quilometragem, cansaço e solidão. E isso a gente sente muito. É uma rotina de acordar, subir na moto e andar. Cinco meses fazendo isso. Apesar de que embaixo do capacete a gente sempre é um eterno solitário, senti bastante, porque tem dias que roda e não vê nada de diferente.

    E o que acontece? Você acaba falando com a moto, afinal é a única referência da tua casa, tua cidade, teus familiares.

    Planejo voltar ao Alasca, mas dessa vez, como uma ponte para seguir até a Sibéria.

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    Para mim, andar de moto é ter condições de fazer o que bem entender, no momento que quiser. A motocicleta encoraja a desprender-se de muitas coisas, que te rodeiam todos os dias. A moto e uma inspiração muita grande, uma valorização da vida. Você vive muito mais intensamente e interage muito mais com a natureza e o que há ao seu redor. É o veículo mais próprio para enxergar o horizonte de outra maneira.

    Não queremos ser heróis. E a pessoa encontra nos Fazedores de Chuva essa mesma sintonia de acreditar que pode fazer. Não adianta só planejar e ficar pensando, tem que colocar a roda na estrada. Tem que acreditar e fazer com que esse sonho se realize.O mais bacana dos FC é que ele incentiva e estimula outras pessoas a fazerem o mesmo".

    Cidade: Brusque (SC)
    Profissão: Advogado
    Idade: 46 anos

  2. #2
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    Aug 2012
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    Rio de Janeiro
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    No encontro em Vitória - ES, tive o prazer de conversar com o Marcelo. Ele me contou também que no Alaska teve o privilégio de ver uma Aurora Boreal. Como todos FC; sangue bom.

  3. #3
    Data de Ingresso
    Aug 2013
    Localização
    Feira de Santana-Bahia
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    1
    Bela trajetória!!!! minha admiração.

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