Superesportivas são letais para quem não tem muitas 'horas de voo', alerta.

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Supermotos mexem com imaginário, mas não são para qualquer um!

Há movimentos opostos e conflitantes no mercado brasileiro de motos. Enquanto as 125cc a 150cc sofrem com um gradual declínio de vendas, as motos "de sonho", que esbanjam potência, peso e preço, vendem cada vez mais, "obrigado".

Este momento virtuoso alegra as marcas "premium" como BMW, Ducati, Harley-Davidson, MV Agusta e Triumph – mas beneficia também modelos caros das quatro grandes japonesas (Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha).

Há três décadas, escrevo sobre motocicletas e, evidentemente, sou considerado por amigos íntimos (ou nem tanto...) e leitores uma voz a ser ouvida na seleção de um novo "brinquedão" de duas rodas. Às vezes, tal questionamento é uma intensa fonte de prazer; outras, uma tortura. Por quê? Pela diferença natural que existe entre os tipos que me consultam.

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Amigáveis, ciclomotores como a Vespa ajudam a ganhar experiência.

Mobylette no currículo

Quando o pedido de palpite parte de alguém que na juventude era um completo tarado por tudo o que se movesse empurrado ou não por um motor, a coisa fica fácil. Com certeza, isso levou o sujeito a andar de carrinho de rolimã, skate e bicicleta de modo, digamos, arrojado.
No currículo desses modelos de ser humano, geralmente há ciclomotores como as Mobylettes, velhas cinquentinhas preparadas, instáveis Vespas e Lambrettas cá e acolá e, em alguns casos, coisas mais consistentes, "demônios" sobre rodas antigas tipo Yamaha RD 350, poderosas CB 750 Four ou congêneres mais atuais.

É gente que sabe que existem motociclistas experientes e motociclistas imprudentes, mas motociclistas experientes e imprudentes são uma total improbabilidade, raríssimos. Tal turma, por mais tempo que esteja longe do guidão por causas variadas como casamentos, filhos e outras, tem o know-how da pilotagem guardado em algum lugar do cérebro. Depois de uns poucos quilômetros, acontece um "reset" dos automatismos, de tocar em uma moto. O perigo para eles é um só: excesso de autoconfiança.

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Custom: 'gigantes' gentis
É o caso da maioria das "custom", tipo de máquina onde, apesar do tamanho, a potência do motor não é exagerada e, sobretudo, não aparece de maneira brusca ao girar o manete do acelerador.
Outro facilitador? A distância do banco em relação ao solo é pequena, o que oferece uma reconfortante possibilidade de plantar a sola dos pés no chão quando as coisas não acontecem como o previsto.

O maior exemplo desse tipo são as motos Harley-Davidson e as genéricas Honda Shadow, Suzuki Marauder e outras, todas com motorzões, pesadonas, mas "gigantes" gentis que têm no baixo centro de gravidade um aliado para manobras lentas.

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Big trail: difícil de manobrar
A vida de um condutor inexperiente se complica quando a moto escolhida é uma "big trail". Característica ruim é a altura do banco em relação ao chão, que geralmente coloca em crise novatos nas manobras de estacionamento.
E doloroso é quando um desses "mastodontes" tomba e sua perna ou pé não consegue fugir a tempo. Ô dor, ô humilhação contar que aquele pé engessado é por causa de um tombo parado.

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Naked: só parece fácil
Popularíssimas, as naked (sem carenagens) estilo Honda CB 1000R ou sua irmã menor, a Hornet, são mísseis disfarçados sob aparência até certo ponto amigável. Por conta disso, imaginar que são motos "fáceis" é comum, e induz inexperientes a considerá-las alternativas para um começo no mundo das supermotos.

O problema é que, apesar da posição de pilotagem tranquila, que facilita a tocada, as grandes naked em geral têm desempenho radical e motores com uma "voz" que incita uma pilotagem que os faça cantar, e tal música pode ser um "feitiço do mal".

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Superesportivas: contraindicadas
Uma categoria de motos que deveria ser terminantemente proibida para condutores inexperientes é a das superesportivas. A aparência dessas motos não engana: são veículos de "briga", criadas nas pistas fechadas, onde conseguem – nas mãos de bem poucos – mostrar o que podem oferecer.

Sem meias palavras, tais motos são letais e absolutamente CONTRAINDICADAS para quem não tem muuuitas horas de "voo" ao guidão e talento acima da média. E mais: são brutalmente desconfortáveis quando usadas longe de seu habitat natural: a pista.

Ávido por ter uma supermoto e, agora, frustrado ou irritado com tais considerações? Não fique assim. Desde que o mundo é mundo, a melhor ferramenta que qualquer ser humano pode usar para tomar decisões é o bom senso. Sua consciência deve lhe dizer qual o melhor caminho e, para isso, uma boa medida é não superestimar seus dotes de piloto e sempre lembrar que o melhor jeito de chegar ao topo de uma escada é subir um degrau de cada vez.

Fonte: G1