Reno é uma cidade pequena e bonita. Largas avenidas, trânsito tranquilo, mas ficará em nossa lembrança como um grande fumódromo. Ontem percorremos vários cassinos, enormes, bonitos, movimentados, mas... em todos é permitido fumar. Não serve para nós. Os ambientes dos cassinos impregnados pela fumaça dos cigarros nos afasta. Adios Reno!
Saindo de Reno em direção a Redding, seguimos pela US-395 até Susanville. Depois pela CA-36 fomos até Mineral, onde está situada a entrada sul do Lassen Volcanic National Park. Pretendíamos visitar este parque cruzando por ele, para sair na CA-44 que nos levaria direto a Redding, mas, devido a queda de rochas sobre a estrada parque, esta ficou fechada para trânsito na parte sul, tivemos que mudar um pouco os planos. Contornamos o parque pelo seu lado oeste, passando pelas cidades (vilas, na verdade) de Manton e Shingletown, para entrar no parque pela entrada norte. Mas quando lá chegamos, para nossa infelicidade, começou a chover. E a chover forte, acompanhado de intensa neblina. E a temperatura abaixando para 33º F (0,5º C), tivemos uma agradável surpresa: começou a nevar forte. Maravilha para nós, que não estamos acostumados a este fenômeno. Então, se por um lado ficamos decepcionados por não poder apreciar as belezas do parque, incluindo sua principal atração, o Pico Lassen, por outro fomos recompensados com a nevasca, um espetáculo ímpar para nós brasileiros.
Chuva e neblina scondem as atrações do parque
A entrada norte
Crianças brincando na neve
O Pico Lassen, um vulcão de 3.187 metros domina a paisagem, podendo ser visto a mais de cem quilômetros de distância, e foi a razão por que o parque foi criado, no ano de 1916. Em 30 de maio de 1914 começou uma série de erupções. Algumas lentas e outras violentas, as quais continuaram intermitentes pelos próximos 7 anos. Hoje se pode ver a evidência das atividades vulcânicas, nos caminhos de lava depositada, nas fontes de água quente e nos vapores de enxofre que estão por todas as partes do parque. Esse vulcão ainda é considerado ativo.
Entrando pelo acesso norte, pudemos percorrer cerca de 15 milhas pela estrada do parque, até chegarmos ao ponto onde estava bloqueada pela queda de rochas, para daí voltarmos e sair, por onde tínhamos entrado. Tudo o que pudemos ver foi muita neve e neblina encobrindo as montanhas.
A estrada parque
Ali está ele, o Pico Lassen, escondido pela neblina
Agora com zoom. Mas a neblina...
Lá está ele, visto a dezenas de quilômetros, agora sem neblina
Deixamos o parque, e pela CA-44 chegamos a Redding, onde nos hospedamos no Thunderbird Lodge. A neve ficou lá no parque, mas chuva veio conosco até aqui, e entrou pela noite adentro.
Encerrando o dia, jantinha no Olive Garden. Hummmm!
Saindo de Redding, seguimos pela I-5 até a cidade de Mount Shasta, aos pés do vulcão de mesmo nome. Como somos atraídos por montanhas e vulcões, resolvemos subir dito, até onde o carro pudesse ir. Para tanto, seguimos pela Everitt Memorial Highway, que escala o monte até um ponto chamado Ski Bowl Trail, a 7.900 pés de altitude, equivalente a 2.410 metros, e o que vimos foi de encher os olhos. Na noite anterior nevou forte na região, e hoje pela manhã encontramos o local ainda coberto pela neve. Espetáculo impressionante! Mas a neblina, novamente a neblina, sempre a neblina, estragando nossa visita. Até quando?
Subindo para o Mt. Shasta
O Monte Shasta tem 4.316 metros de altitude. Visível a mais de 160 quilômetros de distância, geralmente coberto de neve, é um dos pontos favoritos dos alpinistas.
Deixando Shasta, continuamos rumo norte pela I-5 até Grants Pass, no Oregon, onde mudamos para a US-199 e seguimos rumo sudoeste, em direção a Crescent City, retornando para a Califórnia.
Ainda sobre a I-5, notamos que é a rodovia com maior movimento de caminhões que vimos em nossas andanças. Esses caminhões, normalmente grandes carretas, viajam sempre em grande velocidade, não congestionando a estrada e nem atrapalhando o trânsito de carros pequenos.
Aliás, temos observado que é intensa a movimentação de cargas via ferroviária. Grandes composições, com dezenas e dezenas de vagões, puxados por três, quatro e até cinco locomotivas, fazem o transporte de mercadorias, desafogando sobremaneira as rodovias. Aí está um bom exemplo de como resolver o grave problema do congestionamento das rodovias brasileiras.
A poucas milhas de Crescent City, está o Jedediah Smith Redwoods State Park. Nos 3,7 km2 deste parque encontram-se as mais fantásticas sequóias existentes no litoral. Uma pequena estrada para carros pequenos percorre o parque por cerca de 10 milhas, espremendo-se entre as gigantescas sequoias. Imperdível! É a Howland Hill Road.
Em Crescent City estamos hospedados no Travelodge.
Carson Mansion, a exótica casa de um pioneiro, em Eureka
Segunda-feira, 23 de setembro
Saindo de Crescent City seguimos rumo sul pela US-101, rodovia que cruza o Redwood National and State Park. Este parque representa a união cooperativa entre o National Park Service e o California Department of Parks and Recreation. Em conjunto estes parques foram designados sitio de Gerência Mundial e Reserva Biosférica Internacional protegendo recursos queridos e admirados pelos cidadãos de muitas nações.
Aí estão preservadas algumas das maiores florestas nativas de sequóias, estendendo-se por toda a costa da região extremo norte da Califórnia, numa extensão de 125 km.
Ao final da tarde, chegamos a Eureka. Estamos no Econo Lodge.
Saindo de Eureka, continuamos rumo sul pela US-101, até o Sonoma Valley, região que produz cerca de 5,4 milhões de caixas de vinhos por ano. Entre as vinícolas mais importantes estão a Sebastiani Vineyards, Glen Ellen Winery e Chateau St. Jean.
A US-101 corta do Humboldt Redwoods State Park. Sequóias.
Sebastiani Theatre, em Sonoma
Missão São Francisco Solano de Sonoma
Feira na histórica Sonoma Plaza
Ledson Winery
Infelizmente não tivemos oportunidade de visitar nenhuma vinícola. Quando chegamos, já estavam fechadas. Era tarde. E amanhã seguiremos viagem.
Em Santa Rosa estamos hospedados no Motel 6.
Quarta-feira, 25 de setembro
Saindo de Santa Rosa seguimos pela por rodovias locais até Calistoga, já no Napa Valley. Mas antes, passamos pela Floresta Petrificada, onde gigantescas sequoias foram transformadas em pedras, há milhões de anos, por ação de intensa atividade vulcânica.
Tronco de sequóia petrificado
Em seguida, visitamos o Old Faithfull Geiser. O velho gêiser é fiel: a cada quarenta minutos entra em erupção, lançando jatos de água quente e vapor a 20 metros de altura. Impressionante a pontualidade dele. Conferimos.
A região chamada Napa Valley tem cerca de 56 km de extensão e é o centro da indústria vinícola do norte da Califórnia. Mais de 250 vinícolas, algumas fundadas no começo do século XIX, se espalham por suas encostas e pelo solo fértil do vale. A maior parte delas fica à beira do caminho de lindas paisagens, conhecido por Silverado Trail, e da rodovia 29, as duas principais vias da região, que percorrem todo o vale e passam pelas cidades de Yountville, Oakville, Rutherford, St. Helena e Calistoga (Guia Visual Folha de São Paulo).
O Castello di Amorosa
The Great Hall
O pátio
Degustando um Zynfandel 2010
Vinícola Robert Mondavi
Terminando o dia, chegamos a Martinez, já nas cercanias de São Francisco. Estamos hospedados no Rodway Inn.
De Martinez a San Francisco é “um pulo”. Mas resolvemos nos hospedar em Oakland, fugindo os altos preços dos hotéis na ilha de San Francisco.
Sexta-feira, 27 de setembro
Dia reservado para passear por San Francisco. Mas primeiro, resolver um pequeno problema relacionado com o carro. Não estou me dando bem com o Cruze. Me doem as pernas e as costas. Então, levo o problema ao pessoal da Alamo e o que eles fazem? Trocam o carro. Outra vez. Dentro do que contratei, opto por retornar ao Chrysler 200. Agora, andando nele, vejo que é bem superior ao Cruze. Questão de gosto.
Primeira parada na Holy virgin Cathedral. Cúpulas de um dourado resplandecente coroam essa Igreja Russa Ortodoxa no Exílio. Ao contrário do que ocorre nas igrejas cristãs, aqui as missas são rezadas com os fiéis em pé. Não há assentos.
Segunda parada, Powell Street Cable Car Turntable. Um passeio imperdível em um bondinho do século passado, marca tradicional de San Francisco.
E por fim, a imperdível Golden Gate Bridge.
Saindo de Oakland, cruzamos pelo centro de San Francisco e logo pegamos a CA-1, e seguimos rumo sul, sempre pelo litoral. Passamos por Half Moon Bay – acho que ali é a capital universal da abóbora: nunca vi tantas – e Santa Cruz. Belas paisagens, sempre com o Oceano Pacífico à nossa direita. Região de muitas plantações onde se destacam além da abóbora, beterraba, alcachofra e morangos.
Em Monterrey paramos para pernoite. Não demos sorte. Havia na região encontro de motos, e os hotéis estavam todos lotados. Como aqui funciona a lei da oferta e procura, os preços estavam lá em cima. Mas precisávamos ficar por aqui, para no dia seguinte visitar o famoso aquário da cidade.
Hospedamos-nos no Discovery Inn por exorbitantes US$179,00 (um bom motel, mas não para isso tudo).
Monterey
Na baia de Monterey
Domingo, 29 de setembro
Começamos o dia visitando o Monterey Bay Aquarium, o maior aquário dos Estados Unidos. Mais de 500 espécies reproduzem a rica vida marina na área da baía de Monterey. E de quebra, visita-mos também Cannery Row, área portuária de seis quadras, ao lado do aquário, retratada por John Steinbeck em seu livro “A Rua das Ilusões Perdidas”, que já foi o endereço de mais de 20 fábricas de sardinhas em lata, pescadas na baia de Monterey. Por volta de 1945 as sardinhas de-sapareceram, provavelmente pela pesca excessiva, e o local foi abandonado. As fábricas acabaram demolidas ou incendiadas. Os poucos prédios que restaram, hoje são ocupados por lojas e restaurantes modernos (Fonte: Guia Visual Folha de S. Paulo).
Prefeitura de Monterey
Estranhas criaturas no aquário
Na sequência, conhecemos Pebble Beach – 17-Mile Drive. Este local de nome intrigante, chamou nossa atenção. O que será isso? Fomos conferir. Pagamos US$9,75 para entrar (o carro) e no folder que ganhamos (ganhamos?) assim descreve a região: “Bem-vindo a uma das mais famosas unidades de paisagem do mundo. Por favor, siga a linha vermelha tracejada na estrada e os mar-cadores 17-Mile Drive para fazer o seu caminho através da majestosa floresta Del Monte e ao lon-go da dramática (...) costa do Pacífico. Maravilhe-se com os maiores tesouros da natureza, veja os maiores marcos de golfe e desfrute de visitar Pebble Beach”.
O lugar é muito bonito, que começa por uma estrada bem cuidada através de um belo bosque nas montanhas, para logo chegar ao mar, onde condomínios, campos de golfe e resorts estão estrategicamente construídos para o deleite de seus sócios e proprietários. Para nós turistas, somente visitar e apreciar as belas paisagens.
Em uma das paradas da 17-Mile Drive
Colada a Pebble Beach está Carmel-by-the-Sea, uma cidade sem sinais de trânsito, sem fios de luz, sem letreiros... Diversos estilos marcam as casas desta linda cidadezinha na encosta de uma montanha sobre o oceano.
Carmel by the Sea
Continuando pela CA-1, chegamos a San Luis Obispo, já no final da tarde. Essa rodovia que segue sempre pela costa, é muito bonita, quase sempre se avistando o oceano. Em muitos pontos, está pendurada em barranco com precipícios de várias dezenas de metros. Há que se ter muito cuidado, e observar os limites de velocidade, que via de regra, variam de 15 a 35 milhas por hora. Não é uma rodovia para quem está com pressa de chegar.
Estamos no Sands Inn & Suites. Muito bom.
Após excelente breakfast bem ao estilo americano com direito a waffers e hamburgers, rápida passada na San Luis Obispo Mission de Tolosa, missão fundada em 1º de setembro de 1772 pelo padre Junípero Serra, quinta do conjunto de 21 missões construídas pelos padres franciscanos, ainda é usada como igreja.
Saindo de San Luis Obispo continuamos pela CA-1 em direção ao sul, passando pelas cidades de Guadalupe, Orcutt e Lompoc até chegamos à cidade de Santa Bárbara.
É uma raridade no Sul da Califórnia: uma cidade inteira com um único estilo arquitetônico. Após o devastador terremoto de 1925, todo o centro foi reconstruído seguindo estritamente o estilo mediterrâneo. As ruas da cidade têm nomes espanhóis: Figueroa St., Carrillo St., Canon Perdido St., De La Guerra St., Ortega St., e por aí vai.
Rua do centro de Santa Barbara
Aí fomos conhecer a Santa Barbara Mission. É uma das mais visitadas do Estado e a única que permanece em uso contínuo desde que foi fundada, em 1786. A fachada e o interior da igreja são em estilo clássico. Chamada de “Rainha das Missões”.
Em Santa Bárbara estamos hospedados no Quality Inn & Suites. Muito bom.
Mission Santa Barbara
Frei Usmá
Interior da missão
Temos parente sepultado aqui. A.V.P. = Admodum Venerandus Pater (Pai Muito Venerado); R.I.P. = Requiescat In Pace (Descanse em Paz)