Pessoal, ontem (26/07/2013) acordei nove horas da manhã. Hoje 27/07/2013 estou escrevendo a partir das 11:40h da manhã, são vinte e seis horas acordado mas, antes de cair na cama quero falar minhas impressões pessoais.
Muito pessoais.
Joverany me ligou 11:45 h da manhã e disse que em três horas mais ou menos estaria em Anápolis mas que poderia atrasar um pouco, tudo bem. Me arrumei e me mandei prô posto da Polícia Rodoviária Federal na saída de Anápolis (BR-060).
Fiquei esperando lá por uma hora e meia, nesse tempo conversamos por telefone diversas vezes, quatro e pouco da tarde pegamos estrada. Minha preocupação era o frio, sei que faço de Anápolis a Brasília em uma hora e meia, quatro e meia da tarde seria meu limite.
Tudo nos conformes, pegamos estrada, cometi uma indelicadeza em não cumprimentar um dos componentes do comboio mas se me desculpei depois.
Na pista, minha "tocada" normal é de 110/115 quilômetros por hora a 7.500 giros, o Grande Cacique que ia na frente estava tocando a 95/100 Km/h, passei na frente e fui "puxando" na minha toada até que, se nos deparamos com um baita engarrafamento, um acidente cruel d'um caminhão basculante carregado de areia que saiu de uma estrada vicinal e acertou uma carreta em cheio (juro pra vocês, nunca vi uma frente de basculante Mercedes virar uma "sanfona" de um metro e meio. Quando passei do lado, só deu pra ver um pé, uma "sangueira" no chão e, o resto estava dentro da "sanfona", coisa horrível mesmo pra mim que já catou pernas e braços na BR-116 naquelas curvas da Serra do Azeite próximo a Cajatí-SP.
Todos juntos, continuamos a toada, demos umas "perdidas" até encontrar o local do Evento. Em lá chegando, eu me mandei para encontrar um amigão que mora em Natal-RN e que não via desde 1.992! Encontrei o cara e a filha, jantamos, tomamos umas Skór e voltei pra "Granja do Torto" onde o pessoal ficou na "Baia 13".
Comprei umas cervejas, fui passear, prosear, "sapear", passei de longe onde tinha o "Show" visto que a "maresia" estava como de costume nesses eventos e não sou chegado na coisa, já sou muito doidão com Skór e Hollywood Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
Conversei a noite inteira com muitos integrantes de vários grupos de motociclistas, estava com uma jaqueta onde a patroa costurou aquele brasão dos Fazedores de Chuva, fui muito bem recebido.
Aliás, a maioria dos caras com quem conversei já sabiam da página, incrível a inserção dos Fazedores de Chuva dentre os "motociclistas do bem".
Aí o bicho pegou, todos, vejam bem TODOS os caras que conversei relataram que um grupo (que não ouso mencionar o nome mas é o equivalente norte-americano de "urubu") sentem medo dos caras.
Passei na frente d'um galpão que eles alugaram, realmente o clima é pesado, o cara que estava comigo "afinou" quando eu disse que iria entrar.
Cheguei na cara dura com uma latinha na mão, disse prô mais velho: "-Prazer, Alexandre de São Paulo, gostaria de ver como vocês são, posso entrar?"
O véio disse: "-Entra lá, não bate foto (e apontou pra dois caras que estavam na roda e disse: "-acompanha ele".
Logo de cara quando entrei me deparei com um cidadão que parecia saído dos "caras maus" do Mad-Max que disse "-Quê que você tá fazendo aqui? (ele não tinha visto "meus seguranças" indicados pelo véio).
Olhem, prestem bem atenção, a coisa é sinistra, esse galpão que visitei é só da "Facção Brasília", ainda passei por outros lugares de outras facções do mesmo grupo.
Juro prôceis, fiquei apavorado com o que vi.
Dia já amanhecendo, cheguei na barraca do Joverany e disse: "-Bicho, tô cascando fora...".
Passei no banco, tirei uma grana, abasteci a moto e, voltei pra casa "no gás", fiz em uma hora e quarenta de Brasília a Anápolis.
Não sei se vocês acreditam em "Karma" ou denominam de outra forma uma má impressão, eu costumo dizer que o ambiente que senti é muito "pesado" e "negativo" para minha áurea. Só com muita Água Benta eu volto num encontro desses.
Outras coisas que reparei:
- Fiquei quase meia-hora com um maço de cigarro vazio e duas latas de cerveja nos bolsos da jaqueta até encontrar uma lata de lixo para depoistar;
- Não vi nenhum extintor de incêndio nas baias que passei pra conversar com o povo (e, podem crer, uma bituca de cigarro jogada numa barraca daquelas faria um estrago enorme nos que estavam dormindo);
- Banheiros imundos, uma falta de civilidade incrível !
Outra coisa interessante foi constatar que 99% das barracas montadas nas "Baias" cobertas era de gente de!
Ainda questionei a razão deles ficarem brincando de montar barraca num encontro desses, as desculpas foram de que moram "longe", 20 quilômetros daqui.... até "tô bebendo tenho medo de "blitz" Kkkkkkkkkkkkkk
Pô! Eu saí de Anápolis, fui lá, de lá num lugar a 10Km de distância, voltei bêbado como um gambá, passei por três "blitz", cheguei "inteiro", fiquei a noite inteira acordado, voltei prá Anápolis, se tivesse levado barraca teria que montar no relento porque os caras moram a 20Km e tem medo de blitz!
É o fim-da-picada...
De resto, encontrei muita gente boa, muita gente inteligente e alegre mas, juro prôceis, pelo menos nessa noite que passei lá, vi o "mau" suplantar o "bem".
Fiquei feliz da vida quando caí na Estrada e voltei pra casa.
Se depender de mim, esse foi o primeiro e, o último encontro em Brasília, podem crer.
Alexandre.
Algumas fotos:
Vista geral da "Baia 13" na manhã do dia 27/07/2013.
Acima: barraca do Joverany na esquerda, à direita, o pessoal de Brasília (no caso da "Baia 13, TODOS eram de Brasília!) Kkkkkkkkkkkkkk!
Acima, um casal simpático, "do bem".
Acima, uma parte dos "Hunos" (também gente "do bem").
Acima, um pessoal muito legal esquentando a churrasqueira pra fazer café da manhã! :-)
FC Proftel, muito interessante a matéria sob o link postado, para mim uma surpresa, caso tudo o que esteja relatado seja verdadeiro.
Coloco sempre no condicional porque temos a visão somente de um lado da moeda e para não ser injusto, acho por bem plantar uma dúvida.
Muito interessante também a tua experiência sobre o Encontro de Brasília, aliás, penso que nós os brasileiros temos a incrível capacidade de nos destruir a nós mesmos, pois temos uma tendência muito grande, forte, talvez até genética, por osmose da falta de educação que nos aflige há séculos, de optarmos pela informalidade e de vulgarizarmos tudo aquilo que temos de bom ou nos é oferecido.
Agora, o que gostei mesmo, foi o do reconhecimento dos Fazedores de Chuva como "motociclistas do bem"!
Como a palavra tem a capacidade de nos jogar para cima ou para baixo, não é verdade?
Uma maravilha ser substantivo, como qualidade de excelência moral, ou advérbio, quando nos queremos bem.
Meu coração se enche de alegria e por uma coisa tão simples, mas tão do bem, me emociono!
Acabei de chegar em casa.
Estava no Motocapital.
Li o post do proftel e concordo com ele no caso do MC que ele mencionou. Achei
eles muito sinistro. Não sei é porque já estou aqui nos FC e me sinto em casa, ou se
é porque não acredito na mesma filosofia que eles.
Cresci acreditando que motociclista
é um pelo outro e não um contra o outro, daí que esse grupo se isola, tipo se for
do meu grupo é bem vindo se não for tá excluído, complicado! Isolaram uma
área do estacionamento "exclusivo" para eles e ninguém poderia passar por lá,
nem mesmo a pé, um outro local só para ficarem e não poderia mais ninguém entrar.
Tudo bem! Concordo com a demarcação do espaço, até mesmo por uma questão
de organização, mas impedir o acesso de outras pessoas ou facções já acho demais.
Lamentei só encontrar 2 Fazedores de Chuva por la, sei que somos diferentes
mas poderíamos ao menos nos reconhecer.
Pra mim valeu a pena, fiz minha primeira viagem em comboio, aprendi com
GCFC Sinomar Tavares a aproveitar melhor o tempo durante uma viagem,
fiz algumas "poucas" amizades, vi muiiiiiiiiiiiita moto, motos que nunca
ouvi falar, tipo umas da década de 50 e pude matar saudade de uma moto
que era meu sonho de juventude a fabulosa "viúva negra".
O que achei ruim foi o barulho ensurdecedor que se estendeu até mais ou
menos 5 horas da manhã, somente aí que pude dormir. Mas em um encontro
com mais de 10 mil motociclistas é natural o barulho.
Agora em questão de organização, não é puxando a sardinha pro meu lado não
mas os encontros em Morrinhos agradam mais, a começar pela definição dos
espaços e a terminar pela comida oferecida aos motociclistas, tais como café
da manhã, almoço e churrasco. Hoje de manhã foi oferecido um café da manhã
em Brasilia, mas a mesa foi montada as 7h da manhã e desfeita por volta de
7 e 30h, ou seja! Pouquíssimos motociclistas puderam aproveitar.
De qualquer forma fica aqui o convite para o Proftel vir aqui em morrinhos no
ano que vem, com certeza vai sair mais satisfeito.
Ao ver seu post não tive como segurar a onda e tenho que te contar um fato que
me aconteceu no Motocapital.
Uma motociclista viu a Claudete com o adesivo dos FCs e me perguntou se eu
sou Fazedor de Chuva. Enchi o peito de orgulho e falei. Sou!
Ela balançou a cabeça numa expressão de respeito e falou assim.
_ Vocês são diferentes né?
Daí eu gelei, imaginei que como muitos MC tem fama negativa, já fiquei com
medo dela falar alguma coisa da gente e eu não saber dar a resposta certa.
_ Diferentes por que? Perguntei.
_ Ora, vocês tem um ideal, são desinteresseiros, tem nas veias óleo de
moto correndo,vocês são diferentes, não são metidos, são tão simples
que até é difícil reconhecer um.
Ela apontou pros lados e falou.
_ Olha, você não vê um Fazedor de Chuva vestindo colete ou reservando
baias, se misturam, ta no meio dos outros, parece que o lugar de vocês é onde
tem um motoqueiro.
Ai fiquei inchado e falei pra ela.
_ Foi por isso que virei FC, não sou um grande Fazedor de Chuva, mas
um chuvisco tenho orgulho de fazer. Demos umas risadas.
Daí contei pra ela da minha viagem, do apoio que os FCs me deram, da
Sede Internacional, dos desafios, do principal quesito que nos une e nos
sustenta "O Sonho", contei da simplicidade dos FCs que conheci na sede
e concordei com ela que passamos despercebidos, não andamos de
nariz empinado e muito menos vestindo um colete, falei que não somos
diferentes, falei que passamos despercebidos porque somos pessoas
comuns e iguais, o que nos diferencia é que nossos sonhos saem das
veias.
Falei pra ela que a gente é realmente difícil de se reconhecer, mas na
hora do aperto a gente sempre sabe onde encontrar o outro.
Dei pra ela o endereço do site, porque percebi nela uma vontade de
virar FC.
O Joverany quando chegamos montou a barraca, eu fui encontrar o Fred que mora em Natal-RN, ele estava a dez quilômetros da Granja do Torto no condomínio Lakesite - casa da filha dele - (Asa Norte), voltei por volta de meia-noite e meia e depois disso "varei a noite" portanto, o Joverany teve uma impressão, eu a mesma (quando voltei ele estava dormindo, acordei o cara pra avisar que estava "cascando fora" lá pelas seis e pouco da manhã).
Se o Joverany teve a mesma impressão que eu, pense bem na coisa.
De resto, valeu a viagem, é como "fruita", se a gente não experimenta, não sabe nunca o gosto, esse encontro pra mim foi áspero no que tange ao grupo que reportei.
Bicho, realmente, a gente passa despercebido (a não ser que reparem nos adesivos nas motos).
Mesmo aquela jaqueta verde que eu estava usando com o logotipo nas costas dos Fazedores de Chuva ficou discreto pacas em vista daquele monte de gente com colete de couro preto parecendo "guarda-roupa-de-****" (de tanta coisa pendurada) como se diz no meio militar Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
Enquanto você dormia passei por três "Baias" e, sempre encontrei entre três e quatro representantes de Grupo, ao menos 12 grupos de motociclistas eu contatei durante a madrugada, fora os que entravam e saiam.
Nesse ponto para contato a viagem foi boa, pode crer que a página do Fazedores de Chuva provavelmente irá aumentar o acesso.
A gente não se conhece pessoalmente mas, você já deve ter percebido e, o Joverany já deve ter falado pessoalmente que não tenho "papas na língua", escrevo o que sinto e não sou "politicamente correto". O link só procurei por curiosidade em saber quem os caras são, só isso. Na Wikipédia você verá que são uns "santinhos", a realidade que ví é outra muito distinta.
O que vi naquele galpão se me pareceu uma mistura de Ku Klux Klan com juventude hitlerista da década de 30 do século passado.