On the road with Grandpa

[Dolor]

Em frente - 18/07/2013 - Primeiro contato


De saída para Williams, AZ, gostaríamos de desejar um dia radiante para todos.



Acabamos de tomar o nosso "breakfast", falamos com a família, recebemos uma chamada do GCFC Mike e com os porões forrados por "hash brown" "home made sausage", Englisg muffin, muito café e suco, pagamos por este banquete U$20,38, que sem o pênalti do câmbio, não comeríamos nada parecido no Brasil por similar total em reais.



"Get your kicks on Route 66!

Aprocheguem-se FC!

Sent from my iPhone using Forum Runner

[PLINIO]

Dolor / Pedro :
Me informem o que foi decidido com relação a algum serviço na Honda em Flagstaff. Se decidirem por consertar a ponderosa HATARO, certamente vão ficar toda a sexta-feira em Flagstaff. Se isso, eventualmente , acontecer, sigo até Flagstaff (na 6af) para irmos juntos ao Grand Canyon, Bryce Natl Park , etc e tal. Aguardo info's / aproveitem êste maravilhoso clima sêco, que recebi noticias do Sul do Brasil , onde chove bastante ... PLIN

[Elton]

Dolor e Pedro,

Sinto em saber que estão tendo problemas com a Harato. Estou aqui com acesso a internet e ligação gratuita para qql telefone nos EUA. Tem algo que eu possa fazer? Procurara oficina? Pecas? Alguma coisa?
He só dizer que começo a fazer.

Sent from my iPad on the road to the adventure

[Dolor]

Fazedores, que gigante o território dos FC!

Estamos em Williams, AZ, esperando a chuva passar e seguirmos viagem para o Grand Canyon.

Obrigado GCFC Elton, a Hataro, tem se mostrado uma valente e enquanto possível, vamos seguindo em frente.

[Dolor]

Terceiro contato - 18/07/2013

Fazedores, para aqueles com planos de viajarem pela Route 66, pelo menos no estado do Arizona, existe em alguns pontos turísticos e "visitor centers", o passaporte da Mother Road, com todas as principais atrações, além da brincadeira de se colecionar os carimbos nele.



Vale a pena, pois além de ser muito útil como um guia, claro, com a visão parcial dos patrocinadores, dá um norte bem interessante para o passeio.



Outro ponto que gostaria de mencionar foi o acerto na compra das jaquetas de verão da Alpine Star, por U$250,00, cada uma, extremamente confortáveis, práticas e funcionais, pois além do sentido da proteção, ponto importante de ser exercitado, mesmo enfrentando temperaturas de mais de 40º, nos manteve muito bem arejados.

Um espetáculo, especialmente porque saí fora do paradigma do preto total.

[Dolor]

Um dia perdido - 18/07/2013

Calma Fazedores, na realidade foi um dos dias mais "ganhos" dos últimos tempos e posso explicar, por partes.

A perda de um dia se deu pela minha total falta de localização no espaço, pois desde ontem, tenho feito os posts com a data errada, ou seja, matei um dia, uma vez que fiz os relatos de ontem, datado como de anteontem e o de hoje como se fora de ontem.

Deu para entender?

Já fiz as devidas correções e pus cada ontem no seu respectivo dia!

Devo estar enlouquecendo!



Hoje, que já é amanhã aí no Brasil, em função das três horas a mais promovida pelo fuso do horário da montanha, nos Estados Unidos, foi um dia pra lá de especial. Não pela quantidade de quilômetros percorridos, uma "merreca", mas pela qualidade deles e pelo ensinamento que a Mother Road pode proporcionar para o meu neto Pedro e a mim também, posto nunca ser demais colocar um pouco mais de tempero naquilo que cremos saber.



Uma das atrações mais importantes em toda a sua extensão, é uma parada obrigatória, em Seligman, AZ, na Barber Shop Angel, de propriedade do próprio, cujo sobrenome é Delgadillo, considerado e chamado como o Pai da Mother Road ou O Anjo Guardião da Route 66 e também de o Embaixador da Route 66, pois nascido nesta cidade em 1.926, quando do início desta ligação leste oeste americana, foi talvez, a voz mais ativa a partir de 1.985, quando a 66 foi desativada do sistema das "highways", para transforma-la no que ela é. Sua voz ecoou por todos os outros sete estados que se uniram e conseguiram estabelece-la como uma das rodovias, se não a principal, com esta vocação turística.



Ao entrarmos na loja que dá acesso para a barbearia vimos uma cena, cujo significado foi potencializado, pois estava o próprio Angel Delgadillo, com 86 anos, cortando o cabelo do Howard, de 89, compromisso assumido por ambos de pelo menos uma vez por ano se encontrarem para este ritual.



O ambiente transpirava companheirismo e alegria, altamente contagiosos, pois ao respirar aquele ar, foi como se já os conhecesse por longos e longos anos tal a cumplicidade imediatamente identificada por todos daquela pequena sala testemunha de tantas histórias, no decorrer dos seus 63 anos de porta aberta.



Após o corte do cabelo do Howard, sentei naquela cadeira, tipo mágica e após a primeira tesourada, o Angel parou, olhou em direção do Pedro o chamou para perto e afetuosamente como um irmão mais velho, mas não muito, pois lembrou que o seu corpo guarda um espírito de apenas 36 anos, não permitindo desta maneira alquebra-lo, começou a falar de vida, de como um jovem como ele deve resistir aos ataques daqueles ditos amigos e acima de tudo disse: Pedro diga não a tudo aquilo que não serve e não dê importância à pressão vinda por aqueles que se dizem teus amigos.



Prosseguiu, de forma fraterna pedindo para que desse as costas ao álcool, fumo, drogas, enfim, como se houvéramos combinado, reprisou todas as orientações que já fazem parte do seu cotidiano de educação, sustentada por todos aqueles que o amam.



A emoção tomou conta daquele ambiente e como um fino tecido protetor, envolveu o Pedro, hipnotizado por tudo o que ouvia vindo de um estranho, objeto na condição de devoção, como um popstar, conforme pudemos testemunhar, pelas pessoas de várias partes do mundo, ansiosas por fazerem registros fotográficos com ele, alguns por encomenda.



Incrível!



E assim permanecemos por mais de uma hora e meia sob as atenções exclusivas desta grande figura, mansa, cheia de boas energias e preocupado em mostrar que os caminhos do sucesso, sob a ótica da felicidade pessoal, é aquele velho conhecido, cheio de pedras, espinhos e dificuldades, justamente na resistência ao não.



Foi um grande privilégio, logicamente afinado pelo diapasão dos bons fluídos, a atenção que nos foi dispensada, assim...do nada...como se literalmente um Angel tivesse baixado naquele salão e tomado o meu neto pelas suas mãos como o escolhido para receber esta carga extra de vida.



Ficamos, ambos, silenciosamente atônitos com o ocorrido, mas intimamente felizes, ele por ter sido o alvo principal da atenção e eu, por ter sido o condutor desta energia positiva, canalizada em altas doses de verdades para o devido armazenamento no seu coração, onde ficará guardada para a utilização e aplicação quando exigida.



Um iluminado o Pedro!



Falar mais o que da Mother Road?



De Ash Fork e a atenção total por parte da Anne, funcionária do museu, que contrariando todas as normas vigentes, abriu as portas dos carros lá expostos para que o Pedro pudesse pilota-los?



Da permissão para que ele transitasse dentro do museu como se fora parte dele?



Por algum tempo continuamos em silêncio como digerindo todos aqueles ensinamentos e lentamente chegamos em Williams, ponto de partida para o Grand Canyon.



Estacionamos em frente ao The Red Garter, hotel e confeitaria, e para nos proteger da chuva, atenta a chegada desses Fazedores de Chuva, atravessamos a rua e nos instalamos no Pine Country Restaurant, nosso já conhecido, para almoçarmos por U$38,00, enquanto várias pessoas se aproximaram para conversar sobre a moto, capacete, enfim, uma interação total, deixando o Pedro perplexo com a força de atração deste veículo chamado motocicleta.

Impressionante!



Já meio da tarde, depois de um tour por uma tiroleza, aqui chamado de "zipline", recém instalada bem em frente aonde estávamos, partimos para o Grand Canyon, mas forçados a bater em retirada pela chuva, exibida em querer se mostrar para os Fazedores de Chuva, não dando a mínima condição para que avançássemos, utilizando inclusive da mão da baixa temperatura súbita, a pedra que faltava para estes recém saídos do deserto, portando, portanto, roupas de verão.



Sem chance!

Chegamos de volta com as calças nas mãos, com a dita enfurecida nos perseguindo e só não nos alcançando porque nos antecipamos e ficamos no EconoLodge por caros U$100,00.

Como a carne é fraca, nada melhor do que um bom "steak" no Rod's, bem em frente ao hotel, por mais US50,00.

Sem dúvida, um grande dia.

Um dos melhores!

[Paula]

Que lindo dia, hein Pai!

Emocionante ler sobre os conselhos do Mr. Angel, e ainda mais com este nome, que significa tanto pra nós...



Espero que o dia hoje também esteja sendo maravilhoso e segue agora o meu recadinho!!

[Proftel]

Bom.

Minhas duas avós (tanto a austríaca quanto a polaca) sempre disseram que gente com testa grande é de confiança.

:-)

[Dolor]

Grand Canyon - 19/07/2013

Vô, quantos dias faltam para voltarmos para a casa do Mike?

Querido, fora o dia de hoje, mais seis.

Mas daí termina a nossa viagem?

É...daí faremos passeios mais curtos pela redondeza.

Ah!!!! que pena...



Com este diálogo durante o café da manhã, o meu coração já derretido, bateu ainda mais forte e a vontade, feita, foi a de abraça-lo, acaricia-lo, enfim, assim tem sido os nossos dias, totalmente dominados pelo tempo que invejoso tem acelerado o relógio, na tentativa de nos furtar minutos de convivência preciosa.


Williams, AZ

Felizmente a compensação por este sentimento de estarmos voando na sua esteira tem sido a intensidade do convívio ao longo destes últimos dias, envolvidos pela moto e pelas conversas sobre os mais variados assuntos.

Gostaria de ter dez por cento do tamanho que ele imagina tem o avô!



Na chegada ao hotel, ontem a noite, junto com a chuva veio um casal de suíços, Willy e a Genéviève, pilotando uma Harley, ótimos parceiros de conversa, com milhares de quilômetros já rodados em território americano, seguramente os colocando no topo da pirâmide do conhecimento sobre este país.

Na saída, hoje pela manhã, chegamos a perder o horário do café, de tão agradável foi a nossa despedida com a promessa de ambos, os suíços e brasileiros, de se visitarem.

Esperamos receber a visita deles primeiro na Sede Internacional dos Fazedores de Chuva, em Itajaí, SC!

Alimentado pela ansiedade do Pedro em chegarmos ao famoso Grand Canyon, nem percebemos os cem quilômetros vencidos de forma parcimoniosa, recheado por observações sobre o comportamento, diga-se de passagem, impecável, no trânsito, uma das observações do Willy e Genéviève, encantados, assim como nós, com o "american way".

Gente educada com espontaneidade!



Não pude deixar de comentar com o Pedro sobre a instituição US Post, parte integrante da vida do cidadão local, com valorosos serviços prestados ao país.



Finalmente transpusemos o portão de entrada do Parque Nacional do Grand Canyon, uma das maravilhas do mundo, grande opção para aqueles com desejo de viajarem para cá, magnífico, imponente e acima de tudo, um palco impressionante para a meditação, para deixar as horas transcorrerem por entre olhares perdidos pelas entranhas da terra, que aqui se abre para mostrar o seu interior.



Os olhares de admiração e encantamento que o Pedro lançava por entre aquelas cores da terra, funcionava como injeções extra de combustível para as nossas caminhadas ao longo daqueles caminhos cheios de vida silvestre e também, é bom se registrar, de perigos, pois bordejávamos precipícios de mais de dois mil metros de profundidade, na maior parte do tempo, totalmente disponíveis para os mais afoitos.



Felizmente, em pouca quantidade!



O nosso objetivo era acompanhar o por do sol, espetáculo digno de transe, com todo este palco sendo pintado com pinceladas de dourado, mas não foi possível, para nossa frustração, por causa da chegada de mais uma big trovoada, lavando as nossas expectativas de vermos o astro rei trabalhar como pintor.



Achei prudente aguardar a chuva passar e com a noite já presente, devagar, pilotando como venho fazendo, na ponta dos cascos, troquei a opção de irmos para Cameron, por Tusayan, bem na entrada do parque, onde nos hospedamos no Red Feather Lodge, que nos tirou mais do que as penas, a pele, quando nos apresentou a tarifa, sem choro, de U$190, na base do pegar ou largar.

Pegamos!

[Dolor]

Rumo a Zion National Park - 20/07/2013


Fazedores, quando olhei pela janela e ví aquela quantidade de água caindo, pensei na possibilidade de aguardarmos um pouco mais, mas como ainda tínhamos o café da manhã pela frente, foi um questão de relaxar e deixar as coisas acontecerem.

E o tempo, como clima, conspirou positivamente e o astro rei começou a mostrar as suas garras nos indicando uma bela jornada pela frente.



Agora, o tempo, como espaço, é um danado, pois mexe uma coisinha aqui e outra acolá, pronto, onze da manhã quando engatamos a primeira marcha rumo a Cameron, Page e Hurricane, Utah, onde ficaremos.

Necessário esclarecer que o preço do hotel estava errado, pois o valor correto, já com os impostos foi de U$207,00, me arrancando suspiros de dor do bolso, sensível demais a estes ataques.



Muito bacana tomar a US 64, correndo por dentro do Grand Canyon por dezenas de quilômetros, nos permitindo assim deixarmos este espetáculo com os olhos brilhando de satisfação, com algumas paradas pelo meio do caminho, especialmente em Lipan e Watchtower, ambas indescritíveis.



É tudo tão bonito que já começamos a enjoar de tanta beleza!



Daqui segue o nosso abraço para todos!



Mas voltando à estrada nem bem saímos do Parque entramos na Kaibab National Forest, outra maravilha nos apresentando os seus "canyons", com ares de deserto, com a temperatura subindo à medida que baixávamos de altitude.



Como não somos de ferro, após pouco mais de 130 km, estamos comendo, para variar, mais hambúrgueres, desta feita no Sonic, em Tuba City, AZ, por U$16,61, uma montoeira de comida.



Bom apetite!