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197/295 – São João do Oeste


E aqui chego a um município que, olhando só o nome no mapa, não faria muito questão de conhecer. Porém, mais uma vez obrigado ao desafio dos Fazedores de Chuva por ter uma motivação para estar pelas bandas de cá, e descobri mais um pedacinho alemão em SC.
O clima alemão impera em toda a cidade. E, pesquisando depois na internet, descobri que apenas 25% dos 6 mil habitantes residem na zona urbana, que 93% da população fala a língua alemã, e que a cidade tem o menor índice de analfabetismo do Brasil, incríveis 0,2% da população. Tais números dão à cidade o título de Capital Catarinense da Língua Alemã.

Como a única coisa que sei falar em alemão é Ein Prosit hahaha (aprendizados de Oktoberfest), parti para a cidade vizinha, que organizou a primeira Oktoberfest do país.
198/295 – Itapiranga


Chegamos à alemã Itapiranga, cujo nome significa “pedra vermelha” em tupi-guarani. Do outro lado do rio Uruguai, temos o RS, e um pouco a frente temos a fronteira como los hermanitos argentinos.
Como disse, Itapiranga mantém entre uma de suas tradições alemãs a Oktoberfest, a qual foi a primeira realizada no Brasil, em 1978, 6 anos antes da famosa festa de Blumenau. Um fato que reforça esta origem germânica, e que descobri numa prosa rápida com um local (vestido com uma indumentária gaúcha, evidenciado outra influência daqui heheh), é que a língua alemã chega a ser um pré-requisito para funcionários em algumas empresas locais.
Além disso, como o RS está logo ao lado, que tal fazer uma pecuária à beira do imponente rio Uruguai:

E realmente, a vazão do rio Uruguai impressiona neste trecho.

Depois de uma parada mais longa para conhecer um pouco da cidade e dos costumes, e também para comemorar os dois terços de desafio completados aqui, hora de iniciar o retorno para São Miguel do Oeste.
199/295 – Iporã do Oeste



E esse matagal escondendo a placa com o nome da prefeitura? Que coisa feia em Iporã do Oeste, assim fica difícil ter uma boa impressão hehehe vamos cuidar disso aí.
O nome Iporã do Oeste também tem origem na língua tupi-guarani, onde significa “água boa”. A cidade possui cerca de 9 mil habitantes.
200/295 – Descanso


Enfim 200 municípios visitados no estado, hora de um descanso? Trocadilhos a parte, fiquei sabendo depois que a cidade possui um Cristo Redentor bem famoso na região, infelizmente não o vi quando de minha passagem por lá.
Descanso já foi chamada anteriormente de Nova Polônia, graças a chegada de alguns imigrantes dessa nacionalidade. Porém, nos dias atuais, grande parte da população descende de italianos. O nome Descanso surgiu por conta da famosa Coluna Prestes, que cruzou o Brasil na década de 30, no primeiro governo Getúlio Vargas, e que parou para dar uma descansada por estas bandas.
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201/295 – Belmonte


Chegamos à décima primeira cidade do dia. Hoje foi mais um dia produtivo hein hehehe.
Belmonte fica localizada no extremo oeste do estado, inclusive também chega a fazer fronteira com a Argentina. Pequenina, com 2,5 mil habitantes, ela também é um dos “novos municípios” que surgiram no estado no início da década de 1990.
202/295 – Santa Helena


Outra pequenina da região, um pouquinho menor que Belmonte, com 2,3 mil habitantes, Santa Helena também se emancipou em 1992, e possui grande destaque na produção agrícola da região.
203/295 – Tunápolis


Com quase 5 mil habitantes, Tunápolis é a última cidade desta ramificação da SC-496. Advinda de uma colonização seletiva, onde segundo os registros apenas alemães e católicos podiam adquirir terras no novo município, a cidade hoje se orgulha do povo trabalhador, como podemos ver na foto acima: estamos na Capital do Trabalho!
Voltando em direção a São Miguel do Oeste, hora de pegar o trecho final da BR-282 até a fronteira e a última cidade da rodovia. Já fui imaginando o pior, e dessa vez encontro o melhor: a BR-282 está um verdadeiro tapete entre SMO e a fronteira com a Argentina, fruto de uma parceria entre os países de criar um novo corredor rodoviário.
204/295 – Paraíso


Antes de falar de Paraíso, a fronteira Brasil x Argentina, fica a apenas 8 kms da sede do município, merece um adendo:


Esta foi a única placa que encontrei indicando a fronteira. Além do posto do Cidasc, onde a rodovia está interditada, apesar que dá de fazer um desvio por trás do posto.

Mas para mim, uma palavra meio que retrata este cenário: abandono. Até fiquei com dúvida se a fronteira era ali mesmo ou ano. Mas as marcas de bala no vidro do guichê do Cidasc davam a impressão de estar em outro “Velho Oeste”, aquele americano, e não o catarinense. Depois, pesquisando na internet, vi que a história do local já começou meio torta, com empresários locais financiando a construção da ponte sem o aval dos governos, e aí pelo jeito só aqui que estão dando um jeito de legalizar e melhorar essa situação.
Bom, como estaria na tríplice fronteira no dia seguinte, não dei muita bola aqui e voltei para fazer o registro em Paraíso, esta cidadezinha de 4 mil habitantes que é a última parada da BR-282 em solo brasileiro/catarina.
Cronograma do dia terminado? Não, tem espaço para mais uma heheh.
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205/295 – Bandeirante


E assim chegamos à última do dia, Bandeirante, com seus 3 mil habitantes, e cuja única ligação asfáltica sai de dentro de São Miguel do Oeste, cortando o bonito relevo meio que montanhoso desta região oeste.
Dessa forma, às 15:00 já estou encerrando meu expediente, e aproveito para conhecer um pouco mais da bela São Miguel do Oeste, terra de belas paisagens, de um povo educado e hospitaleiro, de mulheres bonitas, de custo mais barato do que no litoral, da igreja de São Miguel Arcanjo:

Não dá nem para notar que eu gostei um pouquinho da cidade né. E à noite, na hora de tomar aquela gelada para relaxar, desta vez o brinde foi um pouquinho maior, foi bom para dar mais ânimo de subir a ladeira e voltar ao hotel hehehehe.

Mas não tem problemas, o dia seguinte seria um “dia de folga”, o expediente de viagem só começaria pelas 10/11 horas.
E assim se encerra mais um dia da Expedição Oeste.


Mapas do percurso do dia.
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Parábéns Allan lindo seu estado e muito bom seus relatos!!
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Obrigado amigo FC Jorginho, e digo que temos sorte de morar em um país com várias belezas que nem o nosso.
Aqui em SC, fazendo o Valente acabei conhecendo locais que nunca imaginei existir, e tenho certeza que a tua Paraíba também possui muitas belezas escondidas heheheh abraços!
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15/08/2015
Pois bem, e lá vamos nós para mais um dia da Expedição oeste, o 5º dia hahaha
Como disse no último relato, este seria o “dia de folga”. Expediente de no máximo 3 horinhas, apenas cerca de 190 kms a cumprir.
Sendo assim, para quê começar o expediente cedinho né? E assim, por volta das 10:00 da manhã, lá estávamos nos despedindo de vez da querida São Miguel do Oeste, não sem antes fazer o registro da moto em frente à Prefeitura:

E depois do registro, bora pra BR-163.
206/295 – Barra Bonita



E a primeira parada é Barra Bonita, encravada em um verde vale a apenas 15 kms de São Miguel do Oeste, e que se emancipou deste município há apenas 20 anos. Sua população atual é de 1,9 mil habitantes. Uma curiosidade do município é que o mesmo tem locais propícios para esportes radicais, graças ao belo relevo da região.
207/295 – Guaraciaba


A beira da BR-163, Guaraciaba é o próximo destino. Seu nome em tupi significa “lugar do sol”, e daí vem a expressão “raio de luz” observada no pórtico de chegada à cidade. Com cerca de 10,5 mil habitantes, Guaraciaba se destaca na região e no estado, com destaque na produção de leite, onde o número de vacas (12 mil) supera o número de habitantes do município.
Outra curiosidade advém deste destaque econômico: a cidade possui a única fábrica, fora da Itália, que produz o queijo grano.
Em seguida, volto à BR-163, que começa a ficar meio que intransitável, com um asfalto muito irregular, e também com muitos buracos. Mas, um pouco à frente adentro na bela SC-473, que, apesar de não ser mil maravilhas no quesito asfalto, está melhor conservada e ainda proporciona belas e verdes paisagens.
208/295 – Anchieta


Com 6,5 habitantes, Anchieta fica no meio de uma região com um relevo belo e acidentado, e com muito verde preservado no entorno. Na verdade, a primeira impressão que dá, pelo caminho percorrido até aqui, é até que este é um município meio que isolado nesta região.
O município possui 52 anos de fundação, e possui grande potencial para o turismo rural, em virtude destas belas paisagens do entorno que já citei.
De volta à BR-163, a situação da estrada vai se piorando...
209/295 – São José do Cedro


O quarto registro do dia é São José do Cedro, município que também é um pouco maior do que o padrão da região, pois possui cerca de 14 mil habitantes. O Cedro inserido no nome do município tem origem em uma árvore desta família que servia de repouso para viajantes que passavam pela região rumo à fronteira com a Argentina. A cidade também possui a sua alemã Oktoberfest.
210/295 – Princesa


Ao ladinho de São José do Cedro fica Princesa, com seus 2,8 mil princesenses. E aqui também encontramos tradições alemãs, onde todo mês de setembro ocorre a Kerbfest, para reforçar estas tradições, e também há o ensino da língua alemã para as crianças da cidade, com uma curiosidade: metade da população descende de italianos.
De volta à BR-163, a situação vai piorando...dessa vez além do asfalto irregular, as rajadas de vento começam a dar o seu ar da graça. Mas somos valentes...
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211/295 – Guarujá do Sul


O nome de Guarujá do Sul tem origem na praia paulista do Guarujá, na forma de uma homenagem prestada por um dos pioneiros à esta praia. O único porém desta história é que praia, aqui, está no mínimo a uns 730 kms...
Com cerca de 5 mil habitantes, sua economia é baseada na agricultura e no turismo rural. E possui uma posição estratégica, pois fica a apenas 12 kms do estado do Paraná, e 20 kms da fronteira com a Argentina.
E, voltando à BR-163, estes 12 kms foram os mais longos da viagem. Aqui, os buracos somem do asfalto irregular da rodovia por um motivo: devido às obras de recuperação, a capa asfáltica e sua sinalização foram removidas. Tudo bem que estas intervenções estão ocorrendo por um motivo nobre, mas olha, acho que escolhi a época errada para passar por aqui hehehe porque foi tenso...
212/295 – Dionísio Cerqueira

E enfim chegamos ao extremo do Extremo Oeste Catarinense. A tríplice fronteira Dionísio Cerqueira (SC), Barracão (PR) e Bernardo de Irigoyen (ARG). Na chegada à cidade, tudo remetia à fronteira, inclusive os anúncios de negócios (meio que obscuros):

É...brasileiro dá um jeito para tudo heheh
Voltando à cidade, Dionísio Cerqueira e Barracão são gêmeas. Eu, que em meu primeiro ano aqui em SC morei bem na divisa Balneário Camboriú x Itajaí, me acostumei em saber em qual das duas estava: por mais que os dois bairros limítrofes parecessem pertencer à mesma cidade, era só se localizar em relação ao ribeirão Ariribá, que faz essa divisa entre os dois municípios. Já em Dionísio Cerqueira e Barracão não consegui esta facilidade: realmente era difícil saber em qual cidade estava. Uma dúvida que ainda não desvendei: essa igreja, que se destaca na paisagem, fica em solo catarinense ou paranaense?

Mas e a Argentina, onde fica nesta história? Bom, nesta foto ficou mais fácil, depois do parque o território é argentino.

E agora? Bah, aí sim ficou mais fácil, a aduana.

São curiosidades tolas, mas que aguçam outros questionamentos. Como será que é viver em uma cidade como essa...cultura de dois estados diferentes, alimentada pela cultura do país vizinho ao lado. Como serão as tarefas cotidianas, compras no país vizinho, rolês no estado vizinho...é...a imaginação foi meio que aguçada, ainda mais depois que ficou observando a movimentação no parque das Três Fronteiras, onde o movimento de brasileiros e argentinos cruzando os dois lados constatava que a fronteira era na verdade imaginária para o povo daqui.
E como o lado brasileiro da fronteira estava meio parado nesta tarde de sábado, o jeito foi explorar o lado argentino a pé. Mas por lá, a movimentação se resumia às duas primeiras ruas, onde se concentravam os comércios da fronteira.
Lá para dentro, só uma coisa me atiçou: a placa indicando o final da Ruta 14. Nesta hora, a vontade foi de buscar a moto no hotel e pegar essa estrada daquela maneira muito citada no litoral, e principalmente em Itajaí: segue reto toda vida!!!
Com o ânimo meio caído, devido à queda no ritmo de viagem deste dia, o jeito foi ficar meio que lagarteando próximo ao parque das Três Fronteiras, ora no lado brasileiro, ora no lado argentino, e assim aproveitar o fim de tarde em mais uma querida região deste belo estado.





Mapa do percurso do dia
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Bom dia FC Allan Gustavo,
Mais uma maravilha de postagem, parabéns!!!
Suas questões realmente levam a refletir: tanto oba oba em outras divisas e aí nada!!!
"Mistérios" de um país perdido em si mesmo.
Já dentro do "terço final" do desafio... sentiu a ambiguidade: to terminando, que bom X to terminando, e agora? rssssss
Abração.
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Boa Noite,
Grande NFC VFC Gilmar,
Pois é, são curiosidades tolas, mas são curiosidades que só conhecendo pra entender hehehe e falam tanto da fronteira de Foz do Iguaçu, da muvuca, do perigo, e tudo mais, e perto dali (acho que são uns 200 a 250 kms) temos esta fronteira de Dionísio Cerqueira sem alarde nenhum. Vai entender né haha
Mas vamos que vamos, conforme vai chegando esse final do desafio esse sentimento vai aflorando...acho que não vai ter jeito, a Alma Inquieta não vai aguentar, não vai demorar nada para eu baixar em Floripa e dar entrada no Bandeirante, baixar no Chuí e dar entrada no Cardeal, e assim vamos até chegar no Projeto Alasca 2030 heheheh
Obrigado mais uma vez pelas palavras e pelo incentivo.
Abraço!
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16/08/2015
E assim, se inicia o sexto dia da viagem, o início do retorno ao litoral. Pela placa, parecia tão perto...

Havia apenas um detalhe: cerca de 705 kms separavam essa placa, no entroncamento entre a BR-163 e a BR-280, de BC e Floripa. Ao invés de voltar pela esburacada BR-163, sigo pela BR-280 dentro do território paranaense, para chegar ao primeiro destino do dia.
213/295 – Palma Sola


A primeira deste domingo é Palma Sola, município com 7,7 mil habitantes. O nome da cidade, desta vez, não deriva de uma expressão indígena, e sim castelhana: Palma Sola, nesta língua, significa “palmeira solitária”, em virtude de uma palmeira que se destacava na região e servia de referência para os castelhanos que praticavam o extrativismo de erva-mate e pinhão na região.
A emancipação do município também é recente, ele possui apenas 20 anos.
214/295 – Campo Erê


Em seguida, a próxima parada é Campo Erê, cujo nome aí sim deriva de uma língua indígena, mais especificamente em caingangue: “campo da pulga”, o qual infelizmente não consegui descobrir o motivo. Além disso, a cidade ostenta o título de Capital Catarinense do Novilho Precoce.
Com 9,3 mil habitantes, tive dificuldades para encontrar a prefeitura, mas para minha sorte acabei chegando antes da primeira missa do domingo, e consegui esta informação com um senhor que se encaminhava para a igreja.
215/295 – São Bernardino


São Bernardino, com 2,7 mil habitantes, e mais uma pequenina cidade da região. Assim, como vários outros municípios já visitados, sua criação é recente, o município foi emancipado apenas em 1995, há apenas 20 anos atrás.
Essa região do estado, na divisa com o oeste paranaense, me lembrou um pouco novamente o meu querido oeste paulista, que possui também um relevo acidentado, resultando em várias subidas, descidas e contornos de morros.
216/295 – Novo Horizonte


Poucos quilômetros adiante, chego à quarta do dia, Novo Horizonte. Para chegar à cidade, um asfalto impecável, em virtude do recém recapeamento da SC-157. Pena que foram poucos quilômetros dessa alegria heheh. O município também possui aproximadamente 2,7 mil habitantes.
217/295 – São Lourenço do Oeste


Mais um núcleo colonizado por imigrantes alemães e italianos, São Lourenço do Oeste é a cidade de referência nesta região, com seus 22 mil habitantes. Além da indústria moveleira, outro setor se destaca na sua economia tem semelhanças com minha querida Marília: São Lourenço do Oeste também leva o título de “terra do biscoito”, pelo grande número de empresas do setor alimentício.
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