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Fazedor de Chuva, você já reparou que ao viajar de moto, as cores ganham novos contornos e significados? Não, não estamos falando do velho e conhecido "céu azul" e o "verde da natureza".

Nossa paleta de cores ganha novos tons. O marrom, por exemplo.

Essa cor para nós, motociclistas, tem um significado próprio.

É a terra, a estrada de chão, a lama que suja nossas botas e deixa a marca do desafio ultrapassado.

É a poeira, que infelizmente insiste em cobrir nossa motocicleta, quando não soltamos as amarras e ficamos presos nos afazeres do cotidiano.


Já o cinza, visto por muitos como um símbolo de tristeza e marasmo, para nós é sinônimo de aventura. Afinal é o tom da velocidade, quando passamos tão rápido por uma paisagem que tudo se confunde em um borrão...cinza. A cor ainda é o sinal de bagagem extra, quando ao olharmos o céu e ela que predomina, soa o alarme para incluir a capa de chuva no baú.

O cinza também remete à liberdade, é a assinatura da carta de alforria. Porque ao vermos o cinza do asfalto, estamos no nosso mundo, nosso ritmo e partimos para onde queremos. O cinza do asfalto é o que nos acompanha por horas, dias e meses e mesmo assim não cansamos. Nossas almas inquietas querem sempre mais.

O azul, presente do céu e no mar, é a cor dos sonhos que perseguimos. é o azul do céu que nos faz rodar com a moto em um domingo à tarde. é aquele azul inconfundível que nos faz recordar da viagem ao Ushuaia.

O verde é o sinal aberto, é hora de partir, é o momento da acelerada inicial. O verde é o que encobre a estrada e traz sombra no momento do descanso, é onde montamos a barraca para acampar, é onde deitamos para sentir a plenitude daquele momento que sabemos único.

Enfim, essas cores só são compreensíveis para os que viajam sobre rodas.

Os que deixam o preto e branco para trás e partem rumo ao conjunto de cores da adrenalina e aventura.

Os que abandonam os contornos precisos pela incerteza de borrões de velocidade.

Os que não têm medo de descobrir novos mundos, povos, estradas e cores.