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Nas respostas sobre os benefícios de uma viagem de moto é quase unânime o aparecimento de dois verbos: aprender e (re)conhecer.

O "aprender" rege o que somos. A palavra vem do latim apprehendere e significa agarrar, tomar posse de.

Aprendemos a respeitar, a tratar bem, a sermos gratos. Aprendemos a perdoar, a desculpar-nos. Aprendemos a gostar e andar de moto, aprendemos sobre trânsito, leis e roteiros. Aprendemos caminhos e atalhos. Podemos inclusive aprender sobre culturas e povos em livros, filmes, relatos alheios.

Mas todo esse processo de aprendizado só é genuíno quando acrescentado de (re)conhecimento.

Precisamos (re)conhecer o erro para pedir desculpas. Precisamos (re)conhecer a importância do certo para então fazê-lo. Precisamos (re)conhecer como as diferenças de culturas e povos são essenciais para realmente valorizar e aprender com elas. E muitas vezes precisamos (re)conhecer a nós mesmos para conhecer e aprender com os outros. Enfim, só com o (re)conhecimento aprendemos de fato.

E não é à toa que o verbo (re)conhecer é tão utilizado nas viagens de moto. Quando um aventureiro volta depois de horas, dias ou meses na estrada, é comum dizer que o que é mais valeu a pena na viagem foi o aprendizado e o reconhecimento conquistados.

Afinal, o primeiro contato com algo, alguém ou algum lugar, pode vir impregnado de (pré)conceitos e ressalvas. Quando temos o mesmo contato duas, três ou até mais vezes, podemos analisar com mais critério, com o coração e alma mais abertos. Podemos enfim compreender e aprender de verdade sobre aquele lugar, aquelas pessoas, aquela cultura e (re)conhecer o quão importante é esse contato.

Ao analisarmos a etimologia da palavra (re)conhecer, que vem do latim recognoscere e significa trazer à mente de novo, tudo fica ainda mais claro. Aliás, poderíamos aplicar essa repetição a mais verbos. Fazedor de Chuva, por que não (re)amar, (re)perdoar e (re)viajar mais?



Texto: Karine Wenzel - Arte: Cesar Macedo