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Valente Fazedor de Chuva - Roraima
8º/15 - 09 e 10/02/2013 - Município de Amajari (420 km de ida e volta)
Ainda dolorido pela viagem ao Munícipio de Uiramutã, aceitei o convite de seis integrantes do Caveira MC de Manaus que de passagem por Boa Vista, com suas esposas, iriam até a Serra do Tepequém no Amajari.
Somos amigos e apaixonados pelo motociclismo, logo, seriam ótimas companhias na viagem.
Combinei com o Mauro e o José do Roraima Moto Clube e partimos no sábado as 13h para mais uma etapa do Valente FC.
A viagem teve inicio pela BR 174, sentido norte até o Km 100 quando tomamos à esquerda pela RR 203 para 55 km depois chegar ao municipio de Amajari.
http://goo.gl/maps/m7eD3
A rodovia estadual está mal cuidada e são muitos buracos na pista. Não bastasse isso, a região concentra grandes fazendas de gado e é muito comum ver animais sobre o asfalto.
Ao longo deste trecho o cuidado deve ser redobrado. Até a sede do município há três pontes de madeira muito mal cuidadas que permitem a passagem de apenas um veiculo por vez.

Nesta região, há muitos criadores de gado. Além disso, há várias aldeias e é costume indígena criar animais soltos, sendo muito comum você ver pequenos grupos de bois e cavalos atravessando a estrada sem a menor cerimônia.
Nos lavrados roraimenses, ainda há cavalos selvagens que cavalgam livremente. Estes animais soltos durante o período da colonização, foram procriando e hoje formam pequenos bandos.
Isso me fez lembrar uma cena há dois anos, onde eu, voltando com minha Amazonas 1600 de um festejo no Amajari, já escuro, quase atropelei meia dúzia destes cavalos. Confesso que dei sorte, pois havia diminuído a velocidade para cruzar uma ponte de madeira, senão.....

Chegamos ao municipio e tratamos de abastecer as motocas.


O povoado que deu origem à cidade começou com um bar, em 1975, cujo proprietário é o morador e comerciante, Senhor Brasil. A partir daí surgiram as primeiras residências ao redor,
cresceram em número e formaram uma vila, elevando-se a categoria de Vila Brasil, em homenagem ao fundador. Em 17 de outubro de 1995 transformou-se em município levando o nome de Amajarí, devido ao principal rio da região do Estado - o rio Amajarí, afluente do rio Uraricoera.
A população da região é composta de índios e nordestino, que, pelos seus costumes, acabaram por transformar o lugar na “Capital do Forró”. Descobri que "tenho" um supermercado na cidade (é a globalização eheheh).

A bacia hidrográfica é composta pelos rios Uraricoera, Parimé e Amajarí (foto abaixo) e a cobertura vegetal é caracterizada por florestas densas e savanas.

Esse município possui uma área demarcada como reserva indígena de 16.790,99 Km2, representando 58,71% em relação às terras do Município.
Suas principais áreas são ocupadas pelos indígenas da etnia macuxi nas comunidades do Ananás, Aningal, Cajueiro, Ouro, Ponta da Serra e Santa Inês; os wapixanas na comunidade Anaro e Araçá (esta última, dividida também com os macuxis) além dos yanomamis na área yanomami .
A sede do município é relativamente pequena. São pouco mais de 9 mil habitantes distribuídos entre a cidade e o campo.
Subindo a serra, neste pequeno trecho há outras nove pontes de madeira e na subida da serra há dezenas de curvas e subidas “de assustar” qualquer vivente.
Tepequém se caracterizou pela exploração de diamantes entre os anos de 1950 a 1980, tendo ali nascida a Vila do Paiva. Como já afirmei antes, Roraima é riquíssima em minerais e o diamante é apenas uma das riquezas desta terra. Infelizmente, hoje a extração é proibida mas ainda assim alguns garimpeiros sobrevivem desta atividade.
A 1.100 metros acima do nível do mar, é um refúgio para os fins de semana com belas cachoeiras e clima de inverno, muito diferente daquele da capital roraimense.



De Amajari até a Vila do Paiva no topo da serra são cerca de 50 km de subidas, curvas e belas paisagens.



O Tepequem hoje é uma pequena vila com cerca de 500 habitantes. Entre 1950 e 1980 chegou a ter 10 mil moradores quando se extraía muito diamante naquele local. Hoje é um pequeno paraiso ecologico onde alguns ainda sobrevivem do garimpo.
É um excelente local para passar o fim de semana, tomando banho nas cachoeiras do Paiva, do Barata e mais distante a cachoeira do Funil (aberta pelos garimpeiros com constantes explosões de dinamite em busca do diamante).

Depois de um dia relaxante, é hora de voltar para casa para mais uma semana de labuta.
Última edição por Cezar Riva; 13-02-13 às 11:44.
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