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Um português, uma mexicana e uma Kombi azul
Uma imensa vontade de viajar, um português, uma mexicana e uma Kombi azul de 1976. Esses são os ingredientes essenciais da aventura que vamos acompanhar a partir de agora. Eles resoveram sair do México para chegar ao Brasil, passando por todos os países latino-americanos.
Mas para conhecê-los melhor, vamos às apresentações (disponíveis no site deles, escritas em português de Portugal):

Fonte: 1000destinos.net
João
Olá, o meu nome é João e viajar sempre foi uma necessidade. Não conheço melhor sensação que chegar a um novo lugar, conhecer gente nova tão diferente e ao mesmo tempo com tanto em comum e, por isso, poder realizar esta aventura é o concretizar de um sonho muito antigo que sinceramente nunca pensei ter a coragem de realmente concretizar.
Para mim, VIAJAR é uma necessidade tão real como respirar.
Reza a história de desde a mais tenra idade me corre nas veias o espírito aventureiro dos mais intrépidos marinheiros portugueses e, regista-se no diário de bordo da minha vida o primeiro relato de uma viagem bem sucedida quando nos primeiros meses de vida me escapei do berço e gatinhei bem mais de 25 metros até à cozinha onde fui encontrado à procura da minha mamã.
A partir daí, o céu era o limite e, entre África, Europa e América, muitos têm sido os caminhos percorridos na recolha deste oxigénio tão necessário à minha existência que respiro na alegria de cada chegada, no aconchego de cada estadia e, sobretudo, na saudade em cada partida.
Sol
Hola, o meu nome é Soledad; em honra à minha avé materna, a que lamentavelmente não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, mas que a história familiar recorda como uma grande mulher. A mim todos me chamam Sol.
Esta viagem será para mim uma experiência única. Ter a oportunidade de conhecer diferentes culturas, cores, odores e sabores enche-me com uma emoção incomparável que poucas vezes pude sentir.
Em boa verdade, nunca imaginei poder realizar uma viagem como esta. Viajar por toda a América Central e América do Sul parecia-me somente um sonho e, fazê-lo por terra, simplesmente impensável.
Mas, faz-me também compreender, que tudo na vida é possível. E, mais ainda, quando te empenhas e trabalhar sem duvidar para consegui-lo.
Cada passo que damos para poder concretizar este sonho é já parte da viagem e o culminar de uma das tarefas deixa-me cheia de emoção.
Além da emoção e da satisafação que representará a pura viagem, também teremos a alegria de poder transmitir esperança e a oportunidade de proporcionar alguns sorrisos aos pequenos que vivem em lares e orfanatos, através de contos e histórias que levaremos connosco e que contaremos com o mesmo cariño o o mesmo fervor como de quem conta uma história aos seus próprios filhos.Realizar esta tão sonhada viagem com a minha cara metade; poder comparti-la com a minha família e amigos através desta tecnologia chamada internet e com os pequenitos dos orfanatos através das nossas histórias e contos que preparamos com tanta ilusão, fará com que esta viagem esteja completa
… e Amália Frida
Nesta viagem a 3 não podíamos deixar de fora a nossa Amália Frida que será ao mesmo tempo a nossa casa, a nossa companheira e, praticamente, a nossa viagem.
Baptizada assim nuna homenagem a Amália Rodrigues e a Frida Khalo e ao mesmo tempo numa alusão à união luso-mexicana nesta viagem pelas Américas e nesta viagem ainda maior que é a nossa vida.
Encontrada em Guadalajara, Jalisco, República Mexicana, esta combi de 1976, foi um amor à primeira vista. Como já tem mais anos de estrada que nós de vida é, por isso mesmo, a que mais decide nesta viagem (há que respeitar sempre os mais velhos e sábios)… Ela é que decide quantos quilómetros quer fazer, quando parar e quando avançar; se quer subir, descer ou simplesmente descansar..

Fonte: 1000destinos.net
Mais detalhes em http://1000destinos.net
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O que leva alguém, neste caso um casal, a deixar família, amigos, trabalhos, em busca de um sonho? Ou a pergunta certa seria, o que impede alguém de fazê-lo? Segue texto do casal João e Sol com uma explicação para tantas questões:
Crônica de uma viagem anunciada
"As perguntas que quase todos os dias nos continuam a fazer são sobre quando começou a viagem, qual o destino final e como nos lembramos de fazer algo semelhante.
O meu nome é João, sou português, e a minha esposa chama-se Soledad, é Mexicana. Para nós a viagem começou há nove anos quando nos conhecemos na Polónia num programa de intercâmbio, recomeçou há quatro quando fui convidado a trabalhar no México e nos reencontramos e, continuou cada vez mais intensa, quando decidimos que deveríamos seguir o nosso sonho e simplesmente fazer o que mais prazer nos dá... viajar.
Mas, como nasceu esta ideia?!
Foi exactamente no dia 1 de Janeiro de 2012. Os meus pais tinham viajado até ao México para passar o Natal. Depois de duas semanas maravilhosas em que pude revê-los e juntar toda a familia mexicana e portuguesa numa festa de Natal que, creio, deixa saudades a todos, fomos então passear um pouco até à praia e, aproveitamos para passar o fim de ano em Huatulco, Oaxaca.
Como em todas as férias, imaginamos sempre a maneira de fazer com que as mesmas nunca terminem. Quantas vezes, cada um de nós pensou no final de uma semana de férias "... e se montássemos uma cabana na praia e vivêssemos aqui para sempre?...", "... e montar um pequeno restaurante ou bar?...". Claro que estas pequenas alucinações já nos haviam surgido também noutras viagens anteriores.
Mas, desta vez, o clique foi talvez mais forte e, parece que não nos ficamos simplesmente pelas palavras.
Nessa altura, por razões profissionais, havia uma possibilidade de voltar a Portugal. Isso significava que, em breve, teríamos de regressar ao Velho Continente e deixar para trás a América.

Fonte: 100destinos.net
Os sentimentos confundem-se quando se prepara uma mudança deste tipo. A alegria de regressar com a família e os amigos de toda a vida, mistura-se imediatamente com a tristeza, a saudade e a nostalgia que logo, logo, mesmo antes de partir, se começa a entranhar.
A mente não te deixa esquecer nem um minuto dos amigos e da família que iriam ficar deste lado. Muitos, sabes que nunca voltarás a ver, mas sabes também que nunca esquecerás os momentos mágicos que com eles viveste e partilhaste e que sempre recordarás com tanto carinho.
Assim, com toda essa amálgama de emoções, com um futuro por decidir, em vez de incorporar a desgraça, preferimos ver a oportunidade. A oportunidade de realizar um sonho. A oportunidade de VIVER.
E, nesse momento, apercebi-me que havia tanto que eu queria fazer, tantos lugares que queria visitar e conhecer e que, simplesmente, estava a deixar tudo isso para trás e perguntei-me com que objectivo? E, não obtive resposta. Os únicos pensamentos que me ocorreram foram que queria conhecer a Bolívia, queria ir a Machu Pichu, queria ver Cartagena e chegar ao Iguaçu. Queria passar pela Amazónia, atravessar o Equador e a Nicarágua. Ver o Canal do Panamá... Quero voltar a comer yuca e a mascar coca... Quero ver "os anjos ao amanhecer"...
Nesse preciso momento, sem pensar, virei-me para a Sol e disse-lhe:
- E se fizéssemos uma viagem daqui até o Brasil?
Pensei que me fosse dizer que estava louco, ou que fosse inventar mil problemas e, simplesmente, chamar-me à razão e demover-me desta ideia louca provocada, quem sabe, por demasiado descanso ou por uma insolação intensa. Mas, a sua resposta foi imediata e com um sorriso enorme e sincero, num milésimo de segundo num grito quase mudo disse-me:
- Siiiiiiiiiim.
Ooops. Que fui eu dizer? Agora, já não me podia retratar, nem dar parte de fraco. Agora teria de aguentar as consequências do que havia dito e assumi-lo como um Homem
Seguiu-se uma muito breve conversa que definiria o nosso futuro mais próximo:
Escrevi em español, porque a conversa assim foi, ipsis verbis, mas, para que percebam perfeitamente, passo a traduzir.
- E, como vamos?
- De mochila às costas
, Nesse caso, é melhor irmos numa Kombi
- É isso mesmo. De acordo.
E, assim, mais ou menos loucos (o destino o dirá) decidimos mudar completamente a nossa vida e atrever-nos a completar esta viagem de quem sabe quanto tempo e quantos milhares de quilómetros. Depois desta conversa seguiram-se uns minutos de silêncio entre os dois. Simplesmente a desfrutar o entardecer com um pôr-do-sol fantástico sobre um Oceano Pacífico que essa tarde se vestiu de 3000 mil tons de laranja para receber esta nossa decisão.

Fonte: 100destinos.net
A emoção da aventura apoderou-se de nós. Já não podíamos pensar noutra coisa. Isto era o que sempre quisemos e nunca pensamos ter a coragem de concretizar. Mas já estávamos decididos, mesmo não tendo a mínima ideia de como o concretizar. A única certeza era que a decisão era irrevogável e que de uma maneira ou outra, teríamos de fazer com que o sonho se tornasse realidade"

Fonte: 100destinos.net
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