Foi dada a largada....

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O tão esperado dia chegou! Hoje começou o VIII Encontro Internacional dos Fazedores de Chuva.


Foto: Everaldo Santos

Após o café da manhã no Hotel Bristol Alameda, o início do evento foi marcado por uma singela cerimônia de abertura. A emoção impregnou de tal forma o ambiente que era possível senti-la na pele.


Foto: Everaldo Santos

O presidente dos FC, Dolor, começou com um discurso sobre a loucura dos integrantes do grupo.


Foto: Everaldo Santos

Histórias foram contadas e cada um pode saber um pouco mais dos amigos Fazedores de Chuva. Muitos que moram no mesmo Estado e não se conheciam. Alguns que moram em outro continente e são velhos amigos.


Foto: Everaldo Santos

Lágrimas correram de tanto rir...ou chorar...


Foto: Everaldo Santos

Finalmente, todos estão sentados em volta de nossa fogueira! Aprocheguem-se, Fazedores de Chuva!

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Discurso da Cerimônia de Abertura

Com muito carinho, respeito e admiração damos as boas vindas aos FC que exercitaram, mais uma vez, na íntegra um dos nossos pilares filosóficos, quando nos referimos ao espírito da aventura que cada um guarda nos seus corações.

Vocês são a prova viva do que professamos.

Exercitaram também outro fundamento dos FC quando dizemos que: "mais importante do que o veículo que amamos, mais importante do que o destino de sonhamos, é a companhia que não podemos perder".

Vocês são bárbaros, são geniais, são loucos!

Agora sim, depois deste intróito posso dizer:

Bom dia!

Bom dia com o coração cheio de alegria, porque é um privilégio para poucos ter guardado sob um mesmo teto tantos loucos reunidos com a finalidade de celebrar a vida.

Tanto isto é verdade que não se intimidaram diante de todas as previsões climáticas, algumas catastróficas, quando, de vários pontos do nosso país, se jogaram para esta aventura de serem iguais aos diferentes.

E os diferentes normalmente são taxados de loucos!

Como os loucos cometem loucuras, como esta que estamos fazendo, fui procurar no dicionário o seu significado, com uma vã expectativa de encontrar sinônimos que fossem diferentes do que estamos fazendo e já desesperado em fugir do rótulo, o que encontrei, nos diagnostica como tal, pois entre definições, loucura diz que é: Falta de tino ou de prudência, insensatez. Grande extravagância. Aventura insensata.

Então, percebo que nós FC, GCFC, Valentes, Nascentes, Cardeais e Bandeirantes, infelizmente, nos encaixamos perfeitamente nestas definições.

Afinal, se loucura for fugir do óbvio, sim, somos loucos.

Se loucura é arrebentar as amarras que nos prendem a rotina, sim, somos loucos.

Se é deixar para trás o carinho e o conforto daqueles que nos amam, sim, somos loucos.

Se for desafiar o que nunca foi desafiado, somos loucos.

Se for percorrer o desconhecido, somos loucos.

Se for rodar todas as cidades de um estado, somos mais loucos ainda.

Ir para Ushuaia, seguir para Prudhoe Bay e retornar para casa, realizados, somos desvairados.

Para pegar a estrada e visitar todas as capitais mais o DF, tem que ser um inconsequente.

Continuando neste mesmo viés, completamente fora da casinha, o que dizer daquele querido Rio Tietê que nada de costas para o Oceano que o observa de muito perto, mas que mesmo assim, não se entrega a ele facilmente, nos toca e nos alimenta em nossa loucura.

E o que dizer daqueles que não saciados, vão ao encontro da cruz do Brasil, dos seus extremos em Chuí até Uiramutã, em Roraima, posto que o Oiapoque para nós está muito próximo, e depois vamos do espírito, na Ponta do Seixas, na PB, até o santo em Mâncio Lima, no Acre. Não são como dizem os nossos irmãos do nordeste: abestados?

Digo mais...seus insanos, se loucura for tentar aquietar as almas inquietas, somos loucos, e o que é pior, com orgulho. Afinal, a linha que separa a loucura e a lucidez, é tênue e marcada pela nossa perspectiva de vida.

Posso acrescentar que prefiro a loucura de uma viagem, a loucura de uma curva mais acentuada, de quilômetros rodados tendo somente a imensidão da natureza como cenário e intimidade do capacete como escudeira, do que a lucidez que provem da mesmice, do imposto, do socialmente mais comum.

Prefiro que as minhas experiências sejam traduzidas em sabedoria, e não em contagem de anos. Aprecio o relato de viagens e histórias e deixo para trás a rotina que me sufoca e me aprisiona.

Mas, o que mais prezo, é estar entre amigos.

Aqui, hoje, somos todos amigos e confessamos todos este mesmo sentimento, dando a prova disto, pela presença de cada um, daqueles que compartilham as mesmas inquietações, que buscam rotas alternativas e atalhos para fugir do caos.

Rimos, choramos e dividimos os mais puros sentimentos.

Nossa alegria de poder realizar aqui o VIII Encontro Intl dos Fazedores de Chuva é imensurável. São oito edições de confraternização, companheirismo, amizade e o mais importante, a cada Encontro novas almas inquietas se unem a esta trupe de insanos.

Isto sem falar nas famílias aqui presentes. Sem esse amor incondicional que dispensa explicações, não teríamos a força necessária para partir para mais uma aventura, mais um desafio. Poder contar com as mulheres, maridos, amigos, filhos e netos que aqui estão para participar deste Encontro é a alegria que nos mantém vivos.

É o que não nos deixa desistir.

É o combustível de nossa efêmera existência.

Aqui temos um grupo composto pelas diferenças e singularidades de cada FC. Um conjunto das mais diversas experiências, histórias de vida e que sempre trazem na bagagem, quilos de conhecimento e sabedoria, além, é claro, de boa dose de solidariedade e adrenalina, mas, sem dúvida, o que guia as nossas motocicletas por aí e nos fez percorrer milhares de km para chegar a Vitória, é a loucura e nós os FC, sem ela, não estaríamos aqui. Talvez sem a loucura não teríamos os FC e essa grande família que hoje aqui se reúne.

Mas, sem a loucura, não seríamos nós mesmos, estaríamos sob uma máscara de superficialidade e comodismo.

Então, para finalizar, agradeço a todos pelos apoio, principalmente ao GCFC Pratinha e Lú, que nos concederam o privilégio de nos agasalhar em Vitória e na casa deles, além de todo o envolvimento, trabalho e custo que um Evento como este trás consigo.

O nosso muito obrigado para todos os que participaram na organização e disposição para que tudo corresse bem.

Enfim, agradeço a cada um em particular por compartilhar conosco momentos de relacionamentos tão intensos e neste VIII Encontro Intl dos FC, vamos celebrar essa loucura que nos leva adiante e nos destaca como a Elite do Motociclismo Mundial.

Sejam bem-vindos, seus loucos e insanos Fazedores de Chuva!