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Pela Califórnia!
A largada - 30/08 a 02/09/2012
Algumas verdades são vividas todos os dias em que pese muitos de nós não as percebemos, como por exemplo, que toda caminhada começa pelo primeiro passo.
Por vezes conhecemos todos os passos que precisamos dar, com detalhes impressionantes que nos levarão exatamente ao encontro daquilo que planejamos ou sonhamos, porém, acontece que empacamos justo no primeiro deles, aquele que aparentemente seria o mais fácil se torna o mais difícil, pois nenhuma caminhada acontece sem esta arrancada.

Ofina do Mike
Conosco não é diferente e mesmo que já tivéssemos as passagens compradas há algum tempo, para economizarmos um trocado, por pouco não as prorrogamos, com um monte dos poupados jogados na fogueira, que as companhias aéreas estão se tornando mestras em fazer com que o caro seja o gelo e não mais o uísque.
Mexer nos bilhetes está consumindo pequenas fortunas!
Finalmente seguimos os nossos instintos e partimos para a Califórnia, onde pretendíamos ficar dez dias, daí então depois de utilizada a primeira perna da passagem, prorrogamos nossa estada por mais uma semana, indo desta maneira algumas hachas de lenha para a fogueira do desperdício!

Aproveitamos e celebramos com o Mike e a Miriam o aniversário dele com todos de olho no dia da partida para um giro até San Francisco, com a vantagem da utilização de estradas vicinais, proporcionando um contato muito mais direto com o verdadeiro Estados Unidos, possível quando estamos acompanhados de nativos.

Incrivel pois mesmo sendo o último final de semana das férias escolares com a segunda sendo dedicada ao dia do trabalho celebrado aqui no dia 2 de setembro, o movimento em geral estava muito agradável, sem nenhum congestionamento, seja nas rodovias, postos, restaurante ou hotéis entre outros pontos de estrangulamento.

Dormimos em Fresno, repleta, pelo menos na área onde nos hospedamos, com os estagiários a serem os próximos doidos de San Francisco, pois cremos, que para assumir este posto lá, é exigido um estágio aqui.
Muita gente fora da casinha!

Impressionante!

Sem perderem o ufanismo!
Pilotar pelos Estados Unidos é um prazer a poucos passos do indescritível tal a quantidade de belezas, de alternativas e juntando tudo isto, de uma atmosfera de prazer que somos obrigados a frear a Hataro, para impedir que a cavalaria sobre a qual estamos sentados não se sinta enlouquecida e transgrida aquilo que está determinado e obedecido por todos.

Difícil dominar e acertar o cabresto, pois por horas planamos com ele solto, ao mesmo tempo em que na outra jornada do ponteiro do relógio, o puxamos com tanta força que sentimos a manada que nos rodeia relinchar pedindo um pouco mais de espora.
Uma maravilha renovada se experimentar a California de tantos sonhos, pouca chuva e muitas histórias!

Total percorrido : 417 km - Total geral : 417 km
Última edição por Dolor; 10-09-12 às 17:11.
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Crime sem perdão
A temperatura vai se tornando mais amena, agradável, motivada pela chegada nas High Sierras, um maciço paredão de pedras, se é que é possível, coberto por densa floresta, que acolhe, com aquela pitada de inteligência da mão humana, milhares, milhões de pessoas durante o ano.

Tem-se a impressão por aqui, que o relógio nos dá uma pequena trégua, pois a mão relaxa em cima do acelerador e tudo vai passando mais lentamente, com um desejo incrível que os ponteiros parassem por algum tempo, nos permitindo, sem remorsos, aproveitar todo este cenário que se abre particularmente para nós.

A vida se torna mais preguiçosa, por entre árvores gigantescas, penhascos contrastantes com picos desafiadores e a moto, sempre ela, nos levando para momentos de pura fantasia e realizações.

Casamento acontecendo na Yosemite Chapel, sobrevivente da Old Village, do século 19
Gente agradável, bonita e acima de tudo educada, ajudam a montar esta fantasia que aqui dá certo, de que é possível a convivência dos predadores humanos com a singeleza da vida selvagem, protegida por regras sempre presentes, dando os limites para os racionais.

Em outras oportunidades tivemos a felicidade de cruzar com ursos dentro do parque, e imaginamos a quantidade, quando nesta temporada, nada mais nada menos do que 17 deles foram atropelados por veículos que trafegam dentro dos seus limites.

Incrível, não é verdade?

Continuamos com a impressão de que há menos pessoas, menos circulantes do que imaginávamos, inclusive por causa do último "feriadão" antes das aulas que começam nesta semana, o que tornou tudo ainda mais agradável, pois procuramos evitar locais de grandes convergências em datas como esta.

Está dando tudo certo!

Agora o duro mesmo foi ter que deixar este éden e seguir adiante para o nosso destino do dia, Mammoth Lakes, condenação que cumpriremos com todo o prazer, pois este tipo de castigo deve ser privilégio de quem habita no paraíso!

Vamos dormir o sono dos bem castigados!

Total percorrido : 344 km - Total geral : 761 km
Última edição por Dolor; 12-09-12 às 16:38.
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Ah! Se eu fosse Deus... - 03/09/2012
Que vontade de nem dormir!
Mas não adianta, o esqueleto não acompanha a cabeça, que nesta altura das seis dezenas de anos, também não aguenta mais o que o corpo quer fazer, e nesta equação, vamos deixando a cama ganhar, pois está sendo difícil sair do quarto antes da nove.
Mas fazer o que?

Complicado se andar em estrada ruim!
Não temos compromisso nenhum e nem queremos ficar escoltados pela rigidez dos horários, porque este tempo já faz parte do passado e o que queremos, de verdade, é aproveitar o que de melhor nos oferece os lugares onde estamos.

E por falar nisso, aqui se fala motos, não é mesmo?

É moto de tudo quanto é marca, modelo, acessórios, pilotos, que para nós habituados as raras que vamos encontrando pelo nosso país, quase nos provoca torcicolos em profusão.

Mammoth Lakes é alguma coisa para se deliciar por dias, lambendo as pontas dos dedos das belezas que nos rodeiam e nos envolvem.

Uma preocupação constante é com a comida, farta por demais e incrivelmente barata, mesmo em lugares tido como caros como este por onde estamos passando, com forte conotação turística, pois além das motos, são carros puxando traillers, bicicletas, skies, enfim, brinquedos de toda a sorte de gostos e idades.

É força de mesa cheia!

Fizemos a opcão nesta viagem pelo cinco estrelas Motel 6...ok...ok...posso explicar, pois como chinelões, o Six, não deixa de ser o constelado para nós, pois quando ele custa U$112, como aqui em Mammoth, imaginem os preços dos cintilados de verdade!

Também é verdade que volta e meia encontramos um pequeno oásis, em "rest areas" delicadas como esta aqui, com banheiros impecáveis, mesa para piquenique, sombra e por incrível que pareça, pois como estamos falando em paraíso, o Adão teria ficado louco com um pé carregado de maçãs, que se fossemos o Soberano, teríamos feito nascer o lindo cacho de uva na macieira.
Digamos que foi uma espécie de vingança, substituir a Eva pela uva!

Seguimos para Lake Tahoe!

Total percorrido : 238 km - Total geral : 999 km
Última edição por Dolor; 12-09-12 às 20:16.
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Sempre o caminho mais longo! - 04 e 05/09/2012
Fizemos um "looping" maravilhoso pelo Lake Tahoe, saindo da Califórnia, indo para Nevada e voltando para a primeira, posto que a linha divisória entre estes dois estados passa bem pelo meio do lago.

Sempre por estradas secundárias, como neste caso, pela Donner Pass Road
Digamos que uma parte é muito bonita e a outra também, acrescida dos casinos que ficam bem no borda.

Fica até desagradável se repetir, mas é tudo muito bonito e muito bem cuidado, sem aquele rigor do tudo muito certinho, do politicamente certo.

Existe descontração nas belezas americanas ao mesmo tempo em que os limites dos viventes vão sendo determinados por sinalização que não deixa dúvidas quanto a sua aplicação em caso de infrações, se os distraídos ultrapassarem os limites, sejam eles quais forem.

Fira um trabalhador (trabalhando na rodovia), U$10.000 de multa, mais 14 anos de cadeia
E dói, dói muito no bolso e lombo!
Estas referências são como pequenas chamadas à realidade, lembrando a todos, para ficarem cada um nos seus quadrados.
À medida em que vamos para o norte a temperatura se torna muito agradável, mesmo para o ainda verão no hemisfério norte, que aos poucos vai se entregando para o outono que começa a dar o ar da sua graça.

Não conseguimos entender porque a refinaria que existe na entrada norte de San Francisco não atrapalha, nem poluí, pelo menos visualmente, o mar a sua frente, nem tão pouco o ar que respiramos ao contrário das nossas, especialmente no Rio de Janeiro, quando a impressão que se tem é de um desastre pós nuclear.

Foto internet
A pouco divulgada, mas não menos linda Richmond San Raphael Bridge é de tirar o fôlego e nos dá uma visão muito diferente, daquela a que estamos habituados a fazer pelo sul, ou pela Bay Bridge, também espetacular.

Depois é só relaxar porque San Francisco é talvez, pelo menos para nós, uma das cidades mais incríveis do planeta, pela sua posição geográfica, clima, topografia e principalmente, gente.

Gente de tudo quanto é tipo de loucura que compõe este cenário urbano que atraí gente do mundo inteiro, haja vista a quantidade de idiomas e de variedades do ser humano que vamos encontrando pelas ruas.

Este estava literalmente fora da casinha
São as montanhas urbanas que vamos subindo e descendo, os bondes tão típicos e característicos daqui, a arquitetura, as universidades, bairros, enfim, só estando aqui para ver e crer na atmosfera que esta cidade é envolta.

Fizemos um "up grade" e do 6 fomos para o 8, claro que falamos de motel, pois após muita pesquisa, a melhor relação custo benefício ficou com este último, maravilhosamente bem localizado e o mais barato de todos os pesquisados entre ruins e muito ruins, por U$112 mais U$15 pelo estacionamento a poucos metros do hotel.

No fundo a placa diz: Pra que mentir, eu quero uma cerveja!
A da frente: Muito feio para se prostituir, enquanto o que está atrás enrola um "baseado"
É uma festa San Francisco!

Total percorrido : 423 km - Total geral : 1.422 km
Isto quer dizer, que para os motociclistas a menor distância entre dois pontos, que neste caso poderia ter sido de 650 km, é a maior possível.
Última edição por Dolor; 13-09-12 às 14:42.
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Big Sur - 06 a 08/09/2012
Deixamos para trás o Lone Sailor, na cabeceira norte da Golden Gate, com a obrigação de incluir entre os seus representados, os Fazedores de Chuva, uma vez que ele representa todos aqueles, claro, ligados ao mar, como a marinha, os marinheiros e a guarda costeira, que deixaram o país para irem para a guerra.

Nós somos de paz, mas travamos permanentemente uma guerra contra as amarras que nos seguram e por vezes nos impedem de irmos à boa guerra das aventuras sobre duas rodas.
Cuide de nós, Fazedor de Chuva!

Demos meia volta e nos dirigimos para o sul, ávidos para pegarmos de novo a US 1, totalmente travada uma vez que a faixa amarela dupla nasceu com a estrada.
Mas fazer o que, e quem é que está com pressa?

É de novo na linha dos privilégios se andar pelo 1, que sinceramente, chega até a enjoar de paisagens tão bonitas, com a estrada se deixando levar pelo Pacífico como que apaixonada, sem perder nem uma das suas curvas, falésias, praias e atrações múltiplas.

Bixby Creek Bridge
Ninguém tem pressa, ninguém, mas ninguém mesmo tenta te ultrapassar na faixa amarela e lá de vez em quando tem um "turn out", ou seja, um pequeno acostamento onde as pessoas saem da pista para deixar aqueles que estão um pouquinho mais apressados, ultrapassarem.

Casa de praia em Pacífica Beach
Nem um carro da polícia, pelo menos aparente, pudemos ver, e olha que não conseguimos perder aquela mania de perseguição que nos acompanha, pois os olhos se mantém absurdamente abertos para os famigerados pardais, lombadas eletrônicas que não aparecem e não existem, com exceção dos centros urbanos, onde estão bem sinalizadas as indicações de radares nos semáforos.

Fizemos a primeira prefeitura do Valente FC, na Califórnia
Acho que esse ranço leva tempo para desgrudar, pois habituados, pasmem, de uma dessas desgraças a cada 5 quilômetros em média no Brasil, como verdadeiras arapucas, é uma realidade que leva tempo para se desacostumar.

Já passamos de 2.000 km e não pagamos nem um pedágio, não vimos nem um pardal, nem uma lombada eletrônica e nem um carro da polícia escondido com um radar na mão.
É difícil de se acostumar com tanta cidadania e consequente respeito pelos cidadãos!
Parece que todo o tempo está faltando alguma coisa e não conseguimos relaxar de verdade ainda!
Parece até praga!

Dormimos em Watsonville, que na falta de nada pior, era o que nos restava, pois o dia foi passando e a quilometragem que era bom de se vencer, empacava, pois a quantidade de paradas para fotos, para se apreciar a paisagem e a interação com as pessoas era muito grande.

Hearst Castle, em Cambria
A rotina do dia seguinte não mudou em nada, pois continuava tudo muito lindo e a vontade de andar de moto, parece que faz coro com aquela história do comer e coçar é só começar, pois quanto mais andamos, mais queremos andar.

Uma experiência muito interessante e que havíamos feito uma vez somente, em Salinas, no Pará, foi andar de moto pela areia da praia, depois de pagar uma taxa de U$5,00 por moto, para os agentes da guarda estadual, em Pismo Beach.

Uma maravilha e uma sensação de liberdade ainda maior, pois pilotamos sem capacete, com direito a atolar na areia e tudo mais, pois não dá para brincar com a Hataro, do alto dos seus mais de 350 k, nas areias fofas da praia.

O jeito foi pedir ajuda aos universitários para desatolar a bichinha!

A Nitt Witt Ridge, outro marco histórico em Cambria
Tudo é festa que terminou com uma sopa de ervilha, espetacular, como sempre, no Andersen's Pea Soup, em Buellton, bem pertinho de Solvang, a cidade dinamarquesa da California.

Total percorrido : 596 km - Total geral : 2.018
Última edição por Dolor; 13-09-12 às 14:34.
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A preguiça quando não mata... - 9 a 12/09/2012
Por U$50 a noite, não era de se esperar nem café da manhã e muito menos mordomia. Entretanto, como os hotéis querem agradar, oferecem uma piscina para o lazer dos seus hóspedes.

Dormimos no Motel San Marcos, em Bueltton, depois de saborearmos na janta, a famosa sopa de ervilha, no Andersen Restaurante.

Mas daí já é passado e o nosso negócio é ir para a Dinamarca, em Solvang, a mais dinamarquesa das cidades californianas, quem sabe, dos Estados Unidos.

Ainda bem que chegamos relativamente cedo, porque nem estávamos no meio do nosso "breakfast", uma multidão aguardava na frente do Paula's Pancake House, simplesmente excelente.

Tínhamos pela frente ainda, um casamento, na linda, maravilhosa Richard Nixon Library, do Branden e da Jenny, ele filho dos nosso amigos Craig e Rose Wildvank, que como ninguém souberam receber os convidados, também no dia seguinte na deslumbrante casa que possuem, em Anaheim.

Sem dúvida, quem roubou a cena foi a loira e linda Kendra, filha dos anfitriões.

Ofereceram um "brunch" que não fora outro compromisso que tínhamos, teria emendado com uma costela que já estava indo para a churrasqueira.
Saímos da festa com um remorso que só ele!

Muito interessante e diferente para nós, um casamento nos Estados Unidos, desde a chegada dos noivos, a celebração religiosa, o coquetel, a recepção e a grande descontração de todos, desde os noivos aos convidados.
Adoramos!

Como a vida segue o seu curso, gastamos os dias iniciais desta semana em compras e para recarregar as pilhas, hoje, quarta feira, lagarteei em casa o dia todo, de pijama, tentando colocar em dia a nossa viagem pela Califórnia.

Lembro ainda, que vamos marcando os territórios por onde vamos passando, deixando o adesivo dos FC indicando os caminhos que podem ser percorridos aqui pela Califórnia.

E como ninguém é de ferro, donuts e diet Coke pra todos!

Total percorrido até Wittier 252 km - Total geral : 2.270 km
Mais idas e vindas pela região 221 km - Total geral : 2.491 km
Última edição por Dolor; 13-09-12 às 06:58.
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Matando cachorro a grito - 13/09/2012
O projeto para o dia seria um passeio pela Missão de San Juan Capistrano, uma das tantas pela Califórnia, mas o dia começou a ser desenhado para outra finalidade, a de não fazer nada, atividade na qual somos especialistas.
Como sempre a nossa anfitriã Miriam preparou um excelente café da manhã, cujo ingrediente principal foram as conversas sobre os mais diversos aspectos da vida, o que sempre é um prato cheio para que tem este tipo de apetite.

Quando estávamos com tudo pronto, o Joe, pai do Mike, veio fazer uma visita, e aí então é que a vaca foi para o brejo, pois o papo engrenou sobre os mais diversos assuntos, principalmente econômico, o preferido, quando se mostra uma pessoa muito bem informada sobre o que acontece no nosso país, que para ele e os seus conterrâneos, estamos nadando em ouro.
Como fama de valentia e de riqueza a gente não desmente, vamos deixando assim...
Já passado do meio dia resolvemos de uma vez por todas, renovar o seguro da Hataro, sendo o contra terceiros, obrigatório, risco que estávamos correndo desnecessariamente, e após visita ao corretor, deixamos U$440 para a cobertura das exigências mais o total para a moto.
E assim querido diário, o tempo foi passando e a visita à missão foi prorrogada para o dia de amanhã, que já havia sido postergada para hoje...e assim vamos empurrando com a barriga.

Já na estrada achamos oportuno esclarecer uma dúvida que tem sido objeto de questionamentos por motociclistas a respeito do significado e da utilização da faixa de circulação chamada de "Carpools lane".
Vamos lá; com o objetivo de incentivar o compartilhamento de carros, foram criadas faixas exclusivas para os carros que circularem com 2 ou mais pessoas, aí claro, incluído o motorista, que em alguns estados recebe o nome de HOV (High-occupance vehicle), porém com a mesma finalidade.

É permitido sim, a circulação de motos, com garupa ou não, nas Carpools ou HOV, sendo exigido, como não poderia ser diferente, o cumprimento das regras de trânsito, como velocidade e a proibição de entrar ou sair dessas pistas quando a faixa for amarela, dupla e contínua.
Em algumas HOV (fora da Califórnia) há somente uma faixa branca contínua onde é permitido a entrada e saída, com os cuidados de sempre.
Dica: na Califórnia, fique esperto quanto a sua saída da Highway onde esteja circulando, e a sugestão é que saia da "Carpool lane", vamos colocar em quilômetros, pelo menos uns 5 antes, para dar tempo de cruzar as outras 3, 4, 5 ou 6 pistas, antes de se dirigir para a sua saída. Em outras palavras, se a sua saída for a 33 (aqui se fala em milhas), saia da "Carpools lane", no mínimo na 30 ou 29, assim a sua transição se dará de forma segura e tranqüila, pois normalmente você terá que cruzar um oceano de carros rodando no mínimo a 110 km/h até o seu objetivo.

Mas se por qualquer razão a polícia acender as luzes, vermelha e azul, atrás de você, continue e na primeira saída da Carpools lane" saia, se dirija para o outro lado da rodovia e estacione com segurança no acostamento e responda objetivamente as perguntas, sem fazer conversa longa. Caso esteja realmente numa infração, peça desculpas para ver se amolece o coração de pedra com tolerância zero!
Não esqueça a seta!

Lembre-se que aqui a polícia anda disfarçada de polícia, inclusive em carros...como diria...a paisana e eles somente acendem as luzes quando em ação, portanto, cumpra as regras!

O ufanismo é outro ponto forte pela América, onde quer que se ande!

Entre outros pilares da sociedade americana, como a denúncia, e o acima, o voluntariado faz parte da sua sustentação, inclusive na polícia, quando cidadãos exercem este trabalho de forma voluntária.
Aqui funciona!

Terminamos a noite jantando com os nossos amigos, queridos amigos, Todd e a sua mulher Donna, mais o Steve e o Jhonny, como sempre amáveis e extremamente gentis.
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Ensacando a viola - de 14 a 18/09/2012
Não entendi bem, tanto assim que tive de voltar e encostar o ouvido no bandido do relógio, que não se cansava de repetir: vadio, vadio, vadio...
Me deu uma certa ponta de revolta, mas fazer o que, sou obrigado a me render a ela, a minha favorita, a preguiça!

Sempre gentis
Estes últimos dias aqui na Califórnia, pela região de Los Angeles, foi uma ode a esta maravilha que deveria ser ascendida à condição de virtude e não de pecado.

Lagarteamos entre as várias cidades da área, num total, sei lá, de umas 50, uma vez que nunca sabemos onde estamos, pois se atravessamos uma rua vamos para City of Industry, no outro lado da vala é Whittier, avançamos nem uma quadra entramos em Downey, enfim, uma mistura danada que somente eles devem entender, se é que conseguem.

Um lado da rua para o outro faz tanta diferença, que por exemplo, City of Industry, é uma cidade que não existe casas à venda, claro, dizer que não existe é força de expressão, mas na verdade são raras, uma vez que aos habitantes é oferecida uma excelente qualidade de assistência médica, o que a torna super, hiper valorizada.

Se cruzamos a I-10, um pouquinho mais a frente, em Walnut, uma casa pode custar tranquilamente U$100.000 a mais do que seria o valor normal em função do que? Da qualidade da escola da comunidade, ou seja, a escola faz diferença, não só na vida das pessoas, como influencia o mercado imobiliário, pois os moradores são obrigados a estudarem na área onde vivem, onde pagam os seus impostos. Falamos de escolas públicas!

Peculiaridades americanas, conforme citamos no post anterior, motivadas entre outros instrumentos, pela denúncia, fartamente divulgada em todas as comunidades, assim como pelo ufanismo, também celebrado pelas cidades que tem orgulho dos seus filhos que servem nas guerras, saudando-os o tempo todo como heróis, simplesmente pelo fato de estarem no front.

Isto sem dúvida faz diferenças significativas!
E tudo com a polícia por perto, conforme dizemos, disfarçada de polícia no meio dos carros, só pinçando um aqui outro lá, como aconteceu conosco, pois estávamos na "Carpool lane", e um carro colou na nossa traseira, nos incomodando um pouco, pelo espírito americano de manter uma distância, nunca inferior a 30 metros, porque se fosse pelo do Brasil, digamos que ele estava uma légua atrás.

Bem voltando ao assunto, assim que terminou a faixa amarela dupla, o carro nos ultrapassou, quando rodávamos um pouquinho acima do limite, ou seja, a 75 milhas por hora, e voltou ainda dentro da faixa branca para a Carpool lane, quando nem esfriou, entrou atrás dele um carro do xerife, que acendeu as luzes vermelhas e azuis por algum tempo, o suficiente para fazer a leitura da placa e ligou a sirene.
O motorista esperou voltar a faixa branca para sair da pista exclusiva para dois ou mais ocupantes e cruzou as 6 faixas até o outro lado no acostamento para as devidas confissões.
Não pode andar colado, pois a direção é defensiva.
Pensamos: arrumou para a cabeça, porque aqui a tolerância é zero!

Na seqüência dos dias que antecedem as nossas partidas, o cartão de crédito chegou até a derreter a beirada, tantas foram as escorregadas nas máquinas que não nos perdoam, com presentinhos para todos, especialmente para os netos, uma vez que a Angela não tem cabeça para outra coisa.
Parece que vivemos somente em função deles, o que não deixa de ser um prazer.

Alguns jantares e almoços com alguns amigos, muito queridos, que não poupam esforços em nos agradar, deixamos ainda uma reflexão quando empacotávamos todas as bugigangas, perguntando:

Será que o culpado por toda a poluição do mundo é o pobre saquinho do supermercado que nos auxilia tanto?

Por último, ainda inventamos de trazer uma torta de maçã fresca, que compramos em Oak Glen, no vale das maçãs da California, lugar maravilhoso que vamos todas as vezes que estamos por aqui.
Chegando no Brasil, uma das malas não veio, justo aquela que trazíamos um Play Station 3 para o nosso neto João que completava 6 anos, neste dia 18 de setembro.
No fim dá tudo certo, com algum stress desnecessário na Receita, uma vez que declaramos o notebook e o iPad que trouxemos, pagando os devidos impostos, e tendo o resto das bugigangas, incluindo o presente do João, dentro da cota permitida de U$1.000, para o casal, queriam porque queriam que outorgássemos uma procuração para a Delta Airlines, pagar o imposto sobre U$230,00 referente o brinquedo, que repito, estava dentro da nossa cota, somente porque a bagagem estaria desacompanhada e viria no meu nome, no dia seguinte, que já havia me beneficiado da isenção sobre U$500, ou então que viéssemos de Santa Catarina, para pagar dito imposto, enfim, um samba do crioulo doido, por nada.
País miudeiro e hipócrita!
Para resumir, o bom senso (sic) prevaleceu, depois de 3 horas de desgaste desnecessário, que nos deu como presente, o "no show" para o nosso vôo das 10 h, mais uma multa de U$250 por passageiro e a perda de tempo até as 16:35 h, quando conseguimos, enfim, voltar para casa.
Precisa dizer mais alguma coisa?
Bem, para efeito de justiça a Delta nos liberou da multa, claro, motivada pela falta da bagagem, culpa deles.
Quanto a nós, ganhamos, mas perdemos, horas de convivência com os nossos filhos e netos.

Obrigado por nos acompanharem e até a próxima, mesmo com toda a tranqueiragem que o nosso país nos impõe!
Última edição por Dolor; 23-09-12 às 00:25.
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