Ushuaia – Duas Rodas e um Sonho
Cap 11- Os fazedores de Chuva
Conhecemos um grupo de motociclistas que, recentemente se reuniu em Itajaí-SC,
todos viajantes e que se auto-intitulam “ Os Fazedores de Chuva”.
O título peculiar nos chamou a atenção, e por ocasião desta nossa viagem ao Fim do
Mundo, iniciamos uma pesquisa para entender um pouco mais do significado deste
título, até então desconhecido por nós.
O grupo, formado por diversos motociclistas das mais variadas partes do mundo,
tem em comum o amor pelas viagens em duas rodas, mas não viagens comuns e,
sim, por longas e duradouras viagens de aventura.
Será que nós, que vamos iniciar uma viagem longa e a um lugar tão especial como o
Ushuaia, teríamos direito a algum título especial ?
Antes de responder a esta pergunta, procurei saber um pouco mais sobre os
“Fazedores de Chuva”.
Soube que faziam parte dos povos antepassados, que viveram na América ainda
não descoberta.
Os Fazedores de Chuva eram sacerdotes Mayas. Os Tz’utujiles os chamavam
Nabe’ysiles.
Acreditavam que tinham poderes de fazer chover ou fazer parar de chover.
Em Atitlán, eram os intermediários entre suas comunidades e os deuses da chuva.
Os Nabe’ysiles se encarregavam de pedir a chuva para que o povo tivesse boas
colheitas.
Uma estória contada de geração em geração, narra uma das passagens destes mitos
que viveram entre nós por gerações , e eram venerados e adorados por seus povos.
O titulo da estória é : “O Fazedor de Chuva” - autor – desconhecido.
“ Certo povo, sofria durante muitos anos consecutivos uma terrível seca. Apesar
de que a comunidade solicitou em várias ocasiões os serviços de famosos
fazedores de chuva, nenhum conseguiu solucionar o problema. Em uma última
e desesperada tentativa os cidadãos do povoado decidiram pedir ajuda a um
famoso fazedor de chuva de um pais distante.
Quanto este chegou ao povoado, armou sua tenda de campanha, entrou nela e
desapareceu durante quatro dias.
No quinto dia, a tão esperada chuva começou a cair com abundância, molhando
toda a terra ressequida pela seca.
Aos olhares incrédulos dos olhos de todos, os habitantes do povoado perguntaram
ao fazedor de chuva como havia conseguido fazer aquele milagre.
- O mérito não é meu, respondeu o fazedor modestamente. Eu não fiz nada.
Diante daquela resposta, os habitantes do povoado exclamaram:
- Não é possível ! Quatro dias depois de você chegar começou a chover?
- A primeira coisa que eu falei ao chegar, explicou o fazedor, foi que vosso povo
não vivia em harmonia com o céu.
- Eu somente harmonizei meu ser com o poder de Deus durante quatro dias e o
céu nos presenteou com sua água de chuva”.
Texto retirado e copiado da internet – autor desconhecido.
Entendi então que, além de terem poderes especiais, os fazedores de chuva faziam
algo que os diferenciava dos demais de seus povos.
Por vezes, viajavam em terras estranhas e desconhecidas, á busca da chuva tão
necessária para seus povos.
A analogia com os Fazedores de Chuva viajantes da atualidade, me fez agora
sentido.
São pessoas especiais, que buscam terras distantes e desconhecidas e pela grandeza
de suas viagens, se tornam homens especiais.
Não precisam de reconhecimento ou exposição pública, simplesmente tem em
comum o espírito da aventura e a busca, não da chuva em si, mas do auto
conhecimento e da harmonia do poder do grupo para com Deus.
Então, seremos nós um grupo em harmonia com o céu?
Se assim o formos, seremos merecedores do primeiro degrau da graduação.
Voltando a reunião dos motocicliestas de Itajaí, fiquei sabendo que o primeiro
degrau é ser um “Fazedor de Garoa”.
Faz juz a este título, todo motociclista que chegar ao.... Ushuaia !.
Opa!!, então, ganharemos todos um título muito especial se realizarmos esta
viagem ao Ushuaia.
Seremos todos, “Fazedores de Garoa”.
Do nosso grupo de viagem, o PHD Chico e o PHD Alexandre já tem o título de
Fazedor de Garoa por já terem ido e voltado de moto ao Ushuaia.
O MacGyver quase, pois foi de moto e retornou de carro.
No ano que vem, o Chico e o Alexandre planejam partir ao Alaska, e serão então do
grupo, os dois primeiros e legítimos detentores do títulos de “ Fazedores de
Chuva”.
Então, nos resta torcer para que nossa viagem seja coroada de êxito, e que voltemos
de lá, todos legítimos “Fazedores de Garoa”.
A conferir.