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Ver Versão Completa : Sérgio Nogueira de Almeida Gaspar



karine
04-09-12, 23:16
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Poucas pessoas podem afirmar que já conheceram do Oiapoque ao Chuí, uma delas é Gaspar. O paulista tem 57 anos, sendo que em 38 deles estava em contato com sua grande paixão, a motocicleta. Ele é um dos brasileiros que conhecem nosso país como a palma de sua mão, afinal já rodou por todos os estados e esteve nos dois extremos.

Pai de quatro filhas, Gaspar passou por diversas aventuras. Uma delas aconteceu em 2002, quando passou por 17 estados brasileiros, percorrendo 10.500 km em 30 dias. Sua companhia? Uma Yamaha XTZ 750 - Super Teneré e Deus, como ele mesmo diz, seu grande companheiro em todas as viagens.

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Em 2003, foi a vez de ir a Machu Picchu, no Peru. Acompanhado de um amigo motociclista, Gaspar passou por oito estados brasileiros e quatro países: Uruguai, Argentina, Chile e Peru. A viagem durou 40 dias e eles rodaram 12.500 km, cada um com sua Honda NX 4-Falcon.

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Em seu currículo, Gaspar já rodou por dez países da América do Sul - Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Brasil. Além disso, conheceu outros países, como Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, México, Estados Unidos, Canadá e Belize. Gaspar também foi até Prudhoe Bay, no Alasca.

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“Em qualquer país do mundo que a gente chegue de moto, acabamos sendo bem recebidos, pelo espírito aventureiro. Viajantes de motos, embora haja vários, são minoria perto de qualquer outro tipo de turismo”, relato de Gaspar, que acrescenta ainda “a gente sempre volta um pouquinho diferente. Mais humilde, mais solidário e mais tolerante, embora tenhamos muito que crescer ainda".

Gaspar, independente do tipo de moto, condições ou companhia, tem prazer por viajar sobre duas rodas. Conhecer as cidades e os cantos mais distantes e afastados, acostumar-se aos diferentes sotaques e estradas são desafios constantes de quem viaja de motocicleta. E são esses desafios que fazem a vida valer a pena e que acalma nossas almas e oxigena nosso espírito aventureiro.

Cidade: Botucatu, SP
Idade: 57 anos
Profissão: Aposentado pela CPFL Energia

Dolor
05-09-12, 05:13
GCFC Gaspar, seja muito bem vindo ao time, à Elite do Motociclismo Mundial!

É uma honra, um orgulho e uma inspiração para todos nós a tua história, que gostaríamos de publicar aqui no nosso território.

Faremos a tua certificação durante o nosso VIII Encontro Intl dos Fazedores de Chuva, em Vitória, durante o período de 15 a 17 de novembro.

Aprochegue-se GCFC Gaspar!

Marco Antonio
02-01-13, 00:30
Meu espirito aventureiro levou-me ao acasso conhecer este motociclista que hoje considerado como motivador na minha vida motociclistica mas acima de tudo como um grande amigo que carinhosamente o chamo de Grande Gáspar!!!!
Meus idéiais de liberdade, respeito, humildade e verdade encontraram-se com os mesmo do meu amigo Grande Gáspar e hoje tenho minha moto Falcon humildemente batizada como Miss América 2 em homenagem a sua guerreira acima!!
Agradeço grande Gáspar pela paciência e pelo incentivo de pai neste novo mundo e espero ter a oportunidade de um dia motocarmos porai!!! Parabéns cacique Grande Gáspar!!!

karine
13-01-13, 19:17
O GCFC Gaspar foi mais um dos Grandes Caciques presentes no VIII Encontro Internacional dos FC, que aconteceu em Vitória, no mês de novembro. Ele falou sobre a sensação de ser um Fazedor de Chuva e as dificuldades enfrentadas em tantas viagens, pelo Brasil e exterior:

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Viajar de motocicleta significa liberdade e é o sonho de todo motociclista. Fazer parte dos Fazedores é incrível para mim.

Nas viagens ao exterior, a maior dificuldade é com as aduanas, há muita burocracia, principalmente nas fronteiras dos países latino-americanos. Para entrar da Colômbia para Venezuela demorei um dia e meio, esperando alguns documentos para liberação. Já para entrar nos Estados Unidos ou Canadá levei cerca de 15 minutos. Apesar disso, a Colômbia foi uma grande surpresa, fui muito bem tratado, assim como nos EUA.

A maior alegria é chegar ao seu destino e depois, retornar a casa. Os momentos de maior alegria foram ao chegar ao Ushuaia, depois quando cheguei a Prudhoe Bay e, finalmente, ao voltar para as terras tupiniquins.

Como tenho 59 anos, acho que para mim já passou o tempo de viagens tão longas".

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karine
21-02-13, 23:58
Conversar com um Grande Cacique é sempre uma oportunidade única. Equivale a ler dezenas de livros, assisitir a documentários, viajar...Sim, ao conversar com um Grande Cacique viajamos junto com ele, sentimos o frio do Alasca, a emoção de chegar a Prudhoe Bay, isso sem nem sair do lugar.

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Segue uma entrevista exclusiva com o Grande Cacique Fazedor de Chuva Gaspar:

Conte um pouco sobre sua viagem até o Ushuaia:

Saí de Botucatu (SP), onde moro, em 14 de abril de 2010 e me acidentei 14 dias depois, já em território chileno, na estrada de rípio entre Cerro Sombrero e San Sebastian do Chile na "Tierra del Fuego". Fui socorrido em Rio Grande, na Argentina, onde deixei a moto e voltei para Botucatu para me tratar. Na ocasião fraturei a escápula no ombro direito.

No dia 20 de novembro, sete meses após o acidente, voltei a Rio Grande (ARG), peguei a moto e fui ao Ushuaia, onde participei do "Tercer Encuentro Internacional de Motoviajeros". Lá tive o prazer de conhecer o Sr. Juan José Degratti, que segundo os argentinos, foi o primeiro motociclísta a ir do Ushuaia ao Alasca de moto. Isso em 1961, quando ele tinha 26 anos, e a viagem demorou 2 anos. Ganhei até uma cópia da reportagem feita na época por um jornal nos Estados Unidos. Muito simpático este "Vovô dos Fazedores de Chuva".

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De lá voltei rodando. Passei por Bariloche, Santiago, Mendoza e entrei no Brasil por Foz do Iguaçu, para novamente em casa me reorganizar para seguir rumo ao norte, com destino à Prudhoe Bay, no Alasca. Esta etapa ao Ushuaia deu um total de 40 dias. E fui com Deus, meu grande companheiro em todos os momentos!

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Qual era a moto?

Era uma Honda NX - 4 Falcon, carinhosamente chamada de "Miss América", porque iria desfilar pelas três Américas. Nesta etapa - Botucatu/Ushuaia/Botucatu - foram 12.800 km percorridos com ela.

E como foi a viagem para o Alasca?

Parti em 20 de abril de 2011, saindo do Brasil por Foz do Iguaçu e seguindo pelo norte da Argentina. Nesta etapa foram 164 dias, retornei para casa em 30 de setembro. E viajei novamente com meu inseparável companheiro, Deus.

Durante a viagem encontrei com vários motociclistas brasileiros. Com alguns cheguei a viajar dias, como Policarpo Jr., Renato Lopes e Edson Steglich e o casal paranaense Walter e Ula, que encontrei no norte do Canadá. Todos hoje também são "Grandes Caciques Fazedores de Chuva".

Meu trajeto foi o seguinte: Posadas/Resistência/Salta/Jama - Argentina, San Pedro de Atacama/Tocopilla/Iquique/Putre - Chile, Papacamaya/La Paz/Copacabana - Bolívia, Cusco/Nazca/Lima/Turjillo - Peru, Ventanas/Quito/San Gabriel - Equador, Ipiales/Popayán/Bogotá - Colômbia, Cidade do Panamá/David - Panamá, Canoas/Puerto Quepos - Costa Rica, Granada/Chinandega - Nicaragua, Choluteca - Honduras, San Miguel/ San Cristóbal - El Salvador, San Lucas/ La Democrácia - Guatemala, Tuxtla Gutiérrez/Oaxaca/Los Mochis - México, Nogales/Henderson/Roseburg/Kelso - E.U.A, Squamish/Fort Nelson/Whitehorse - Canadá, Fairbanks/Wiseman/Deadhorse no Alasca - E.U.A. Na volta passei por Belize e Venezuela.

Nesta etapa - Botucatu/Alasca/Botucatu – foram 48.200 km percorridos. No total geral, contando com Ushuaia, foram 61.000 km rodados.

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Qual foi a viagem de moto mais marcante que já realizou?

Foi essa para o Ushuaia e Alasca, sem dúvida nenhuma.

Por quê?

Porque considero que apesar de todo contratempo por causa do acidente, não deixei de "viajar" nenhum instante durante a recuperação física e até psicológica, tendo em vista que poderia não voltar para realizar meu projeto.....O que eu não queria era o fracasso.

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Qual foi a maior realização?

Conseguir superar todas as dificuldades e concluir com sucesso o meu sonho! Essa viagem foi muito além do que idealizei ainda jovem.

E a maior dificuldade enfrentada?

Hoje, vejo que, da forma como consegui contornar as dificuldades, com calma e paciência, e claro, com a ajuda de meus "Anjos da Guarda", posso dizer que não tive grandes dificuldades.

Tem alguma viagem que ainda gostaria de fazer?

Talvez algum passeio pela Europa, quem sabe?

O que significa para o senhor viajar de moto?

Liberdade e desprendimento da rotina.

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O que significa ser um Grande Cacique Fazedor de Chuva?

Como motociclista amador que sempre fui, significa que atingi o máximo, o topo. Como diz o lema "Qualquer um pode fazer, porém, poucos o fazem...", e eu consegui! Sinto-me orgulhoso de ter conquistado esta honra!

E o que não pode faltar em uma viagem de moto?

Fé, perseverança, otimismo, paciência, tolerância, disposição física, coragem e confiança em si mesmo!