Renan Xavier
30-09-11, 11:50
Em conversas informais, seja durante a viagem ou depois dela, muitos ensinamentos surgem e precisam ser registrados, em especial sobre a vida que nos envolve, o mundo que nos cerca. Há perguntas, dúvidas e questões sem resposta. De volta de viagem, o GCFC Artur Albuquerque reflete sobre tudo isso, provando que, ao final, a filosofia une os Grandes Caciques tanto quanto as próprias duas rodas.
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-095.jpg
---
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/p-r-saens-pena-to-matelandia/p-r-saens-pena-to-matelandia-1.jpg
Por GCFC Artur Albuquerque, de seu diário de bordo
Comentei com o João Batista (outro Grande Cacique) que algumas pessoas me perguntavam por que nós motociclistas abandonávamos o conforto e a segurança das nossas vidas para correr tantos riscos. E eu e o irmão João Batista concordamos que a aventura é inerente a nossa natureza humana e faz bem ao nosso espírito.
Há algum tempo, escrevi sobre este tema: “Desafio e Aventura – Há bilhões de anos, emergimos das águas e nos arrastando sobre a terra, iniciamos a nossa extraordinária jornada. Há pouco mais de um milhão de anos, emigramos da África para colonizar a Ásia e a Europa. E mais tarde, atravessamos o Estreito de Bering, para povoar a América e por outros heroicos caminhos, continuamos a permear a biosfera das mais importantes massas continentais desse nosso pequeno planeta.
Assim, desde épocas imemoriais, desafio e aventura têm propiciado alimento para os nossos corpos e estímulo para nossas mentes. Desafio e aventura têm sido imprescindíveis para aferir nossos limites, potencialidades e relações; além de fundamentais para nos fazer sentir que estamos vivos e que podemos ser senhores de nós mesmos, ainda que por fugazes momentos, como o eram os nossos mais remotos ancestrais.
Hoje em dia, muitos alimentam essas necessidades atávicas com a prática do salto livre de paraquedas na imensidão dos céus, outros surfando a 5.000 m de altitude nas areias coloridas sobre a neve do Himalaia, velejando na tempestade através da Passagem de Drake (Cabo Horn), outros escalando e morrendo no peito congelado de um Aconcágua.
E mais, muito mais. Porém, nós motociclistas, aplacamos esse impulso ancestral, pilotando as nossas motos nas longas estradas, por terras distantes, ultrapassando fronteiras, adentrando amplos horizontes, integrando belas paisagens, aprendendo com as gentes, fazendo novos amigos e irmãos. Como observam os não iniciados, poderíamos fazer essas mesmas viagens de outras maneiras mais cômodas, seguras e confortáveis.
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-091.jpg
Mas, não seria a mesma coisa; porque somente sobre a sela de uma motocicleta podemos conhecer cada palmo do chão, perceber de uma perspectiva privilegiada a discreta transição da paisagem e a sutil mudança da atmosfera, seguindo com a cara no vento, sentindo a natureza na pele, conhecendo os detalhes e percebendo o mundo passar. Quando estamos na estrada, por breves e prodigiosos momentos, estamos também reverenciando o passado.
Então, somos como nômades das estepes em caravanas errantes, navegantes em mares nunca dantes navegados, cosmonautas rumando para novas estrelas, capitães de nossas almas e senhores de nossos próprios destinos. Entender o que é viajar de moto, para os homens comuns, permanecerá inacessível, mas para os iluminados, estará aguardando de braços abertos.”
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-084.jpg
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-095.jpg
---
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/p-r-saens-pena-to-matelandia/p-r-saens-pena-to-matelandia-1.jpg
Por GCFC Artur Albuquerque, de seu diário de bordo
Comentei com o João Batista (outro Grande Cacique) que algumas pessoas me perguntavam por que nós motociclistas abandonávamos o conforto e a segurança das nossas vidas para correr tantos riscos. E eu e o irmão João Batista concordamos que a aventura é inerente a nossa natureza humana e faz bem ao nosso espírito.
Há algum tempo, escrevi sobre este tema: “Desafio e Aventura – Há bilhões de anos, emergimos das águas e nos arrastando sobre a terra, iniciamos a nossa extraordinária jornada. Há pouco mais de um milhão de anos, emigramos da África para colonizar a Ásia e a Europa. E mais tarde, atravessamos o Estreito de Bering, para povoar a América e por outros heroicos caminhos, continuamos a permear a biosfera das mais importantes massas continentais desse nosso pequeno planeta.
Assim, desde épocas imemoriais, desafio e aventura têm propiciado alimento para os nossos corpos e estímulo para nossas mentes. Desafio e aventura têm sido imprescindíveis para aferir nossos limites, potencialidades e relações; além de fundamentais para nos fazer sentir que estamos vivos e que podemos ser senhores de nós mesmos, ainda que por fugazes momentos, como o eram os nossos mais remotos ancestrais.
Hoje em dia, muitos alimentam essas necessidades atávicas com a prática do salto livre de paraquedas na imensidão dos céus, outros surfando a 5.000 m de altitude nas areias coloridas sobre a neve do Himalaia, velejando na tempestade através da Passagem de Drake (Cabo Horn), outros escalando e morrendo no peito congelado de um Aconcágua.
E mais, muito mais. Porém, nós motociclistas, aplacamos esse impulso ancestral, pilotando as nossas motos nas longas estradas, por terras distantes, ultrapassando fronteiras, adentrando amplos horizontes, integrando belas paisagens, aprendendo com as gentes, fazendo novos amigos e irmãos. Como observam os não iniciados, poderíamos fazer essas mesmas viagens de outras maneiras mais cômodas, seguras e confortáveis.
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-091.jpg
Mas, não seria a mesma coisa; porque somente sobre a sela de uma motocicleta podemos conhecer cada palmo do chão, perceber de uma perspectiva privilegiada a discreta transição da paisagem e a sutil mudança da atmosfera, seguindo com a cara no vento, sentindo a natureza na pele, conhecendo os detalhes e percebendo o mundo passar. Quando estamos na estrada, por breves e prodigiosos momentos, estamos também reverenciando o passado.
Então, somos como nômades das estepes em caravanas errantes, navegantes em mares nunca dantes navegados, cosmonautas rumando para novas estrelas, capitães de nossas almas e senhores de nossos próprios destinos. Entender o que é viajar de moto, para os homens comuns, permanecerá inacessível, mas para os iluminados, estará aguardando de braços abertos.”
http://phdalaska.hwbrasil.com/site/wp-content/gallery/salta/2011-06-08-salta-084.jpg