ricardoscosta
31-05-22, 13:27
Cuiabá, minha adorável cidade do siriri, cururu, das noites quentes, da cerveja gelada, das lindas morenas, das festas de santos e das bandeiras do Senhor Divino, é o coração da América do Sul. Daqui partem todos os sonhos!
Nos idos de 2015, em companhia de 4 amigos, cada um de lugares diferentes, nos reunimos em Campo Grande-MS e de lá partimos para aquela que seria uma Grande Aventura rumo a Machu Pichu e a região do Atacama. Me recordo que já no caminho de Cuiabá ao local do encontro, no comando da minha Midnigth, me deparei com um calor desanimador que, aliado aos temores que sentia, quase me fez desistir. Depois, saindo nas primeiras horas da manhã de San Pedro de Atacama, já fazendo o caminho de volta, em Paço de Jamma, o frio fez o seu papel inverso e deixou as pontas dos meus dedos dormentes por mais de 40 dias. Mas o medo inicial foi superado e deu lugar a um desejo louco de ir até Ushuaia, uma aventura muito mais ousada onde o vento, o frio e o rípio se mostavam como adversidades a serem superadas.
Planejamos por dois anos e, finalmente, em outubro de 2017 nos reunimos em Ivinhema-MS, desta vez em 4 motociclistas: Marcão em sua Harley Davidson, Lelo montado em sua Limusine (Gold Wing), Rubão em sua GS 1.200 e seus cremes de proteção para pele (rsrs) e eu, inaugurando uma experiência que nunca mais deixaria, viajar em uma Big Trail, em cima de uma Thiumph 1.200 que em seu odômetro 19.016 km rodados e que seria a minha referência inicial.
Partimos nas primeiras horas da manhã de 06 de outubro rumo a Foz do Iguaçu-PR com o objetivo traçado de chegar ao ponto final da Ruta 3, em Lapataia. Sem maiores atropelos cruzamos a fronteira da Argentina e, em clima bastante ameno seguimos até Azul onde passamos a primeira noite em solo Hermano.
Viagem tranquila, clima agradável, tocada um pouco mais forte com o objetivo de um descanso maior em Puerto Madryn, com as suas opções de passeio na busca pelo contato com as baleias migratórias. Um show!
Na sequência, o vento. Um adversário persistente. Estrada deserta, com pouco movimento mas muito perigosa ao cruzar caminhões dado o deslocamento do ar. 3 Cerros que no painel do GPS apontava ser uma cidade com a opção de pouso, se revela um Posto de Gasolina e um Hotel confortável - Nada mais! Com o único hotel lotado, já que abrigava os funcionários da empresa que fazia a reconstrução da pista, a nossa opção foi o hall da recepção.
Nesta altura do trecho, o frio também já era fator de preocupação, mas a geografia do local se mostra deslumbrante. Cerro Sombrero, já no Chile, se mostra acolhedora, bastante agradável com ótimas opções de Pousadas, antes de enfrentarmos o maior de todos os fantasmas, o rípio. Viajamos o tempo todo revezando com belíssima estrada de concreto em fase final de conclusão, o que nos dá certeza de que os próximos aventureiros não passarão mais por este tipo de pavimento. Doravante só estrada de puro concreto.
Antes de Ushuaia, ainda nos reserva a travessia do Estreito de Magalhaes e, finalmente, depois de 11 dias de estrada e memoráveis passeios, vislumbramos o portal de entrada de Ushuaia quando a emoção finalmente toma conta da nossa alma. Chegamos ao Fin del Mundo!
Ushuaia é encantadora com o seu sentimento de lamento pela derrota imposta ao povo argentino no conflito pelas Malvinas, o Canal de Beagle, seus pinguins em fase migratória, o Farol do Fim do Mundo, as Estações de Esqui em fase de sonolência na primavera e a noite com boas opções de badalação.
O Trem do Fin del Mundo conta a história da colonização do lugar e Lapataya é a cereja do bolo com o ponto final da Ruta 3.
Fizemos o caminho de volta seguindo pela Ruta 40, passando por Puerto Natalis cujo caminho nos brinda com muito rípio (120 km), El Calafate e suas geleiras, Perito moreno com suas paisagens deslumbrantes, Bariloche que dispensa referencias, General Acha, Vitória, Possada, Ivinhema-MS e finalizando Cuiaba-MT onde o odômetro apontava 31.901 km. Foram 12.885 km da mais pura emoção e que ficarão para sempre gravados em minha memória. Fecho os olhos e consigo percorrer cada quilômetro, revejo todas as paisagens e sonho em fazer de novo este mesmo caminho. Volveremos!
Agora é o Alaska.
Nos idos de 2015, em companhia de 4 amigos, cada um de lugares diferentes, nos reunimos em Campo Grande-MS e de lá partimos para aquela que seria uma Grande Aventura rumo a Machu Pichu e a região do Atacama. Me recordo que já no caminho de Cuiabá ao local do encontro, no comando da minha Midnigth, me deparei com um calor desanimador que, aliado aos temores que sentia, quase me fez desistir. Depois, saindo nas primeiras horas da manhã de San Pedro de Atacama, já fazendo o caminho de volta, em Paço de Jamma, o frio fez o seu papel inverso e deixou as pontas dos meus dedos dormentes por mais de 40 dias. Mas o medo inicial foi superado e deu lugar a um desejo louco de ir até Ushuaia, uma aventura muito mais ousada onde o vento, o frio e o rípio se mostavam como adversidades a serem superadas.
Planejamos por dois anos e, finalmente, em outubro de 2017 nos reunimos em Ivinhema-MS, desta vez em 4 motociclistas: Marcão em sua Harley Davidson, Lelo montado em sua Limusine (Gold Wing), Rubão em sua GS 1.200 e seus cremes de proteção para pele (rsrs) e eu, inaugurando uma experiência que nunca mais deixaria, viajar em uma Big Trail, em cima de uma Thiumph 1.200 que em seu odômetro 19.016 km rodados e que seria a minha referência inicial.
Partimos nas primeiras horas da manhã de 06 de outubro rumo a Foz do Iguaçu-PR com o objetivo traçado de chegar ao ponto final da Ruta 3, em Lapataia. Sem maiores atropelos cruzamos a fronteira da Argentina e, em clima bastante ameno seguimos até Azul onde passamos a primeira noite em solo Hermano.
Viagem tranquila, clima agradável, tocada um pouco mais forte com o objetivo de um descanso maior em Puerto Madryn, com as suas opções de passeio na busca pelo contato com as baleias migratórias. Um show!
Na sequência, o vento. Um adversário persistente. Estrada deserta, com pouco movimento mas muito perigosa ao cruzar caminhões dado o deslocamento do ar. 3 Cerros que no painel do GPS apontava ser uma cidade com a opção de pouso, se revela um Posto de Gasolina e um Hotel confortável - Nada mais! Com o único hotel lotado, já que abrigava os funcionários da empresa que fazia a reconstrução da pista, a nossa opção foi o hall da recepção.
Nesta altura do trecho, o frio também já era fator de preocupação, mas a geografia do local se mostra deslumbrante. Cerro Sombrero, já no Chile, se mostra acolhedora, bastante agradável com ótimas opções de Pousadas, antes de enfrentarmos o maior de todos os fantasmas, o rípio. Viajamos o tempo todo revezando com belíssima estrada de concreto em fase final de conclusão, o que nos dá certeza de que os próximos aventureiros não passarão mais por este tipo de pavimento. Doravante só estrada de puro concreto.
Antes de Ushuaia, ainda nos reserva a travessia do Estreito de Magalhaes e, finalmente, depois de 11 dias de estrada e memoráveis passeios, vislumbramos o portal de entrada de Ushuaia quando a emoção finalmente toma conta da nossa alma. Chegamos ao Fin del Mundo!
Ushuaia é encantadora com o seu sentimento de lamento pela derrota imposta ao povo argentino no conflito pelas Malvinas, o Canal de Beagle, seus pinguins em fase migratória, o Farol do Fim do Mundo, as Estações de Esqui em fase de sonolência na primavera e a noite com boas opções de badalação.
O Trem do Fin del Mundo conta a história da colonização do lugar e Lapataya é a cereja do bolo com o ponto final da Ruta 3.
Fizemos o caminho de volta seguindo pela Ruta 40, passando por Puerto Natalis cujo caminho nos brinda com muito rípio (120 km), El Calafate e suas geleiras, Perito moreno com suas paisagens deslumbrantes, Bariloche que dispensa referencias, General Acha, Vitória, Possada, Ivinhema-MS e finalizando Cuiaba-MT onde o odômetro apontava 31.901 km. Foram 12.885 km da mais pura emoção e que ficarão para sempre gravados em minha memória. Fecho os olhos e consigo percorrer cada quilômetro, revejo todas as paisagens e sonho em fazer de novo este mesmo caminho. Volveremos!
Agora é o Alaska.