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Ver Versão Completa : Valparaíso, Chile - Frenética, boêmia e bela



Renan Xavier
23-11-11, 10:28
Ninguém descreveu melhor Valparaíso que seu poeta Pablo Neruda. Para ele, a cidade se compara
a uma bela moça que nunca terminou de pentear-se e vestir-se. A analogia é precisa. A cidade de
300 mil habitantes nunca foi planejada e vem acontecendo em meio a uma efervescência cultural
e econômica há séculos. A forte economia e seu peso político fez com que pipocassem hotéis,
restaurantes, pubs e bordéis. O litoral e a tortuosa geografia lhe emprestaram a forma e a beleza.
Sem espaço plano, a população precisou se empilhar nos 42 cerros (morros) que margeam a costa,
dando origem a uma confusão urbana de casas coloridas e de ruelas que sobem e descem. A 127 km
de Santiago, é Patrimônio Cultural da Humanidade e perfeita para um passeio a dois ou para agito
com amigos.

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Devido ao terreno acidentado foram criados ascensores, espécie de elevadores diagonais que ligam
as partes baixas e altas da cidade. Considerados monumentos nacionais, os 15 ascensores são
barulhentos e antigos, mas baratos e imperdíveis ($150 por trajeto). Destaque para o Artillería que
funciona desde 1893 e tem acesso próximo à histórica e imponente Aduana, na área portuária. Ele
leva ao Paseo 21 de Mayo, de onde se tem uma vista incrível do porto e da baía. Ideal para curtir o
pôr-do-sol no fim de tarde.

Não faltam opções para a diversão. O Museo a Cielo Abierto, na c. Bellavista, é gratuito e tem acesso pelo ascensor Espiritu Santo. São 20 murais pintados diretamente nas paredes. Igualmente imperdível é La Sebastiana, casa de veraneio do maior poeta chileno, Pablo Neruda (ter-dom, 10h30-18h, $3.000 inteira). A residência é como a cidade, colorida e labiríntica. Suba de táxi e retorne a pé para aproveitar a vista, a feira de artesanato e se encantar com trechos de poesias nos muros. Também visite o Museo Mun. de Bellas Artes (9h30-18h, gratuito), no Paseo Yuguslavo, com acesso pelo ascensor El Peral. Há obras de Valenzuela Puelma, Carlos Mori, Rousseau e Boudin São recomendados ainda o passeio de lancha, com saídas do Muelle Pratt (30 min, $2.000) e a visita à Piedra Feliz, um belíssimo penhasco na Av. Altamirano, de onde milhares de moças desiludidas já se atiraram ao mar.

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Exatamente esta via, Av. Altamirano, é a mais indicada para o almoço. Há bons restaurantes que servem fartos pratos de pescados e frutos do mar na altura da Caleta El Membrillo. Tudo isso, com direito a vista para o azul e gélido oceano Pacífico. Pratos à base de marisco e outras opções podem ser encontradas no Mercado Cardonal (Av. Brasil, 2710). A Av. Ecuador e o Paseo 21 de Mayo concentram bares e cafés. Para a noite, há pubs próximos às calles Errázurez e Condell. Por nada perca o Pisco (aguardente à base de uvas moscotel) e nem as cervejas locais (Del Puerto e De Autor). As melhores opções de hospedagem ficam ao redor da Plaza Sotomayor (H. Reina Victoria, c. Sotomayor, 112) e do Congresso Nacional. Não se hospede na região do Mercado Central - alguns locais são bordéis. Evite também caminhar pela região do porto durante a noite, pode ser perigoso.

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Para compras, há feirinhas no Paseo 21 de Mayo e lojas de souvenirs na entrada do porto. Lembre-se que o Chile é um excelente produtor de vinhos. Por aqui, podem ser encontrados bons vinhos por menos de um dólar. Não deixe de conhecer a cidade vizinha Viña del Mar, com lindas praias e opções ainda mais diversificadas de baladas, restaurantes e de comércio. Viña tem um importante cassino, além de ser referência na fabricação de vinho. Um trem faz em 15 min. a ligação entre as duas cidades, partindo da Estação Central ($204 a 1.080).

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Nem Valparaíso e nem Viña possuem aeroporto. O mais próximo está localizado em Santiago. As empresas de ônibus TurBus e Pullmann realizam o trajeto para ambas cidades com partidas a cada 15 min. do Terminal Alameda, na capital (1h30min, $1.000). O transporte público (bondes elétricos e ônibus, $350) e os táxis são bons e baratos. O clima é mediterrânico, por isso, leve casaco em qualquer estação. Reserve ao menos três dias para curtir Valparaíso, e outro para Viña.

Dolor
23-11-11, 17:03
Importante complementar que La Sebastiana, foi a casa que Pablo Neruda (1904-1973) Prêmio Nobel de Literatura em 1971, poeta, diplomata e político, escolheu-a para fugir do cansaço que a cidade de Santiago lhe trazia. Neruda comprou esta casa quase pronta, que nunca havia sido ocupada por ninguém. Quem a construiu foi um engenheiro espanhol chamado Sebastián Collado, que não conseguiu ver seu sonho realizado: morreu antes dela ficar pronta. A casa ficou abandonada por 10 anos, até que informaram a Neruda que ela existia. Dizem que ele queria uma casa que não estivesse nem muito acima e nem muito abaixo da cidade, que deveria ser solitária, mas não em excesso. Mas nutria o desejo de que seus vizinhos fossem invisíveis.
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Destaque para o bar que fica no segundo andar, todo cor-de-rosa onde Neruda preparava seu "coquetelón" e para as paisagens da baía de Valparaíso, que muda a cada andar. Diferentemente da morada La Chascona, em Santiago, a visita à casa não dispõe de guias para grupos. Os visitantes percorrem os ambientes e há alguns folhetos explicativos em cada um deles. Cerro Bella Vista. Calle Ferrari, 692, tel: (32) 2256606. Visitas de terça a domingo, das 10h10 às 18h (verão) e das 10h10 às 18h (inverno).