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Ver Versão Completa : PETROLINA x BRASÍLIA - 8° MOTO CAPITAL



Hiram Deiques Peres
06-08-13, 15:42
Sou de Petrolina, e participo do Moto Clube Federais do Velho Chico, tenho um parceiro que sempre que nos encontrávamos trocávamos idéias sobre motocicletas e num dia do mês de maio, veio à idéia de participar do Moto Capital. Eu tinha em mente que no ano de 2011 tinha que fazer essa viagem a Brasília. Na hora que falei sobre a possibilidade de faze-lá, Bruno me parceiro topou na hora.

Meu parceiro Bruno, têm muita experiência em viagens longas, inclusive ao exterior. O planejamento foi sendo feito e os acertos das motocicletas foram sendo executados para evitar qualquer tipo de imprevisto.

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Saímos dia 26 de julho, cheguei as 4:30 ao local marcado para darmos início a nossa aventura. Bruno já estava aguardando em sua Honda Shadow 600, ano 2001, eu iria com a minha Suzuki GSX F 750 ano 2002.

A viagem:

Fomos em direção a Ponte Presidente Dutra – BR 407 que une os municípios de Petrolina/PE e Juazeiro/BA. O asfalto está em excelente condição e rumamos para a cidade de Senhor do Bonfim que fica a 132 km de Petrolina. Pegamos chuva antes da primeira parada, ainda estava escuro e atenção teve que ser redobrada.

As motos foram abastecidas, e tudo corria muito bem. A chuva já tinha parado e sol estava nascendo. Nosso próximo destino seria Capim Grosso/BA ainda pela BR 407.

Bruno, vinha mantendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 120 km/h como o planejado.

Já próximos de Capim Grosso, resolvi antecipar a parada já que o bagageiro da Shadow tava um pouco torto. Constatamos que os parafusos que fixavam o bagageiro tinham soltado. Eram 7:20 horas, passamos um arame para minimizar o problema e foi necessário entrar na cidade para procurar uma oficina e fazer o conserto. Capim Grosso é uma cidade pequena, mas não tivemos problema em encontrar uma oficina para motos e escolhemos a oficina BINA MOTOS (indicamos) na avenida principal de Capim Grosso. Ficamos aguardando uns 45 minutos. Nesse intervalo, lanchamos e abasteci minha moto. Apesar desse pequeno imprevisto estávamos com o astral muito alto.

Motocicleta acertada a próxima cidade a ser alcançada seria Jacobina, cidade baiana que se apresenta como destino para os apreciadores do turismo ecológico. Jacobina foge aos padrões rotineiros, isso pode ser observado, inclusive, em sua topografia. O Município encontra-se também localizado na Chapada Diamantina, entre serras, desfiladeiros, e é caracterizada pela caatinga, vegetação típica da região no extremo norte da Chapada. Jacobina está localizada a 67 km de Capim Grosso.


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Fomos em direção a Morro do chapéu/BA, depois da BA 368, fomos em direção a BA 426. Esperávamos encontrar um trecho ruim e estava realmente bem ruim, mas fomos em frente, devagar passamos sem problema.

Depois de uns 70 km, minha “F” começou a falhar. A única coisa que pensava e que tentava era não deixar a motocicleta apagar. Bruno vinha me monitorando muito de perto, e eu pilotando no meio dos remendos da BA 426 a uma velocidade de 40, 50 e na melhor das hipóteses a 60 km/h. Estava bem preocupado com a situação. Não tinha postos, Vilas, cidades, nada, além de remendos num asfalto vergonhoso. Consegui levar minha motocicleta até a entrada da cidade mais próxima. Foram 30 e poucos quilômetros bem complicados. Na entrada do posto de abastecimento, ela retornou a força, como nada tivesse acontecido. Achamos que poderia ter sido gasolina batizada.

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Para seguir rumo a Seabra/BA, obrigatoriamente tem que passar dentro de Morro do Chapéu. Chegamos na BA 052, a estrada continua ruim, mas logo tudo passa. Chegamos numa estrada muito boa, finalmente, asfalto bem conservado, acostamento, placas de sinalização.

Já tínhamos percorrido uns 470 km, eram mais ou menos 11:30 horas. Estávamos próximo a Cafarnaum/BA e as motos estavam rodando bem e sem problemas.

Quando alcancei os 100 km após o último abastecimento, minha moto iniciou de novo a falhar sem motivos. Combustível batizado? Não poderia ser!!! Alcançamos outro posto. Abasteci a moto, ela voltou ao normal. Bruno teve um problema na parte elétrica, iria rodar sem lanterna traseira e sem seta, apenas o farol dianteiro funcionava. Continuamos assim mesmo com nossos problemas. Preocupados mais confiantes.
De Cafarnaum até Seabra são 115 km. Saímos da BR 122 e entramos da BR 242, rodovia com maior movimento de veículos leves e pesados.

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Na entrada da BR 242 avistamos o primeiro posto de combustível, abastecemos e almoçamos, foi quando passou o primeiro grupo de 05 motocicletas, 04 hayabusas e 01 Harley, achamos que estavam descendo para Brasília.

De volta à estrada já era por volta de 14:30 horas, Ibotirama era a próxima cidade e estava distante 189 km. Era uma quarta-feira e o movimento de veículos era intenso, particularmente, eu, gosto de estradas bem movimentadas.

Para não perder e ter que rodar a noite, abastecemos e partimos rumo a Barreiras. Como tínhamos previsto no novo planejamento chegaríamos por volta das 18:45 horas e conseguimos. A chegada foi bem lenta devido a número de caminhões da entrada da cidade.

Quando vou a Brasília com minha família, sempre pernoitamos em Barreiras no Hotel Fênix. Não tem luxo, mas é limpo, tranqüilo, estacionamento, café da manhã bom e bem farto e comparado com a maioria dos hotéis da cidade tem um preço razoável.

Na manhã seguinte conhecemos o proprietário do hotel que além de motociclista, faz enduro e rally. Saímos de Barreiras por volta de 9 horas da manhã. Nosso roteiro era em direção ao Luiz Eduardo Magalhães, distante 95 km de Barreiras. Rodamos tranquilos, as motos vinham se comportando bem, sofremos foi com o vento, as motocicletas andavam de lado. Numa parada para abastecimento, perguntamos sobre esse fenômeno e fomos informados por um frentista que esta época do ano ventava muito na região.

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A rodovia continuava muito boa. A vegetação é o cerrado, só que não se vê muito mais, apenas plantações de algodão e milho e sorgo dos dois lados da pista. Não conseguimos ver o final das lavouras, incrível com esta região da Bahia está se desenvolvendo. Grandes empresas se instalaram, pessoas de todas as partes do Brasil, principalmente gaúchos e paranaenses buscam novas possibilidades de crescimento financeiro. Cidades pequenas estão se transformando num novo eldorado. Universidades federal, estadual e particulares estão instaladas com cursos que só irão trazer benefícios a população e mais desenvolvimento para a região.

Já era 15:30 horas quando paramos em Formosa, ligação para as esposas pra tranquilizar e aproveitei para ligar para meu primo, motociclista e que reside em Brasília. Ele iria nos levar até a oficina de sua confiança. Queríamos fazer uma revisão nas duas motos já na chegada. Já tínhamos percorrido 1.550 km

Conforme combinado meu primo esperou com sua Suzuki Bandit 1250 próximo a Sobradinho/DF.
Final do dia 27, permanecemos na oficina. Dia 28, chegamos na oficina as 7:30 horas e saímos somente as 21:30, fomos direto para o encontro não podíamos perder tempo.


O evento:

Realmente é o que se lê a respeito. Grandioso, espetacular, o maior e melhor. Motociclistas de todos os estados brasileiros e também do exterior. Mais de 100 estandes de acessórios, perdi a conta dos moto clubes que se instalaram por lá. Mais de 250 mil pessoas no evento que já é considerado o maior evento da América Latina.
Ficamos deslumbrados com toda a grandiosidade oferecida pelos organizadores. Conhecemos muita gente e revi alguns amigos de Brasília.
No sábado saímos logo cedo para fazer um tour pelas largas avenidas da cidade e mostrar a arquitetura e pontos turísticos da Capital Federal. Almoçamos e voltamos a Granja do Torto para acompanhar o passeio. Impressionante o número de motos. Para completar compramos algumas lembranças do evento, abastecemos e nos preparamos para o retorno para Petrolina.

O retorno:

No domingo, cheguei ao Hotel por volta das 4:30 horas, estava escuro e muito, muito frio.

Quando passamos na ponte que liga Brasília a Sobradinho o termômetro marcava 7 graus, acredito que a sensação térmica estava próxima de zero grau.

Em Formosa, a primeira parada, mas não foi planejada, esta foi necessária porque o frio era intenso. Bruno, que já foi a Cordilheira do Andes comentou que foi o segundo local que sentiu mais frio. Esperava amanhecer para que o sol aparecesse e finalmente esquentasse um pouco.

No Domingo, rodamos 1.060 km, dormimos em Seabra na Bahia, chegamos por volta de 18:00 horas, viagem tranquila, as motocicletas depois da revisão em Brasília, vinham rodando bem, com a economia esperada para cada tipo de motor e sem problemas técnicos.

Na segunda feira, saímos logo cedo, mudamos nosso roteiro, descemos para a cidade de Saúde, estrada sinuosa, mas economizamos 60 km. Isto foi necessário já que Bruno teria que trabalhar no horário noturno deste mesmo dia.

Adoramos a viagem, o evento foi incrível, tivemos alguns problemas mas tudo ocorreu bem e a companhia do Professor Bruno foi especial. Só tenho a agradecer todos os momentos.

Fica aqui nosso relato com a certeza que depois 3.600 km, calor e frio, um pouco de cansaço, valeram todos os momentos vividos nestes dias.

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Dolor
06-08-13, 23:55
FC Hiram, li num só fôlego o teu tópico e agora com mais calma vou relê-lo e apreciar os detalhes desta viagem.

Seguramente as "falhadas" na moto foram resultado de problemas com a gasolina, especialmente por sujeira, mesmo líquida, por exemplo, resíduos de álcool, diesel ou mesmo outro tipo de contaminação, mas como as motos são valente, seguraram na unha. Por incrível que pareça pode ser ocasionado por gasolina velha, uma barbaridade a qual estamos sujeitos e a prova disso são os dias, a partir de duas semanas, com as motos paradas dando até uma dor no coração quando as ligamos, não é verdade?

A tua moto é uma Suzuki GTX?

Linda e bem cuidada!

Obrigado por compartir conosco a tua aventura e por fazeres parte do Território dos FC, lugar de gente sonhadora e que tem nos bons relacionamentos a sua principal base de sustentação.

Continue nos inspirando!

Aproveito para lembrar que a Sede Intl dos FC não tem portas para os seus Fazedores e será um prazer enorme te receber em volta da fogueira da amizade, brindando com boas taças de vinho a vida. Temos algumas atrações em Santa Catarina e o prazer em te acompanhar será enorme. Não deixe também de conhecer os desafios propostos pelos FC, no link O Passaporte, exclusivos e autênticos como todos nós.

Aprochegue-se FC!

EDUARDO PEREZ TEIXEIRA
09-03-23, 20:30
Lembro dessa viagem, esperando vocês chegarem. E a minha saudosa Bandit era uma 1200, maravilhosa!