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Ver Versão Completa : Contratempos - Viajar sozinho exige organização!



Renan Xavier
09-11-11, 10:40
Os contratempos fazem parte de qualquer viagem. São, ao mesmo tempo, essenciais, já que são eles que dão aquele gostinho de quero mais. Afinal, é a partir deles que nos superamos e aprendemos. Estas lições são contadas também pelo consultor da revista Motociclismo Magazine e sócio da Ayres Adventures Moto Turismo do Brasil, Décio Kerr Oliveira, que nos lembra sempre a importância de um bom planejamento para que a viagem aconteça de maneira mais tranquila.

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O contratempo, por Décio Kerr Oliveira

Viajar sozinho de moto por lugares inóspitos também é muito bom, mas exige um preparo um pouco maior. Alem do kit de ferramentas mais usadas na sua moto; jogo de câmaras de ar mesmo que você use pneus sem câmara, kit de reparo profissional de pneus sem câmara (se for o caso), duas ou três boas espátulas para remoção e instalação de pneus, bomba elétrica com tomada pra sua moto ou jacarés pra contato direto na bateria (certas motos com sofisticada eletrônica embarcada podem ter a corrente cortada quando conectamos a tomada da bomba elétrica por acharem que se trata de um curto circuito, é aí que entra o jacarezinho pra contato direto na bateria), pequena corda para reboque, colete elétrico pras travessias andinas, barras de cereal, água, não devemos esquecer uma pequena barraca e saco de dormir.

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Numa viagem solo a possibilidade de um pernoite ao lado da sua moto não é tão remota daí a necessidade da barraquinha.

Em 2001 fui sozinho pro Atacama e fiquei preso em pleno Paso de Jama às 5 da tarde num riacho que não existia há muito tempo. Neste dia, até o momento, tinha cruzado somente com dois automóveis que de uma forma ou outra me ajudaram.

Aproveitando ainda dos últimos raios de sol tirei algumas fotos e já estava escolhendo um local menos pedregoso pra armar a barraca quando vi, ao longe, o terceiro automóvel do dia. Era uma bendita L 200 que arrancou minha moto d’água. Depois foi só virar o motor sem as velas, constatar que apesar das tossidas iniciais o motor voltou a funcionar redondo, montar a bagagem na moto, agradecer muito ao simpático casal que me salvou e ao super anjo da guarda dos motociclistas solitários e prosseguir viagem em direção a San Pedro de Atacama.

Por muito pouco mesmo eu ia ter que usar a barraquinha! Com a moto naquela situação não poderia usar nem meu colete elétrico nem o calor do motor pra suportar o “friozinho” da noite no altiplano andino.