Ver Versão Completa : Uiramutã, uma cidade longe demais
24 de janeiro, quinta-feira, chegamos a Mancio Lima, no Acre, um dos pontos extremos do País, dentro do desafio Cardeal Fazedor de Chuva.
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Com o Prefeito Municipal de Mancio Lima, Sr. Eriton Maia de Macedo
GCFC Osmar e Terezinha, vocês são o nosso orgulho e inspiração, fazendo a terceira parte da Cruz do Brasil.
Que experiência, que viagem!
Estamos a Angela e eu querendo saber tudo e claro, irmos recolhendo as pedrinhas que vocês forem largando, marcando o caminho, para o nosso Cardel FC.
Foram muitos os quilômetros até agora?
Pede para o prefeito Eriton deixar a chaleira no fogo porque logo estaremos chegando aí.
Desejamos uma ótima viagem com todos os quilômetros pavimentados com a mais pura felicidade.
Grandes Caciques Dolor e Angela!
Nesta viagem já rodamos 5.243 km.
A recepção que tivemos em Mancio Lima foi muito positiva. O prefeito aguarda novas visitas de FC. Quem serão os próximos?
Amanhã iniciaremos outra etapa, em direção à quarta etapa do Cardeal.
Forte abraço,
Osmar e Terezinha
Cezar Riva
25-01-13, 10:08
Parabéns Osmar e Terezinha,
Estou a espera de voces em Roraima para cumprirmos juntos a sua última etapa.
O Caburaí nos espera!!
Cezar
Cézar, a honra será toda nossa, cumprirmos esta etapa em vossa companhia. Estamos em Rio Branco, já rumando para o Amazonas. Caburaí, aqui vamos nós!
Abraço, Osmar e Terezinha
Osmar e terezinha... Que santa inveja de vocês.
Nos mal conseguimos fazer o extremo Sul, de moto emprestada... E vocês já indo para a ultima...
Paabens!!!
Sent from my iPad on the road to the adventure
Olá Elton, A viagem está maravilhosa. E nós, a caminho de Uiramutã, no extremo norte. Vamos nessa!
Josemir Vrijdags
28-01-13, 23:03
Congratulações GCFC Osmar e Terezinha. Também pretendo embarcar nessa loucura. Por favor dê as dicas do trajeto de como chegar nesse extremo oeste.
Grande abraço fraterno.
Josemir e Vânia
FC Josemir e Vânia, que saudades!
Enquanto se preparam para esta loucura, porque não vocês não vem para SC, para refletirem um pouquinho mais e claro, além de tentarmos cura-los, daremos todas as coordenadas para chegarem até o marco de Chuí.
É o começo da terapia!
A nossa casa não tem portas para vocês.
Olá Josemir e Vânia! Que bom ter vocês conosco. Mais detalhes da nossa viagem vocês poderão ver no blog http://www.osmarb.blogspot.com.br/. Abraço, GCFC Osmar e Terezinha
Uiramutã, outra cidade longe demais.
De Boa Vista até a sede do município de Uiramutã, são 310 km. Os primeiros 160 km são pela BR 174, sentido Pacaraima. Asfalto em boas condições. Depois desse percurso, deve-se entrar na estrada do Surumú, à direita da BR. É uma estrada não asfaltada, mas que está em boas condi-ções. Até a vila do Surumú são 29 km. Depois do Surumú, mais 35 km até o Contão. Após o Con-tão, chega-se a uma localidade conhecida por “Placas”, onde pega-se à esquerda a estrada que vai para Uiramutã. Está em péssimas condições. Aí anoiteceu. São 85 km que fizemos em mais de três horas de viagem. Ao todo foram seis horas e quarenta e cinco minutos, de Boa Vista à Uiramutã.
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E depois, tem a volta. As mesmas pedras, os mesmos buracos, as mesmas pontes de madeira semi destruídas, agora com a agravante do calor pelo sol causticante.
Uiramutã é uma cidade longe demais. Mas muito, muito longe demais.
De Boa Vista a Uiramutã não tem posto de abastecimento. Tampouco tem em Uiramutã. Então amigo motociclista, ou você leva seu combustível para a ida e a volta, ou recorre ao abastecimento alternativo, tanto na BR 174, quanto em Uiramutã.
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Em Uiramutã nos hospedamos no Hotel e Restaurante Monte Caburaí, do Chico Tala, sem dúvida, o melhor da cidade, tanto pelo conforto, mas principalmente pela simpatia e hospitalidade dos proprietários. Quando for, faça reserva pelos telefones (95) 9137-7221 ou 3591-1137.
Para visitar Uiramutã, reserve pelo menos três dias: o primeiro para a viagem de ida, o segundo para conhecer a cidade e seus atrativos, e o terceiro para a volta.
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Uiramutã é um município do nordeste do Estado de Roraima, sendo o município mais setentrio-nal do Brasil.
Abrigando grandes reservas indígenas, inclusive parte da área conhecida como Raposa Serra do Sol, e um Parque Nacional, e submetido à condição de fronteira tríplice com Guiana e Venezuela, Uiramutã sedia o 6º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro.
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Criado pela lei nº 98 de 17 de outubro de 1995, com terras desmembradas dos municípios de Normandia, onde se localiza a sede municipal, e da Capital do Estado. O município do Uiramutã é o ponto mais setentrional do Brasil. O seu nome designa - local de espera de aves. Conta-nos a história que o seu primeiro habitante foi Severino Pereira da Silva, conhecido como Severino Mi-neiro, que ergueu ali a primeira casa. Paraibano de nascimento explorou muitos garimpos em Ro-raima o que lhe originou o apelido. Em 1911 expulsou à bala colonos britânicos interessados no ouro; na luta perdeu seu filho, Vitor. Era também um sonhador, tocava viola e violão e fabricava sapatos e roupas para uso da família.
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A população estimada em 2010 era de 8.375 habitantes e a área é de 8.066 km².
O município inclui em seu território o Monte Caburaí, de 1.456 m de altitude, na fronteira com a Guiana. A +05,2° de latitude, o monte é o ponto mais setentrional do País. O Monte Roraima, também no município, é o ponto tríplice de fronteira com a Guiana e a Venezuela e o décimo pico mais alto do Brasil, com 2.739 m.
Em sua área urbana, a sede de Uiramutã, tem uma população total de 1.138 habitantes.
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Esta região é tradicionalmente rica em ouro e diamante. Apresenta também um grande potencial para a pecuária. Entretanto, a beleza natural de que dispõe o município, pode vir a transformá-lo num futuro polo turístico, representando então sua principal vocação econômica.
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Finalizando, queremos agradecer ao nosso amigo Cesar Riva, de Boa Vista, pelas orientações e pela companhia durante esta viagem, sem o que, ela seria impossível. Obrigado, amigo!
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GCFC Osmar e Terezinha, se tivessem escrito uma linha a mais vocês seriam responsabilizados por uma morte aqui no sul, pois voltei a respirar, portanto, retornar à vida, com a leitura da última frase.
Ufa!
Enquanto lia, pensava, os Fazedores de Chuva inventarem estes desafios não é nada, mas ter uns loucos como vocês que se atiram Brasil afora atrás de um sonho dessa envergadura, é simplesmente sensacional!
Vocês estão de parabéns por esta loucura, me salvaram da falta de ar mas em contrapartida, quase me matam afogados com tanta água na boca.
Obrigado ao FC Cezar Riva pela companhia e pelo apoio neste Brasil do hemisfério norte, mas de alma única e creio que a partir de agora fica promovido a guia oficial dos Fazedores de Chuva, capítulo Cardeal.
É mole?
GCFC Osmar e Terezinha se houver alguma oportunidade, não deixem de visitar o 6º Pelotão e contar a história de vocês, pois sei da tua paixão pelo nosso grandioso Exército e uma foto no quartel seria uma linda recordação.
Finalmente, muito apropriada a tua camiseta dos Fazedores de Chuva alusiva ao meio do mundo, pois vocês estão literalmente com pé lá e outro cá.
Abraços
Dolor e Angela
Parabéns Grande Cacique, mais uma conquista aos extremos não do mundo, porém não menos importante, a conquista dos extremos do Brasil.
É impressão minha ou chegaram ao fim? Acompanhei o ponto de Mâncio Lima, Acre (http://www.fazedoresdechuva.com/forums/showthread.php/1436-Mancio-Lima-Acre#.URYp4KWYsZk) e este de Uiramutã...
Um grande feito que nos enche de orgulho, o surgimento de novos Cardeais... Grande abraço, parabéns e nos vemos na estrada!
Cezar Riva
09-02-13, 12:44
Mais uma vez parabéns Osmar e Terezinha pela coragem e ousadia de chegar aos extremos do Brasil.
Boa viagem!!
Olá Cesar, sem a tua participação, talvez até tivéssemos chegado lá, mas teria sido muito mais difícil. Mais uma vez, muitíssimo obrigado pela sua companhia, na viagem, e nas cervejas lá no bar do Chico Tala.
Ola Jhonny, boa noite! Os outros pontos, sul e leste, fizemos em outras oportunidades. Mas aproveito a oportunidade para postar duas fotinhas dos respectivos.
Grande e forte abraço, GGCCFFCC Osmar e Terezinha
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Farol Cabo Branco, na Ponta Seixas, Paraíba
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Ponte sobre o Arroio Chuí, na fronteira com o Uruguai.
Que eu tomo a liberdade de incluir o extremo oriental do Brasil, em Mâncio LIma,
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que os habilita como os primeiros Cardeais Fazedores de Chuva, do Brasil.
Um orgulho que esperamos ser comemorado com aquele churrasco!
Parabéns loucos Cardeais Fazedores de Chuva!
Grande Cacique Dolor, bom dia!
Tomo a liberdade de postar mais uma fotinha de Uiramutã, com destaque para a placa em frente à Prefeitura.
Abraço a todos.
GGCCFFCC Osmar e Terezinha
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GCFC e CFC Osmar e Terezinha, vocês tem toda a liberdade do mundo para continuarem a nos inspirar com estas lindas páginas de aventuras sendo viradas na história do motocicliscmo brasileiro e mais do que isto, mundial.
Continuem sendo esta fonte de inspiração, juventude e de loucura!
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Agora quem tomou liberdade fui eu em mesclar os tópicos referente ao Cardeal Fazedor de Chuva, sob o título "Uiramutã, uma cidade longe demais", de sorte que temos a cruz do Brasil aqui mostrada e completada por vocês, incluindo Chuí, no RS, Ponta do Seixas, na PB e Mâncio Lima, AC, como os primeiros motociclistas a terem esta louca aventura certificada, elevando-os à condição de Cardeais Fazedores de Chuva, especialmente porque a "Adelita" Terezinha é completamente sem juízo, apaixonada pelo marido e pelas aventuras, como dizemos aqui, sempre "agarradinha no osso".
Mil vezes parabéns para vocês e não deixem de nos alimentar com tanta inspiração.
Ótima viagem!
Josemir Vrijdags
12-02-13, 22:39
Sensacional!
Osmar e Teresinha vocês são desbravadores.
Tenho muito orgulho de ter conhecido vcs em Vitória, e poder acompanhá-los na garupa deste grandioso feito.
Vocês são meus ídolos. Fiquei muito emocionado em ver as fotos e o relato da realização do desafio Cardeal.
Congratulações! Que grande feito! Parabenizo vcs também pelo pioneirismo. Agora todos nós sabemos o caminho.
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Minha companheira acompanha o hasteamento do Pavilhão Nacional no mastro da Prefeitura de Uiramutã, no topo do Brasil.
Momento de muita emoção para todos.
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Olá Vladimir, muito gratos pelas bondosas palavras. É um grande orgulho pertencermos à elite do motociclismo mundial.
GGCCFFCC Osmar e Terezinha
Voces dois sao uma inspiracao Osmar e Teresinha...
Na volta lembre-se de passar por sao paulo OK?
Olá Elton, boa noite! Muito grato pelo convite. Passaremos por aí sim. Grande abraço,
GGCCFFCC Osmar e Terezinha
...no centro da cidade de Oiapoque, às margens do rio de mesmo nome, encontramos um marco, muito bonito, bem conservado, iluminado, com Bandeira do Brasil hasteada, e com os dizeres: “Município de Oiapoque. Aqui começa o Brasil”, e com trechos do nosso Hino Nacional. Não tivemos dúvida: fotografamos para marcar nossa passagem pelo local, pois vai que algum inconformado consiga trazer de volta para cá o ponto extremo norte do Brasil.
Agora, eu e Terezinha já podemos dizer que fizemos “do Oiapoque ao Chuí”, de moto.
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GCFC e CFC Osmar e Terezinha, isso é que é carimbar o certificado.
Frente e verso e assim não se dá chance para qualquer oportunidade de se deslocar este ponto da cruz do Brasil
Parabéns e logo seguiremos as pegadas de vocês!
Continuando as postagens neste espaço, referentes aos pontos visitados na perseguição ao desafio Cardeal Fazedor de Chuva, e já que estamos em Porto Alegre, vamos aproveitar a ocasião para cumprirmos a etapa Sul, visitando o ponto extremo sul do Brasil.
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O Farol do Chuí, da Marinha do Brasil
Terça-feira, 18 de dezembro de 2012.
A saída de Porto Alegre pela manhã foi bem tranquila, sem engarrafamentos, apesar de ser horário de pico no trânsito. Num instante alcançamos a ponte sobre o Rio Guaíba, e dali pela BR 116 até Pelotas, e depois pela BR 392 até a cidade de Rio Grande.
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Acesso à Ponte do Guaíba, em Porto Alegre
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A cidade de Porto Alegre, vista da Ponte do Guaíba
Em Rio Grande, paramos para visitar os amigos Serra e Manja, que conhecemos em janeiro último em viagem pela Carretera Austral, no Chile. Na ocasião, nós estávamos de carro, um Hyundai IX35, e eles de moto, uma Yamaha Super Ténéré 1200. Como é bom rever os amigos. E Manja nos brindou com excelente almoço, com churrasco, de costela de rês.
Nossa visita foi rápida. Como tínhamos hotel reservado no Chuí para aquela noite, combinamos esticar o papo na volta, isto porque ainda tínhamos cerca de duzentos e cinquenta quilômetros pela frente, até chegarmos ao extremo sul do Brasil, o Arroio Chuí, na divisa com o Uruguai.
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Com os amigos Lili, Manja e Serra, na cidade de Rio Grande
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O Banhado do Taim
Chegando na cidade de Chuí, fizemos o check-in no Hotel Bertelli (www.bertellichuihotel.com.br/), e partimos logo em busca do tal ponto extremo meridional. Na localidade de Barra do Chuí, onde o arroio do Chuí deságua no Oceano Atlântico, visitamos o Farol da Barra do Chuí, da Marinha Brasileira, onde fomos informados pelo faroleiro, que o ponto extremo sul, acessível para moto, é a ponte sobre o arroio na Avenida Uruguai, que liga as localidades de Barra do Chuí, no Brasil e Barra Del Chuy, no Uruguay.
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Entrada para o Farol do Chui
O Farol do Chuí, mantido pela Marinha do Brasil, em plena atividade, está localizado na foz do Arroio Chuí, exatamente no extremo sul do litoral brasileiro. Como se pode observar nas fotos em anexo, o local é muito bem conservado, e aberto à visitação do público em geral. Chegamos ao local fora do horário, mas mesmo assim fomos muito bem recebidos pelo faroleiro, que não só permitiu nossa entrada no recinto, como nos passou todas as explicações necessárias, tanto sobre o farol em si, como sobre a localização do dito.
Parabéns à Marinha do Brasil!
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Mais uma do Farol
O Arroio Chuí é, frequentemente, citado como o ponto mais meridional do Brasil, mas isto não é totalmente exato, pois o nome designa todo o rio e o verdadeiro extremo sul do país é apenas um ponto em seu trajeto. A localização exata desse ponto sem nome é uma pequena curva do arroio, aproximadamente 2,7 quilômetros antes de sua foz, a 33° 45' 03" de latitude sul e 53° 23' 48" de longitude oeste. A foz do arroio é o extremo sul do litoral brasileiro (Fonte: Wikipedia).
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O Arroio Chuí se entregando ao Atlântico
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Cabeceira da Ponte sobre o Arroio Chuí
Feitas as fotos de praxe, retornamos à cidade de Chuí e fomos às compras, digo, fazer um reconhecimento das lojas da Zona Franca, no lado uruguaio.
Para os que não conhecem a região, naquele ponto temos duas cidades homônimas: Chuí, no Brasil, e Chuy, no Uruguay, separadas por uma larga avenida de pista dupla. O canteiro central é a linha de fronteira dos dois países. A passagem de um país para outro, para a transposição de fronteira, na cidade, basta atravessar a rua. Simples assim.
A Zona Franca do Chuy é bem interessante, com várias lojas de artigos eletrônicos, joias, relógios, roupas, bebidas, perfumaria, cosméticos, brinquedos, alimentos industrializados, e etc., com preços bastante atrativos para nós brasileiros, e de ótima qualidade. É um lugar bastante tranquilo, sem aquela enxurrada de ambulantes e trombadinhas, onde você pode passear tranquilamente sem ser perturbado.
E como ninguém é de ferro, nada como um entrecote para finalizar o dia, no restaurante Los Leños. A carne uruguaia é maravilhosa.
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Um bife de Entrecote. Delícia!
Quarta-feira, 19 de dezembro.
Dia de descanso. Bem, não exatamente descanso. Pela manhã fomos garimpar ofertas na Zona Franca de Chuy (lado uruguaio). Muita coisa bonita, muita coisa barata, mas, para felicidade geral da nação, pouco se pode comprar, pois não há como carregar na moto. Beleza! Meu cartão de crédito agradece.
Fiz duas constatações:
- É desnecessário ficar comparando preços nas diversas lojas. Todas vendem praticamente as mesmas coisas, por preços muito semelhantes. Para economia de tempo, dinheiro e paciência, o segredo é comprar tudo o que se quer logo na primeira loja que entrar. E, eventualmente, ir em outras, para completar as compras. O tempo ganho você pode usar bebendo uma Patrícia no bar-zinho da esquina.
- É mais vantajoso pagar em reais. As mercadorias estão com preço em dólar, e no caixa o câmbio era US$1,00 = R$2,00, enquanto que se pago com cartão de crédito, é utilizado o câmbio oficial (está mais de R$2,10), acrescido de IOF.
Feitas as compras (sempre se encontra algo para comprar), o restante do dia foi para curtir o Hotel Bertelli, um bom Carmenere e um especial queijo uruguaio. E assim o fizemos.
Continuando as postagens neste espaço, referentes aos pontos visitados na perseguição ao desafio Cardeal Fazedor de Chuva, e já que estamos em Porto Alegre, vamos aproveitar a ocasião para cumprirmos a etapa Sul, visitando o ponto extremo sul do Brasil. Retornando...
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O Farol do Chuí
Quinta-feira, 20 de dezembro.
Véspera de final do mundo, segundo previsões maias. Hora de iniciarmos o retorno.
Amanheceu chovendo muito forte. Verdadeiro dilúvio. Será que os maias estavam certos? O mundo vai acabar em água? As previsões meteorológicas informam que vai chover o dia todo. O noticiário na TV dá conta que em Porto Alegre chove demais. E é naquela direção que iremos.
Arrumei as maletas (estão bem mais pesadas) na moto sem muita pressa, torcendo para que a chuva desse uma trégua, pelo menos na hora da saída. Dito e feito. Fizemos o trecho até Rio Grande praticamente no seco. Foi mais uma oportunidade de apreciar novamente as belezas da região, notadamente na Estação Ecológica do Taim.
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Início da Reserva Biológica do Taim
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Mais Banhado do Taim
Só não consegui entender, por aqui ali a rodovia é denominada BR 471, quando deveria ser BR 101, já que tem o sentido norte-sul, e seu traçado é pelo litoral.
Em Rio Grande, mais exatamente na localidade de Quinta, a melhor parte da viagem: visita (agora mais demorada) aos nossos amigos Serra e Manja, aqueles com quem almoçamos na terça-feira.
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Passeando pela Ilha dos Marinheiros, na Lagoa dos Patos
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Porto do Rey, na Ilha dos Marinheiros. Gente importante já andou por aqui!
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Cais do Porto do Rey. Ao fundo, a cidade de Rio Grande
À tarde, de carro com os amigos, city tour pela região. Primeiramente, fomos conhecer a Ilha do Leonídio, e depois a Ilha dos Marinheiros, grandes produtores de verduras. Lá conhecemos uma bebida única: a jurupiga (ou jeropiga). Bebida típica da Ilha dos Marinheiros. Fabricada artesanalmente pelos primitivos habitantes portugueses da ilha, seus descendentes ainda hoje mantém as características desta deliciosa bebida. A Jurupiga é feita de sumo de uvas e álcool (20%), sendo envelhecida em bordalesas por período mínimo de três meses. Fabricação exclusivamente caseira. Provei e gostei. Levemente adocicada, de cor rosada, sabor típico de uva, servida em cálices, geladinha. Diz a lenda, que dita bebida é afrodisíaca.
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A bebida típica da ilha
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Jurupiga. O fabricante e Serra
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Navio entrando no Porto de Rio Grande
Completando a tarde, conhecemos os molhes da barra e o super porto.
À noite, jantar de gala. Manja prepara camarões. Um casal de amigos motociclistas, Paulo e Sandra, dali de Rio Grande, nos acompanham. Estava maravilhoso: o jantar, e a conversa.
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Jantar com os amigos: Sandra, Paulo, Serra, Lili e Manja
Sexta-feira, 21 de dezembro.
Resolvemos tomar um caminho diferente para voltar. Serra e Manja nos acompanham até o centro da cidade, onde tomamos a balsa para São José do Norte, e ali seguimos pela BR 101, com pavimentação asfáltica recentemente concluída, até Osório. Nesse trecho, a estrada segue por uma estreita faixa de terra, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Tem pouco movimento, não tem pedágios, e em alguns locais o asfalto está esburacado.
A travessia de balsa demora pouco mais de meia hora e custa R$4,50 para moto. São oferecidos poucos horários por dia, o que desencoraja muita gente de tomar este caminho.
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O até breve dos amigos. Saudades.
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Na balsa, para São José do Norte.
Ao desembarcarmos da balsa, começa a chover. Chuva forte. Lembrei da previsão maia. Será?
Não tínhamos intenção de chegar em casa nesse dia, até porque saímos de São José do Norte já passava das dez da manhã, e mais de oitocentos quilômetros pela frente. Mas aos poucos fomos mudando de ideia e resolvemos encarar. Não nos agradava pensar em chegar num hotel, molhados, e no dia seguinte colocar aquela mesma roupa que por certo não secaria. O tempo todo debaixo de intensa chuva, finalmente chegamos em casa, oito e meia da noite, encharcados até os ossos. Mas foi uma boa tocada, tranquila, sem qualquer incidente.
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A rodovia BR 101, próximo a Mostardas
A moto, nossa velha Harley Ultra 2009, não decepcionou. Mais uma vez, nos levou e trouxe de volta, com todo conforto e segurança. Zero de problemas.
Finalizando meu relato, quero deixar nossos sinceros agradecimentos aos amigos João Serra e Maria Ângela, Manja como carinhosamente é chamada, pela acolhida que tivemos em sua resi-dência, pelo carinho e hospitalidade que nos receberam. Muito obrigado. Esperamos algum dia recebê-los em nossa cidade, e quiçá, viajarmos juntos. Será uma honra.
Osmar e Terezinha
GCFC BFC CFC Osmar e Terezinha, nunca penso que a repetição dos elogios seja demais, nem cansativa, até porque só é submetido a eles ou as críticas, os ousados e os que se arriscam a tal.
Como a segunda opção é totalmente fora de cogitação, sobram os agradecimentos elogiosos pela disposição de vocês de conjugarem o verbo, exclusivo dos FC, "motociclar", especialmente no tempo presente, legando o pretérito como prova do já feito e conquistado.
Quantas vezes fui à Rio Grande e não me ative ao Porto do Rey, monumento histórico do nosso país, cuidado ou não, é secundário porque não tira a importância do fato, para citar uma entre tantas atrações que vou aprendendo, lendo estes relatos tão bem escritos.
Todas estas informações estou arquivando, como num grande roteiro, para permitir aos aventureiros prontos para partir, usufruirem os seus destinos nas suas plenitudes.
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Por isso e por outras é que tantas almas vão se aquietando com vocês, como agora, neste tópico do desafio Cardeal FC, "Uiramutã, uma cidade longe demais", quando o primeiro milhar de visualizações é alcançado, inspirando todo estes corações onde o espírito da aventura faz moradia.
Parabéns e que outros milhares se aquietem neste ninho!
Grande Cacique, mais uma vez, muito obrigado por suas bondosas palavras a nosso respeito, e seus pertinentes comentários sobre aquilo que relatamos.
Refiro-me em especial ao Porto do Rey, representado por uma pequena placa, pregada em um poste e perdida em algum ponto de uma ilha na imensa Lagoa dos Patos. Este fato poderia passar desapercebido por alguns, mas não o foi pela nossa atenta fotógrafa, preocupada em registrar ao máximo as nossas andanças.
Outro fato curioso, e digno de lembrar, é que parece não darmos muita atenção e valor para as belas coisas que nos cercam, que estão próximas de nós. Talvez porque achamos que tudo o que está mais distante é mais belo. Algo parecido com o pescador, que lança sua isca para o outro lado do rio, procurando os maiores peixes. Se ele estivesse do outro lado do rio, com certeza jogaria seu anzol para o lado de cá.
Por fim, apesar de apreciarmos longas viagens, também desfrutamos os passeios pelas estradas do nosso Estado, e nos deleitamos olhando as fotos e lendo os relatos dos Valentes Fazedores de Chuva, que têm trazido ao nosso conhecimento, paisagens e fatos nunca antes imaginados.
Grande e forte abraço,
Osmar e Terezinha
Continuando as postagens neste espaço, referentes às cidades/pontos visitados na perseguição ao desafio “Cardeal Fazedor de Chuva”, chegamos a Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do Estado do Acre, e do Brasil.
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Esta é a BR 364, entre Manoel Urbano e Feijó, no Acre
Quarta-feira, 23 de janeiro.
Já que estávamos em Rio Branco, capital do Estado do Acre, resolvemos dar uma esticada até Mancio Lima, no Acre, ponto extremo oeste do Brasil.
Choveu a noite inteira. Dormi com aquele gostinho na boca do açaí cremoso que saboreamos ontem à noite, e a preocupação com o estado geral da estrada, tendo em vista que o trecho que tínhamos pela frente é conhecido como muito ruim, nessa época do ano. Soube que há dois anos, o governador do Estado ordenou que o trecho da BR 364, entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul fosse mantido em condições de tráfego o ano todo. Espero que a ordem dele esteja sendo cumprida.
Estamos aqui no chamado inverno (para eles), que é a estação de chuvas. E chove todos os dias. E todas as noites. E a estrada tem muitos trechos bastante delicados, que se danificam com as chuvas e o trânsito de caminhões. Nesta época, está proibido o trânsito de caminhões. Vimos mui-tos caminhões grandes parados.
Ainda estava escuro quando acordamos. Nada de chuva. Que continue assim, pensei. Eram sete horas da manhã quando saímos de Rio Branco. Meu GPS informa que por volta das catorze horas estaríamos chegando a Cruzeiro do Sul. Hummmm!!!!! Acho que ele não sabe das condições da estrada.
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Bujari, a primeira cidade pelo caminho. Até aqui, tudo bem!
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Estamos apenas no começo...
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Assim é o asfalto da BR 364, nos primeiros quilômetros
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As pastagens, na área desmatada, formam belas paisagens.
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Muitas madeireiras ao longo da rodovia
A estrada está toda asfaltada. Ou deveria estar. Em muitos trechos, o pavimento simplesmente sumiu, dando lugar a imensos atoleiros. Em outros, traiçoeiros buracos aguardam os motoristas (e motociclistas) desatentos. E noutros, o asfalto é tão irregular, que parece vai desmanchar a moto. A tocada não rende. Observamos, em alguns lugares, operários trabalhando na recuperação da rodovia, tentando tapar os buracos. Em vão. O material utilizado é terra, e que na próxima chuva se transformará em lama, aumentando ainda mais o problema.
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Sena Madureira, segunda cidade ao longo da BR 364
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Aqui, a vida não tem pressa.
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Mas que bela castanheira restou!
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Ponte sobre o rio Purus
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A viagem começa a complicar
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Mais madeireiras, mais desmatamentos
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Manoel Urbano, terceira cidade...
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Olha o estado do pavimento!
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Paisagem típica: casebre na região desmatada
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Buracos e mais buracos
Mas em compensação, vimos muitas escolas às margens da rodovia. Escolas novas, recém construídas, todas em ótimas condições. Espero que tenha professores que se disponham vir trabalhar para cá. Época de férias. Nenhuma movimentação nessas escolas.
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Uma das muitas escolas que vimos
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Lama e buracos tomam conta da rodovia
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Lamaçal sem fim
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Ainda bem que eles avisam
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E hoje não choveu. Ainda!
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Feijó, a quarta cidade pelo caminho
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A região está toda alagada
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Tarauacá, a quinta cidade pelo caminho. Agora faltam somente duzentos quilômetros
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Mais alagamentos
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Casebres à beira da rodovia
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E buracos e lama, bem no meio da rodovia
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Este carro foi meu "coelho" por muitos quilômetros
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Uma escola indígena
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Estamos em terras indígenas
Passava pouco das cinco da tarde, quando finalmente chegamos a Cruzeiro do Sul. A primeira impressão foi boa. Gente simpática, cidade limpa. Claro que a GS foi atração: todos nos olhavam admirados. Depois de um desfile, digo passeio pelas principais ruas da cidade procurando um hotel, optamos pelo Swamy. Muito bom.
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Chegando a Cruzeiro do Sul. Ponte sobre o rio Juruá
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Cruzeiro do Sul vista da ponte
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Umas comprinhas básicas
Histórico do Município
Cruzeiro do Sul fica na Região do Juruá, é o segundo maior município do Estado do Acre, com uma área de 7.781,5 km2; limita-se ao Norte com o Estado do Amazonas, ao Sul com o município acreano de Porto Valter, ao Leste com o município acreano de Tarauacá e a Oeste com os municípios acreanos Mâncio Lima e Rodrigues Alves, e também com o Peru.
Cruzeiro do Sul é conhecido como “Terra dos Nauas”, devido a tribo indígena – os Nauas que ha-bitavam essa região.
O município encontra-se numa região de difícil acesso, distante 680 quilômetros da capital. A ligação rodoviária com a mesma é precária e consequentemente, com outras partes do país. Na época das chuvas, o acesso ao município só é possível por via fluvial ou aérea, tornando assim o custo de vida muito alto, massacrando a população carente que não tem nenhuma expectativa de vida (profissão, educacional e social).
O transporte fluvial resume-se apenas ao transporte de mercadorias para o abastecimento do comércio local e das outras cidades da Região do Juruá (Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Valter e Marechal Thaumaturgo).
O transporte aéreo faz linha regular atuando no transporte de passageiros e de carga (mercadorias).
A população de 67.441 habitantes, onde 38.971 vivem na zona urbana e 28.470 vivem na zona rural. A população vive oprimida pelo alto preço das mercadorias e poucas oportunidades de empregos, uma vez que o grande empregador é o setor público; uma pequena parte da população ativa é absorvida pelos estabelecimentos comerciais, a outra grande parte da população ativa está em atividades informais.
A agricultura e a pecuária são as nossas principais atividades econômicas, destacando-se na produção da farinha de mandioca, que é muito apreciada nos grandes centros urbanos do país, e também na criação de gado de corte.
Gilmar Dessaune
11-05-13, 17:22
Boa tarde Osmar,
Excelente suas postagens e ilustrações com fotos.
Projetei fazer o Cardeal e o Bandeirante em 3 etapas. Ontem terminei de cumprir uma, creio que é a mais fácil, pois fiz o trajeto Vitória > Rio de Janeiro > São Paulo > Curitiba > Florianópolis > Porto Alegre > Chuí > Campo Grande > Goiânia > Brasília > Belo Horizonte > Vitória (onde resido).
Vendo as fotos fiquei imaginando se dá prá ir com uma Virago 535 até Mancio Lima e Uiramutã, a princípio eu achava que não, mas suas fotos me animaram. De imediato já sei que terei que fazer adaptações na moto, pois atualmente tenho um baú que nessas condições não iria aguentar muito tempo com as oscilações, vibrações e os constantes buracos.
Agradeço pelas postagens, pois já começo a visualizar melhor o que terei que ajustar e preparar para as outras etapas.
Sucesso e muitos km rodados pela frente.
Abraços
Gilmar
Olá Gilmar, boa noite!
Muito grato pelo contato. Assim vamos nos conhecendo melhor e atualizando as informações a respeito dos desafios.
Referente à primeira parte, a que você já fez, acho que é a mais fácil, e já está feita. Parabéns!
E eu teria ficado muito contente se, quando passou por aqui, tivesse feito contato.
A parte mais difícil, sem dúvida, é na região amazônica. Estradas ruins, longas distâncias, e chuva, o grande complicador. Mas a região é muito bonita, e o povo muito acolhedor.
A Mâncio Lima é possível ir em qualquer época do ano, apesar de que, na época das chuvas (no verão), fica um pouco mais difícil, por causa dos atoleiros que se formam onde o asfalto está deteriorado. E são muitos os trechos ruins.
A Uiramutã é impossível ir na época de chuvas, com qualquer tipo de moto. E, mesmo com tempo seco, a estrada vai judiar da Virago.
Quando fores lá, vá com menor peso possível. E não esqueça de reservar o hotel.
E por aqui, continuo à disposição do amigo.
Boas viagens, boas estradas.
Continuando as postagens neste espaço, referentes às cidades/pontos visitados na perseguição ao desafio “Cardeal Fazedor de Chuva”, chegamos a Mâncio Lima, no extremo oeste do Estado do Acre, e do Brasil.
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Quinta-feira, 24 de janeiro.
Nada de chuva em Cruzeiro do Sul. Da janela do hotel onde estamos hospedados (Hotel Swamy) vejo o Rio Juruá muito cheio, quase transbordando de tanta água das chuvas dos últimos dias. O rio é fundamental para a cidade. Por ele chegam as mais diversas mercadorias, vindas de balsa de Manaus, numa viagem de quase trinta dias.
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Cruzeiro do Sul. Ao fundo, ponte sobre o rio Juruá
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Cruzeiro do Sul. A praça em frente à Prefeitura
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Com a minha colega Enilda Alminhana, Chefe da Inspetoria da Receita Federal em Cruzeiro do Sul
Mas ainda faltava algo para completar nossa viagem, algo para justificar a nossa vinda até esta região. E este algo está a 36 quilômetros daqui. É Mâncio Lima, a cidade mais a oeste do Brasil, a cidade que abriga o ponto extremo oeste do nosso país.
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O Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul
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Pórtico da cidade de Mâncio Lima
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A praça central
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Por excelente estrada asfaltada, em pouco tempo chegamos ao nosso destino. Na prefeitura, fomos recebidos pelo Prefeito Municipal, Senhor Eriton Maia de Macedo. Muito atencioso, ouviu nossas explicações, o motivo de estarmos ali, falou sobre sua cidade, sua economia, seu povo.
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Com o Prefeito Municipal de Mâncio Lima, Sr. Eriton Maia de Macedo
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E nós felizes da vida, por termos cumprido mais uma etapa do desafio do Cardeal Fazedor de Chuva, desafio este que consiste em visitar, de moto, os pontos extremos do nosso país. Já tivemos a oportunidade de visitar, ano passado, em agosto, o ponto extremo leste, na Ponta Seixas, na Paraíba; e em dezembro, estivemos no Chuí. Com esta visita, cumprimos a terceira etapa, faltando só mais uma, para cumprirmos a cruz dos pontos cardeais. Amanhã mesmo partiremos para mais esta etapa.
Completando nosso passeio, fomos até um povoado ainda mais a oeste. A doze quilômetros de Mâncio Lima está a Terra Indígena Puyanawa (conhecida também como “Barão”), cujo líder é o cacique Joel Ferreira Lima, que também é vereador na cidade, eleito para o seu quarto mandato. Atualmente está licenciado, é o Secretário Municipal para Assuntos Indígenas.
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Estrada para a aldeia indígena
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Chegando à Terra Indígena
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Escola indígena
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Local de reunião dos indígenas
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Estrada em terra indígena. Sem buracos.
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Lá vai o cacique!
Na aldeia, o cacique foi muito atencioso conosco, e nos explicou acerca do seu trabalho junto à sua comunidade, principalmente na manutenção dos usos e costumes indígenas. A principal atividade dos índios na região é a produção da farinha de mandioca. Uma das melhores farinhas do Brasil. Tivemos a oportunidade de provar, durante almoço num dos restaurantes da cidade.
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Com o cacique Joel Ferreira Lima
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Praça central da aldeia, onde realizam cerimônias
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Aí, no segundo andar, fomos recebidos pelo cacique
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Construções típicas da praça de cerimônias
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Um mergulho refrescante (e pose para foto)
Por fim, o registro sobre o comportamento da moto. Irrepreensível. De Mâncio Lima até a Terra Indígena, foram mais de trinta quilômetros, de ida e volta, exclusivamente por estrada de terra, às vezes areião, com buracos, lama e as mais diversas irregularidades, que a nossa GS Adventure venceu com a maior galhardia. Maravilha!
Mâncio Lima - Histórico
Mâncio Lima nasceu de um povoado denominado “Vila Japiim”, elevada em 1913 pelo Capitão Regos Barros. Japiim, pássaro de plumagem preta e amarela muito comum na região do Vale do Juruá. Também foi o nome do povoado que deu origem ao município de Mâncio Lima. Só em 14 de Maio de 1976 foi assinada a lei que elevou oficialmente Mâncio Lima à categoria de Município. Mas, apenas em 30 de Maio de 1977 conquistou sua autonomia e emancipação com a posse do primeiro Prefeito.
O nome do município é homenagem ao Coronel Mâncio Agostinho Rodrigues de Lima, que iniciou a colonização da região em 1889, com um grupo de nordestino sob seu comando.
O município está localizado às margens do Rio Moa, com área de 5.451,1 Km2, na região Norte do Brasil, extremo oeste da Amazônia e no ponto mais ocidental do País. Limita-se com os municípios de Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves e com a República do Peru. Está diretamente ligado aos dois municípios pela BR 364, totalmente pavimentada, numa distância de 36 Km de Cruzeiro do Sul e aproximadamente 30 Km de Rodrigues Alves, sendo também o mais distante da Capital a 700 quilômetros, e seu acesso pode ser feito por via área e em alguns meses do ano por via terrestre em precárias condições.
Mâncio Lima conta ainda com o Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) que é o quarto maior parque nacional do país, possuindo uma área de aproximadamente 843.000 hectares. O Parque foi criado em 1989 pelo Decreto Federal nº 97.839, como parte de uma política ambiental, objetivando a criação de um cinturão de proteção florestal nas áreas de fronteira do país. O PNSD é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, destinada à preservação dos ecossistemas e a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, sendo administrada pelo Governo Federal através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. A Localização do Parque abrange cerca de 53% da área total do município de Mâncio Lima.
O Município possui três reservas indígenas: a dos Puyanawas que possui uma população de 403 pessoas, a língua falada é o Pano e sua extensão é de 21.214 hectares; a dos Nukinis que possuem um população de 425 pessoas, a língua falada também é o Pano e a sua extensão é de 27.264 hectares; e a dos Nauas, que estão passando por um processo de reconhecimento, já foi realizado um estudo por uma antropóloga e o processo está sendo estudado, até então os mesmos não são reconhecidos como índios Nauas. Os indígenas têm dois nomes: um na língua nativa e outro em português, e neste caso, a grande maioria tem o sobrenome Lima, adquirido do fundador da cidade, que os batizou com seu próprio nome.
Em Mâncio Lima não existe serviços de transporte coletivo urbano, nem sistema ferroviário. O transporte rodoviário é feito através da Rodovia BR – 364.
Além dos meios de comunicação de massa (radio, televisão), com transmissão do município vizinho de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima conta com uma representação da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). A sua infra-estrutura de telecomunicações é dotada de 450 terminais. A quantidade de terminais em serviço aumentou nos últimos dois anos. Em Mâncio Lima existe sistema de telefonia móvel empresa VIVO.
A última contagem populacional realizada em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico – IBGE mostra em Mâncio Lima uma população de 13.753 habitantes residentes na área do município.
A população rural reside às margens dos rios e igarapés da região, em pequenas comunidades. Cerca de 0,5% dessas possuem energia elétrica, porém não contam com água tratada. As residências do interior são, em sua grande maioria, construídas de forma rústica, cobertas com palha e sem divisão de cômodos.
A alimentação baseia-se na carne silvestre, farinha de mandioca, alguns cereais e legumes.
O Município de Mâncio Lima desde os seus primórdios é agrícola. Tendo como cultura a mandioca, milho, arroz e feijão, com grande escala das áreas exploradas (beneficiada), com a mandioca onde predomina a produção de farinha.
A sede do município é atendida com energia elétrica, de fornecimento contínuo e telefonia fixa e móvel. O município tem um potencial muito grande para o artesanato local, sendo ainda deficiente por não contar de um apoio mais aprofundado nesta área.
Na área de habitação predominam as construções em madeira, por ser abundante na região, com sensível redução de qualidade nas periferias. O êxodo rural já fez surgir a ocupação irregular de áreas urbanas, provocando a formação de vários bairros. As residências são edificadas em madeira de lei e cerca de 15% possui banheiros com fossa sumidouro. Apenas 2% das ruas são pavimentadas com asfalto ou tijolos maciços (é comum nessa região as ruas das cidades serem pavi-mentadas com tijolos de argila).
Mâncio Lima tem uma potencialidade turística natural grande por está localizado na Floresta Amazônica, possuir três etnias indígenas e conta ainda com o Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) que é o quarto maior parque nacional do país. O PNSD foi considerado, por pesquisadores, o local de maior biodiversidade da Amazônia (Fonte: Prefeitura Municipal de Mâncio Lima).
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Gilmar Dessaune
12-05-13, 23:12
Olá Osmar,
Obrigado pela pronta resposta.
As outras duas etapas entraram agora em estado de análise e preparação, pois não sei quando vou poder fazer outro giro, tanto por questões de tempo (férias agora só ano que vem) e orçamento.
Um coisa que me preocupa muito nesses trajetos é a questão do combustível. A Virago só comporta 13,5 litros, uma autonomia baixa pelo que imagino ser a região, pois eu calculo com uma pequena margem de segurança que consigo rodar uns 200km, no máximo 220km com os tanques cheios. Quando vejo o trecho entre Porto Velho e Manaus fico imaginando que vou ter pane seca se não levar um extra.
Quanto à sua recomendação de levar pouco peso, eu entendi que você indicou que preciso emagrecer... kkkkkkk (to brincando, mas num podia perder a piada num é mesmo???).
Quanto ao fato de não ter feito contato quando passei por aí, é que eu tinha que andar rápido, pois meus dias de férias são poucos e tinha que chegar aqui pra dar uma descansada de uns dias e depois pegar estrada para um evento aqui no ES na cidade de Guriri, um dos melhores eventos daqui que eu não queria perder e que vai fechar minhas férias, pois volto ao trabalho na próxima semana dia 27.
Mas fica o compromisso para a próxima viagem.
Desde já está convidado quando vier ao ES.
Abraços e sucesso.
Olá Gilmar, boa tarde!
Realmente, tua moto tem pouca autonomia para viagens pela Amazônia. Quando fores para lá, deverás providenciar uma boa reserva de combustível.
Quanto ao trecho entre Porto Velho e Manaus pela BR 319, pode ser dividido e duas partes:
A primeira, de Porto Velho a Humaitá, são duzentos e poucos quilômetros de asfalto em bom estado, mas SEM postos de abastecimento.
A segunda, de Humaitá a Manaus, são setecentos (700) e poucos quilômetros SEM asfalto e SEM abastecimento. Mas em compensação, tem muitos e muitos atoleiros, principalmente na época de chuvas, quando fica praticamente intransitável.
Para teres uma idéia, minha moto tem tanque para 33 litros, com autonomia de mais de quinhentos quilômetros (no asfalto), e me aconselharam a levar uma reserva de vinte litros (no mínimo), porque pode haver variação no consumo em estrada de terra. E comida, e água, e barraca.
O normal para os motociclistas que por lá se aventuram, é irem com carro de apoio.
Quanto a diminuir o peso na moto, naturalmente que me referia a bagagem. Mas cá entre nós, um quilinho a menos do piloto, significa um quilo a mais de bagagem/combustível.
Forte abraço e boas estradas e boas viagens.
Continuando as postagens neste espaço, referentes às cidades/pontos visitados na perseguição ao desafio “Cardeal Fazedor de Chuva”, visitamos Mâncio Lima, no extremo oeste do Estado do Acre, e do Brasil, e agora, retornando a Rio Branco...
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Sexta-feira, 25 de janeiro
Agora, no conforto do João Paulo Hotel, em Rio Branco, Capital do Estado do Acre, avaliando tudo o que fizemos nestes três últimos dias, ou seja, a ida e volta a Mâncio Lima, no extremo oeste do Acre, e do Brasil. A cidade está muito longe. Um dia inteiro para ir, e outro para voltar. De moto, naturalmente. São 662 quilômetros pela BR 364 para ir, e outros tantos para voltar. A estrada está toda asfaltada, só que em alguns trechos, é quase impossível transitar, devido à grande quantidade de buracos, e lama. Sim, lama, onde antes tinha asfalto.
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Balsa para travessia do rio Juruá, em Cruzeiro do Sul
Ocorre que em certos trechos, a estrada é bastante frágil e não resiste às chuvas nesta época do ano. A situação é tão grave, que até três anos atrás, a estrada era fechada durante os meses de chuvas, para trânsito de qualquer tipo de veículo. Agora, ela está liberada o ano inteiro, e nesta época, somente para veículos de até 8 toneladas de peso bruto.
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Escola indígena, às margens da BR 364
As chuvas e o trânsito de veículos vão abrindo buracos, que são tapados com terra, que logo voltam a se abrir, e a formar o lamaçal. Existem equipes trabalhando ao longo de todo o trecho, mas não vencem os buracos.
Mas pensando bem, nós tivemos foi muita sorte. Na quarta-feira quando fomos, choveu somente na véspera. Depois, o dia todo sem chuva, facilitou nossa ida. Quinta-feira não choveu. E hoje também não. Uau!!!! Resultado, que a volta foi por uma estrada seca. Cheia de buracos, mas seca.
A volta é terrível. Mâncio Lima é fim de rodovia. Ir até lá, implica em ter que voltar pelo mesmo caminho, e aí parece que a distância aumenta, os buracos ficaram maiores, os trechos de asfalto bom ficaram menores, e a buraqueira aumenta.
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BR 364
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Comitiva de mais de setecentos animais
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Mas todo este sacrifício compensa. Compensa pelo prazer de encarar o desafio de visitar a cidade mais ocidental do país, compensa por conhecer pessoas que moram nos mais distantes recantos do país, compensa por chegar numa cidade e ser bem recebido por todos, encontrar gente trabalhadora, hospitaleira e simpática, que nos recebem com o melhor dos sorrisos. Compensa por saber que existem pessoas, nesses lugares, que lutam por um Brasil melhor, que fazem a sua parte. Compensa por saber que os dirigentes estão centrados no povo, visando unicamente o bem estar da população. Compensa ver que brancos e indígenas vivem em completa harmonia. Este é o nosso Brasil, um Brasil que vale a pena.
Ao povo de Mâncio Lima nossos agradecimentos pela excelente recepção que tivemos nesta cidade, e agradeço em especial aos funcionários da Prefeitura, todos muito solícitos em nos receber. Nosso sincero muito obrigado ao Prefeito Municipal, Sr. Eriton Maia de Macedo, pela acolhida que nos dispensou, ao Secretário Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Clautevir Costa Lima, pelos preciosos esclarecimentos sobre a vida na região, e ao Secretário Municipal de Assuntos Indígenas Joel Ferreira Lima, o Cacique Joel Puyanawa.
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Um lanchinho básico: açaí cremoso com granola
Por fim, cito trecho de uma poesia afixada em um mural na prefeitura:
“Parabéns Mâncio Lima,
Por trinta e dois anos comemorar.
É nesse pedaço de chão,
Que somos os últimos a ver o sol sentar.”
No dia 26 de janeiro recebemos algumas mensagens de nossos amigos, das quais destaco:
“Parabéns, Osmar e Terezinha, pela viagem e obrigado por nos mostrar este pedaço do Brasil. Que Deus os abençoe e proteja na continuidade de seu trajeto. Wilson Roque”
“Ola amigos Osmar e Terezinha. Fico orgulhoso de tê-los como amigos, quero parabenizá-los pela empreitada, mas sabendo que a vida tornou o homem a peça forte da relação, tenho que admitir que GUERREIRA é a Terezinha. Esta viagem não é pra qualquer homem, imagina para uma mulher. PARABÉNS TEREZINHA. Juarez Vargas”
A partir daqui, os relatos desta viagem voltam para o título “Bandeirantando”, referentes aos pontos visitados dentro do desafio Bandeirante Fazedor de Chuva.
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