Ver Versão Completa : 30trips: 30 anos, 30 países em 300 dias
Como já está relatado em “O sonho (http://www.fazedoresdechuva.com/forums/showthread.php/913-30trips-30-anos-30-pa%C3%ADses-em-300-dias)”, o casal Duda e Heda resolveu partir para um ano sabático. Será uma viagem de 300 dias, por 30 países para celebrar os 30 anos de idade de ambos. O sonho tornou-se realidade e agora eles são mais duas almas inquietas mundo afora. Eles iniciaram a viagem e nós iremos acompanhar de perto cada quilômetro rodado, navegado, caminhado ou até mesmo voado.
A viagem começa com uma separação. Calma, fiquem tranqüilos, o casal permanece unido. O que aconteceu é que o Duda foi para os Estados Unidos antes para fazer um curso de inglês. Veremos a seguir o relato de Heda sobre o pontapé inicial da aventura, que não poderia ser melhor, a cidade de Manaus.
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“Há anos eu desejava essa viagem e só agora pude concretizá-la. Manaus é tudo o que eu imaginava e mais! A cidade é um Oásis (de concreto) em meio à densa Floresta Amazônica. Vê-la do avião é lindíssimo.
Algumas informações: a capital manauara está localizada a 3 graus abaixo da Linha do Equador, cerca de 310Km. Por isso, suas estações correspondem às do Hemisfério Norte, embora outono e primavera não existam. O inverno, entre dezembro e maio, é a estação das chuvas e a temperatura costuma variar entre 25ºC e 35ºC. Já no verão, entre junho e novembro, além da temperatura elevada – entre 35ºC e 45ºC, a cidade também sofre com a umidade, que chega a 85%. A temperatura mais alta da história foi registrada em 1989: 53ºC. A mais baixa também ocorreu no mesmo ano: 18ºC. É muito quente, minha gente!
Seus anos dourados ocorreram no início do século passado, durante o Ciclo da Borracha, quando foram construídos os belíssimos prédios do seu centro histórico, como o Teatro Amazonas. A principal atividade econômica é a indústria eletrônica e os estilos musicais mais ouvidos são o regionalista (boi Garantido e boi Caprichoso.. vocês se lembram, né?) e o forró, embora o samba, o pagode, o sertanejo e o eletrônico também tenham público. Ou seja, como em todo o Brasil, a mistura faz parte do pacote!
A cidade ainda não possui muitas opções de hostels. Reservei o Big Hostel Brasil, mas não cheguei a me hospedar porque minha “tia” Zeina Thomé entrou no circuito e fez questão que eu ficasse em sua casa. Não tenho palavras para agradecer todo o carinho e hospitalidade que recebi nesses dias. Tia Zeina, Julio e Luiza foram PERFEITOS! Estive por apenas dois dias na cidade, mas, graças a eles e às atividades intensas que me proporcionaram, deu para ver muita coisa.
Julio e Luiza me buscaram no aeroporto no meio da tarde de domingo. No mesmo dia fui apresentada ao Tacacá (o da Gisela – mais famoso), no Largo de São Sebastião, no Centro Histórico. Tacacá é uma iguaria da culinária indígena (tipo um caldo) feita com jambu (erva típica da região que deixa os lábios dormentes), tucupi (molho líquido, de cor amarela, extraído da mandioca), camarões e goma de tapioca (que, por sugestão deles, eu não coloquei no meu). Simplesmente divino!! Tucupi eu já conhecia e adorava (uma das vantagens de dividir o teto com uma manauara em Sampa, né Adri?), agora sua combinação com o jambu e sua dormência, arrasou!
Depois demos uma volta pelo local onde estão localizados o famoso Teatro Amazonas e a igreja mais antiga da cidade. O lugar é muito bom para passar o fim de tarde. Muitas famílias passeiam por ali e também existem vários bares. Então, além de visitar os pontos turísticos, vale sentar-se, observar a vida passar e jogar conversa fora. Super recomendo! O Porto da cidade fica pertinho, por isso vale a visita, embora seu entorno merecesse estar melhor conservado.
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Ponte Rio Negro
De lá seguimos para Ponta Negra, famosa praia de rio. Por conta da Copa do Mundo sua orla foi toda reconstruída e está lindíssima!! Uma beleza mesmo! Toda padronizada.. Lá experimentei o açaí da Amazônia, completamente deferente da polpa que conhecemos no restante do país e ainda mais delicioso! A consistência é diferente, não é doce (embora seja possível adoçá-lo)… enfim, uma delícia. Comi com farofa de mandioca, um tipo de flocos muito gostoso. Foi bom ver que a Copa ao menos deixará esse legado à população, porque demolir um estádio que comportava 40 mil pessoas para construir outro numa obra faraônica – e a mais cara aos cofres públicos entre todas as outras – para um estado que só possui times na Série D.. tá de sacanagem! Como diz o Julio, é provável que após a competição vire local de casamentos coletivos, assim como ocorre atualmente em alguns estádios da África do Sul. Outro bem que “a Copa trouxe” foi a Ponte Rio Negro, inaugurada em outubro de 2011 e que liga as cidades de Manaus e Iranduba, percurso anteriormente feito por barcas.
Como só teria um dia livre, decidi fazer um passeio que me levaria ao encontro dos rios Negro e Solimões, às vitórias-régias e aos igarapés (áreas inundadas da floresta durante a época das cheias, onde é possível chegar de canoa). Esse passeio é um pouco mais barato no Centro e no Porto, mas como era domingo e tudo estava fechado, acabei acertando com o Tropical Manaus Hotel, que possui um zoo com alguns exemplares da fauna amazônica, inclusive uma onça pintada. O passeio foi ótimo! Vi índios, jacaré, vitória-régia, o encontro dos rios, igarapé (como as águas estão secando, se eu tivesse ido duas semanas mais tarde não poderia fazer essa parte do passeio), Samaúma (maior árvore da Amazônia), toda a flora local e… mergulhei no rio! A única de todo um barco cheio de turistas a ter coragem, mas não poderia perder essa! Nem piranhas, nem jacarés me impediram.
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Agora, fazer turismo em Manaus é caro. Portanto, vá preparado. Para essa passeio eu gastei R$ 135,00 (almoço incluso). Se você quiser ir a um seringal, uma tribo e botos, prepare-se para desembolsar cerca de R$ 330,00. Qualquer saída de táxi deste hotel na Ponta Negra (conhecido por ser um dos melhores) sai por R$ 58,00 (preço fechado).
Agora, o que amei mesmo foi a culinária local. Eita povo que come bem! Durante a minha estadia, tia Zeina, Julio e Luiza me apresentaram tapioca de tucumã (frutinho retirado de uma palmeira) com queijo coalho, tucunaré e tambaqui (peixes típicos), suco de taperebá, Pirarucu Amazônico (outro peixe típico, com queijo coalho e farinha de uarini – mais grossa), Matrinxã Recheada (mais um tipo de peixe), Petit Gateau de Cupuaçu com sorvete de Tapioca – os três últimos no restaurante Banzeiro e o irresistível vatapá, que tanto adoro. Pensem numa pessoa feliz!!
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Uma das delícias locais: tacacá.
Mesmo com essa verdadeira “orgia gastronômica” ainda tive fôlego para conhecer a Universidade Federal do Amazonas, localizada no meio da floresta. Eu que já achava o campus da Federal de Santa Catarina lindo, em meio à natureza, gostei mais ainda deste. E Julio ainda me levou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), para ver o projeto de preservação do Peixe-boi e da Ariranha.
Ufa!! Apesar de ver tanta coisa, quero mais!! E espero que seja logo…
Vale ressaltar também a educação e gentileza dos manauaras! É bom dia, boa tarde, por favor, muito obrigada o tempo todo, para todo mundo, independentemente de cor, classe social etc. Lindo de se ver!
Agora é rumo à terra do Tio Sam.”
Desejamos desde já ao casal muitas felicidades, parabéns pelo lindo texto e contem com os Fazedores de Chuva.
Abraços
Dolor
Heda conta neste post como foi sua chegada aos EUA. Um relato bem-humorado que fala de furacão, calor e pedágios não pagos...
Hello, people!! Chegar aos EUA pela primeira vez na vida, e aos 30 anos, é um fato. Sim, eu sempre tive um certo distanciamento pela terra do Tio Sam e não posso negar. Não chega a ser um preconceito, embora sempre preferi postergar a ida a esse país que é, geralmente, mais acessível e perto que muitos outros.
Tirando o fato de aos 15 anos não ter ido à Disney por meus pais considerarem um programa muito burguês (e vai explicar isso para uma guria de 15 anos criada em meio à “sociedade florianopolitana” – quem é de lá sabe o que é isso), confesso que nunca me despertou o interesse. Talvez porque, passada a fase dos 15 anos, além de eu não ser muito do consumismo deliberado, tenham me influenciado o histórico da relação norte-americana com as ditaduras nos países da América Latina, seu posicionamento intransigente em relação a outros países e culturas do mundo ao longo dos últimos anos, George Bush e… ah, um “filhotinho de cruz credo” desse país que conheci em Dublin (IE), em pleno ano de 2008, que me disse que gostaria muito de conhecer São Paulo por ser o único lugar do Brasil que não é selva (!!).
Além disso, sempre pensei que um lugar tão desenvolvido e cheio de acesso a tantas coisas poderia ser conhecido quando estivesse bem velhinha. Desta forma, na minha vã filosofia, melhor é ir antes aos destinos mais “roots”, quando se tem disposição para hospedar-se em hostels, comer as promoções do McDonald’s, viajar com uma mochila nas costas, conhecer cinco países em 15 dias, enfim, essas coisas que, com o passar da idade, vamos criando aversão.
Em Manaus me veio o receio de ser nos EUA. Estava com o visto, mas meu passaporte é novo e não mostra as outras viagens que fiz e, das quais, voltei para o meu querido Brasil. Minha passagem também não é de volta para o destino de origem. Será que iriam entender? Fora isso, o fato de eu ir com o Duda, ambos com 30 anos e sem vínculos empregatícios na pátria amada poderia ser um complicador. Se eu falasse que iria sozinha, uma mulher nesse tipo de aventura, será que ia colar? Muitos questionamentos, permeados pela certeza de que o Duda, duas semanas antes, tinha sido interrogado por duas vezes, com pessoas diferentes, por cerca de uma hora, antes de liberarem sua entrada.
Na hora do “vamos ver”, a mulher viu meu visto, me perguntou onde eu ficaria, se só iria para Miami, se era minha primeira vez nos EUA e só!! Nada de passagem de volta, de nada. Depois, passando pela polícia americana, o cara me perguntou apenas quanto eu havia trazido em cash e, nem bem eu tinha terminado de falar, já ouço um “welcome USA”! Juro, em dez minutos eu estava dentro! Daí algo me veio em mente. Acho que esse meu biótipo “gringa em quase qualquer lugar do mundo”, embora me atrapalhe porque sempre querem me enrolar de alguma forma e por me transformar facilmente em alvo de pessoas mal intencionadas, pode me ajudar nas imigrações mundo afora. Pelo menos o “pré-conceito” das autoridades de TODOS os países que visitei até agora só me confirmou isso. Vamos ver ao longo dessa 30trips.
A Flórida é… quente! Muito quente! A ponto de fazer a brazuca aqui passar mal de calor. Na primeira noite fomos comemorar com um jantar num restaurante da Ocean Drive, em Miami Beach. É uma orla muito bonita, repleta de restaurantes e bares onde hostes te convidam, o tempo inteiro, para sentar-se e gastar algumas doletas. Mas o momento merecia, né? Para acompanhar os pratos, pedi uma Margarita que veio ao melhor estilo USA: BIG SIZE! OBA!! Nas ruas estão todas as lojas de grifes famosas e muitos turistas. O sotaque (depois do espanhol) que mais ouvimos foi o italiano.
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Café da manhã
Também optamos por ficar em um hotel, ao invés do hostel, e garantir mais privacidade. Além do que, após 15 dias, merecíamos essa mordomia, né? Ficamos no The Harrison Hotel, em South Beach. O lugar é ótimo e super indico. Não é regado a luxo e riqueza, mas o ambiente é charmoso, limpíssimo, o quarto é grande e tem tudo, além de pagarmos um preço bem razoável: U$ 70 a diária para o casal. Enquanto um hostel na vizinhança sairia por cerca de U$ 50, o casal.
Como disse, a cidade é cheia de latinos. Fala-se tanto espanhol quanto inglês. E as pessoas, tirando os turistas e os endinheirados – que geralmente são a minoria – são obesas! Fiquei espantada com a quantidade. Gostei, mas não foi nada além da expectativa. Para mim o melhor lugar da Flórida ainda é dentro do mar… aquele do caribe, lindo e quentinho.
Lá alugamos um carro. Segundo o Duda, baratíssimo para uma semana: U$ 168. E era mesmo. Principalmente por ser um carrão! Na verdade, nem se quiséssemos um carrinho conseguiríamos. Essas coisas não existem por aqui. Agora, os estacionamentos, o combustível e percalços como multa por excesso de velocidade e por furar um pedágio (peraí, eu estava dirigindo em meio ao furacão Isaac, não enxergava nada e a mulher tinha dito que era para pagar na última estação, perto de Miami. Se para ela 60 milhas são perto… foi meu erro de interpretação), encareceram um pouco os planos de economia.
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Fort Lauderdale
Mas Orlando exigia um carro mesmo. Tudo bem que eu sempre prefiro viajar pela estrada ao invés de avião, por me oportunizar conhecer lugares que eu jamais pensaria se tivesse “ido pelos ares”. Primeiro, foi legal conhecer o litoral leste daquele estado. Destaque para praia de Fort Lauderdale e sua belíssima (a meu ver mais que a de Miami) orla. Depois, em Orlando tudo é afastado. Até os pontos de ônibus, além do calor infernal. Então, apesar dos pesares, considero uma boa alugar um carro por lá. Ficamos hospedados por três dias no Orlando Grand Hotel. Um hotel imenso e que também estava com uma grande promoção, mais uma vantagem de ir fora da alta temporada.
Como há dias eu estava indo do calor extremo das ruas para o frio congelante dos ambientes fechados (acho que eles não sabem que dá para abrir a janela. O ar condicionado funciona 24h, em todos os lugares), meu corpitcho não resistiu. Corpo molenga, calafrios, congestão nasal… ihhhhhhh. Decidimos não ir a nenhum parque no primeiro dia e poupar o esqueleto. Não fosse pela ideia de darmos uma passada no outlet para “não perdermos o dia”. Para quê, meu povo? Foram horas de caminhada. Levamos algumas coisas, sim. Mas pelo tempo até achei que fomos comedidos. Não sei se Duda compartilha dessa opinião. Tudo bem, é difícil resistir a esses preços. A solução é sempre pensar que a mochila vai nas costas!
Nos dois dias seguintes fomos aos parques, mas isso é assunto para outro post.
Na volta de Orlando devolvemos o carro, fomos direto para o porto com destino às Bahamas e só então retornamos a Miami por mais um dia, enquanto aguardávamos o voo para San Francisco. Dessa vez evitamos Miami Beach e optamos por um hotel com shuttle free para o aeroporto, já que precisaríamos estar lá às 06h30 da matina. Ficamos no Rodeway Inn Airport, que, embora tivesse piscina e academia, parece aqueles hotéis de filme, sem luxo, cheio de latinos. Indico só para quem tiver um voo próximo e queira gastar pouco.
O passeio também foi um pouco diferente. Optamos por ir à Little Havana, um bairro próximo ao centro da cidade, onde vivem cubanos contrários ao regime de Fidel. Além da cultura local nas ruas, foi possível ver monumentos e as bandeiras dos EUA e de Cuba lado a lado. Vale lembrar que até hoje os norte-americanos são proibidos de visitar a ilha comunista (que já nem é mais tão assim, mas isso é outro papo).
Na TV, CNN só passava a convenção republicana, que aconteceu em Tampa (FL) por aqueles dias e o tal do Isaac.
That’s all, folks!!
Agora chegou o momento de Heda realizar seu sonho de adolescente: conhecer a Disney! Afinal, os Fazedores de Chuva são democráticos e abertos a todos os tipos de sonhos que envolvam superação, aventura e aprendizado. Então, vamos acompanhar o relato de mais um passo conquistado por este casal que estará viajando pelo mundo nos próximos 300 dias.
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Fonte: 30trips
Let’s fun!!
15 anos depois, Disney, aqui vou eu!! Sim, como já disse no post sobre a Flórida, essa é a minha primeira vez nos Estados Unidos e eu tinha um desejo frustrado de não ter ido à Disney aos 15 anos por meus pais acharem que era um programa muito burguês. :)
Agora, aos 30 anos, isso não era, nem de longe, a minha prioridade, mas o Duda queria muito me apresentar esse “universo encantado”. A real é que eu não sou muito fã de parques. Sou mega fã da Disney e dos seus filmes até hoje, é verdade, mas não curto muito montanha-russa, nem de brinquedos superradicais. Altura não é o problema, mas a velocidade… meu coraçãozinho não aguenta. :)
Então pegamos o carro alugado em Miami e fomos para Orlando. O problema é que, por conta do calorão e do ar condicionado ultra gelado em todos os estabelecimentos da Flórida, eu acabei ficando muito resfriada (como dito no post anterior) e fomos nos parques apenas dois dias. Uma pena!
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O Duda queria me mostrar o Epcot Center e o Universal. Como nunca tinha ido, aceitei de prima, com a promessa de que iríamos ao parque tradicional da Disney em Los Angeles. Inaugurado exatamente no ano em que nascemos, 1982, o Epcot Center é legal por nos permitir “dar a volta ao mundo” em um dia. É aquele com um globo imenso em metal, famoso nas fotos. Há pequenas representações dos seguintes países: Japão, China, Itália, Estados Unidos, França, Noroega, México, Marrocos, Alemanha, Inglaterra e Canadá. Todas com arquitetura típica, lojas de souvenires e algumas com apresentações também.
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Fonte: 30trips
Além disso, eles possuem dois espaços dedicados à preservação ambiental, o que muito me impressionou. O The Land é um lugar dedicado à fauna e à flora terrestre e faz alusão ao filme O Rei Leão. Já o The Seas with Nemo and Friends é dedicado à preservação da vida marinha e, como o próprio nome diz, tem como tema o filme Procurando Nemo. Demais!! Eu sou louca por esses dois, principalmente o Nemo. Me diverti horrores com os aquários gigantes e até em uma “conversa” com o Turtle. Foi ótimo!!
Pontos fortes: Os detalhes do parque são muito bem feitos. É tanto capricho que tudo parece real, tanto as tecnologias de brinquedos como a simulação de um voo de asa-delta por algumas cidades norte-americanas ou a simulação de um voo e pouso em marte; quanto nos passeios e conversas com personagens dos filmes de animação da Disney e até os ambientes nas filas de espera, por exemplo. A Disney também emprega muitos idosos, em uma campanha que preconiza o conceito de que eles levam muito jeito com crianças. Além dessa iniciativa, outra muito legal são os brinquedos em prol da preservação do meio ambiente. Nada muito a fundo, é verdade, mas levantar essa questão em pleno EUA, país do consumismo e do desperdício deliberados, é louvável. Pudemos até simular como será o nosso futuro.
Pontos fracos: A falta do Brasil nas representações dos países é um pecado! Primeiro, eles não têm qualquer país da América do Sul, um vexame. E depois, com o Brasil sendo um expoente sul-americano e que anualmente envia não sei quanto milhões de turistas ao país (e que gastam outros bilhões em doletas), é muito estranho que não haja nada que o represente. Aliás, há sim. O Zé Carioca, legítimo personagem brazuca, aparece na apresentação do México (?!), junto ao Pato Donald. Enfim…
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Fonte: 30trips
Já no parque da Universal cada brinquedo tinha como tema um filme diferente. Fomos duas vezes no do Shereck, que eu simplesmente AMO! O brinquedo mais emocionante foi o do filme A Múmia, com uma montanha-russa de tamanho médio, onde fomos por, pasmem, cinco vezes!! Também adoramos o dos Simpsons (animação que amamos!), onde fomos por três vezes, o show com animais, dos filmes Twister, MIB, Meu Malvado Favorito (que é o mais novo) e também nos mostraram como é gravar um filme. Mas a montanha-russa mais alta – e bota alta nisso – nem eu, nem o Duda, tivemos coragem de ir. Descobri que não sou a única que não é muito chegada à fortes adrenalinas…
Pontos fortes: Irmos ao parque na baixa temporada fez com que quase não pegássemos filas. A maior demorou cerca de 30 minutos, mas às vezes nem fila tinha. Entre os brinquedos radicais que curtimos, o da Múmia é imperdível.
Pontos fracos: Deveriam ter mais uns três brinquedos de nível médio a alto em adrenalina. Assim, ocuparíamos o dia inteiro sem repetir os brinquedos e teria mais atrações para “adultos”. O brinquedo do filme ET é para criança de dois anos… nem percam seu tempo.
Optamos em ir a apenas um parque por dia, o que acabou sendo uma ótima ideia, pois não teríamos tempo de curtir tudo se fizéssemos dois no mesmo período. O preço fica em torno de U$ 90, cada um, e é melhor alugar um carro para ir até lá. Foi impossível não lembrar das amigas Fabiana Lavinas e Bianca Sallaberry. Fabi, a única lembrancinha que trouxe foi um chaveiro da Minnie que coloquei na minha mochila. Infelizmente não pude comprar mais nada por conta do peso e do volume. Essa é a vida de backpacker!
Minha única frustração foi não ter ido ao Disney World! Quando entrei na parte do Nemo fiquei como criança, emocionada ao extremo e não pensei que seria assim. Essa foi apenas uma pontinha de toda a mágica que esse mundo de entretenimento é capaz de produzir: saudosismo, excitação e um misto de sensações que emocionam. Imagina vendo ao vivo o Castelo Disney? Mas essa emoção eu só viverei com meus filhos, pois, infelizmente, acabamos não indo à Disney em Los Angeles. Mas isso é assunto para outro post.
Bye, bye!!
Queridos Heda e Duda, muito agradável de ler os relatos de vocês que nos permite, inclusive, sentir o gostinho de tudo como se estivéssemos juntos, o que na realidade não deixa de ser uma verdade, pois acompanhando e vibrando com todos os passos de vocês, é como se caminhássemos lado a lado.
Lembramos ainda que para os Fazedores de Chuva, mais importante do que o veículo que amamos, o destino que sonhamos, é a companhia que não podemos perder de jeito nenhum.
Continuem nos inspirando e contem com os FC onde quer que estejam porque o nosso território é vastíssimo!
Boa viagem!
Let’s play!!
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Fonte: 30trips
Enfim chegamos a Vegas!! Por uma pequena distração do meu amorzinho, tivemos que ir de ônibus de San Francisco para cá. Ele encontrou passagens de avião em promoção e comprou, mas não se ligou que eram para a semana seguinte! Resultado: Greyhound (ônibus) na veia! Ao todo, foram 18 horas de poltrona que praticamente não reclina e janelas sem cortinas.
Em Vegas tudo foi mais fácil. A rodoviária é na Main St., no centro antigo, e relativamente perto da Las Vegas Blvd, popularmente conhecida como Strip, principal rua da cidade. Com facilidade pegamos um ônibus que nos deixou quase em frente ao Monte Carlo, nosso hotel. Mesmo sem qualquer refeição inclusa, provavelmente essa será a estadia mais luxuosa de toda a 30trips.
Além de conhecer o tão famoso Oásis do deserto norte-americano, outra coisa nos deixou excitados por chegar: o encontro com os queridos Lannes, Juca, Lúcia, Zélia e Wagner, tios do Duda. Marcamos no suntuoso saguão do Bellagio, hotel em que eles estavam hospedados e que serviu de cenário para o filme Ocean’s Eleven (Onze Homens e Um Segredo).
Falando um pouco da cidade, a tal Strip concentra os principais hotéis e cassinos e, embora seja apenas uma rua, precisa-se de muitas, mas muitas horas para percorrê-la por inteiro. O ideal é dividir o tour por dia, cada um percorrendo uma direção (norte ou sul) e, se possível, um lado (direito ou esquerdo). Isso porque cada hotel é um mundo a parte. Todos por si só valem um dia de curtição (isso deixamos para fazer no nosso). Existem os temáticos como o Excalibur, o Venetian, o Luxor, o Caesars Palace, o NY-NY, o MGM e tantos outros. E também os sem temas definidos, mas que impressionam pela quantidade de atrações e pelo requinte, como os super modernos Ária e o Wynn, por exemplo.
Assistir a um dos sete espetáculos do Cirque du Soleil que estão em cartaz em Vegas já era uma prioridade, mas o incentivo dos tios do Duda, em particular da Zélia, que assistiram ao “O” e ao “Love”, inspirado nas músicas dos Beattles, foi definitivo. Optamos pelo segundo, que seria em nossa última noite na cidade. Inenarrável a emoção, a perfeição, o profissionalismo e a arte desta trupe. De chorar, de aplaudir de pé e de levar para sempre na memória e no coração. Super mega recomendamos “Love”!! Para comprar os tickets, alguns hotéis, como o MGM, distribuem cupons que dão até 40% de desconto, uma grande ajuda. Por estarmos em um projeto tão grande quanto o 30trips, que nos obriga a economizar tanto quanto possível, optamos por ficar nos lugares mais baratos. Isso acabou se revelando a melhor opção, pelo menos sob o nosso ponto de vista, já que ficamos em cima onde, em um dos números mais legais apresentados, pudemos conferir tudo nos mínimos detalhes, enquanto quem estava mais abaixo, por participar, não teve a mesma sorte.
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Fonte: 30trips
Vocês podem estar se perguntando (uma dúvida muito pertinente, por sinal) como um casal de mochileiros que está no início de uma viagem de volta ao mundo e, portanto, precisa economizar, abre mão de fazer alguns programas que seriam obrigatórios numa situação de férias normais, em prol da economia, se dá ao luxo de hospedar-se em um grande hotel? Explico. Primeiro porque consideramos que em Las Vegas, onde a principal atração turística são justamente os maravilhosos hotéis, seria esquisito ficarmos em hostel. Aquela coisa de “ir à Roma e não ver o Papa”. Segundo porque, como estamos na baixa temporada, encontramos pacotes super em conta para estadias de domingo a quinta-feira. Sexta e sábado, que encarecem, e muito, ficaram de fora dos nossos planos. Desta forma, por menos de U$ 70/dia, ficamos quatro noites no Monte Carlo. Fica a dica para quem quer curtir tudo por um custo menor, ou simplesmente redirecionar os gastos às compras e aos cassinos. J
Em termos de alimentação, encontra-se de tudo. Desde Dollar Menu do McDonald’s, passando por buffet livre, até requintados restaurantes à la carte. A estratégia, muito bem bolada, dos tios do Duda era tomar um café da manhã super reforçado no buffet livre e depois só nos preocuparmos com o jantar. Isso nos permitiu bater muita perna pela cidade. Juca, o mais experiente no local, nos guiou pelas principais atrações e nos deu de presente um passeio de gôndola (isso mesmo, gôndola!) entre os canais construídos em meio ao Venetian Hotel. Um arraso de romantismo!! Para finalizar esse encontro com chave de ouro, jantamos no restaurante Buffet, no hotel Ária, com direito a vinho e tudo! Impossível dizer como é bom estar com vocês, o quanto são divertidos, agradáveis e o quanto nos fez bem esse encontro! Muito obrigada a todos, por tudo!!
Pontos fortes: Além da luminosidade da cidade à noite, com todo o seu néon, as réplicas das cidades e os shows de água são impressionantes! Vegas tem dois grandes outlets, um ao norte e outro ao sul da Strip. A locomoção na cidade é muito fácil. Utiliza-se o mesmo ônibus para ir de uma região a outra e, por isso, recomendamos a aquisição do bilhete diário, por U$ 7. Quem decide alugar um carro também tem a facilidade de não pagar estacionamento, mas é uma cidade que dispensa facilmente o uso de automóvel. Las Vegas é realmente um parque de diversões para adultos (e crianças, pois alguns hotéis possuem atrações exclusivas para elas). O Duda dobrou o valor que tinha apostado na roleta do cassino!! No restaurante, para poder beber o vinho, a garçonete pediu minha identidade, pois achava que eu tinha menos de 21 anos (!). Depois, para tentar vender um ingresso para o Cirque du Soleil, uma mulher disse que tinha promoções para menores de idade, como eu. Ou seja, creio que a balzaca aqui ainda esteja “dando um caldo”!!
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Fonte: 30trips
Ponto fraco: apenas um – a falta de tempo. Mesmo quatro dias em Las Vegas não foram suficientes para vermos tudo. Sim, esta é uma cidade em que precisa-se de, no mínimo, uma semana para conhecer cada detalhe (tour pelo deserto, aulas de tiro ao alvo, museus etc) e aproveitar tudo o que os hotéis oferecem. A mesma falta de tempo foi responsável por eu não fazer a coisa que eu mais queria antes de minha vinda aos EUA: conhecer o Grand Canyon. O lado sul do parque, mais próximo de Vegas, fica a duas horas e meia da cidade e a vista mais legal é a partir de um mirante de vidro, para o qual se pagam mais U$ 70. Já a vista mais exuberante (aquela clássica de filmes como Thelma & Louise) fica a cinco horas de distância. Ou seja, para realizar meu desejo, teríamos que alugar um carro, gastar com combustível, entradas, viajar por dez horas e ficar apenas duas por lá. Isso porque, como nosso pacote do hotel era de quatro dias, não fazia sentido gastarmos com hospedagem em outro lugar, já tendo pago em Vegas. Ou seja, dois grandes desejos que vão ficar para a próxima: conhecer o Grand Canyon e a Disney World.
The city of angels!!
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O título deste post remete à música Under the Bridge, da banda Red Hot Chili Pepers. Esta não é a única canção em alusão à cidade dos caras. Aliás, Los Angeles é certamente um dos lugares mais homenageados e lembrados do mundo por toda a indústria do entretenimento (TV, cinema e música). Não por acaso, é o lugar onde está localizada Hollywood, a meca mundial de artistas de todas as áreas.
Durante as andanças pelas ruas de LA, do bairro de Beverly Hills e das praias de Santa Mônica e de Venice Beach, por vezes me peguei pensando nos segredos que elas escondiam, nas situações das quais já foram cenário, onde brilhavam estrelas do cinema mundial como Marilyn Morone, Frank Sinatra, Clark Gable, Paul Newman, Ingrid Bergman, Julia Roberts, Brad Pitt, Audrey Hepburn, Orson Welles, Rita Hayworth, Maryl Streep, entre tantos outros. Eu seria capaz de ficar dias ali, descobrindo cada detalhe. Entretanto (e infelizmente), só tínhamos míseros três.
Ainda não foi dessa vez que ficamos em hostel (que viagem de mochileiro é essa, minha gente?). Pelo mesmo preço optamos pela privacidade de nos hospedar em um hotel duas (?) estrelas, ao lado da Hollywood Blvd. Nos EUA vale à pena fazer isso. Embora não tenham luxo, esses locais são limpos, confortáveis e, muitas vezes, bem localizados.
Além de ver a cidade, outra grande (e importantíssima) missão nos aguardava: comprar nossos mochilões. Eu saí do Brasil com um malinha velha para comprar minha mochila nos EUA, onde tudo é muito mais barato.
Das lojas que pesquisamos on line, uma que possui ponto físico e ótimo atendimento é a REI. Lá encontramos a minha Deuter Quantum 55L + 10 (que eu já estava de olho no Brasil), e muitas outras. Como a 30trips é uma viagem longa, tenho que considerar a qualidade da “minha casa” durante este ano. Foi o presente que meu amor me deu de aniver!! O Duda aproveitou a oportunidade para comprar uma Gregory 58L, mesmo tamanho da sua anterior, mas com uma distribuição mais compacta e material leve, que facilita os movimentos.
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Claro que, com isso, nossos três dias ficaram ainda mais reduzidos. Então fomos a Venice Beach, onde pegamos uma praia e decidimos ir caminhando até Santa Mônica. Uma longa caminhada que valeu à pena. Muitos esportes na praia, pôr do sol maravilhoso, good vibe… ponderamos até se não teria sido melhor ficarmos por ali. Fica a dica: cogitem hospedar-se em Santa Mônica. Não é longe de Hollywood e tem a vista para o mar.
No famoso píer de Santa Mônica está localizado o marco final da lendária Rota 66. Como este será o tema da festa de aniver do meu amado papai, que vai comemorar 66 anos em dezembro, não podíamos deixar de registrar esse momento.
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No outro dia decidimos revisitar a Hollywood Blvd, onde tiramos foto com o famoso letreiro, em frente ao Kodak Theatre, onde acontecem as cerimônias do Oscar, a calçada da fama e assistimos um filme (o The Possession) no famoso (e belíssimo!) Chinese Theatre. Também visitamos o famosérrimo bairro de Beverly Hills e a Ocean Drive.
O que eu queria ter feito e não deu tempo: visitar os estúdios de cinema espalhados pela cidade, o espetáculo Íris do Cirque du Soleil e a Disney, já referida em outro post. É possível visitar os estúdios e saber como funcionam em passeios que variam de 40 minutos a duas horas, dependendo de cada um. O único detalhe é que só estão disponíveis entre segunda e sexta-feira. Esses passeios podem ser reservados no site ou diretamente no atendimento ao turista que existe no Hollywood & Highland Center, um complexo de compras, entretenimento e gourmet no coração da Hollywood Blvd.
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No mesmo local está em cartaz o espetáculo Íris, do Cirque. Ficamos tão empolgados com o que vimos em Vegas, que queríamos ter mais essa experiência. E parece que ele é divino!! Mas, como Murphy às vezes prega peças até na estrela do viageiro (coisas de Dudinha), estávamos na cidade justamente enquanto eles curtiam sua semana de férias. A reestreia ocorreu dois dias após a nossa partida, uma pena.
Aproveito para agradecer o carinho de quem nos acompanha. Valeu mesmo, pessoal!!
Beijão!!
De repente, Califórnia
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Para mudar um pouco, dessa vez o relato é de Duda. Ele conta um pouco como foi a passagem deles pela Califórnia.
Depois de um belo rolé pelas águas calmas do caribe, chegamos à minha querida Califa, estado que sempre me acolheu tão bem e que agora tive a oportunidade de apresentar à Hedinha. Dessa vez começamos e terminamos por San Francisco. A cidade mais fria da Califórnia e a qual não visitava há mais de 15 anos, continua lá.
Assim que chegamos fomos muito bem recebidos pela minha prima Valerinha, que nos buscou no aeroporto e nos preparou um belo jantar regado a vinho californiano. Essa estada foi curta, cerca de 24 horas. Conhecemos a cidade de Sausalito, do outro lado da famosa ponte Golden Gate. Sausalito é irada, toda arrumadinha e com umas casas instaladas numa espécie de porto de casas-barco. Pela primeira vez a Heda falou: Aqui eu moraria!!
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Fomos pra Las Vegas, pra L.A. e retornamos a San Francisco. Dessa vez com um pouco mais de tempo, curtimos o Fisherman’s Wharf e o bairro Hyppie de Haight Asbury. Rolé de skate, Leões Marinhos, passeio de bonde e uma bela vista de Alcatraz também fizeram parte do pacote. Outra vez a Valerinha arrebentou nos fazendo sentir em casa com toda sua hospitalidade.
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Agora, rumo ao Hawaii!!
Hawaii Parte 1: Ilha de Maui
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O Hawaii está no imaginário de nove em cada dez pessoas. Antes de ir para lá, pensava que era um paraíso artificial, produzido para turistas, meio “cidade da Barbie”, sabe? Enfim, uma coisa que não faria muito o meu perfil.
Realmente, além das belezas naturais, o homem (neste caso, os norte-americanos) moldou bastante o lugar, formando um paraíso planejado. Quanto a isso, eu não estava errada. Agora, me pergunta se eu gostei? E COMO!!
Inicialmente, nossa ida ao Hawaii previa apenas a estadia na ilha de Oahu, onde fica Honolulu. Entretanto, como meus queridíssimos primos Maíra e Marcelo estariam na ilha de Maui, outra das cinco maiores que compõem o arquipélago, decidimos incluí-la na lista e fomos direto para lá.
Antes que eles chegassem, ficamos três noites num hostel em Wailuku, que fica próximo ao aeroporto e é um distrito mais comercial, afastado das praias. Seria a primeira vez que dividiríamos quarto na viagem, mas, ao chegarmos lá, a surpresa: como estava cheio, arrumaram um quarto privativo para a gente. Ainda não foi dessa vez que ficamos em um hostel de verdade.
Alugamos uma moped, no Brasil mais conhecidas como scooter, para roda a ilha. Fomos até Lahaina, na costa oeste, uma das praias mais famosas de lá. Que viagem! A questão é que a moped é muito pequena e leve para os ventos do Hawaii. Fora isso, pensávamos que fosse mais perto, mas a ilha é muito grande e tivemos que pegar auto-pista para chegar lá. Detalhe: tínhamos que andar pelo acostamento para não atrapalhar o trânsito na pista rápida. Mas o pior era mesmo o vento. Estava vendo a hora que a pobre lambreta seria derrubada. Fora o desconforto de quem vai atrás. Mas valeu! Passamos um dia muito legal, com a vantagem da mobilidade que um ônibus não nos daria. Assim conhecemos todo aquele lado.
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No dia seguinte fomos de bus até as praias da costa sul. Duda, com o mapa em mãos, me disse que poderíamos voltar a pé, em uma caminhada de aproximadamente uma hora e meia, curtindo o pôr do sol e tal (que por sinal era belíssimo). Topei, claro, mas que desespero. A hora e meia foi transformando-se em três, o entardecer virou noite, as luzes desapareceram e as placas “wild life” me davam a certeza de que não estávamos no lugar, nem no horário mais apropriado.
Continuamos andando até que o Duda resolveu pedir carona, vez que a estrada principal não chegava nunca. Depois de um tempo, um carro com um casal jovem (que ouvia heavy metal às alturas) nos levou até o centrinho. Ufa!! Mas o cara disse: “Vocês têm sorte por sermos nós, pessoas do bem”. Depois a Maíra nos disse que era até proibido pedir carona. Dessa vez foi o que nos salvou. Como o Duda diz, é a estrela do viageiro.
Maui abriga a famosa praia de Jaws (que significa mandíbula), onde ondas gigantes desafiam os surfistas, que só conseguem alcançá-las com a ajuda de jet skis. Infelizmente, não fomos na melhor época para observá-las. Se esse for o seu objetivo, vá no inverno.
Além disso, e do famoso pôr do sol, quem optar por Maui poderá curtir comunidades hippies, praia naturista, as trilhas que fazem parte do entorno do vulcão adormecido de Haleakala, galerias de arte (visitamos algumas em Lahaina), assistir a um luau (criado especialmente para turistas, ou seja, não espere nada “de raiz”), fazer um passeio de barco até a vizinha ilha de Molokini, ótimo lugar para snorkel, ou até Hana (que dessa vez não rolou), localizada no lado leste da ilha, onde o acesso é um pouco mais complicado, um lugar roots, e, dizem, maravilhoso!
No domingo nos “mudamos” para a praia de Wailea, onde meus primos estavam hospedados. Desde o início da trip, pensávamos que nossa hospedagem mais top (no sentido de glamour) seria em Las Vegas, no hotel Monte Carlo. Mas, como a vida sempre surpreende, graças à Maíra e ao Marcelo, realmente conhecemos o céu!! Uma casa de frente para a praia, sem nem sequer uma rua que nos separasse dela. Além disso, entre a casa e o mar, além do lindo gramado, uma varanda e uma jacuzzi. Aí eu pergunto: O que mais se pode querer da vida?
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Agora, luxo mesmo foi a companhia desses meus amados primos, os quais tive o prazer de conviver durante meus dois primeiros meses de Sampa (long time ago)!! De quebra, ainda conhecemos o bebê mais lindo da paróquia: Luca Wenzel Belinaso. Se essa criança fosse só linda, já estávamos satisfeitos. Mas que gurizinho afetuoso, carinhoso, brincalhão e bem humorado! Palavras do Duda após conhecê-lo: “Amor, vamos ter que antecipar os planos”.
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Com eles comemos um belo churrasco de hamburguer, bem ao estilo norte-americano, depois um mais parecido com o churras brasileiro e, de quebra, com uma maionese feita por mim (receita da Gracita), fish tacos, fizemos snorkel, fomos à pizzarias, experimentei o tradicional drink Mai Tai, passeamos etc. Mas isso tudo, embora seja muito bom, não se compara aos momentos vividos juntos, aos papos, às risadas, enfim. Por isso, agradecemos a acolhida em meio às “férias” e reforçamos o desejo de revê-los em breve.
Quem sabe no Rio?
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Para vocês só temos uma coisa a dizer: MALAHO!!
Próximo destino: Honolulu!!
Hawaii Parte 2: Ilha de Oahu
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Mas eu não to nem aí.. Arrumo as malas e me mando pro Hawaii..
Aloha!!
Honolulu, o Hawaii é aqui!! Que lugar irado!! Dessa vez é um consenso: aqui nós moraríamos. A paisagem é linda, a cidade é bem servida de restaurantes e de atividades para todos os gostos, tem tudo quanto é tipo de esporte, extremamente organizada, com um “q” de Polinésia e um tanto quanto cosmopolita.
A brincadeira estava tão boa que adiamos a ida para o Japão em três dias para poder curtir melhor esta ilha. Assim estendemos nossa estadia para oito dias e ainda deixamos coisa para a próxima visita: a base naval de Pearl Harbor e a maravilha natural de Hanauma Bay. A primeira por opção, a segunda por um erro de cálculo.
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Ficamos no Seaside Hostel, irado e a poucas quadras da famosa praia de Waikiki. Um belo calçadão com a estáua do surfista Duke Kahanamoku nos dá as boas vindas. Com ondas perfeitas e um cenário de cinema, foi o nosso principal destino. Só de ir à praia, pegar um sol e fazer uma horinha de surf já estava com o dia ganho. No canto leste tínhamos a visão da Diamond Head, famoso vulcão inativo que compõe a paisagem e o qual escalamos até o topo. Do outro lado da rua, loja das grifes mais badaladas e os melhores e mais luxuosos hotéis da ilha.
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A influência polinésia ainda é percebida, a começar pelos nomes dos locais e pela aparência dos nativos. Num desses fins de tarde, como quem não quer nada, presenciamos um show de hula-hula em plena praia de Waikiki. Embora no meio do Pacífico e longe pra caramba de qualquer continente, não dava pra desconsiderar que ainda estávamos nos EUA. Mas lá quem domina são os japoneses. A presença nipônica na ilha de Oahu é intensa. Lojas só pra eles, jornais, revistas e até um supermercado, o Don Quijote, que tanto frequentamos para comprar os ingredientes dos belos rangos que preparamos no hostel.
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Num dia alugamos uma moped para ter mais mobilidade pelas redondezas e no outro, um carro para irmos mais longe. Assim visitamos as lendárias praias de Waimea, Sunset e Pipeline em North Shore, do outro lado da ilha. Não era inverno, não estava nos seus maiores dias, mas mesmo assim eram ondas gigantes. No mar só local de bodyboard. Eu arrisquei uns jacarezinhos no inside e até a Heda encarou o mar de Waimea. No caminho para lá paramos na Turtle Bay, famosa pelas tartarugas marinhas, e quem estava lá na areia dormindo amarradona? Ela mesma!! Já tinhamos visto uma no mar de Waikiki, mas deitadona na areia foi demais!
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No fim das contas, me senti em casa. Honolulu tem vários pontos em comum com o litoral brasileiro e o Rio de Janeiro. O lado negativo fica por conta do transporte público. Tanto lá, quanto em Maui, os ônibus são uma m... Lerdões, nenhuma vez mofamos menos que 20 minutos no ponto, e ainda assim não vão pra um monte de lugares.
Continuo tendo um grande apreço pela Califa, mas o Hawaii barrou. É mais maneiro. Se gosta de esporte, de cenários espetaculares, de contato com a natureza, de descansar na sombra de um coqueiro ou até mesmo de desfrutar o luxo que o dinheiro pode comprar vá pro Hawaii.
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Malaho!!
Tóquio
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Algumas verdades e alguns mitos sobre a capital da terra do sol nascente.
Tóquio: uma das maiores cidades do mundo e o nosso primeiro destino no Japão.
1- Todo mundo só come sushi = MITO.
Até tem bastante, mas é carão. O prato preferido da massa é o bowl: macarrão estilo miojo ou um monte de arroz branco empapado com uma carne de porco meio gordurenta. Não é tão ruim. Comemos várias vezes (principalmente pelo preço), mas no final estava ficando difícil de engolir. É o prato do cidadão comum, do trabalhador. Sushi só em ocasiões especiais. Também rolava muita gyoza, baratinha. Eu sempre gostei e aproveitei, mas a Heda teve que se adaptar à iguaria.
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2 – Tóquio é carão = VERDADE.
Nosso orçamento diário dava só para o hotel. Nem adiantava querer correr para hostel que dava no mesmo. Tentando escapar dessa e diminuir o preju, apelamos para dois busus noturnos e uma noite no aeroporto. Ficamos dez dias no país, o que quase quebrou a firma, mas o espírito mochileiro ajudou a evitar gastos supérfluos.
3 – Tóquio é a capital da modernidade = MITO.
Galera usa uns celulares antigões, nem touch screen eles são. Quase ninguém aceita cartão. Era difícil achar um japonês que falasse inglês direito. As grandes modernidades ficam por conta dos trens e das privadas. Rolam uns trens bala maneirões, (que o orçamento não nos permitiu conhecer por dentro, quem sabe na China), mas a linha de metrô não é integrada. Então, em várias baldeações era necessário ir à rua e comprar outro ticket. A privada é um show a parte: quentinha quando senta, descarga automática, tem musiquinha e até um jatinho para finalizar o serviço. Pode-se escolher a pressão e a temperatura, além de ajustar a mira de acordo com a ocasião. Embora isso possa parecer muito moderno, já existe por lá há mais de 20 anos, assim, a impressão é de que eles pararam no tempo.
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4 – Japa é viciado em Mangá = VERDADE.
Em Tóquio tem uns bairros como Akihabara, com umas lojas gigantes de videogame (mistura de cassino com fliper) e de revistas de mangá. Os japas adoram isso. O padrão de beleza, inclusive, é mangá. As meninas se vestem para parecer com os personagens dos quadrinhos, além de maquiarem-se de um jeito que os olhos pareçam mais abertos (não como os das ocidentais o ideal de beleza são as bonecas mesmo). É bizarro. Também fomos num dos muitos Maids Cafes que rolam na região. É só passar pela rua que várias moças fantasiadas de empregadas (estilo mangá) te convidam para conhecer. Aceitamos um desses convites e lá uma menina de pijama nos levou para uma sala, que parecia um quarto de boneca, toda rosa. Ela falou, digo, nos deu um texto em inglês explicando que estávamos em um planeta distante (?) e que deveríamos brincar juntos. Depois ela nos serviu um yakssoba (o prato mais barato da casa e ruim pra caraca), fez umas firulas tipo coraçãozinho com a mão e foi cantar no melhor estilo AKB48, maior fenômeno musical do momento por lá. O pior é que esse troço é frequentado por homens adultos.
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Durante a estadia, ficamos hospedados no bairro de Asakusa, perto do mais antigo templo budista de Tóquio, o Senso-Ji construído em 645, que é muito interessante e fica cercado por umas ruas bem tradicionais, com barraquinhas de souvenirs e coisas típicas. Foi legal, bem localizado e com o metrô na nossa porta. Visitamos Ginza, o bairro chique com todas as lojas da moda (conhecida por ter um dos metros quadrados mais caros do mundo), o Government Building, um prédio gigante com uma vista irada da cidade, e, ainda, os bairros de Ueno, Roppongi e Shinjuku, cada um com uma característica peculiar e que, se misturadas, formam exatamente a cara de Tóquio, uma metrópole não muito acolhedora, mas interessante de se conhecer.
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Daqui vamos a Kyoto e a Nara para conhecer o Japão tradicional e mais religioso.
Se Tokyo estava em nossos planos por, pelo menos na ideia que tínhamos do Japão, ser uma mega cidade super moderna, procuramos Kyoto por representar a tradição nipônica. Não estávamos errados.
Kyoto é a capital cultural do país, com 17 lugares tombados como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, sendo 13 templos budistas, três santuários xintoístas e o castelo Nijo. O nome da cidade pode soar familiar, já que em 1997 foi assinado o famoso Protocolo de Kyoto, primeira tentativa da humanidade em traçar diretrizes para reduzir a emissáo de gases causadores do efeito estufa em todo o mundo (claro, os EUA não assinaram).
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Optamos por ficar em um hotel em frente ao moderno prédio que abriga a Kyoto Station. No quarto, dois trajes tipicamente japoneses (tipo um kimono com uma faixa larga) e chinelinhos nos aguardavam. Com eles as pessoas circulavam normalmente pelo hotel.
Kyoto é uma cidade média e tem uma atmosfera muito mais tranquila que a da capital. Aproveitamos para conhecê-la no melhor estilo “pernas para que te quero”. Como fizemos a viagem em ônibus noturno, chegamos cedo e logo fomos ao templo mais perto. Eram 7h da matina e conseguimos participar da cerimônia budista que estava começando. Foi uma experiência maravilhosa!!
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Falando nessa viagem, aproveito para contar que no Japão os MacDonald’s são utilizados como dormitório e há uma política ostensiva dos funcionários contra a prática. Como aguardamos o ônibus em um, presenciamos várias cenas engraçadas. Outra peculiaridade é que a trilha sonora predileta das coffee shops japonesas é MPB. Sério. às vezes são apenas algumas músicas, outras, como no caso desse Mac, um CD inteiro.
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Também chama a atenção o fato de eles não se tocarem. Se o programa Chegadas e Partidas, da GNT, fosse no Japão, não teria pauta nunca. É impressionante! Tanto nas rodoviárias, quanto no aeroporto, as pessoas cumprimentam-se à distância por diversas vezes. Parece que quanto mais se gostam, mais cumprimentam-se, mas não se tocam. Sem abraços, sem beijos… muito estranho. Ah, e os ônibus só para mulheres? Mesmo nos mistos, uma fileira é separada por cortinas cor de rosa para elas.
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Dito isso, voltamos a Kyoto. Visitamos muitos templos. A maioria free, mas também é preciso pagar para visitar vários. Como é um país caro, optamos por visitar apenas dois deste tipo, recomendados pelo tripadvisor (essa é uma boa dica para os viageiros de plantão): O Templo Dourado e o Jardim Zen.
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O Templo Dourado é realmente muito bonito. O passeio não é tão longo quanto esperávamos, mas é legal. O Jardim Zen também é bonito, mas achávamos que seria algo mais suntuoso. Essa sensação só tivemos ao visitar o Irina Shrine, que é de graça. Essa é a nossa maior recomendação: indo à Kyoto, não deixe de visitar o Irina Shrine!!´O lugar é esplendoroso, com várias galerias dedicadas a um deus animal diferente e também possui um cemitério em meio às construções. Mas tudo compondo muito bem o cenário. Realmente lindo de se ver! Agora, vá de dia para percorrer todo o caminho até um mirante de onde é possivel avistar toda a cidade.
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Outra visita importante é ao tradicional bairro de Gion. Lá vimos mulheres vestidas de gueixa e grupos com roupas típicas circulando pelas ruas. Na região também há um intenressante shopping de rua, que ocupa cerca de dez quarteirões.
Nossa estadia foi composta por dois dias de sol e um de chuva forte com muito vento. No telejornal vimos que o tufão Jelawat tinha atingido o país há apenas duas horas de onde estávamos. Isso fez com que permanecêssemos no hotel mais tempo do que gostaríamos, mas ficamos a salvo. Nessa 30trips já passamos pelo furacão Isaac, na Flórida e no Caribe e agora este tufão. Serão nossas emoções mais fortes? Nossas mães esperam que sim.
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A bucólica Nara
Nara foi capital do Japão entre os anos 710 d.C e 794 d.C. Ela foi construída tendo como modelo Xian, então capital da China durante a Dinastia Tang. Atualmente é uma cidade menor, com aquele clima bucólico onde o tempo demora a passar, em contraste direto com o ritmo frenético de Tokyo. Como fica a menos de duas horas de Kyoto, muitas pessoas apenas passam o dia por lá, mas nós recomendamos uma parada maior. Dois dias para desacelerar.
Lá nos hospedamos na Nara Komachi Guest House. Acho que deve ser uma das melhores guest houses do planeta. Sério mesmo. Ficamos em uma suíte linda, onde o banheiro moderno fazia contraponto ao quarto em estilo japonês, com chão de palha. E, claro, nossos sapatos ficavam na entrada. Para circular por lá, apenas os chinelinhos tradicionais.
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Na própria guest house alugamos bicicletas. Primeiro fomos ao Parque de Nara (Nara Koen), onde há um templo dedicado aos cervos, ou veados, como preferirem. Reza a lenda que há muitos séculos chegou ao local um monge montado em um cervo branco e desde então esses animais são considerados sagrados.
O parque que circunda o templo é realmente belíssimo e, para a nossa surpresa, repleto de cervos pelo caminho. Eles são muito fofos!! Mas podem ser ariscos quando querem abocanhar alguns dos salgadinhos que compramos (turistas e moradores) para agradá-los. Vale o cuidado. Nara é, segundo eles mesmo, o único lugar do planeta onde esses animais vivem em perfeita harmonia com o ser humano. É muitoooo legal!! Fomos lá por duas vezes.
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Outra atração da cidade é o Buda Gigante de Nara (Daibutsu), maior estátua de buda do Japão (16 metros) e, segundo eles, a maior estátua em bronze do planeta. Ela encontra-se dentro do Todai-ji, literalmente Grande Templo Oriental, um lugar muito bonito. Impressiona mesmo. Turistas, inclusive excursões escolares, lotam o local. Vale muito uma visita.
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Apenas nessas duas grandes atrações já percebemos a presença de duas religiões que andam lado a lado no país: O Xintoísmo, antiga religião nacional com uma crença muito relacioanda aos animais; e o Budismo, vindo de outras regiões da Ásia. Com o passar dos séculos, uma religião acabou por influenciar a outra.
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Também está em Nara o templo mais antigo do Japão. Pagamos para entrar, mas valeu à pena. O local não é tão suntuoso quanto o Buda Gigante de Nara, mas acolhedor e tranquilo, nos transmitindo uma gostosa sensação de paz. Um giuia nos explicou as particularidades e aproveitamos para meditar um pouco.
Sendo este o nosso último destino no Japão (daqui passaremos mais um dia em Tokyo e seguiremos para a Coreia do Sul), vou fazer algumas considerações sobre esse país:
- O mais legal (e que eu queria levar para minha vida) é o respeito que eles têm ao próximo. Muito mais que no mundo ocidental. Aqui quando eles te dão atenção, te dão mesmo, olhando no olho, parando o que estão fazendo para te atender. Isso é que é civilidade!! Em contra partida a essa extrema atenção, há aquele distanciamento entre as pessoas próximas que citei no post sobre Kyoto. Não vi um casal de mãos dadas pela rua ou que dessem qualquer demonstração de carinho em público, por exemplo. Receio que a grande atenção que eles dão às realidades paralelas personificadas nos games e mangás também seja fruto deste distanciamento na vida real.
- As pessoas aqui usam máscaras o tempo inteiro. Perguntei para uma mulher o motivo e ela me explicou que alguns estão gripados, mas muitos japoneses são alérgicos a um tipo de flor que soltam pólen e contaminam o ar.
- Eles misturam dinheiro e religião. Fiquei triste com isso. É claro que todos os templos precisam de ajuda financeira para que a estrutura possa ser mantida, mas muitas vezes eles abusam. Cada templo tem diversas estátuas para as quais as pessoas podem orar e pedir algo (budistas, não budistas, enfim). A questão é que em várias ocasiões cada uma delas é precedida por uma caixinha para doações. E vira uma espécie de obrigação. Antes de fazer a sua prece a pessoa joga o dinheiro. Como se apenas depois disso seus anseios pudessem ser atendidos e suas angústias apaziguadas. Muito ostensivo.
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- Como o Duda disse, a tecnologia japonesa parou nos anos 1990, com o trem bala e a privada que esquenta e toca música. O antagonismo fica por conta da existência da privada que eles chamam de tradicional do oriente (ou seja, acho que veremos dessas mais vezes): um simples e incômodo buraco no chão. Oi?! Tradicional da humanidade, né? Antes das privadas modernas, todos usavam buracos. Isso é visto em qualquer castelo ou forte mundo afora. Agora, o que os faz querer preservar isso? Fala sério. Até nos hotéis e aeroportos eles mantém esses buracos inconvenientes. E, tendo opção, quem vai preferi-los? Tem certas coisas que eu não entendo…
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A vocês: Dōmo arigatōgozaimashita!!
A surpreendente Seul
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Já tínhamos ouvido falar que a Coreia do Sul é um país desenvolvido, em contraponto com a sua meia-irmã socialista. Eu mesma convivi com alguns sul coreanos, no ano em que morei na Irlanda, e os adorava. Então, estávamos com uma boa expectativa, mas, infelizmente, subestimamos o local. Para conhecê-lo reservamos apenas quatro dias (também influenciados pelo câmbio, claro, depois de termos gasto os tubos no Japão).
Se você for a Coreia do Sul, já sabe: precisará de no mínimo dez dias para conhecer bem o país… e valerá muito à pena!!
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Fonte: 30trips
Seul foi o nosso reencontro com o continente, após as temporadas nas ilhas do Havaí e do Japão, e simplesmente nos surpreendeu. Que cidade linda!! Moderna, clara, antiga e o seu povo é extremamente educado, deixando o ambiente aconchegante. Vocês conseguem imaginar isso? Dois brasileiros (com toda a latinidade e calor que nos são característicos) sentirem-se aconchegados em uma país oriental?
Na Coreia do Sul é muito fácil deslocar-se para qualquer lugar. No aeroporto pegamos um ônibus que nos deixou muito perto da guest house que reservamos por lá. Apesar de ser um pouco complicado de chegar, ficamos impressionados com a disposição das pessoas em nos ajudar. Realmente lindo de se ver. Mesmo sem falar uma palavra em inglês, o dono de uma loja entrou na internet, nos explicou tudo direitinho em um “duelo linguístico” que durou cerca de meia hora.
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Depois, como o local era cheio de ruelas e não encontrávamos o endereço, perguntamos a um guri que estava passando. Ele prontamente puxou seu smartphone do bolso, colocou o endereço no buscador e, não contente em apenas dar a indicação correta, nos levou até a porta do local. Te como não amar? A guest house não era tão boa quanto a que ficamos em Nara, mas ao menos estávamos em um quarto privado.
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Uma vez instalados, fomos dar uma volta para conhecer a região em que estávamos, cercada por universidades, sendo a Católica a mais próxima. Por ser uma área de estudantes, o local tem uma ótima infraestrutura de restaurantes e comércio, além de uma agradável atmosfera.
Estávamos pensando sobre o que iríamos jantar, quando um jovem nos convidou para comer um churrasco coreano no restaurante do seu pai. Topamos… e quanta comida! E que comida deliciosa!! Desde que deixei o Brasil (naquela maravilhosa estadia em Manaus) foi a primeira comida que eu realmente gostei!! O simpático guri, na verdade é fotógrafo, chama-se Jun Michael e ajuda o negócio da família. Ele nos explicou como se comia tudo, por ordem, e conversamos um pouco sobre a cultura local etc. Foi ótimo!
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Nos quatro dias em que ficamos na cidade, visitamos o´Palácio Gyeongbokgung (lindo), o Museu Folclórico da Coreia do Sul (maravilhoso), o e andamos MUITO pela cidade, pois consideramos esse o melhor jeito de conhecer os lugares, ainda mais quando se tem tão pouco tempo. Nos bairros ao lado do centro visitamos alguns mercados típicos com diversos tipos de frutos do mar e de peixes, muitos deles vendidos secos. Esses locais estão espalhados pela cidade e muitas pessoas costumam comer em uma das barraquinhas.
Seul já sediou tanto os Jogos Olímpicos, quanto a Copa do Mundo. Então, não podíamos deixar de visitar um desses lugares e acabamos optando pelo estádio da copa. Muito maneiro (como diria o meu amor)!! E ascendeu ainda mais a expectativa sobre os estádios brasileiros.
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Mas a melhor surpresa ainda estava por vir. Durante as nossas andanças, o caminho mais belo foi o que nos levou à Torre de Seul, no Parque Namsan. Uma subida em meio a muito verde, monumentos e uma vista belíssima. Fomos brindados com um pôr do sol esplendoroso, o que nos motivou muito a percorrer os 243 metros morro acima. Lá, nos esperando, estava a torre com seus 236 metros de onde se tem uma vista de 360 graus da cidade. Imperdível!! Seul é muitíssimo linda de cima. De lá também estão os quilômetros entre a cidade e várias outras do globo. O Brasil é representado pelo Rio de Janeiro (a 18.111,72 km) e Brasília (a 17.522, 25 km). Lá também é um ótimo lugar para comprar souvenirs. Ficamos encantados!!
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Na volta, quando já tínhamos descido ao centro, encontramos um casal de brasileiros na rua e iniciamos um longo papo. Depois de uma hora conversando em pé, decidimos sair juntos para jantar. A Cris tinha acabado de passar sete meses meditando em um templo no interior do país e o Gustavo tinha ido encontrá-la e passar os 30 dias de férias. Com a Cris aprendemos um segredo sobre a culinária coreana: todos os apetitosos pratos regados a molho vermelho, que pensávamos ser de tomate, eram, na verdade, pimenta pura… e muito forte. Papo de chorar com o ardor. Mas eu e o Duda fomos bravos guerreiros e comemos tudinho.
No dia seguinte rumamos para o aeroporto com a sensação de que seria delicioso voltar mais vezes e que deixamos muitas coisas para conhecer nesse pedaço de terra tão especial. Mas o entusiasmo logo voltou quando pensamos no que estava por vir: a enigmática e curiosa China!
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PS: Nessa viagem também provamos outra iguaria da culinária local: larvas. Isso mesmo, LARVAS… e EU COMI!! Se gostamos ou não? Bem, a foto responde bem essa pergunta…
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Gamsahabnida!!
Xangai ou Shanghai ou, ainda, 上海.
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Chegamos na China. Depois de um bom tempo no primeiro mundo viemos para Xangai, a maior cidade do mundo segundo alguns institutos. Isso porque alguns dizem que é Tóquio, outros, Mumbai, Cidade do México, Nova Iorque e tem até lista que dá o posto a São Paulo, mas vamos lá, se não é a maior está entre as maiores. Logo de cara, pegamos um trem bala no aeroporto, daqueles magnéticos que não encosta no trilho e atinge mais de 300 km por hora. Assim, rapidinho chegamos ao metrô, onde um homem veio nos “ajudar” a comprar o ticket e embolsou o troco, levou algo em torno de R$ 2,00, mas foi um legítimo bem vindo à China.
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Fonte: 30trips
Ficamos mais uma vez muito bem localizados perto da Nanjing Road, uma rua para pedestres que reúne todas aquelas marcas famosas que tem em qualquer grande cidade do mundo e que desemboca na famosa People’s Square. A primeira impressão foi de uma megalópole, um pouco cosmopolita, embora com bastante cara de China. Mulheres dançando na rua, onde a Heda deu uma palhinha e um karaokê estilo serenata rolando noite à dentro em pleno passeio. Os arranha céus dão o contorno e vimos que o dinheiro tá rolando solto por aqui.
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Fonte: 30trips
No outro dia saímos cedo para rodar a cidade e a China começou a mostrar sua cara. Tudo lotado, gente escarrando e cuspindo na rua a cada minuto, todos os trens do metrô lotados e um empurra-empurra bem pior que no Brasil.
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A rua paralela da supracitada luxuosa avenida é uma legítima rua chinesa, com motonetas caindo aos pedaços e andando na contramão (que na verdade não é contra mão), frutas, verduras, frangos, ferramentas, assoalhos domésticos e barraquinhas de comidas todas misturadas ao intenso fluxo de pessoas, bicicletas e veículos.
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Fomos a uma tradicional rua antiga, superlotada pra variar, visitamos um templo lá dentro e conhecemos duas chinesas meigas e simpáticas que nos convidaram para ir a um festival do chá. Que mal teria?? Aceitamos o convite e gostamos da cerimônia, onde provamos diversos chás e soubemos a origem de cada um deles e os benefícios para o corpo. Quando veio a conta surpresa: U$ 250, achei muito estranho o preço, mas como elas, estudantes chinesas, “racharam” a conta com a gente sem pestanejar, não vi outra opção que não pagar o meu quinhão. Ao chegar em Pequim descobrimos que isso é um manjado golpe contra turistas. É isso que dá querer ser gente boa, U$ 120 de prejú. Mas, vão-se os anéis ficam os dedos e seguimos por Xangai.
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A noite fomos ao famoso Shanghai Circus World, assistir o Era Time, um espetáculo que envolve equilibrismo, acrobacias e um globo da morte com até 8 motos. O famoso circo chinês lembra o cirque du soleil, mais pela habilidade dos artistas do que pelo glamour e acabamento deste. Certamente lhe serviu de inspiração.
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Visitamos ainda o centro financeiro e o The Bund. O famoso cartão postal apresenta uma variedade de prédios estilosos e deixa a paisagem imponente mostrando o poder da grana. Muita modernidade do outro lado do rio em contraste com tradicionais prédios chineses típicos do governo ditatorial comunista. Depois pegamos um trem noturno rumo a Pequim, para conhecer a capital e o lado que, ao que tudo indica, deve ser mais tradicional e menos capitalista dessa potência que está querendo dominar o mundo.
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Pequim ou Beijing, ou ainda, 北京.
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A famosa capital chinesa tem muitas atrações. Grande Muralha, Praça da Paz Celestial, Cidade Proibida, Templo do Céu, Palácio de Verão, Mercado Noturno, Panda Zoo, Estádio Olímpico Ninho de Pássaro, dentre tantos outros destinos.
Em 8 dias por lá fomos a quase todos.
Ficamos num hostel ótimo ao lado da cidade proibida e da praça da paz celestial. Recebemos pela segunda vez na trip um upgrade de quarto, tínhamos reservado um quarto de 6 e recebemos um privado. Com beliche e sem banheiro, mas pelo menos era só nosso.
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Aqui também tem uma mega avenida com todas as lojas de marca, a diferença é que nela tem um pequeno portal que ao atravessar tudo muda. Entramos direto no mercado noturno, extremamente chinês e muito interessante. Fedido e superlotado, mas interessante. Alí tivemos a oportunidade de degustar diversas iguarias da culinária chinesa tais quais: bode, camarão, cobra, cogumelos, vespa e escorpião, tudo no espeto. Faltou coragem pra completar a lista que ainda tinha: lagartixa voadora, aranha caranguejeira, gafanhoto, barata, cavalo marinho, estrela do mar e até o bizarríssimo coração de galinha. Isso claro, sem contar o famosíssimo pato laqueado de Pequim, que também foi devidamente degustado em um restaurante próximo.
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O templo do céu e a cidade proibida são interessantes, mas muito parecidos, entre si e até com o que já tínhamos visto na Coreia. Isso nos desencorajou a visitar o palácio de verão que na nossa concepção, embora certamente lindo, seria mais do mesmo. A cidade proibida é gigante e da até pra imaginar quando o imperador vivia ali e não deixava ninguém entrar.
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A Heda ficou feliz em ver os Pandas no Zoo local, mas logo depois ficou triste por ver que o elefante tinha um espaço quase igual ao nosso cafofo no Rio.
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Falando em elefante, o estádio olímpico ninho de pássaro é irado, lindão e foi o mais caro do mundo de todos os tempos, mas é um tremendo elefante branco. Parece um país que eu conheço que finda a copa de 2014 terá que ter muita criatividade para arrumar utilidade para tanto estádio.
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E a muralha.. Grandona como não podia deixar de ser, conhecemos dois brasileiros e juntos percorremos um belo pedaço dessa maravilha da humanidade. A muralha não fica perto, tivemos que fechar uma excursão e optamos por conhecer o pedaço de Mutyaniu (top 1 do trip advisor). A Heda ficou maravilhada com a grandiosidade da construção e eu com um carrinho (estilo rolimã) que descia desde o topo até o estacionamento junto a base da escalada. Com o Rodrigo, paulista sangue bom que conhecemos nessa trip e estava no nosso hostel, demos mais um belo rolé no mercado noturno, que também ficava bem próximo da nossa estada.
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Mas nada disso conseguiu nos tirar a impressão de país superlotado e de gente porca. Até eu que não ligo muito pra essas coisas ficava bolado. Gente come macarrão nojentamente, cospe e escarra a cada minuto, fuma em qualquer lugar, grita, tira meleca, fica brincando com cuspe dentro da boca, atropela os pedestres e ainda passam na frente das velhinhas no metrô. Isso sem falar nos dentes podres. Foi engraçado ver um casal super romântico tomando umas num barzinho e o cara toda hora dando uma paradinha pra escarrar.
Apesar dos pesares foi bom enquanto durou.
O mundo paralelo de Datong
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Coube a mim o post sobre Datong, cidade chinesa que não recebe muita gente de fora, sendo o turismo mais interno, mesmo. Tudo começou porque eu achei que dez dias era muito tempo para Pequim, então sugeri ao Duda a ida à Datong, que já tinha visto em algumas pesquisas na Internet e também em propagandas locais. Proposta aceita, lá fomos nós.
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370 Km separam as duas cidades. Optamos por percorrer esse caminho de trem. Cinco horas de dia, na ida, e cinco à noite, na volta. Ao chegarmos, uma paisagem diferente nos esperava: muita, muita poeira, alguns escombros e olhos (puxados) super curiosos com a nossa presença ali, naquele pedaço de mundo que mais parecia um universo paralelo.
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Além da nossa presença ocidental, duas turistas inglesas, mais velhas, também aterrisavam por ali. A filha de uma delas mora na China e elas aproveitaram para dar uma volta pelo país. De Datong só queriam um encosto para as costas. Depois da noite de sono sua viagem continuaria sobre os trilhos chineses. Enfim, aproveitamos para descolar seu mesmo hotel barato, próximo à estação.
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Feito isso, fomos desbravar a cidade. Como disse, Datong está acostumada a receber turistas compatriotas, então é raro encontrar alguém que fale inglês (nós só vimos um). Isso reforçou a sensação de mundo paralelo. Para nos comunicarmos fizemos uso de um outro vocabulário (que os italianos dominam como ninguém): os gestos. Obviamente não foi uma tarefa fácil, mas divertida, muito embora às vezes ficássemos às escuras com alguns questionamentos. Nos cardápios dos restaurantes não adiantavam as mímicas. Era apontar para aquelas letrinhas, que mais pareciam desenhos, e rezar para que viesse alguma coisa gostosa.
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Pegamos um ônibus e descemos onde pensávamos ser o centro da cidade. Não era. Tentamos nos informar em duas agências bancárias, mas nada de alguém falar inglês por ali. Entramos numa lojinha e a menina, muito solícita, também não falava inglês, mas usou a internet para traduzir o que queríamos… naquela altura (pasmem!), um Mac’Donalds (já era fim de tarde, só estávamos com o café da manhã no estômago e os bowls chineses já não me entravam mais. Enfim, fui para o meu segundo hambúrguer da viagem). Ela escreveu o nome num papel e, com o estômago colado, entramos num táxi que nos deixou em frente à rede estadunidense (prefiro essa expressão).
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Lá sofremos o nosso primeiro (e, queremos, último) assalto. Tá, não tem a ver com o turismo em Datong, mas foi engraçado. Sentados estávamos terminando a refeição quando
entra uma mulher gorda, com a camiseta toda babada, pela porta lateral do estabelecimento (estávamos sentados na segunda mesa a partir dessa entrada). Eu estava lá, perdida em pensamentos e não percebi nada. Apenas me dei conta dessa mulher mexendo na embalagem da comida do Duda (que já não continha mais nada), chacoalhando o copo de coca-cola dele (que também já estava a zero) e, em seguida, o meu. Este sim, quase cheio, que ela simplesmente pegou e saiu andando pela porta da frente.
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Na hora eu pensei que fosse uma funcionária da limpeza e demorei uns dois segundos para me dar conta. Logo depois o cara que estava na mesa ao nosso lado começou a xingar os funcionários, que tentaram, sem sucesso, pegar a ladra. Eu e o Duda caímos na gargalhada. Surreal!! Foi a primeira vez que vimos um assalto ao lanche do Mac’Donalds! E olha que nossa carteira e óculos de sol estavam igualmente sobre a mesa! Saldo do crime: meu copo de coca-cola quase cheio e um frango que o cara da mesa ao lado estava comendo. Ambos foram devidamente repostos pelo competente gerente local. Foi engraçado.
Mas vamos lá, por que Datong? A história da cidade é longa (afinal, estamos na China, uma das civilizações mais antigas) e remete a 200 a.C, quando foi fundada. Localizada próximo à Grande Muralha da China, Datong também está perto da fronteira com a Mongólia, no norte do país. O que me atraiu para lá foram as Grutas de Yungang, um complexo de estátuas gigantes de Buda que foram entalhadas num paredão de rocha entre 460 e 494 d.C. Dá para imaginar uma arte dessa magnitude naquela época?
Para chegarmos até lá utilizamos a técnica da Internet. Entramos numa loja que vendia computadores e artigos para celular e pedimos todas as informações via tradutor do google. O cara que nos atendeu escreveu num papel, em chinês, claro, o que deveríamos mostrar ao taxista. É bom saber: combine o preço antes ou fique bem atento porque eles costumam “esquecer” de ligar o taxímetro.
No caminho, o que nos intrigava era aquele cenário de destruição que vimos: prédios pela metade, escombros, muita, mas muita poeira nas ruas, muitas obras, até um muro gigante sendo construído. Como não encontramos uma viva alma que falasse inglês, fomos questionar nosso grande oráculo google. Na pesquisa descobrimos que Datong, conhecida como a capital do carvão, vem investindo pesado no seu potencial turístico. Quando eu digo pesado, me refiro a quase U$ 7,5 bilhões. O objetivo é construir templos e prédios no estilo antigo, para dar à cidade uma “cara mais chinesa”. O próprio muro é inspirado no que cercava a cidade séculos atrás e que já não existe mais. Como disse a Legião Urbana: “O futuro não é mais como era antigamente”.
Particularmente, acho isso uma besteira. Eles possuem um parque com impressionantes 51 mil esculturas budistas esculpidas nas rochas, sendo a mais alta com pouco mais de 16 metros. Além disso, também há um monastério suspenso construído no meio de um penhasco, por volta de 490 d.C. Isso já é luxo demais! Precisam, sim, investir no atendimento ao turista. De que adianta tanta obra se 99,9% da população (incluindo a rede hoteleira e restaurantes) não fala inglês?
Mas ok, Datong e a Grande Muralha foram o melhor da China. De emocionar, embasbacar, arrepiar. É incrível como a humanidade é capaz de construir coisas tão magníficas. Ainda mais em um tempo onde mecanismos e ferramentas eram tão precários.
Visitar um lugar onde o símbolo máximo de globalização é uma lanchonete do Mac’Donalds, mas que ainda não possui um mercado, por exemplo, ao estilo do que conhecemos (um Carrefour está prometido para ser inaugurado em 2013); onde turistas ocidentais como nós são motivo máximo de observação na rua, de risos encobertos por mãos tímidas, de dedos apontados em nossa direção, de pessoas indo ao nosso lado e medindo-se para observar como somos maiores que eles, foi muito legal. Uma experiência e tanto. Datong, sim, valeu, e muito, a visita.
Heda, após passar 12 dias na China, faz uma reflexão curiosa e interessante sobre esse excêntrico país
Semelhante diferença
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A menina sempre teve curiosidade pelo desconhecido, especialmente pelo esquisito. A menina era aquela que, embora estivesse envolvida com a turma do fundão, não deixava de se relacionar com os mais sozinhos simplesmente pelo fato de eles serem diferentes. E assim a menina cresceu viajando, no sentido literal e também no figurado, por tudo aquilo o que lhe parecia estranho e lhe proporcionasse aquele formigamento no estômago e aquela profusão de pensamentos que só o que não conhecemos e nos tira da zona de conforto, é capaz de nos fazer sentir.
Experimentar diversas sensações sempre fez parte do gosto incomum da menina. E ela já estava acostumada a ser assim quando, aos 30 anos, decidiu ver de perto toda esquisitice e excentricidade que o mundo poderia lhe proporcionar. No meio dessa aventura foi parar na China, a terra que por vezes sonhou conhecer, incentivada por tudo o que lera em livros e revistas e pelo que aprendera em filmes e seriados. Tinha planejado ficar um mês naquele país e achava que ainda seria pouco para dar conta de todas as novidades que ele, certamente, traria à sua própria vida. Mas só pôde contar com, injustos, 12 dias. E assim, a menina aterrissou excitante na China.
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A primeira coisa que a surpreendeu foi o frio que fazia naquele país. A segunda foi a rigidez em relação à segurança, vez que todas as entradas das estações de metrô possuíam raio-x de bagagem, onde as pessoas colocavam seus pertences. E a menina pensou: “Frutos da ditadura: a insegurança e a eterna expectativa de um novo golpe. Seja uma revolução popular ou militar, as noites de sono para quem sobe ao poder desta forma nunca mais serão as mesmas”.
Ao chegar ao hotel teve sua terceira surpresa: vários endereços da internet eram bloqueados, especialmente as redes sociais. “Mais um ônus de um regime não democrático e da neurose que lhe é subliminar”, disse a si mesma. E assim, a menina tomou um banho e qual não foi a sua surpresa (e indignação) ao ver que o vaso sanitário era um buraco feito no chão, em pleno século XXI?
Decidiu dar uma volta, respirar o ar puro e buscar algo para comer. A questão é que o ar era sujo, sujo da poeira da imensa quantidade de obras que estavam ocorrendo por lá. Em meio a isso, um grande número de pessoas surgia oferecendo-lhe um universo infinito das coisas mais inúteis e cheias de brilhos que ela sequer podia imaginar. Algumas delas ela conhecia: badulaques vindos do Paraguai, sem qualquer função específica, que em seu país fizeram sucesso entre as crianças na década de 1980. Hoje não é mais assim porque as crianças são mais exigentes que na sua época e preferem um badulaque eletrônico trazido dos Estados Unidos. “No ocidente o que é apenas brilhoso está ultrapassado”, concluiu, para em seguida refletir: “Transformações típicas de um mundo em que o capitalismo acaba de entrar e quer, de todas as formas, segurar com suas fortes e afiadas garras. Afinal, o mercado chinês, por ele só, é um mundo”.
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Andando mais um pouco deparou-se com uma rua cheia de barracas de comida. Todas esquisitas. Aquele tal formigamento começou a lhe provocar. Ela não resistiu e visitou cada lugar onde pôde ver e experimentar o que quis e conseguiu. “Enfim, um pouco de originalidade”, pensou. Foi a experiência mais louca que teve até então. Nessas ruas o queijo frito era doce, o escorpião tinha gostinho de camarão, a larva tinha gosto de vômito, a cobra tinha gosto de nada e a fruta caramelizada tinha gosto de céu. Eram tantas as novidades que a menina estava eufórica para compartilhar todas as suas descobertas com alguém.
Foi aí que um grupo de jovens nativos aproximou-se dela perguntando de onde era e o que fazia ali. A conversa evoluiu e ela ficou cada vez mais curiosa em relação à cultura daquelas pessoas tão diferentes. Elas tinham os olhos puxados, mas eram tão calorosas quanto qualquer um de seu país. Perceber isso lhe arrancou um sorriso do rosto. A menina estava feliz.
Com aquele grupo ela aprendeu sobre as rígidas regras de controle de natalidade impostas pelo governo local, aprendeu que, embora o governo seja composto por homens, a base das famílias é matriarcal e a mulher tem a decisão final. Aprendeu que eles gostam de estar conectados com o mundo e esforçam-se para ser mais do que apenas uma fonte de mão de obra barata, mas para firmarem-se como consumidores de, para eles, uma nova cultura. Ela percebeu isso claramente em suas roupas (lá o legal era usar tudo junto: estampas, tecidos e cores, ao mesmo tempo, desde que fossem de uma das novas lojas de marcas internacionais que acabavam de inaugurar, ou a imitação de seus produtos); no seu idioma, vez que os jovens comunicavam-se muito bem em inglês (mesmo sendo desfavorecidos pelo sotaque) e nas viagens além de suas próprias fronteiras, que começavam a fazer. Assim mesmo, eram extremamente patriotas, defensores de seus costumes e de suas questões ante outras potências asiáticas.
Era tanto antagonismo junto que ela foi ficando cada vez mais curiosa e aceitou um convite para tomar chá. No fim do programa, mesmo com uma conta muito além de suas expectativas, ainda os convidou para a visitarem em seu país, onde faria questão de lhes mostrar todas as riquezas e peculiaridades de seu povo. E a menina foi embora feliz.
No caminho observou os vários grupos de casas iguais que surgiam a sua frente. Suas semelhanças eram diferentes entre si, na medida em que cada grupo tinha um estilo: pobre ou rico. A menina refletiu: “É impressionante como o socialismo tornou-se tão parecido com o capitalismo. Ao redor do mundo todos são iguais… dentro de suas próprias castas”.
De volta ao hotel reparou em um cartaz que sempre esteve ali, mas de forma muito discreta. Ele falava sobre um golpe de chá, onde estudantes chineses aproveitavam para extorquir dinheiro de turistas e treinar seu inglês. Esse era apenas um entre tantos outros tipos de truques que eles usavam contra inocentes. Na verdade, o mais leve, que não provocava qualquer dano físico, pelo menos. Ficou ferida… de coração. Decepcionada.
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Até então estava procurando manter sua mente aberta para todas as coisas que fazem parte de uma cultura diferente da sua: que as pessoas arrotam e soltam pum em qualquer lugar, sem cerimônia; que escarrar e brincar com o próprio catarro para depois cuspí-lo no chão (inclusive do trem do metrô) faz parte da tradição de uma civilização tão antiga; que naquela loucura diária da rotina de milhares de pessoas, as crianças usarem calças sem costuras no meio e defecarem ou urinarem em plena rua, sem que a mãe se preocupasse em limpar o dejeto ou o filho, poderia ser normal; que o jeito estúpido de passar sempre a frente do outro, com o objetivo de levar vantagem em tudo, seja em uma fila, num banco de trem, num restaurante ou numa simples escada rolante, é consequência da superpopulação de filhos únicos num país onde cada um tem de lutar por sua própria sobrevivência, ainda que não estejam em uma selva de fauna e flora, como as que conhecia.
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Apesar das justificativas que ela mesma dava às cosias que lhe geravam aquela sensação de nojo ou de revolta, a menina já não conseguia mais aturar comer em louças e talheres sujos e usar um buraco no chão como banheiro. Então, percebeu que, para ela, essas diferenças eram tão difíceis de aceitar por não serem exatamente uma novidade. Na verdade elas representavam tudo o que ela mais detestava em seu próprio país, só que ali, na China, estavam elevadas à décima potência. Esse pós-conceito quebrou o seu encanto e fez a menina chorar. Foi a primeira vez, em 30 anos, que o diferente lhe pareceu tão igual.
Sanur: Welcome to Bali!!
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Chegamos em Bali, o tão famoso paraíso na Terra. Praias lindas, com ondas perfeitas, plantações de arroz, paisagens belíssimas e um astral único, isso permeia o imaginário popular quando se fala de Bali e com a gente não poderia ser diferente. Enquanto era apenas um sonho ou uma realidade distante era fácil, não tinha com o que se preocupar, mas com a proximidade de nossa chegada precisávamos definir onde ficar. A ilha é grande e cada local tem sua particularidade, sendo bem diferentes entre si. Nossa ideia original era alugar um bangalô e sossegar numa praia qualquer por um mês. Deste lugar visitaríamos o resto da ilha de moto.
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Compramos um guia, pesquisamos na internet e ouvimos alguns amigos que conheciam a ilha. Assim, decidimos fazer a primeira parada em Sanur, a princípio por quatro dias. Os motivos que nos levaram para lá foram o bom preço do hotel, a meio quarteirão da praia, e sua localização estratégica, relativamente perto do aeroporto e dos principais atrativos.
A primeira impressão que tivemos foi do voo mais descontraído de todos os tempos. Como viajamos em pleno Halloween, desde as instruções de segurança até a roupa dos comissários (caracterizados de zumbis, vampiros etc), passando por história de terror contada pela chefe de cabine e gincana entre os passageiros, tudo tinha a ver com o dia das bruxas. Ao desembarcar, a quantidade de taxistas insistindo pela corrida em nada lembrava o paraíso. Após longa pechincha fechamos com um deles. No caminho, o trânsito e o calor mais nos remetiam ao inferno. Ainda assim, nada conseguiria estragar o clima, afinal estávamos em Bali.
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Sanur é uma vila muito interessante, pequena, discreta e charmosa. Essa região é mais frequentada por pessoas mais velhas e casais em férias ou lua de mel (portanto, com maior poder aquisitivo), possui uma longa praia de um lado e uma rua principal do outro, ótimos restaurantes e bares, além de diversos resorts de luxo que dominavam boa parte da faixa de areia. Ficamos num pequeno hotel em cima de um restaurante japonês.
Sabíamos que estávamos em Bali e, embora muito empolgados com a situação, ainda não tinha caído a ficha de quão incrível poderia ser o mês que nos dispusemos a passar nessa ilha. Propositalmente chegamos no dia 31 de outubro, para comemorar o meu aniversário de 30 anos por lá. E a escolha foi acertada, não poderia ter sido melhor! Ainda sem conhecer muito de Bali, pegar uma moto em Sanur e sair sem destino foi muito maneiro. A noite um jantarzinho romântico fechou a comemoração. Certamente vai ficar na história.
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De moto, visitamos ainda Kuta, Ubud e as praias do sul: Uluwatu e Padang Padang. Todos esses destinos serão detalhados em posts específicos. Assim, nos ambientamos na ilha, que é consideravelmente grande. Bali é conhecida como a ilha dos Deuses e só não poderia ser a ilha da Magia, porque esse título já pertence à minha queridíssima Floripa. Agora, com conhecimento de causa, alongamos nossa estadia por mais dois dias em Sanur e desistimos de alugar uma casa, optando por ficar um pouco em cada um dos lugares supracitados.
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Assim foi feito. No final ainda tivemos a oportunidade de voltar a Sanur para mais dois dias na companhia dos meus pais, Zeca e Celi. Eles passaram uma semana conosco em Bali e os últimos dias foram no maneiríssimo Resort Puri Santrian. Com a decoração e arquitetura totalmente no estilo balinês, tendo estátuas de deuses por todos os lados. Os pequenos detalhes e as portas eram esculpidos à mão na madeira, formando verdadeiras obras de arte. O quarto era absurdo, digno de lua de mel, com dois ambientes, banheira de hidromassagem, varandão e uma bela cama king size. Foram dois dias intensosos, tênis, mergulho, piscina, massagens balinesas e muita mordomia. Fomos a vários restaurantes caprichados da vila e aproveitamos ao máximo os recursos que o resort oferecia. O período em família foi ótimo e nos ajudou a matar a saudade, botamos o papo em dia, curtimos muito juntos e ficamos com gostinho de quero mais. E foi de lá que, depois de uma semana perfeita, eles se despediram deixando saudades.
"Isso aqui (ôô) é um pouquinho de Brasil (iá, iá)..."
Esse é o primeiro post escrito em conjunto pelo casal. Esperamos que gostem!!
Após duas semanas na China e uma escala de um dia em Singapura, chegamos, de ônibus, na capital da Malásia, Kuala Lumpur. As semelhanças com o Brasil são muitas e logo se fizeram visíveis. A começar pelo clima quente, pelo ônibus e pela estrada. Tudo do jeitinho brasileiro, até as paradas em postos bem estruturados com lanchonetes e afins. Deu uma saudade gostosa. Esse sentimento de identidade foi reforçado em outras similaridades, como o sorriso das pessoas, convivência de raças e etnias distintas, o trânsito meio corrido, o estilo dos edifícios e das casas, as ruas arborizadas (lembram muito nosso querido Rio de Janeiro) e até a língua. Explicamos. Antes de receber os ingleses, portugueses já tinham aportado na Malásia e sua passagem pode ser vista até hoje em algumas palavras, como bendera, poliklinik, meja e keju (bandeira, policlínica, mesa e queijo, respectivamente).
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Em KL, como é chamada por seus moradores, tivemos o privilégio de nos hospedar na casa de uma querida amiga, a polonesa Iga (que Heda conheceu no ano em que morou na Irlanda e que já havíamos recebido no Rio e em Floripa) e seu marido, o brasileiro (e gente boníssima) Matheus. Eles foram excelentes anfitriões e ajudaram ainda mais a gerar esse clima de “como se estivéssemos em casa”. O fato de ser um país em desenvolvimento, assim como o Brasil, também pesou. Lá não vimos nem a organização extrema do Japão e de Singapura, nem o consumismo deliberado dos Estados Unidos, nem aquela zona generalizada que foi retratada nos posts sobre a China, da qual já estávamos saturados.
Apesar disso, as diferenças são grandes. Que bom, pois é pra isso que estamos aqui. Iga e Matheus moram em Brickfields, um bairro de predominância indiana, com um belo templo hindu ao lado. Como a Iga adora a culinária deste país, nos levou para degustar diversos pratos típicos de lá, baratíssimos e muito bons. Sempre apimentados e muitas vezes vegetarianos, mas todos excelentes. Os indianos comem com a mão: arroz, vegetais e diversos molhos, tudo misturado e com as mãos. Nós usamos garfo e colher (facas não são costumes na Ásia), mas na próxima vez comeremos como os locais.
Uma das coisas mais interessantes da Malásia é a formação étnica de seu povo. As raças predominantes são chineses, indianos e malaios e, embora sejam todos malasianos, eles não se misturam entre si e exercem papéis distintos na sociedade. Neste sentido, configuram uma nação desunida (na raiz da palavra) o que, conforme percebemos, é o maior problema do país ou o que dá origem aos outros. Os Indianos pegam no pesado, trabalham na construção e em serviços menos nobres. São vistos pelas outras etnias como baderneiros. Já os chineses trabalham em escritórios e com tecnologia. São vistos pelos outros como workaholics e dinheiristas. Por sua vez, os malaios, em sua maioria muçulmanos, têm regalias como generosas cotas nas universidades e só eles podem ocupar vagas no serviço público. Além disso, toda empresa, inclusive estrangeira, precisa ser presidida por um malaio. Muitos aproveitam essa condição para atuar como laranjas, recebendo gordas quantias em dinheiro apenas para assinar como presidente de alguma corporação. Em contrapartida, como são muçulmanos, não podem beber. Poucas semanas antes de chegarmos, uma atriz famosa local, malaia e muçulmana, foi flagrada bebendo e fumando por um paparazzi, resultado: serviu de exemplo e tomou diversas chibatadas na bunda.
O sistema político é o sultanato. Cada estado é governado por um sultão. Todos eles se revezam no comando do país, em uma ordem combinada entre eles, com um mandato que dura cinco anos. Na Malásia as penas são duras: roubo – corta a mão; uso ou porte de drogas – várias chibatas na bunda (até esfolar); tráfico de arma ou drogas – forca; e por aí vai… Apesar disso, soubemos de casos de furtos a carros estacionados, roubos de passaporte e de bolsas, esses efetuados por motoqueiros. Então, o visitante precisa estar atento.
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Como bons turistas que somos, não poderíamos deixar de visitar as torres gêmeas da Petronas (até o nome é parecido com o da petrolífera brasileira), um dos principais cartões postais da cidade. O belo parque em seu entorno foi projetado pelo brasileiro Roberto Burle Marx. A visita à Batu Cave e à estátua de Lord Murugan, gigantesca e imponente, que disputou (mas perdeu) um posto de nova maravilha da humanidade, também foi incrível. Por sorte, presenciamos uma cerimônia em que os indianos estavam lavando as imagens de seus “santos” com água de coco. Muito bonita. Batu Cave é um lugar mágico e lindo de observação. Traz uma sensação de paz e vale mais de uma visita. Lá também recebemos a benção de um hindu, que amarrou pulseirinhas em nossos pulsos e pintou nossa testa, em sinal de boa sorte.
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Em contrapartida a este lado espiritual, visitamos ainda um imenso shopping onde é possível comprar todos os lançamentos tecnológicos a um preço bem acessível. Metade do que é oferecido no Brasil. Iga e Matheus ainda nos levaram para dançar Swing (típica dança norte-americana desenvolvida entre os anos 1920 e 1950, que pode ser vista em diversos filmes), comer pratos árabes e chineses que ainda não havíamos experimentado, incluindo uma sobremesa feita com gergelim, mas que parecia caldo doce de feijão. Por intermédio deles também conhecemos várias pessoas interessantes, legais e pudemos ver como os malasianos – sejam indianos, chineses ou malaios – são simpáticos.
Mas as atividades não pararam por aí: jogamos squash, curtimos um show no Pub Waikiki e fizemos um passeio irado para lindíssima ilha de Langkawi (assunto do próximo post) com a Assouma e o Adrian, um casal muito querido formado por um chinês malasiano e uma tunisiana.
Agradecemos muitíssimo ao Matheus e à Iga por nos receberem da melhor maneira possível, o que nos permitiu conhecer KL de modo tão distinto. A melhor parte é que voltaremos em breve. Após as festas de fim de ano, que deverão ser comemoradas por nós na Tailândia e por eles na Polônia, teremos mais alguns dias nessa surpreendente cidade.
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Fonte: 30trips
Também agradecemos aqui as dicas do querido Thiago Pontini. Os bolos da Secret Recipe provaremos na próxima ida.
Langkawi: a belíssima surpresa
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Fonte: 30trips
A Malásia tem uma particularidade: por ter sua população dividida em três grandes etnias e, assim sendo, religiões distintas, o país respeita os feriados de cada uma delas que, por sua vez, se aplicam a todos os habitantes. Isso significa que o número de feriados ao longo do ano é imenso. Ta aí uma coisa ótima, não é? Justamente na semana que estávamos lá eles comemoravam o feriado de Hari Raya Haji. O Matheus nos explicou que esse feriado mulçumano também é conhecido pelos católicos, pois comemora-se o sacrifício de Abraão, disposto a matar seu filho em nome de Deus. Aproveitamos os dias livres para fazer uma viagem pelo país. O local escolhido foi a paradisíaca ilha de Langkawi, localizada no noroeste da Malásia, a cinco horas de carro da capital e muito próximo à fronteira com a Tailândia.
Saímos durante a madrugada e de manhã cedo chegamos na cidade porteira de Kuala Kedah, onde pegamos o ferry boat. Antes do almoço já estávamos na ilha. Reservamos o hotel pelo site Agoda, dica do Matheus que compartilhamos com vocês. Langkawi lembra muito as cidades de praia brasileiras, aquelas com boa infraestrutura. Além de nós, também era a primeira vez que Iga e Matheus visitavam o lugar. Durante nossa estadia, não precisamos nos preocupar com nada. Adrian e Assouma, o casal bacana ao qual já nos referimos no post sobre Kuala Lumpur, haviam estado lá algumas vezes e bolaram um roteiro irado.
Assim que chegamos pegamos um barquinho para os três casais, que nos levou até a ilha de Dayang Bunting, para que nos deliciássemos no incrível Lake of the Pregnant Maiden (ou Lago da Donzela Grávida), localizado em meio a um deslumbrante paredão de rochas. Coisa de filme!! Indescritível a beleza. Na sequência fomos alimentar falcões, aves símbolo da ilha e que está por todos os lados. O passeio terminou com a vista de um belo pôr do sol entre as montanhas e o mar.
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Fonte: 30trips
No dia seguinte alugamos um carro e fomos explorar a ilha. Na primeira parada fizemos uma trilha (cheia de escadas) que nos levou a uma cachoeira belíssima. Com o calor bombando, ficamos um tempo por ali para nos refrescar e também aproveitar a energia daquela água.
De lá fomos à praia de Tanjung Rhu. O local é praticamente deserto e, novamente, sua beleza nos remeteu a esses paraísos que por vezes fantasiamos ou vemos em algum filme de Hollywood. Pedras e uma pequena ilha “brotavam” em meio à água cristalina. O verde das matas compunha a moldura daquele cenário incrível. Decidimos ir à ilha nadando, pelo menos em parte do trajeto. Em outras era possível andar. Esse passeio durou três horas, mas foi impossível sentir qualquer cansaço. Coisas de lugares mágicos como aquele. Inclusive, algumas semanas depois vimos uma reportagem no site de turismo da CNN, destacando a mesma praia entre as melhores do mundo. A menção é merecidíssima, é realmente show!! Segue trecho da matéria:
“The quieter Tanjung Rhu has an earthy beauty and serene atmosphere. The three-kilometer Tanjung Rhu beach area is surrounded by ancient limestone caves, rippling waterways and dense mangroves”.
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O dia terminou novamente com a caça a um belo pôr do sol. Fomos até o ponto mais alto da ilha, mas chegamos tarde e o astro rei já tinha ido para o seu repouso. Mesmo assim, a vista compensou tudo.
A culinária local, como não poderia deixar de ser, estava repleta de frutos do mar. Uma delícia. A Assouma, como muçulmana que é, pagou um jantar a todos, como é do costume deste feriado. Explico. Faz parte do ritual mulçumano sacrificar um carneiro e doar 2/3 da carne, sendo 1/3 aos pobres e 1/3 aos amigos e vizinhos. Não tendo esse animal, ela doou o jantar. Uma fofa!! Achei esse costume de doação MUITO legal!!
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Em Langkawi, finalmente, conseguimos comer pão pela manhã, graças à uma senhora inglesa que mudou-se para lá e abriu um café há cerca de 18 meses. Isso porque na Ásia o café da manhã é exatamente o que eles almoçam. Eu simplesmente não consigo “almoçar” às 9h da manhã, muito menos na primeira refeição. O Duda conseguiu, mas ainda assim nunca foi o ideal.
A ilha também é zona franca e possui alguns Dutty Free. Como bons mochileiros, as únicas coisas que compramos (logicamente por conta do espaço disponível) foram chocolates e duas garrafas de vinho. Vale ressaltar que todos foram consumidos na viagem de volta à KL, que durou absurdas nove horas!! Sim, pegamos um engarrafamento monstro na volta do feriado. Mais uma semelhança que nos fez lembrar de casa, né? Duda mandou bem dirigindo na mão inglesa.
Na saída, porém, mais uma situação nos aguardava. Tínhamos deixado os carros estacionados em uma escola e, quando retornamos, uma das funcionárias pediu para que tirássemos uma foto, encenando como se ela estivesse nos entregando um panfleto da instituição. Parece que iriam barganhar mais investimentos, a partir da visita de turistas estrangeiros ao local. Até aí, tudo bem. Só que entre a decoração com trabalhos escolares de recorte e colagem feito pelas crianças estava o cartaz de um bumbum esfolado (quero dizer, em carne viva!) de uma pessoa que havia apanhado por consumo de drogas. E uma criança apontava para a cena sorrindo. Sinistro!!
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Mais uma vez agradecemos ao Matheus e à Iga pela oportunidade e pela companhia, assim como ao Adrian e à Assouma. Certamente a Malásia não teria sido tão especial sem vocês!! Já estamos loucos para voltar…
Sul de Bali: The paradise
Ir para o sul da ilha de Bali já fazia parte dos planos. Primeiro, durante as pesquisas feitas ainda no Brasil, a praia de Nusa Dua era recorrentemente citada como uma das mais belas do mundo. Depois, no Havaí conhecemos a Carol, uma gaúcha que havia ficado por um mês na praia de Ulwatu, repleta de brasileiros, segundo ela. E, como não poderia deixar de ser, sabíamos que algumas sequências do filme Comer, Rezar e Amar tinham sido rodadas na praia de Padang-Padang.
Nossa primeira incursão naquela região foi enquanto ainda estávamos hospedados em Sanur. Alugamos uma motinho e desbravamos todas as vias (a maioria em reforma) e o trânsito caótico, formado por milhares de outras motos e carros (poucos caminhões), com muita coragem e persistência. Dirigir em Bali, isso sim, é uma aventura! A maior parte do caminho é cortada por uma via principal (expressa) que dá acesso a todas as praias e vila existentes no percurso. Essa estrada está em bom estado de conservação, mas lotada de policiais, que frequentemente nos paravam para exigir propina. “The police iscorruptin Bali” dizem os moradores. Nada que seja estranho a nós, infelizmente. Uma dica para quem for a Bali: embora seja aceita na maioria dos países do mundo, a CNH brasileira não valei por lá, então, faça a carteira internacional.
Enfim, conseguimos chegar ao famoso paraíso. A primeira parada foi em Uluwatu. A praia é para surfistas, por isso os brasileiros praticantes do esporte vão para lá. Ouvimos, especialmente, muito sotaque gaúcho. As ondas ficam longe da costa e há uma barreira de coral embaixo d’água, então surfistas, tenham consigo muito fôlego, força no braço e aquelas “botinhas” específicas de borracha para evitar acidentes.
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Para chegar no mar é preciso descer uma escadaria encravada entre as pedras. Os banhistas podem aproveitar uma parte menor da praia, mas extremamente linda, entre as rochas e com a água clarinha. As lojinhas, restaurantes e dormitórios ficam em cima do penhasco. A vista de qualquer lugar lá em cima é de tirar o fôlego. Se o assunto for praia, Uluwatu é disparadamente a mais linda de Bali. Estando lá a dica é aproveitar a vista de um dos restaurantes e tomar uma Bintang (cerveja local) curtindo o esplendoroso pôr do sol. Voltamos lá algumas vezes.
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Fonte: 30 trips
Nosso próximo destino foi Padang-Padang. Essa praia é igualmente maravilhosa, com a diferença do grande espaço para os banhistas. Ela pode ser vista da estrada, com sua areia branquíssima, seus costões rochosos, suas águas cristalinas, seus bancos de corais e, lá no fundo, as ondas dos surfistas. O acesso também é por escada, mas essa é muito mais simples. Logo no início uma placa avisa que ali tem festa todos os sábados. Algumas pousadinhas e restaurantes (poucos warungs – restaurantes de comida local, deliciosa, que no Brasil seriam os conhecidos PF’s), a maioria de ótima qualidade, comida orgânica e italiana, se espalham pela única rua, compondo um cenário tranquilo, paradisíaco e roots. Estava decidido: ficaríamos alguns dias lá (que, usando toda a minha oratória, eu consegui transformar em seis).
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Fonte: 30 trips
Um paraíso à beira mar. Era isso que eu precisava para me recuperar definitivamente do trauma deixado por toda a loucura e porquice chinesa. Em Padang curtimos dias de sol, calor, sombra e água fresca. Nossa pousadinha tinha ar-condicionado, internet wi-fi e piscina. Nem o cabelo que era louro e ficou verde por conta do cloro foi motivo de tristeza.
Alugamos outra scooter para visitar as tão faladas praias de Nusa Dua e Dreamland. A primeira é um complexo de resorts. Muito bonita, como todo o sul da ilha, mas com aquela vibe bem turística mesmo. Lá encontramos o garçom de um warung com uma camiseta da minha amada terrinha, Floripa!! “Eeee saudade”!! A segunda é bonita, mas perde para as outras e, para a minha infelicidade, no dia em que fomos ela estava tomada por excursões cheias de chineses. Sim, eles estão começando a se aventurar para fora do seu próprio país e dá para notar o quão novatos são nessa arte. Muita roupa, pouquíssima desenvoltura com o mar, muito escândalo e, como não poderia deixar de ser, sujeira. Espero que o contato com o mundo exterior os eduque ou quem perderá serão as belezas naturais do planeta.
Em Padang seguimos caminhando pelo lado leste e, entre pedras e areia fofa, fomos parar na maravilhosa Impossible Beach. Deserta, cheia de piscinas naturais, um lugar com aquele tipo de beleza que emociona. Ficamos algum tempo ali, curtindo a “solidão” e o visual incrível.
A festa de sábado a noite é um show a parte. Em plena praia, mesas e cadeiras de plásticos são distribuídas pela areia. Em frente, uma equipe monta os apetrechos da banda. No fundo, alguns isopores dão conta das Bintangs geladas e de uma grande quantidade de peixes, camarões e lulas que podemos escolher, nós mesmo, ali na hora. O preço do jantar é cobrado pelo peso do pescado, que é assado em uma churrasqueira improvisada, mas servido com um delicioso tempero em um bonito prato montado em folhas de bananeira, que tem arroz, espinafre e dois tipos de molho como acompanhamento. Um verdadeiro banquete! As garçonetes, tradicionalmente vestidas, nos servem com a típica simpatia do povo local. A única construção de concreto dá abrigo ao banheiro e também à cozinha.
No repertório da banda muuuuuuuuito Bob Marley. A acústica é turbinada pelo paredão rochoso da praia. Em poucos minutos o local está cheio de turistas, na maioria jovens surfistas. Quem não encontra lugar nas mesas abre logo uma canga e senta na areia mesmo. Durante a primeira parte da apresentação as pessoas ainda estão tímidas e jantando. Na segunda parte, porém, todos se soltam e vão dançar em frente ao palco. Não é um show “típico” montado para quem vem de fora. Essa festa poderia acontecer em Floripa, na Guarda do Embaú, na Prainha ou em Itacoatiara. E exatamente por não ser nada forçado é que ela, naquele pedacinho de céu que é Padang, é tão especial.
Gostamos tanto da experiência que decidimos mostrar tudo ao Zeca e à Celi durante a semana que eles passaram conosco na ilha. A princípio, o perfil deles estaria mais para Nusa Dua, mas como deixá-los de fora de tanta magia? Com eles, passamos mais dois dias em Padang-Padang e, embora talvez não fosse sua primeira escolha, temos certeza que gostaram da experiência, principalmente do clima mágico da festa. Com a vibe contagiante, todos nós dançamos com os pés descalços na areia. Nada de problemas, de dores nas costas ou pelo corpo em virtude das longas caminhadas daqueles dias. Tudo isso ficou menor perto daquele momento. E nós quatro curtimos!
Vale lembrar que a luz era somente de velas e, por isso, o brilho das estrelas e da lua era realçado. Eu e o Duda ficamos olhando o mar, admirando o céu, ouvindo aquele som e… pulamos na água! Como resistir a um banho de mar noturno com esse cenário de fazer inveja a qualquer Comer, Rezar e Amar?
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Fonte: 30 trips
Próxima parada, toda a fé e cultura de Ubud.
Terimakasi!!
Ubud: onde a fé e a cultura se misturam
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Fonte: 30trips
Já sabia que Ubud era a região mais mística da ilha, mas só quando cheguei lá é que tive a sensação de realmente estar em Bali (como eu imaginava que seria). A região de Uluwatu e Padang-Padang foi a mais linda de praia, com todo o clima que eu gosto – de cidade minúscula praiana sabe? –, além do visual inenarrável de tão belo. Mas Ubud foi um sentimento. Uma vibe diferente paira por lá, com todos os templos e construções no estilo balinês.
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Fonte: 30trips
Andar pelas ruas de Ubud é como se estivéssemos dentro de um filme típico. A cada viela uma surpresa, a cada construção um detalhe novo que sempre misturava o suntuoso, devido à riqueza de detalhes, e o delicado, pelo lindíssimo trabalho artesanal que representavam. As oferendas também tomam conta do cenário. Diariamente as pessoas confeccionam cestinhas de folha com flores sortidas, incensos e colocam em frente a todos (eu disse todos) os estabelecimentos. Sempre em pares. Assim como nas entradas dos templos existem duas estátuas de dragões indonésios. Isso significa o bem e o mal que existe em cada ser, lembrando que o importante é o equilíbrio. E eu simplesmente ADOREI isso. De tantas oferendas nas ruas, Duda por vezes acabava derrubando alguma sem querer e, prontamente, pedia desculpa às entidades, claro.
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Fonte: 30trips
Ficamos hospedados no hotel Sanias, ao lado do Mercado de Ubud, que também possuía um templo particular. Um verdadeiro oásis, com suas cabanas fidedignas ao estilo local, seus chatôs e sua deliciosa piscina. Um verdadeiro achado. Embora não fosse um resort, o quarto e as acomodações em geral eram muito, muito boas. Uma ótima dica para quem quer ficar hiper-bem localizado, com muito conforto, beleza e não está disposto a gastar fortunas em estadia. Afinal, Ubud tem um mundo de atrações. Quem vai querer ficar no quarto?
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Fonte: 30trips
O Warung Lokal, nome do warung que fica ao lado do hotel é um dos melhores que fomos. Viramos clientes assíduos. O mercado, a poucos passos de distância, traz todo o artesanato em madeiras, cangas, roupas, objetos de decoração e, claro, prata de Bali. Chegamos a ir a Celuk, onde ficam as fábricas, mas lá só vale mesmo se for comprar em grandíssima quantidade. Caso contrário, o melhor é barganhar com as vendedoras de Ubud.
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Fonte: 30trips
Na mesma região está localizado o Palácio de Ubud e a Starbucks mais linda do planeta!! Sério mesmo! Em meio a um jardim cheio de vitórias-régia e no maior estilo balinês (que por sinal é o meu preferido em se tratando de decoração, bem dosado, claro). O must!!
Ali também é fácil alugar uma moto para visitar as cercanias. Um fato curioso é que em Bali, segundo informações de locais, crianças de dez anos podem pilotar moto e de 12 anos já podem dirigir carros. Vimos várias pilotando pelas ruas. Alugamos uma motinho e rumamos para o norte, nas plantações de arroz e também para a Floresta dos Macacos. Neste até dá para ir andando, só não vá se perder entre as maravilhosas lojas espalhadas pelo caminho. Ah se minha mala fosse maior que uma mochila… Apenas um cuidado: muitos macacos desta floresta e de outros templos como o de Uluwatu, por exemplo, são treinados para furtar bolsas, relógios, óculos etc. E não se enganem com as carinhas doces dos bichinhos. Eles sabem mostrar sua força e seus dentes MUITO afiados quando querem. Se o “material” não for de grande valia, a pessoa que, na verdade, está por trás dos bichos até devolve o pertence, muitas vezes cobrando uma propina pela “ajuda”. Então, melhor ficar esperto.
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Na saída de Ubud existem várias fábricas de esculturas em madeira, que eu simplesmente A.M.O! Sabe aqueles budas de 1,5m vendidos a cerca de R$ 2 ou R$ 3 mil? Ali, igualzinho e autêntico, sai por U$ 100. Nessas horas o parco tamanho da minha mochila me faz chorar!
Está pensando que o descanso vem com o pôr do sol? Não mesmo! Ubud tem, pelo que vimos, a melhor gama de restaurantes da ilha. Todos lindos e a maioria muito bom. Além disso, shows típicos encantam os turistas. Fomos a dois. O primeiro era formado por várias esquetes de contos balineses, encenadas por dançarinas e dançarinos, acompanhados por um grupo que tocava instrumentos típicos de batuque e de sopro. Já o segundo era uma peça contínua, com vários atos sobre um antigo conto hindu, onde uma princesa era sequestrada por um nobre mau e o príncipe recebia ajuda de macacos para resgatá-la. Esse espetáculo contava apenas com as vozes dos homens como trilha sonora e também algumas cenas envolvia fogo. Em ambos o figurino impressiona, mas esse foi o que mais gostamos. Zeca e Celi já nos acompanhavam a essa altura.
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Fonte: 30trips
Escolhemos começar em Ubud a semana que eles passariam conosco exatamente para que tivessem, logo de cara, esse encontro com o lado mais místico de Bali, na intenção de que sofressem uma momentânea ruptura com mundo ocidental e experimentassem aquele sabor tão único. Acho que valeu. Com eles revisitamos alguns lugares, fizemos novamente o rafting (que vale muito à pena), frequentamos várias massagens, fomos a templos belíssimos e, em nossos jantares maravilhosos comemoramos, por mais de uma vez, a alegria de estarmos juntos de novo! Esse reencontro com a família foi fundamental para recarregarmos as baterias no encerramento deste primeiro trimestre da 30trips. Receber esse calor humano, neste momento em que minha família passa por um período delicado (e passageiro, claro), foi muito bom! Por isso, aos meus queridos sogros eu só tenho a dizer: muito obrigada!
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PS1: Um detalhe curioso sobre Ubud é que após o fenômeno “Comer, Rezar, Amar” (que confesso só estar lendo agora) a vila é invadida por inúmeras mulheres solteiras que buscam viver as mesmas experiências que a Elizabeth Gilbert. Gente, são mais de dez mulheres para cada homem, quase todas louras (europeias, norte-americanas e australianas) e entre 35 e 50 anos. Então, se você está solteiro e busca esse perfil de companhia, a boa é Ubud!
PS2: Ainda em relação ao livro, por vezes pensei em consultar o famoso Ketut Liyer. Pensei, cogitei, falei, mas não fui atrás. Não sei até que ponto é bom saber essas coisas (ou acreditar nelas). De todo modo, não fui. Ainda me pergunto se fiz bem ou não, mas, enfim, vai ficar para a próxima.
Kuta: a bagunça é aqui
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Bali é um paraíso, tranquilo e espiritual? Não em Kuta. Aqui o bicho pega. Um trânsito violento, mais moto que gente, mais camelôs que moto. Da vontade de andar com uma plaquinha escrita: “No, thanks!!” pra evitar o trabalho de ter que repetir essa frase trocentas vezes por dia. Kuta é desenvolvida, urbana e barulhenta. Apesar disso é muito legal e tem seus atrativos.
Os nativos dizem que “Kuta never sleeps”. Pode ser.. A galera jovem atrás de diversão vai toda pra lá. Repleto de australianos querendo farra, existem várias boates e bares na região. A bagunça não tem hora pra acabar, e é só cair a noite que começa a festa.
Cartaz "amável" de um restaurante em Kuta:
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Grandes Shoppings Centers e lojas de marca se misturam a barraquinhas estilo feirinha, Resorts se mesclam com hotéis de 20 dolares, restaurantes famosos como Hard Rock Café e Bubba Gump ao lado de warungs como o Warung Totemo que foi o melhor de Bali, baratíssimo e com excelente comida.
A praia de Kuta é diferente, toda murada. No por do sol os tradicionais vendedores que vemos por toda a cidade não se cansam de oferecer “bintang time” em referência a marca de cerveja local. Mas essa parte eu gostei, não rolou surf pra mim na meca dos surfistas. As ondas de Uluwatu, além de gigantes, eram muito longes e em cima de um coral, quase todos os surfistas ali usavam uma botinha de borracha para não se cortar. Aqui era diferente: ondas de 1 metro com séries maiores e quebrando próxima da areia, permitiu que o surfista amador aqui pegasse altas ondas!! Em várias sessions durante as nossas 3 estadias por lá.
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3 estadias?? Explico. Kuta fica no meio do caminho e do lado do aeroporto, então entre cada uma de nossas mudanças aproveitamos pra ficar uns dias por lá, degustar os deliciosos pratos por 3 dólares, sucos de fruta no capricho por 1 dólar e claro pegar “altas” ondas. E mais uma vez a Heda também se arriscou a surfar.
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Não nos hospedamos com meus pais aqui, primeiro pela zona que isso é, e segundo porque priorizamos mostrar-lhes as belezas da ilha. Mas passamos com eles por Kuta, num fim de tarde para mostrar a cidade de Bali que ficou famosa após um atentado terrorista em 2002 que matou 202 pessoas, em sua maioria, estrangeiros. Esse passeio também proporcionou umas comprinhas e até um encontro com o astro de hollywood Jim Carrey (ou seria um sósia?).
Singapura: onde as coisas funcionam
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Singapura era uma das paradas obrigatórias da nossa passagem RTW, e de lá iríamos rodar a região. Por esse motivo tivemos duas passagens rápidas pelo país, a primeira de um dia vindo da China e saindo correndo pra Kuala Lumpur pra encontrar a Iga e o Matheus, e a segunda por dois dias servindo de escala entre Bali e Bangkok.
A cidade é interessante, muito moderna e tudo funciona. No metrô já vimos logo de cara avisos sobre pesadas multas por fumar, beber ou entrar comendo nos vagões. Até chiclete da multa. Drogas então nem pensar, pena de morte sem pestanejar. O trânsito fluindo e o respeito pelas pessoas fizeram um forte contraste com a China, de onde viemos.
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Fonte: 30trips
Hospedar-se por lá é bem caro, por isso optamos por ficar em hostels. Na primeira vez ficamos no Tree in Lodge e na segunda vez no River City Inn. Os dois hostels são os primeiros na qualificação do site hostelworld.com e são bem localizados e tem excelente estrutura. Ambos renderam belas ideias para implementação futura no Lapa Hostel, principalmente o segundo.
Singapura é um dos quatro tigres asiáticos e desde a sua separação da Malásia decretada em 1965, não parou de crescer. Hoje é um dos países mais ricos do mundo, com o 3º maior PIB per capita do mundo, 4º maior centro financeiro e 5º porto mais movimentado. Pra um país menor que a cidade do Rio de Janeiro tá bom né??
Dentre as atrações turísticas do local, visitamos a Marina Bay e a famosa estatua de Merlion na primeira parada e o grandioso complexo de entretenimento Clarke Quay e seu riverwalk, que conta com diversos bares e restaurantes além de ter uns dois ou três shoppings no seu entorno.
É isso, da primeira vez o reencontro com a civilização marcou. Da segunda, valeu pelo descanso após um mês intenso em Bali e a grande expectativa pela visita à Tailândia que se aproximava.
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Fonte: 30trips
Vale ressaltar que a Singapore Airlines é muito foda!! A melhor classe econômica do mundo fez jus ao título: poltronas espaçosas, aeromoças simpáticas e com uniformes estilosos, comida oriental ou ocidental acompanhada de vinho, além de um computador de bordo completasso, com mais de 200 filmes. O aeroporto mantém o padrão da companhia, e além de gigante é bonito e confortável.
Voltaria outras vezes, de preferência com mais dinheiro!! hehe
A frenética Bangkok
Em leituras de outros livros de viagem, a capital Bangkok já me parecia ser diferente da tranquilidade de outros paraísos naturais da Tailândia. Chegando lá, tive a confirmação: a cidade é frenética.
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Com um trânsito que nunca para, é difícil deslocar-se por outros meios de transporte que não sejam o trem ou o metrô. Acreditem, nós até tentamos, mas demoramos duas horas para percorrer apenas metade do caminho que o google indicava levar, no máximo, 40 minutos.
Optamos por ficar, inicialmente, no hotel Nasa Vegas, que estava em promoção e fica ao lado do metrô. Já sabíamos da existência de uma região preferida por mochileiros, mas como a única forma de chegar até ela seria táxi ou tuk tuk, resolvemos dar uma olhada antes.
Bangkok é uma cidade estratégica para a nossa 30trips, pois daqui faremos viagens menores para a Indochina (Laos, Vietnã e Camboja) e o sul da Tailândia, tiraremos os vistos de Myanmar e da Índia e pegaremos nosso voo para o Nepal. Ao todo, serão três visitas. Por isso, estava receosa com a possibilidade de termos, eu e ela, uma relação de amor e ódio, mas tudo deu certo. Como disse para o Duda, Bangkok é uma bagunça gostosa. Não sei como explicar em palavras, mas é muito bom circular por aqui.
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Tivemos sorte, chegamos na véspera do aniversário de 85 anos do rei Rama IX. Bhumibol Adulyadej, seu nome verdadeiro (que significa Força do Incomparável Poder na Terra), subiu ao trono em 1946 e atualmente é o chefe de Estado há mais tempo em serviço no mundo. Até então eu pensava que era a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, mas ela é a segunda e ocupa o cargo há 60 anos.
O aniversário foi lindo. Não apenas os militares e autoridades políticas prestigiaram a festa, realizada na praça em frente ao Palácio Real, mas também muitos, muitos populares (ao menos 200 mil pessoas, segundo dados oficiais). Inclusive, quando pedíamos informações sobre alguns pontos turísticos, os moradores nos pediam para rezar pela saúde do rei, que hoje está debilitada.
Neste dia todos vestiam amarelo e soltavam velas pelo ar. Eram tantos elogios toda vez que perguntávamos sobre ele, que eu realmente me emocionei. Cheguei a comentar com meus pais, numa conversa pelo Skype, que nunca tinha ido a um país onde as pessoas gostassem tanto do seu governante e como isso era estranho e, ao mesmo tempo, impressionantemente belo. Para mim, brasileira que sou, é difícil admitir um sentimento tão bom por um governante em um país cheio de desigualdades como é, também, a Tailândia.
Em minhas pesquisas descobri que embora tenha apoiado alguns regimes militares e seja um dos monarcas mais ricos do mundo (com um patrimônio estimado em U$ 35 mi), ele facilitou a transição do país para a democracia, nos anos 1990, e utiliza parte de sua fortuna para financiar cerca de três mil projetos assistenciais e de desenvolvimento na Tailândia. Além disso, era bonito, já foi monge e toca sax. Talvez por isso seja um semi-Deus por aqui.
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Fonte: 30trips
Em nossas voltas pela cidade, optamos por comer nas diversas barraquinhas que se encontram por todos os bairros. Além de deliciosa, a comida de rua não faz mal. Turistas e trabalhadores de terno e gravata comem nestes locais com satisfação. É muito bom mesmo!! Também aproveitamos para tirar o visto do Vietnã.
Seguindo a dica de um morador, para visitar as principais atrações turísticas tomamos um metrô até o Rio Chao Phraya e de lá percorremos o restante do caminho num delicioso passeio de barco ao enterdecer. Super recomendamos essa dica!! Lá visitamos o templo do Buda Deitado (Wat Pho), que impressiona pelas três torres feitas em rico detalhe da arquitetura tailandesa.
Por lá também fica a citada a Khaosan Road, região dos mochileiros. Fomos dar uma conferida e, claro, decidimos nos mudar para cá. Outra atmosfera. Não procurei por hoteis melhores, mas na próxima ida eu indico caso tenha. Neste caso, o melhor é ficar lá mesmo. Na região também fizemos uma massagem nas pernas e nos pés. Estávamos com saudade, depois de Bali. A completa faremos na próxima visita à cidade.
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Fonte: 30trips
Além do aniversário do rei, uma data ainda mais importante foi comemorada por nós em Bangkok: nosso primeiro ano sob o mesmo teto, no dia 03 de dezembro. Jantamos no restaurante Basil, no Sharaton Hotel, e essa é outra grande dica. Maravilhoso!! Certamente voltaremos em nossa próxima ida.
Lá perto também está localizado o Shopping Terminal 21. A ideia é reproduzir os mercados de rua e cada andar remete a uma cidade do mundo, sendo essas: Roma, Paris, Tóquio, Londres, Istambul, São Francisco e Los Angeles. Incrível! Também vale a visita.
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Fonte: 30trips
Muita coisa ainda precisa ser explorada, descoberta e descrita aqui. Já está marcado na agenda da próxima vinda a Bangkok uma massagem completa, a visita aos famosérrimos alfaiates locais, aula de culinária tailandesa e visita aos outros pontos que não fomos ainda.
Deixamos meu mochilão e a mochilinha do Duda num locker aqui e vamos viajar apenas com um mochilão e uma mochilinha com os apetrechos eletrônicos. Indochina, aí vamos nós!!
Além das ruínas de Ayutthaya
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Fonte: 30trips
Saindo de Bangkok, nosso primeiro destino foi Ayutthaya, capital cultural da Tailândia. Considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o local já foi, de fato, capital do país por 417 anos, durante o famoso Império Sião.
Nesta época, por volta do ano 1700, a cidade era a mais populosa do mundo, com aproximadamente um milhão de habitantes. Incrível!! Ela foi construída no Golfo do Sião, onde fica o vale do Rio Chao Phraya (o mesmo que banha Bangkok), de forma equidistante da China e da Índia, a fim de controlar a expansão árabe e europeia pela região.
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Fonte: 30trips
Em 1767 foi invadida pelo Império Birmanês, resultando em sua destruição e também do reino. Após esse episódio, Ayutthaya nunca mais foi a mesma. Atualmente é uma cidadezinha com quase 55 mil habitantes que sobrevive do turismo às ruinas de seu passado glorioso.
Fomos para lá em uma viagem de trem, que sai de hora em hora da estação de Bangkok. Muitos turistas fazem deste passeio uma day trip, retornando para dormir na capital. Nós preferimos ficar por lá mesmo e sentir o clima reinante.
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Fonte: 30trips
Nos hospedamos na Bifern Homestay (não tem site, mas é facilmente encontrada nos sites de busca especializados), que é muito boa. Bem localizada e com um preço muito justo, a comida é feita pela dona do local e é irresistível. Esta mulher é muito simpática e permite que os hóspedes, mesmo após o check-out, tomem banho (dá toalhas novas, inclusive) após um dia de passeio por ali. Foi o que fizemos, antes de ir embora.
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Fonte: 30trips
Para circular pela cidade pode-se alugar uma bicicleta ou ir a pé mesmo. Entre as famosas ruínas estão a de Wat Phra Si Sanphet (antigo Palácio Real), e a de What Mahathat (antigo monastério real). Nesta última, existem muitas estátuas de Buda que foram decaptadas pelo exército da Birmânia durante a invasão. A maior atração é uma cabeça que foi resgatada por moradores e colocada entre as raízes de uma árvore como forma de marcar o ocorrido.
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Fonte: 30trips
Mas o lugar não é apenas feito de histórias. Nas ruas de Ayutthaya vimos os primeiros elefantes de perto. As pessoas podiam dar volta com eles, pagando, claro. Eu até abracei um filhote lindo!! Mas dá pena do jeito como são tratados pelos adestradores, que sempre carregam consigo um gancho de ferro e, de vez em quando, os usam contra esses dóceis bichos, para mantê-los “dançando” para o público. Quando vi isso, fomos embora.
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Fonte: 30trips
Outra crueldade com animais, mas muito popular por aqui, é a rinha de galo. Proibida no Brasil, em Ayutthaya presenciamos um campeonato, com direito a troféu e prêmios para os vencedores. Eu não tive coragem de assistir. Só via os animais saindo ensanguentados do “ringue”. O Duda, que tem estômago muito mais forte que o meu, tirou fotos e fez vídeos da briga. Se o material for publicado neste site, deixo claro que foi sob meu protesto!
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Fonte: 30trips
Ainda circulando por lá, visitamos um templo mais novo, utilizado pela população nos dias de hoje. Bonito, mas nada suntuoso, o local estava cheio de visitantes e locais.
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Fonte: 30trips
A cidade é uma ótima opção de turismo tranquilo e barato. Almoçamos na beira do rio, em um restaurante ao ar livre. Apenas uma lona no chão, com mesinhas sem cadeiras. Uma delícia!!
A última parada foi uma visita ao Buda deitado de Ayutthaya. Os fãs do jogo de videogame, Street Fighter II devem reconhecê-lo, pois era cenário do jogador Sagat. Duda me fez pagar o maior micão da história ao posarmos igual ao game. Tem coisas que só por muito amor mesmo.
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Fonte: 30trips
Findada a aventura virtual, embarcamos num trem noturno rumo à fronteira com o Laos. Essa aventura, sim, eu espero que seja tranquila.
See you soon!!
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Fonte: 30trips.com
Você já ouviu falar de Nong Khai?
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Fonte: 30trips.com
Nem nós, até dois ou três dias antes de chegar aqui.
Não se trata de uma cidade turística ou com grandes atrativos, os motivos que nos trouxeram pra cá foram definidos pelo departamento de logística da 30trips. Essa cidade fica no norte da Tailândia, bem pertinho da fronteira com o Laos, e é a última estação de trem do país. A maioria das pessoas desce na ferroviária pega um tuk-tuk e vai direto para a borda com o Laos. Nós podíamos fazer igual, mas preferimos passar uma noite por lá e ver que surpresas isso poderia nos trazer.
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Fonte: 30trips.com
O percurso desde Ayutthaya até aqui foi feito num trem noturno, segunda classe, mas com ar condicionado. Nesse trem conhecemos Maureen Sinclair e Col Farrell, cineastas ingleses e que estão percorrendo o sudeste asiático atrás de material para seu novo projeto, que pode ser visto em detalhes no site www.clapperboarduk.com. Eles são muito gente boa, o Col ativista político e defensor do comunismo, Mo com décadas de experiência com cinema deixou a Heda louca com suas histórias. O trajeto de 570 km foi feito em 10 horas, mas como dormimos a maioria do tempo, passou rapidinho.
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Chegamos ao hotel, deixamos as malas e já fomos pra rua descobrir o que tinha por lá. A atração turística mais famosa da cidade era o Sala Kaew Ku, onde muitas estátuas de Buda seriam encontradas. Como esse lugar era meio longe e já vimos muitos Budas nos últimos meses, deixamos passar e fomos dar um rolé pelo mercado local, onde sempre vemos muitas cenas curiosas. Dessa vez, um coroa com um chapéu que fazia menção ao craque brasileiro “Ronaldiño” e o delicioso chocolate Success com sua “original” embalagem!! Voltamos a virar atração e pousamos para fotos atendendo pedidos de alguns nativos.
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A cidade é mínima, o mercado é contornado por um rio que faz a divisa entre a Tailândia e o Laos. De lá já era possível observar e imaginar o que nos aguardaria do outro lado.
A noite saímos para tomar uma gelada e num restaurante ou bar, estava passando ao vivo o clássico da Premier League: Manchester City X Manchester United. É impressionante o quanto esses caras gostam de futebol. Aqui na Tailândia eles jogam, torcem e vibram, em todo canto tem um campinho e todo mundo conhece os jogadores brasileiros. A pergunta que não quer calar é: Como é que não aprendem?? Nunca vi um país dessa região ao menos se classificar pra Copa do mundo.
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Antes de nos despedir da querida Nong Khai, onde tinha até misto quente no café da manhã, relato mais dois fatos interessantes que aconteceram por aqui. O primeiro deles foi o Yakultão!! 400ml de Yakult fizeram a Heda se deliciar, o sonho de muita gente aqui é realidade!! E, para finalizar, no percurso entre o hotel e a fronteira com o Laos, eu assumi o comando e pilotei o tuk-tuk . Com muita segurança e respeitando as sinalizações, arrebentei pelas ruas de Nong Khai!!
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Vientiane: A (des)conhecida capital do Laos
Muitos turistas que visitam o Laos não chegam a ir à Vientiane. Até iniciar a 30trips eu mesma não fazia ideia de que a cidade era capital do país, muito menos que está localizada na fronteira com a Tailândia. Para mim, regiões fronteiriças remetem à bagunça, pechincha, terra sem lei. Claro, até então, minha visão era limitada pelas experiências que tenho com as fronteiras do meu país.
Todavia, também não esperava que fosse uma megalópole. E não foi. A primeira impressão, na rodoviária local, foi exatamente o contrário. Mas, afinal, estamos falando do Laos, um país socialista, cuja principal atividade econômia é a agricultura e que está longe de ser uma potência. Entretanto, a curiosidade era grande exatamente pela combinação desses fatores.
A China é, digamos, o “primo rico” e eu queria sentir o socialismo de uma forma mais roots. Deu… em partes. Explico: minha ideia inicial sobre o Laos era de que fosse um lugar remoto, onde a população vive à parte de tudo o que acontece no mundo. Não é assim. Os turistas, principalmente australianos, já descobriram esse lugar. Inclusive encontramos alguns brasileiros. Então, o trânsito de informação e a troca entre as culturas é grande. Não é, definitivamente, um ponto isolado do exterior.
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O que dizer de um país socialista em um mundo globalizado? Ele é… globalizado. No caso do Laos, não totalmente. Encontramos coca-cola, mas por aqui nem sinal de MacDonalds. Vientiane, a capital, é uma cidade com um clima bem característico. Banhada pelo Rio Mekong, por vezes me senti como se estivesse em uma mistura entre a praia da Ponta Negra – em Manaus (BR), que conheci no início da viagem –, e uma cidadezinha serrana do Brasil.
O Laos foi uma colônia francesa e muitas pessoas desse país escolhem viver lá até hoje. Vimos isso bem no bairro que beira o rio, com suas construções ao estilo francês e seus deliciosos restaurantes. Para explorar um pouco mais a cidade, pagamos uma corrida de tuk-tuk até o Pha That Luang, um templo budista datado do século três, mas que sofreu inúmeras reformas até os anos 1930. É considerado o cartão postal de lá. Sinceramente? É bonito, mas já vimos coisas muitos mais suntuosas por esse mundão afora. Agora, nesse lugar tem uma árvore com várias estátuas douradas de Buda em diferentes posições que é realmente um achado. Passa muita, muita paz.
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Fonte: 30trips
O Laos é um país conhecido pela grande quantidade de monges budistas. Percebemos a numerosa presença deles pelas ruas. Cabelos raspados em uma espécie de sári branco ou laranja, sempre protegidos do sol por uma sombrinha e com aquele semblante leve. Tão bom.
Decidimos voltar do templo andando para desbravar outros cantos de Vientiane. Como estão próximos à fronteira com a China, é comum ver turistas desse país por lá. A cidade recebeu de presente do tal “primo rico” e camarada, um grande monumento, chamado Victoria Gate (lembra um pouco o Arco do Triunfo, em Paris) que fica em sua maior avenida. Bandeiras do país e do socialismo também estão por todos os lugares.
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Encerramos o passeio entrando num templo budista menor que ficava em frente ao nosso hostel. Sabe aquela coisa que se faz sem pensar (já que templos não chamam mais tanto a nossa atenção como no ínicio da viagem)? E lá eu tive uma experiência muito legal. A primeira da minha vida.
Sou uma pessoa de MUITA fé, mas minha opinião sobre as religiões (enquanto instituições que são) é de que são muito humanas para serem divinas, além de recorrentemente serem usadas como motivo de intolerância em diversos séculos e lugares do planeta, resumindo bem a linha de pensamento, já que não cabe aprofundar aqui. Para mim, um mundo como pintou John Lennon seria melhor: “Nothing to kill or die for, and no religion too”.
Essa é uma opinião muito pessoal e só estou divulgando aqui porque ao entrar nesse templo, um dos mais simples, vimos uma cerimônia onde os monges repetiam os cânticos de forma ininterrupta, em transe (será?) e eu vivi uma coisa que já mais pensei. Uma sensação, um diálogo com algo que não sei explicar, sem me afastar do que me cercava. Enfim, uma coisa única, mágica e linda! Isso aconteceu num momento muito importante para mim, no dia em que meu pai seria operado em Floripa. Deu tudo muito certo e a dupla da 30trips está mais do que feliz e aliviada!!
Pelo o que vimos na capital, o socialismo vem cumprindo seu papel. Não vimos qualquer discrepância social, nenhum mendigo, miséria ou pobreza extrema. Também foi seguro caminhar nas ruas, ainda que a comunicação com uma populalção, que quase não fala inglês, seja na base dos gestos. Entretanto, estamos falando da capital. Ainda vamos para Luang Prabang, na serra deles, com uma parada estratégica na cidade de Viang Vieng, da qual acabamos de saber sobre a existência. Então, vamos ver o que nos aguarda. Até lá!
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Vang Vieng: A cidade dos mochileiros
Mais um lugar que nunca tínhamos ouvido falar. Dessa vez trata-se de uma cidadezinha no interior do Laos. Em meio a rios e montanhas e localizada a 120 Km ao norte da capital Vientiane e 260 Km ao sul do principal destino turístico do país, a cidade de Luang Prabang, está Vang Vieng. O percurso de 380 Km entre as duas principais cidades do país demora cerca de 11 horas e ouvimos que valeria a pena fazer uma escala por lá.
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Chegamos por volta das 14h, almoçamos e logo achamos uma bela guest house pela bagatela de seis dólares. Alugamos uma moto e fomos conhecer a cidade. Um astral muito bom e uma imensa quantidade de mochileiros chamou nossa atenção. Seguimos nosso destino e acabamos indo parar na Khan Kham Cave, uma caverna muito maneira, onde precisávamos de lanterna pra ver alguma coisa, e por sorte tinha um sujeito lá alugando o equipamento. O caminho de moto era difícil e cheio de obstáculos, mas valeu!! A caverna era irada!!
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Até então a ideia era chegar no local, passar a noite e sair no outro dia bem cedinho. Porém, procuramos na internet atrações sobre a cidade e duas reportagens do site de turismo da CNN chamaram nossa atenção. A primeira delas dizia que aqui era o paraíso dos mochileiros e fazia menção a festas no rio, em plena luz do dia, comandada por um bar. A segunda contava sobre o fechamento desse mesmo bar (cerca de dois meses antes de chegarmos) após a morte de um canadense que abusou da combinação entre álcool, drogas e esportes radicais. Segundo informações extra oficiais, mais de 20 pessoas morreram pela mesma causa somente em 2012.
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Pela quantidade de jovens por lá, a grande maioria australianos, existem alguns bares e pubs que animam a cidade. Nos restaurantes, quase sempre passando reprises do seriado “Friends”, a comida é de alto padrão e por um precinho que só no Laos mesmo. Nos bares é o som de Gangna Style que bomba. Na primeira noite vimos várias pessoas com uma marca de pilot na mão, descobrimos que era referente a um passeio pelo rio, e resolvemos ficar mais um dia para conferir.
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No dia seguinte, partimos para a aventura, que consistia em alugar uma “boia” (leia-se, câmara de pneu de caminhão) e com ela descer o leito do rio por cerca de duas horas e meia, percorrendo cerca de 10 km. Relaxante e mesmo os trechos com corredeiras dispensam a presença de instrutor, guia ou salva-vidas (que bom, porque se precisasse não teria). Aluga a boia e se taca no rio, simples assim. No fim das contas foi muito tranquilo e divertido. Com uma paisagem daquelas, não tinha como ser diferente.
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Ou seja, mesmo sem o tal bar, a cidade continua bombando. Os baixíssimos preços atraem os mochileiros cheios de disposição, e a população local já está preparada para recebê-los. Aos que passarem pelo Laos, não percam esta parada!!!
Estou guardando com muito carinho e atenção todos os relatos, mais do que isto, montando um ótimo guia deste sonho da Heda e do Duda, dupla de aventureiros plugados na vida.
Quando estiver rodando pela Ásia me será de grande utilidade!
Parabéns a estes incríveis FC!
Luang Prabang: O charme da Indochina
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Chegamos a Luang Prabang, nosso último destino no Laos. A antiga capital imperial é a cidade mais visitada do país. Muitos turistas vão ao Laos só para conhecê-la e nem passam por outros lugares. Este é o caso, por exemplo, de duas brasileiras com as quais cruzamos na belíssima cachoeira Kuang Si Falls. Aliás, não foram as únicas que encontramos, embora ouvir português por aqui não seja a coisa mais comum. São duas brasilienses que optaram por curtir os dias de férias nesse pedaço do planeta e que do Laos partiriam ainda para Vietnã, Camboja e Tailândia. Exatamente o pedaço da trip que estamos fazendo neste momento só que, por conta do tempo hábil, elas não poderão conhecer tanto quanto nós.
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Luang Prabang também demonstra traços da influência francesa, possui excelentes restaurantes, ruas agradáveis e um clima estiloso completa o cenário. Os mercados diurno e noturno são uma atração à parte, com toda a sorte de artesanato local que deixaram a Heda maluca.
A cidade também é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Nós chegamos exatamente na semana em que os laosianos comemoravam os 17 anos da conquista deste título. Este é outro fato curioso que reparamos aqui na Ásia. Os locais considerados patrimônio comemoram muito esse status, coisa que não vimos no Rio de Janeiro, por exemplo.
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Logo em nosso primeiro dia partimos para conhecer a famosa cachoeira e, realmente, foi uma das mais lindas que já vimos na vida. Trata-se de um complexo de quedas d’agua localizado a cerca de meia hora do centro da cidade. Pode-se chegar lá em um dos inúmeros passeios de van que são oferecidos, ou tuk tuk, mesmo. Muito da sua beleza vem pelo tom claro de suas águas, tipo “mar do Caribe”. Ficamos hipnotizados e não resistimos a um belo mergulho, embora a água estivesse muito gelada (é inverno no Laos). Duda, inclusive, deu diversos saltos de uma corda amarrada na árvore que fazia a diversão dos turistas. Gostamos tanto que no último dia voltamos ao local para mais uma tarde de deleite e lazer.
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Mas as maravilhas do Laos não acabaram por aí. O lugar também é conhecido como o país de um milhão de elefantes, então fizemos um passeio onde eles eram a principal atração. A Heda é simplesmente louca por esse bicho, então imaginem a ansiedade. Na ocasião, andamos em uma cadeira acoplada ao animal, os alimentamos e (o ponto alto) tomamos banho de cachoeira sentados no lombo deles. Incrível! São dóceis, inteligentíssimos, seu odor natural não é lá muito agradável, mas certamente foi uma das melhores coisas que fizemos na vida. Se for ao Laos, não deixe de experimentar! A experiência foi ótima e inesquecível, um dos melhores momentos da 30trips até então. Há várias companhias em Luang Prabang que oferecem o mesmo pacote com preço diferenciado, então vale a pesquisa.
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A vida lá estava boa: passear pela cidade, pelas feiras, jantares a luz de velas na beira do rio, boa comida e tudo isso gastando muito pouco. Todas essas qualidades fizeram com que ficássemos cinco dias na cidade (no início estávamos prevendo 2 ou no máximo 3 dias). Foi a primeira vez nesta 30trips que tiramos um dia off. Estávamos precisando de um dia “sem compromissos”. Afinal, conhecer o mundo requer muita dedicação e afinco. Agora, com as baterias recarregadas, estamos dispostos a enfrentar as, previstas, 24h de viagem que nos levarão ao famoso Vietnã. Então, até lá!!
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Bom dia Vietnã!!!
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Após 27 horas e meia de viagem num ônibus não muito confortável chegamos a Hanói, capital do Vietnã. A cidade é vibrante e muito movimentada, nos hospedamos no “old quartier”, uma espécie de centro velho muito frequentado por turistas. O barulho de buzina e a quantidade de motos superam Bangkok e Kuta, a poluição sonora por lá é uma constante, eles buzinam mesmo com o sinal fechado, só por diversão. Nas calçadas motos estacionadas e nas ruas gente andando. Ainda assim Hanói me pareceu muito interessante.
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Chegamos no primeiro dia da comemoração de 40 anos da operação Linebacker II, que foi a última ofensiva americana antes do acordo de paz que pôs fim a guerra do Vietnã. Eles comemoram a data pois derrubaram 30 aviões, em sua maioria B-52 nessa histórica semana.
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Visitamos uma antiga prisão que se transformou em museu. Foi construída na época da dominação francesa e pudemos ver como os presos políticos vietnamitas eram torturados, ficando algemados à cama, rolava até uma guilhotina para os mais rebeldes. Aqui também vimos uma grande homenagem à participação e ao apoio feminino no movimento político. Há uma seção exclusiva para elas, com fotografias e textos enaltecendo sua lealdade e coragem. O mesmo prédio foi utilizado para prender pilotos americanos durante a guerra do Vietnã. Esses por sua vez, foram bem tratados, na maior mordomia, podiam até praticar esportes e se comunicar com os familiares através de cartas.
Ainda pelas ruas de Hanói, vimos várias lojas de arte, algumas com antigos cartazes de propaganda comunista. A bandeira do país e a do comunismo é vista por todo canto da cidade. Ainda visitamos a Universidade local e comemos nas barraquinhas de rua como não podia deixar de ser, procurei por lá a famosa carne de cachorro vietnamita, mas infelizmente ainda não encontrei. Quem sabe nas próximas cidades?
Halong Bay
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O principal ponto turístico do Vietnã, que fica a 180 km de Hanói. é Halong Bay que foi eleita uma das sete maravilhas naturais da humanidade, (o Brasil é o único país com dois representantes, sendo eles a floresta amazônica e as cataratas do Iguaçu). Em Hanói é oferecido diversos pacotes para percorrer a baia, optamos por um passeio de dois dias e uma noite. A paisagem é incrível! Por lá caiacamos por entre as ilhas, visitamos uma caverna gigante e secamos nada menos que seis garrafas de vodka russa, juntamente com uns amigos israelenses e holandeses que conhecemos por lá.
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Uncle Ho
Ho Chi Minh é o cara por aqui. Um mito e certamente a figura mais importante do país. Em todo lugar se vê o retrato dele, seja em outdoors, cartazes, escolas, camisetas, revistas e onde mais quiser imaginar. Ele foi um líder revolucionário e presidente do Vietnã do Norte. Comunista, lutava pela unificação do país, que acabou acontecendo em 1975, seis anos após sua morte. Ele governava de Hanói, portanto lá estão sua casa, muito simples para um estadista, que virou um museu e seu maosoléu, onde seu corpo está embalsamado. Mesmo tendo vivido e feito história em Hanói, após a unificação do país deram seu nome à cidade de Saigon, antiga capital do Vietnã do Sul, que foi dominado pelos seguidores de Ho Chi Minh.
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Hoi Na: A cidade das lanternas
Saímos de Hanoi rumo ao litoral do Vietnã. Eu nunca havia pensado em como seria a costa desse país. Claro, imaginava que não houvesse mais bombas, mas a imagem da famosa Guerra do Vietnã também não me deixava crer que seria um paraíso.
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Compramos um ticket de ônibus aberto (sem data marcada) que nos permite fazer umas três paradas até o destino final, que seria Ho Chi Min, a antiga Saigon, no sul do país. Com ele, viajamos a noite toda em um ônibus com cerca de 15 confortáveis beliches, embora a condição precária das estradas muitas vezes nos fizesse ter a impressão contrária.
De toda forma, penso que esses ônibus também deveriam ser adotados no Brasil, um país tão grande, onde muita gente ainda depende do transporte rodoviário para visitar a família, por vezes em viagens que duram dias. A única coisa que realmente ficou a desejar foi a educação dos motoristas desses ônibus, que nos acordavam sempre com música típica altíssima e algumas pancadas (isso mesmo, pancadas) na perna.
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Nossa primeira parada foi na cidade de Huê, que até 1945 foi capital do Vietnã do Norte, e faz parte do trajeto turístico. Tomamos apenas o café da manhã e demos uma breve volta no local, foi só o tempo de embarcar no outro ônibus rumo à romântica cidade de Hoi An, também no litoral e famosa por suas típicas lanternas vietnamitas. Lá passamos o nosso adorável Natal. O primeiro do nosso núcleo familiar. Foi o máximo!!
Chegamos pouco depois do meio dia e aproveitamos para reconhecer o local. Um charme!! À noite, arrumados para a nossa ceia, fomos passear pela cidade e qual não foi a nossa surpresa ao ver, aparentemente, a população em peso nas ruas, vestindo roupas natalinas, máscaras de Papai Noel, fazendo mini apresentações de coral nas esquinas e culminando com uma missa com coral completo a céu aberto?! No Vietnã, comunista, nós não podíamos imaginar!
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Acontece que o país tem uma boa tolerância religiosa e, mesmo sem querer, fomos parar numa cidade de maioria cristã. Fizemos vídeos, tiramos boas fotos e fomos procurar um bom restaurante para passarmos nossa primeira ceia juntos (só nós dois). Optamos por um restaurante cuja a dona é descendente de uma família de gourmets local e que, além de tudo, cria novas e deliciosas receitas. Foi perfeito!
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A culinária nessa região do mundo é realmente um achado. Se em Bali o que chama a atenção são os legumes e frutas frescos, aqui na Indochina eles adicionaram a isso a melhor mistura e composição de temperos do planeta! Até pesquisei fazer um curso de culinária nesse restaurante, mas seus segredos custam o olho da cara. Melhor esperar pela volta à Tailândia.
Percorrer Hoi An à noite é um deleite para os olhos. A cidade, como disse, é famosa por suas lanternas feitas de seda e que enfeitam todos os estabelecimentos e árvores das redondezas, deixando um clima de magia no ar. Maravilhoso. Claro que eu quis levar algumas. Apenas U$ 2,00!! Mas como fazer isso tendo apenas uma mochila? Despachar pertences só quando chegarmos à Malásia, depois de passar pelo resto do Vietnã, Camboja e Tailândia de novo. No way! E, mais uma vez, as coisas lindas que encontramos no caminho terão que ser levadas apenas na memória e nas fotografias.
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A manhã do dia 25 foi dedicada às nossas famílias. Como no Brasil ainda era noite do dia 24, foi fácil falar com todos tanto em Floripa, quanto no Rio. E, neste mundo de contradições, foi a primeira vez que conseguimos participar das duas ceias. Adoramos!! Valeu, Skype!
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Neste mesmo dia experimentamos outro restaurante, que é indicado pelo TripAdvisor, nosso guia mor, como já comentamos em outros posts. Simplesmente excelente. Para quem aprecia uma boa refeição, como eu, Hoi An é simplesmente o paraíso. À tarde demos uma volta pelo mercado local e fizemos um passeio de barco pelo rio Thu Ban, que banha a cidade. Quem nos levou foi uma simpática senhora que não falava inglês e já estava bem castigada pelo tempo. Volta e meia eu penso nisso: observando esse povo, quantas coisas já vivenciaram, não é mesmo?
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Na volta ao hotel descobrimos uma lojinha que vendia vinhos. Optamos por um bom e velho Concha Y Toro, para matar a saudade da sulamérica. No Vietnã? Outra surpresa. Assim curtimos a última noite na cidade em total clima de romance, como o próprio local sugere. Na manhã seguinte partimos para Nha Trang, mas isso é outra história…
Nha Trang: Um balneário vietnamita
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Fonte: 30trips.com
Se o romantismo da cidade litorânea de Hoi An nos encantou, as similaridades com as cidades de praia do Brasil é que nos impressionaram em Nha Trang. Por aqui não vemos construções em nenhum estilo já encontrado na Ásia – templos budistas, hindus, madeira trabalhada, telhados chineses, nada. Nha Trang tem, sim, uma bela e larga orla, projetada com jardins e grande calçada para a prática de exercícios, e seus prédios são tão quadrados e/ou com sacadas quanto os nossos.
Nas primeiras horas da manhã são os locais que dominam a praia. Sempre cobertos da cabeça aos pés (na Ásia a moda é ser branquelo), eles a utilizam para a prática de esportes como corrida, natação e tai chi chuan. Da metade da manhã para frente é a vez dos gringos tomarem conta da paisagem.
A cidade, que pertencia ao Vietnã do Sul e que outrora foi um ponto estratégico dos EUA durante a guerra, atualmente é um polo turístico e atrai pessoas do mundo inteiro, principalmente da Rússia. Um fato curioso é que nesta viagem conseguimos perceber bem onde as pessoas de cada país costumam passar suas férias. Neste caso, os russos praticamente dominam a costa vietnamita.
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Além da praia, um dos principais atrativos de Nha Trang é o teleférico que leva à Ilha Hon Ter (ou do Bamboo), administrada por um imenso resort. As cabines são tipo as do Bondinho do Pão de Açúcar, no Rio, mas esse aqui é considerado o mais extenso do mundo e percorre 3km de uma ponta à outra. Fomos andando (coisa que os dois adoram fazer, ainda bem) pela orla em um passeio que durou cerca de 2h. No caminho tiramos fotos da praia, dos monumentos e entramos num bairro nada turístico, o que foi bom para conferir a simpatia dos moradores, principalmente das lindas crianças.
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Chegando lá, adivinhem? Não entramos no tal bondinho devido o preço abusivo cobrado: R$ 100 por pessoa, para quem não é hóspede. Ainda que a vista fosse bonita, sou mais a da versão carioca (que também não tem a tarifa tão diferente para quem não mora na Cidade Maravilhosa – não é o nosso caso). Para quem tiver um orçamento de férias, vale a visita. Nós, como ainda temos muito o que ver (e pagar), passamos essa.
Duas curiosidades: a primeira é que as pessoas aqui (e no Sudeste Asiático, de um modo geral) são bem curiosas e isso pode chocar um pouco os brasileiros. É comum nos oferecerem um serviço, por exemplo, e, se não quisermos, eles nos perguntarem o que vamos fazer naquele momento e depois, para onde vamos e tal. E não há perigo em dar essas informações por aqui. Brasileiro é que é desconfiado, por motivos que bem conhecemos, entre eles a violência. Triste. Também não precisa se incomodar caso você resolva olhar as fotos tiradas durante o dia em sua câmera e, não mais que de repente, ouvir uma risada ou um comentário sobre uma delas vindo do garçom que, só então você percebe, está parado atrás de você. Isso para eles também é super normal.
A segunda curiosidade é que a cidade vem sediando diversos concursos de beleza, entre eles o Miss Universo 2008, que também foi palco do primeiro show de sucesso da, até então desconhecida, Lady Gaga. Isso é somente uma curiosidade, mesmo.
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A qualidade gastronômica de Nha Trang também é muito boa. Comi dois pratos que eram servidos no coco e no abacaxi, simplesmente divinos. A noitada por lá também é famosa e o movimento nos pubs é frenético. Tomamos algumas cervejinhas geladas. Bem legal.
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Tanta animação me fez ponderar com o Duda se não seria melhor passar a virada do ano por ali. Sabe como é, somos criados na praia e eu tenho a minha crendice de pular as sete ondas. Entretanto, isso significaria menos dias nas famosíssimas praias do sul da Tailândia, então, melhor rumar para Saigon (ou Ho Chi Min, como queiram). Certamente Rèveillon na praia faz muito mais o nosso perfil, mas vivenciá-lo na cidade mais importante do sul do Vietnã será algo marcante em nossas vidas. Até lá!!
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Fonte: 30trips
Passar o Réveillon sem praia não é a coisa que eu mais gosto, só não poderia imaginar que meu ano terminaria e começaria na famosa Saigon. Se o destino era inusitado, a trilha sonora também não poderia ser mais diferente. Duda não se conteve e cantarolou por todo (todo!) o período em que estivemos por lá: “Nosso apartamento, um pedaço de Saigon”.
Preferi Saigon, antiga capital do Vietnã do Sul, à HaNoi, antiga capital do norte e atual capital do país. Após a vitória do norte comunista, Saigon passou a chamar-se Ho Chi Minh – o mais importante líder na época da guerra e que morreu antes de ela terminar –, muito embora os sulistas ainda se refiram à cidade, carinhosamente, com o antigo nome.
Mesmo sendo cortada por ruas claras, largas e arborizadas, Saigon ainda respira o conflito histórico. Turistas afoitos por saber um pouco mais como foram os dias daquela década de terror despertaram um mercado que sobrevive de partilhar os seus horrores.
Claro, como o país ainda é comunista, a versão contada é a deles – o que para nós, ocidentais que só aprenderam a versão norte americana, é muito bom. Agora, quem visita a cidade nunca pode se esquecer de trazer o seu olhar crítico. Afinal, quando dois lados são postos de forma unilateral e sem confronto, é claro que haverá uma imensa proliferação de discursos e leituras parciais de um mesmo fato.
Nosso ônibus, vindo de Nha Trang, chegou às 7h da matina. Como o quarto da guesthouse não estava pronto, perguntamos para a recepcionista qual era um bom lugar para tomarmos café. “Vocês preferem arroz ou macarrão”, disse ela. Preciso comentar? Deixamos as malas, saímos andando a esmo e nos deparamos com o Brazilian BBQ, onde encontramos um café decente, mas aquém do da nossa terrinha. Explicado: o dono não é brasileiro.
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Aproveitamos que o dia começou cedo para rodar pela cidade. Em pleno calor, fazer isso cedinho teve sua vantagem. Pegamos um tipo de táxi que, na verdade, é um cara pilotando uma bicicleta com uma “cadeira” no lugar da cestinha. Eu me sinto mal com esse tipo de coisa porque, apesar de saber que é o trabalho dele, para mim é como se estivesse explorando o motorista. Essa não é a primeira vez que vimos esse transporte, nem que o Duda tentava me convencer a andar nele. Então, fui.
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Pedimos que nos deixassem no Museu da Guerra, mas acabaram nos levando ao Museu Nacional. Uma pequena confusão, mas rendeu uma visita bacana, embora grande parte do acervo esteja relacionado ao conflito e não ao restante da história do país.
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De lá partimos em busca dos locais mais famosos. Primeiro visitamos o Palácio da Independência, que é o antigo Palácio Presidencial do regime Sul Vietnamita. Foi lá que, em 30 de abril de 1975, o exército comunista invadiu – a essa altura já com o consentimento dos EUA -, conquistou, unificou e deu formas ao país que vemos hoje. A construção em si não tem nada de mais, mas certamente o local é muito representativo.
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De lá partimos para o afamado Museu da Guerra. Que experiência! Como eu disse, é preciso analisar as coisas com cuidado porque tudo ali é parcial. Por exemplo, há uma sessão exclusiva sobre as crianças que trabalhavam em prol da causa comunista nos campos e em todas as fotos elas apareciam sorrindo, pois estavam felizes em ajudar. Pera lá, né? Cavando túneis infindáveis com apenas uma colher… sorrindo? Carregando corpos feridos e inundados de sangue… sorrindo? Estudando (se é que era possível) em escolas improvisadas nos acampamentos, sem qualquer recurso… sorrindo? Não era uma colônia de férias, né?
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Fonte: 30trips
Mas tudo ali é impactante. A história de diversos soldados de ambos os lados contadas uma a uma, com fotografias. O horror causado pelos Estados Unidos a um país muito menos desenvolvido, mas com a garra de um monstro, exposto sem censura é de arrepiar. A atuação da imprensa e os jornalistas mortos. Os relatos e as imagens de adultos e, principalmente, crianças com necessidades especiais e mutilações grotescas nascidas após o conflito, tanto no Vietnã, quanto nos EUA, devido ao uso de armas químicas, como o Agente Laranja, me levou às lágrimas. Algumas delas fazem artesanato e os vendem nas dependências do museu. Forte, impressionante, absurdo, emocionante. Certamente esse museu é uma visita necessária!!
No dia seguinte, o último do ano, fizemos um tour pelas cercanias da cidade. O passeio começou com a visita a uma fábrica de objetos (vasos, quadros etc) feitos com madre pérola. Um trabalho muito bonito.
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Depois seguimos para um belíssimo templo da religião chamada Caodaísmo. Tá aí uma religião que eu simpatizei! Surgida no próprio país, em 1926, seu nome completo significa “A Terceira Grande Anistia Religiosa Universal”. A crença, que possui aproximadamente oito milhões de seguidores só no Vietnã, é monoteísta, com Deus sendo representado por um olho dentro de um triângulo. Esse símbolo está presente em todos os seus templos, que por sinal são lindíssimos.
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Os seguidores do Caodaísmo acreditam que Deus teve que dividir-se durante o processo de criação das coisas e, por isso, todos os seres possuem uma parte Dele si. Para eles, o mundo é dividido em três períodos: o primeiro quando Deus inspirou o surgimento das religiões chinesas, do judaísmo e do hinduísmo. O segundo quando surgiram o budismo, o cristianismo, o islã e o confucionismo. E o terceiro é o momento atual onde, devido às deturpações de suas mensagens transmitidas anteriormente, Deus optou por não utilizar mais profetas e sim mensagens diretas por meio de sessões espíritas, para nos comunicar o seu desejo do nascimento de uma religião universal. Por isso, o Caodaísmo pretende reunir os ensinamentos destas religiões e unir toda a humanidade em uma mesma crença. Eu achei isso lindo! Utópico, mas lindo.
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Após uma breve parada para o almoço, fomos ao Cuchi Túnel, uma complexa rede de túneis escavados pelos vietcongs e suas famílias, munidos apenas de cestas e pequenas pás. Essa extensa rede possui três níveis e compartimentos maiores que abrigavam pequenas cozinhas. Uma obra impressionante pela grande extensão e rudimentaridade das ferramentas utilizadas. Esses locais foram fundamentais para o sucesso de algumas batalhas contra os EUA e o sul, além de abrigarem a população durante os ataques aéreos norte-americanos. É quase impossível para um ocidental entrar em todos os buracos e túneis porque, se atualmente os vietnamitas são pequenos e franzinos, imaginem numa época em que a alimentação era limitada e as condições eram apenas de sobrevivência?
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Na volta, após um rápido banho, nos preparamos para curtir a virada do ano na cidade. Descobrimos onde seria a queima de fogos e ficamos a postos. Meia noite e… fogos… à distância… mas à distância MESMO. Ainda assim o local estava cheio. Brindamos com champagne a felicidade de estarmos juntos nesse projeto e em tantos outros que vão aparecer por essa vida. No fim, o lugar não importa tanto quando estamos na companhia de quem amamos, não é mesmo?
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No meio da multidão e de motos que lotavam a região, reencontramos um casal argentino que havíamos conhecido no passeio. Fred e Sol dividiram conosco os primeiros momentos do ano, num bate papo gostoso que rolou madrugada adentro. Fred estava morando na Europa e Sol foi encontrá-lo, depois passou alguns meses na Índia e agora estavam viajando pela Conchinchina. No dia seguinte nos encontramos novamente e conhecemos o também argentino Santiago, que está fazendo um mochilão por essas bandas. Jantamos todos juntos, conversamos outras horas, mas fomos dormir cedo, pois no outro dia, cedinho, partiríamos em um ônibus rumo ao Camboja. Foi difícil despedir-nos de um lugar que nos trouxe tantas e tão distintas emoções em um espaço tão curto de tempo, mas chegara a hora de dizer adeus… ou até breve.
Camboja: o que a história escondeu
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A partida de Saigon foi um dos momentos mais reflexivos da 30trips. Perceber alegria nas pessoas que vivenciaram o horror da guerra e têm de tolerar um regime que lhes foi imposto – e processar tudo isso – não foi tarefa das mais fáceis. Partimos de lá para Phnom Penh, capital do Camboja, num ônibus noturno. Do próximo destino sabíamos apenas sobre o famoso templo de Angkor Wat e que a Angelina Jolie adotou um cambojano há alguns anos.
Chegamos cedo e a cidade nos pareceu simpática, com um quê europeu (o mesmo sentido em Vientiane). Optamos por não reservar hotel, visto que nesta parte do mundo encontramos preços melhores ao fazermos na hora. Apenas pesquisamos o bairro mais turístico, as ruas mais legais e partimos a pé mesmo. Acabamos nos hospedando em um na rua paralela à que beira o rio e foi muito bom.
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Logo no primeiro dia fomos rodar o local e fizemos uma visita ao belo Museu Nacional. Como ainda estávamos meio perdidos, fomos até lá de tuk tuk. É preciso combinar (e pechinchar) o preço. As obras impressionam (muitas remetem ao budismo) e por lá é possível passar uma tarde agradável lendo um bom livro no jardim interno. Gostei muito.
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Na saída resolvemos explorar a cidade a pé. Como era meio-dia, entramos no primeiro restaurante de comida típica que nos chamou a atenção. Que encontro! No Kabbas Restaurant comi simplesmente a melhor comida que experimentei na viagem, até agora (mas duvido muito que outra chegue perto): Massman de Frutos do Mar. Além do gosto divino, o aroma delicioso daquele prato ficou em mim de um jeito, o dia inteiro, que tivemos que voltar lá naquela noite. Maravilhoso! Tenho que aprender a receita!
Aqui a feira é a céu aberto e nela é possível encontrar toda a sorte de carnes expostas ao sol, sem o menor pudor (ou higiene). A cidade não passa a imagem de extrema pobreza, embora seja pequena para a capital de um país e tenha crianças pedindo esmolas perto dos pontos turísticos. A população é um show à parte. Muito simpática.
Após o jantar, já de volta ao hotel, Duda se deu conta de que havia esquecido a bolsa com todos os shampoos, cremes, filtros solares e afins na “rodoviária”. Pior: havia deixado lá (não me perguntem o motivo) o seu passaporte antigo, que tem o visto dos EUA. Tensão total. No outro dia fomos bem cedinho ao local e, pasmem, tudo estava lá, em cima de um banco, intacto! E eles falaram: “no Camboja ninguém mexe, não”. Foi um exemplo de civilidade, embora tenham tão pouca riqueza. Adoramos!
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Lá mesmo combinamos um tour com um motorista de tuk tuk que nos levaria ao Museu Tuol Sleng, uma antiga escola que serviu de prisão política durante o genocídio que matou covardemente 25% da população cambojana, entre os anos de 1975 e 1979. Chocante, não? Eu também não sabia que um genocídio tão atroz era mais recente (quase meu contemporâneo) que o cometido contra os judeus pelos nazistas.
Essa triste história só durou tanto tempo e foi excluída da mídia ocidental na época porque os EUA (eles, mais uma vez), que estavam com sua imagem mundialmente arranhada por conta da Guerra do Vietnã, não queriam que o mundo voltasse novamente sua atenção àquela região do planeta, e ela acabou isolada, mais ou menos como é Cuba hoje.
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O caso é que, o governo anterior era apoiado pelos norte-americanos e sofreu um golpe, onde o Khemer Vermelho saiu vitorioso. Diferente do regime de dominação comunista que enfrentavam os vizinhos vietnamitas, que buscava, com o tempo, uma unidade e identidade nacional e o desenvolvimento do país, o Khmer Vermelho do Camboja tinha em mente uma dominação muito mais cruel.
Ultra maoísta, sua ideia central era criar uma sociedade comunista puramente agrária, desmantelando toda e qualquer noção de convivência em grupo e social – inclusive os laços familiares –, sem propriedade privada, religião, moeda ou mercado e aniquilando a capacidade intelectual de toda a população, no intuito de cultivar seres incapazes de refletir e contestar qualquer coisa. Tão audaciosos e lunáticos quanto Hitler, não?
Para isso, em abril de 1975 as pessoas que viviam nos grandes centros urbanos da época (e que eram consideradas pelo regime pró-EUA e, portanto, anti-comunistas), foram retiradas a força de suas casas e mandadas ao interior de forma dispersa. Ou seja, em uma mesma família, cada membro era enviado para viver em uma vila do campo (e trabalhar em regime escravo) diferente dos demais, onde jamais receberiam notícias sobre o paradeiro um do outro.
As escolas foram destruídas ou transformadas em presídios, os livros e qualquer manifestação de pensamento livre foram proibidos e qualquer cidadão com um nível mínimo de cultura, que fosse ler ou assinar o nome mal e porcamente, foi considerado inimigo do Estado. Homens e mulheres foram presos, torturados e brutalmente assassinados. Eles eram obrigados a confessar crimes contra o regime que nunca cometeram, para justificar a repressão. Há relatos, por exemplo, de um adolescente que foi obrigado a admitir que foi contratado pela CIA para defecar nos campos do Camboja (Oi?). No próprio museu que visitamos, a estimativa é de que tinham sido interrogadas e torturadas de 17 mil a 24 mil pessoas, durante os anos de regime. Destas, apenas 12 sobreviveram.
Ao chegar lá, todos os prisioneiros eram obrigados a decorar e seguir um rígido código de conduta que até hoje está exposto. Dentre as normas absurdas, a de número seis chama atenção: “Enquanto recebe chicotadas ou choques elétricos, você está proibido de gritar”.
Esse cenário de horror, pior do que qualquer outro que eu tenha ouvido falar em toda a história, vitimou 1/4 da população de um país! Todos assassinados com armas brancas, ou seja, em mortes muito mais lentas e cruéis. De tão singular essa situação a que os cambojanos foram submetidos, fica difícil até para os próprios historiadores denominarem o que ocorreu por lá. No fim, genocídio (extermínio em massa, em forma sistemática, de grupos nacionais, étnicos, raciais e religiosos) é a expressão mais aceita e usada informalmente, devido à metódica forma de assassinatos adotada e ao imenso número de vítimas fatais. Porém, por não ser motivado por nenhuma das razões elencadas acima, mas apenas pelo nível cultural das pessoas, o termo não é utilizado oficialmente.
O Museu do Genocídio, como é popularmente conhecido, preserva um bloco inteiro da forma como era nos tempos difíceis. Nos demais é possível ver a conservação de documentos e fotos das vítimas, da aparelhagem utilizada durante as torturas e dos algozes dessa barbárie, além de caveiras das pessoas que perderam as vidas. Ao observamos o ambiente como um todo, permeado por imensos pátios, é possível imaginar a maravilhosa escola que aquele mesmo local abrigava, antes disso. Ambiente que, como sabemos, preza pela convivência, as descobertas, os laços, os relacionamentos e o aprendizado.
O fim dessa história horrenda começou em dezembro de 1978, quando, temendo um ataque do país vizinho, o Khmer Vermelho atacou o Vietnã, mas suas tropas foram repelidas. Logo após, em janeiro de 1979 os vietnamitas invadiram o Camboja e a imprensa daquele país foi responsável pelas primeiras divulgações sobre as atrocidades a que os cambojanos haviam sidos submetidos todos aqueles anos.
Mesmo assim, EUA (que mudou de lado após o ataque ao Vietnã), China e Tailândia, temendo a expansão do comunismo vietnamita, continuaram a apoiar o Khmer Vermelho (estabelecido no país na região próxima à fronteira com a Tailândia) até 1989! É incrível como mesquinhos interesses políticos podem transpor o valor da vida humana.
A boa notícia é que, em 2003, um acordo entre a ONU e o governo do Camboja criou um tribunal híbrido que, mesmo aos trancos e barrancos, levou ao banco dos réus os principais membros do regime, exceto Pol Pot, o grande líder, que morreu em 1998 sem nunca ter sido julgado. A dificuldade em puní-los também perpassa pela conivência do governo cambojano que, com a desculpa de poupar a imagem das vítimas e suas famílias (a mesma lorota ordinária usada pelo governo brasileiro durante anos, em relação aos documentos da época da ditadura militar no Brasil), dificulta o esclarecimento e o acesso às provas desse massacre.
Os réus são defendidos por advogados norte-americanos e europeus (e aí eu me pergunto onde está o escrúpulo desse povo?) – que são mencionados em uma sala do museu. Em 2012 esse mesmo tribunal condenou à prisão perpétua Dutch, um ex-professor de matemática que se tornou um dos principais nomes do Khmer Vermelho, sendo responsável superior pelas ações e crimes cometidos na prisão que hoje abriga o Museu do Genocídio.
Com o aumento no número de mortos, também foram criados campos de extermínio em massa, principalmente ao redor da capital. Não fomos visitá-los porque havíamos acabado de passar por duas experiências pesadas na sequência, no Vietnã e no Camboja. Violência demais para dois corações pacíficos.
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De qualquer forma, mesmo apenas tendo passado pouco mais de 30 anos do ocorrido, os cambojanos são pessoas amáveis, simpáticas ao extremo e que fazem de tudo para agradar. Apesar da pobreza, vemos facilmente rostos felizes e pessoas preocupadas com a reconstrução da auto-estima da nação e do desenvolvimento do país. Parece que aquela máxima de quanto mais sofrido, mais feliz e amigável é o povo, se traduz em verdade por aqui. Nisso, brasileiros e cambojanos se encontram
Sassa e Cuca
19-03-13, 08:29
Triste e preciso relato! Infelizmente, nada mais humano do que torturar, humilhar, matar e sentir prazer nisso!
Somente essa espécie é capazes destes e de outros comportamentos. Não é possível reparar algo tão terrível...o tempo? Não sabemos! Resta transformar de exemplo a não ser repetido.
Sassa e Cuca
Angkor Wat: PAZ aos olhos e à alma
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Após seis horas de viagem de ônibus chegamos à famosa cidade de Siem Reap, porta de entrada para as ruínas de Angkor Wat. Já na “rodoviária” (que na Indochina costumam ser apenas lojas das companhias de ônibus ou meros terrenos baldios) escolhemos um motorista de tuk tuk que nos levou a uma guesthouse por ele indicada. O cara falava um inglês excelente (aliás, o nível de inglês nos países do sudeste asiático é de deixar os brasileiros com muita, mas muita vergonha) e por isso combinamos com ele mesmo um tour pelas famosas ruínas no dia seguinte.
Deixamos as malas e fomos dar um giro pela cidade à pé mesmo. Siem Reap é mais desenvolvida que a capital, Phnom Penh e parece que foi projetada para deixar os turistas muito confortáveis. A realidade por aqui é bem diferente do que vimos ao longo do caminho. Por conta de sua história recente (que relatamos no post sobre Phnom Penh), o país ainda está reerguendo-se. Eu achei o Laos, comunista, o país mais pobre da região. Já o Duda teve essa impressão do Camboja.
As margens do rio Siem Reap, que corta a cidade, são arborizadas e têm calçadão e banquinhos para curtir a paisagem. Restaurantes com comida local e internacional estão espalhados ao longo do centro, assim como pubs, que têm uma rua inteira dedicada a eles. Livrarias também são presença forte na cidade. Lá comprei o livro Stay alive, my son, uma narrativa sobre os tempos do genocídio.
No outro dia, às 5h da madrugada estávamos esperando o motorista do tuk tuk em frente ao nosso hotel. A intenção era assistir o nascer do sol diretamente de Angkor Wat, só que o cara nos deu um bolo! Então, mesmo ainda escuro, decidimos dar uma volta e encontramos um simpático motorista que tinha levado um bolo de turistas e aceitou fazer o mesmo tour pelo preço que havíamos combinado com o primeiro. Ótimo!
Chegamos a tempo do nascer do sol. Muitos outros turistas tiveram a mesma iniciativa, mas certamente optar por esse horário é a melhor dica que podemos dar a quem visita o local. Primeiro porque é muito mais fresco a essa hora, depois porque com o passar das horas as ruínas vão ficando cada vez mais lotadas de gente e por último, mas não menos importante, o amanhecer por entre as ruínas é de uma beleza inenarrável.
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Angkor Wat é o templo que mais me impressionou na vida. Se Machu Pichu está situada num local incrível, aqui é a preservação das ruínas e a autêntica e belíssima arquitetura que chamam a atenção. Considerada a maior estrutura devotada à religião já construída, o local faz parte de um complexo de templos tombados como patrimônio da humanidade pela Unesco, que compõem um dos tesouros arqueológicos mais importantes do mundo.
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Esses templos estão construídos na chamada Zona de Angkor, um complexo de 200 Km quadrados que levou 37 anos para ser construído, pelo menos a maior parte do que vemos hoje. Angkor Wat foi capital do Império Khmer (não confundir com o partido comunista surgido anos mais tarde) entre os sóculos IX e XV. Primeiramente o local era dedicado à religião hindu, mas ao longo da história (e da conversão de seus imperadores) também foi templo de diferentes vertentes do budismo.
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Os monges budistas, aliás, permaneceram em Angkor Wat ao longo dos séculos, mesmo com a mudança da capital para uma região mais próxima da costa. Não se sabe ao certo o que motivou o abandono total dos demais templos da região, mas o fato é que foi um português chamado Antônio Madalena que, em 1586, redescobriu as ruínas aos olhos do ocidente. Sua impressão foi essa: “… uma construção de tal modo extraordinária que não é possível descrevê-la por escrito. Especialmente, é diferente de qualquer outro edifício no mundo. Possui torres, decoração e todos os refinamentos que o gênio humano pode conceber”.
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Vou abrir aqui umas aspas especiais para comentar uma reflexão que estamos tendo ao longo da 30trips. Como os portugueses que até pouco séculos atrás eram viajantes de carteirinha, corajosos, desbravavam terras desconhecidas, agora são um dos povos que menos encontramos zanzando pelo mundo? É incrível como mudaram sua cultura! Talvez eu e o Duda possamos justificar esse nosso lado exatamente na descendência Soares e Teixeira, respectivamente. Será?
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Bom, voltando a Angkor, mesmo com a visita lusitana, o mundo só voltou suas atenções às ruínas depois que um francês, Charles Boillevaux, publicou suas impressões sobre o local em um livro que falava sobre os anos que passou na Indochina, entre 1848 e 1856. Charles escreveu: “Um desses templos poderia ocupar honorável lugar entre os nossos edifícios mais belos. É maior do que qualquer um dos nossos legados de Grécia e Roma e apresenta um triste contraste com o estado de barbárie em que agora se encontra sumida a nação”. Por aí vocês podem imaginar a grandiosidade do lugar.
É necessário comprar um passe que dá acesso livre às principais ruínas do complexo. Uma trilha bem sinalizada nos guia para não perdermos o caminho. Vale lembrar que na maioria dos locais as mulheres só podem entrar com as pernas e os ombros cobertos. Então, se a roupa for curta por causa do calor intenso, tenha sempre uma scarf na bolsa e um saião ou canga para amarrar quando for necessário. A sensação de paz é incrível.
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De volta a Siem Reap, ainda extasiados com a experiência que tivemos, fomos curar o cansanço do longo dia de caminhada com uma deliciosa massagem (a mais barata do sudeste asiático!). Também experimentamos a tal fish massage, um outro tipo que funciona assim: colocamos os pés dentro de um aquário repleto de pequenos peixes que, segundo dizem, alimentam-se de nossas peles mortas, limpando a região dos pés. No início a sensação é de aflição com aquele monte de boquinhas incontroláveis roçando cada centímetro. Com o passar do tempo a gente esquece esses bichinhos e passa momentos agradáveis jogando conversa fora. O preço dessa prática no Camboja é também o mais barato que encontramos: U$ 2 por tempo indeterminado. Delícia!
Os últimos dias foram de emoções intensas e extremas, mas nossa ida a Angkor Wat foi uma espécie de redenção e de renovação de paz aos olhos e à alma. Daqui voltaremos para a Tailândia, após passarmos um mês nessa que foi uma das regiões mais especiais que conhecemos até agora. A Indochina já deixa saudade e estará para sempre no coração… até o nosso próximo encontro.
Bangkok Parte 2: À vontade na Khaosan
Voltamos à capital da Tailândia. Dessa vez tudo foi diferente, já conhecíamos a cidade e tínhamos alguns objetivos definidos, tirar o visto de Myanmar e da Índia. Já sabíamos o que esperar dessa metrópole maluca, então, fomos direto pra Khaosan Road, que conhecemos na primeira vez que visitamos a cidade, e por lá passamos a maioria do tempo. Chegamos a noite e com mala, assim sem muita paciência e disposição para barganhar acabamos nos hospedando em um hotel bacana, um pouco mais caro mas com direito a piscina na cobertura e tudo. Vale a dica: D&D Inn.
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Ainda no ônibus vindo do Camboja conhecemos quatro brasileiros. O entrosamento foi tamanho que logo na chegada à Khaosan Road fomos direto para um bar brindar o encontro com umas geladas. São eles Teco e Luiza, um casal de paulistas, e Sarah e Suzana, irmãs e mineiras. Todos muito gente fina. Embora bom, o encontro durou pouco, já que na manhã seguinte cada um tomou seu rumo.
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A ideia era resolver a situação dos vistos e sair de Bangkok o quanto antes rumo a Kuala Lumpur (onde pegaremos o voo para Myanmar) passando pelas belas praias do sul da Tailândia no caminho. Em dois dias estávamos com o visto do Myanmar na mão. Apesar das longas filas na embaixada, o processo não é complicado, basta apresentar o passaporte algumas fotos, preencher formulário e esperar os tais dois dias. Por sua vez, a embaixada da Índia não é tão ágil e após entregarmos a documentação ainda teríamos que esperar oito dias (ÚTEIS) para recolher o passaporte devidamente visado.
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Não estava nos nossos planos passar tanto tempo em Bangkok. Acabamos de vir de um mês pela Indochina e tudo que queríamos era uma maré mansa em belas praias. Assim, tivemos que nos adaptar a essa nova realidade e decidimos partir para as ilhas mesmo sem passaporte (a embaixada da Índia nos deu um documento oficial dizendo que eles estavam retidos para visto). Dessa forma tivemos que voltar para Bangkok mais uma vez, buscar o passaporte e descer de novo. Nada logístico, mas era o único jeito se quiséssemos aproveitar 20 dias de sol e belas paisagens.
A terceira passagem por Bangkok foi relâmpago, chegamos num dia, buscamos o passaporte no dia seguinte e no mesmo dia a noite voltamos para ilhas, mas uma vez ficamos na Khaosan, mas dessa vez num hotel totalmente humilde e dentro do orçamento apertado.
As ilhas serão assunto dos próximos posts, então voltemos a Bangkok. Em função dos vistos, acabamos rodando muito pela capital tailandesa. Descobrimos que o barquinho já usado da outra vez era o maior adianto para cortar a cidade. Então, o utilizamos por diversas vezes. Descobrimos também que andar de táxi com taxímetro é a melhor parada, muito barato mesmo. O detalhe é que sempre precisamos tentar pelo menos umas cinco vezes até que um aceite fazer a corrida dessa forma. Com gringos, eles preferem combinar o preço antes, sempre mais caro, claro. O consulado da Índia fica em Sukhumvit, então aproveitamos pra voltar ao suntuoso Shopping Terminal 21 e ao restaurante Basil que fica em frente ao mesmo. Foi válido. Deu pra conhecer melhor a cidade e nos tornamos “quase locais”.
Mas a Khaosan Road é uma das coisas que mais curtimos na cidade e, por lá se pode encontrar de tudo e merece um capítulo à parte. De barraquinhas de comida a roupas coloridas, de bares e restaurantes a escorpião no espeto, de souvenires e lembrancinhas a agências de turismo. Existe uma grande quantidade de alfaiates que a toda hora oferece ternos exclusivos por uma bagatela. Mais ou menos assim, você escolhe o modelo, escolhe a marca e eles prontamente costuram a etiqueta escolhida, se ainda trabalhasse no banco, certamente compraria um terno Armani ou Hugo Boss por lá.
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Não menos impressionantes são as barraquinhas de documentos falsos. Em plena luz do dia, o sujeito monta uma barraca lotada de carteirinhas e diplomas, e prepara um catálogo com todos os modelos disponíveis. Assim qualquer um chega lá e arranja rapidamente uma identificação do FBI, um diploma de Harvard, uma carteira de motorista de qualquer país, ou ainda de funcionário de alguma companhia de aviação. Mesmo diante de tantas ofertas, as mais saídas são as carteirinhas de estudante, que podem ser da própria universidade quanto da ISIC. O serviço é oferecido segundo as mais rígidas normas de qualidade, não precisa ter a foto na hora, pode escolher o nome que quiser, fica pronta em 10 minutos e ainda custa menos de cinco dólares.
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Bangkok é o centro turístico do sudeste asiático. De lá se chega a todos os destinos da Tailândia e região com facilidade. A oferta é grande; ônibus, trem, voos intercontinentais e várias companhias low fare, tornam Bangkok um centro operacional e logístico excelente para “servir de base” num rolé pela região.
Para os viajantes independentes, ou sem grana mesmo a Khaosan Road se torna o centro nervoso de Bangkok e acaba sendo o primeiro e o último destino de quase todos os mochileiros quem vêm explorar a região. Não tem jeito, lá é o pico de Bangkok, o lugar mais estratégico para entrar logo no clima da mochilagem. Outro detalhe é que essa rua fica muito próxima dos principais pontos turísticos da cidade como o Buda deitado e o Grand Palace. Para completar o cenário uma gigantesca variedade de hotéis baratos e de agências que organizam passeios pela região. Numa dessas compramos um bilhete de ônibus noturno + barco, que saia da própria rua diretamente para Koh Phi Phi, a primeira das ilhas tailandesas que vamos conhecer, no próximo post.
Crazy Phuket
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A maior ilha da Tailândia é também a mais famosa. Já tínhamos ouvido muito falar de Phuket, mas era das ilhas, uma das que menos nos chamava atenção. De qualquer forma estávamos em Phi Phi, muito perto para passar reto.
Saímos de Phi Phi à tarde e chegamos por lá no início da noite. Com pouco tempo, ficaríamos apenas por um dia e na manhã seguinte deveríamos voltar a Bangkok para pegar os passaportes. Então, partimos para conhecer a ilha e fomos caminhando até a praia de Pattong, uma das principais de lá e a mais perto de onde ficamos hospedados. A orla até que é bonita, falar o contrário seria injusto, mas acabávamos de vir de uma semana num paraíso e, diante disso, uma praia repleta de cadeiras de sol e bares lotados não tinha como ser tão apreciada.
Phuket está localizada na costa oeste da Tailândia, então beleza natural no seu entorno é o que não falta. Dentre os principais passeios oferecidos estão a própria ilha de Phi Phi e uma tal de James Bond Island, onde foram gravadas cenas de um dos filmes da série e que pelas fotos parecia ser bem interessante. De qualquer forma, não tínhamos tempo hábil e deixamos passar.
A ilha é muito grande, demoramos quase uma hora de táxi pra chegar do porto a Pattong. O bairro parece um pedaço de Bangkok, ou seja, aquela muvuca. A ilha, assim como a cidade de Nha Trang, no Vietnã, é dominada por turistas russos e oferece diversos serviços voltados a eles. A influência era tanta que acabamos almoçando num restaurante com comidas típicas daquele país. Lá, a Heda aproveitou a oportunidade e fez uma massagem facial.
Até então tudo tranquilo, uma cidade grande, praiana e turística. Mas foi à noite que Phuket mostrou sua outra face. A nightlife local é peculiar por explorar serviços sexuais de forma escrachada e, entre cabarés e neons, foi possível presenciar cenas bizarras. Com as ruas sempre lotadas, boates e bares bombam. O som alto se mistura com o do bar ao lado. As bebidas são vendidas no baldinho: vodka, whisky, red bull, rum, é só escolher. Na rua mais agitada, muitos locais também funcionam como prostíbulos abertos e exibem mulheres russas e tailandesas em janelas de vidro ou em balcões.
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Grande parte das tailandesas que dominam a cena noturna, aliás, são ladyboys. Na Tailândia a operação de mudança de sexo é legalizada. Também conhecidos como o terceiro sexo, muitas vezes essas pessoas exercem profissões ditas normais como vendedor ou caixa, diferentemente dos outros países ondem ficam estigmatizadas e não lhes resta outra opção além de trabalhar em cabarés e afins. Enfim, não era o caso de Phuket. Fomos a um complexo de bares, onde dançarinas exibiam-se em acrobacias de pollydance no balcão. A mais desenvolta era, com certeza, ladyboy, mas havia algumas que não podemos distinguir com convicção. Eram cerca de vinte bares, todos com suas respectivas performistas, e todos lotados, entre nativos e ocidentais a bagunça era geral. Crazy!!
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Acredito que o pouco tempo que tivemos foi o suficiente para ver qual é da parada. Legal, mas não ficamos com muita vontade de voltar. De lá fomos a Bangkok num rápido bate volta e seguimos para as ilhas da costa leste.
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Koh Tao: Let’s dive
Missão cumprida em Bangkok e passaporte devidamente visado na mão. Partiu Koh Tao!!
A única coisa que sabíamos sobre essa ilha é que era um dos melhores e mais baratos lugares do mundo para prática de mergulho submarino. Ao longo da viagem já fizemos diversos mergulhos com snorkel, e estávamos planejando há tempo esse mergulho com cilindro.
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Chegar lá não foi tão fácil quanto imaginávamos. Pegamos um ônibus em Bangkok e Por volta das 3h da madruga fomos acordados para trocar de veículo, e aguentar o frio do tuk tuk, e chegar ao porto. Um vez lá, tivemos que esperar até às 7h pela saída do primeiro barco. Heda não resistiu e dormiu enquanto aguardávamos. Neste percurso conhecemos dois caras muito gente boa: Shay, de Israel e Nikola, da Croácia.
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Três dias em Koh Tao pareciam suficientes, pois a ilha é pequena e com a moto que alugamos era possível ir de ponta a ponta diversas vezes. Ficamos num hotel simples e sem ar condicionado, mas muito bem localizado e com excelente atendimento. Logo no primeiro dia já fomos para uma praia lindíssima, Shark Bay.
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Fonte: 30trips.com
Nosso hotel ficava na vila de Sairee que conta com bons restaurantes, uma grande praia cheia de bares estilosos. Foi lá que desfrutamos nossas noites, geladas num barzinho na beira do mar com música ao vivo e sob a luz da lua. Pessoas soltavam balões que se confundiam com as estrelas. O ambiente era agradável com música ao vivo e ficávamos sentados em uma canga na areia, com direito a almofadas e mesinha.
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Mal tínhamos chegado e já estávamos em casa. De moto rapidamente cruzávamos a ilha, assim a cada curva uma nova aventura surgia. A Ilha ainda tem um dos melhores bares que já fui. Em meio à floresta e com uma vista para o pôr de sol absurda: o High bar. Ele fez a alegria da galera e viramos frequentadores assíduos.
No segundo dia fizemos o desejado curso de mergulho, com aula teórica e prática. Foram dois mergulhos de até 12 metros de profundidade, numa barreira de corais localizada na Mango Bay. O lugar é próximo a uma praia foda, rodeada de pedras e muito verde, do outro lado da ilha, onde não se chegaria por terra. Vimos diversas espécies da fauna e flora marinha. Optamos por não tirar o certificado PADI, que consistia em quatro dias de mergulho e mais aulas teóricas, pois não tínhamos tempo nem grana para tal, de qualquer forma a experiência valeu muito.
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Fonte: 30trips.com
Estávamos há dois dias na ilha e tínhamos dúvida de que poderíamos ver praias ainda mais lindas do que as que já mencionamos em outros posts. Seria possível melhorar ainda mais? E não é que o melhor estava por vir. No terceiro dia fomos à Freedom Beach, essa sim, para mim, a mais linda da praia de toda 30trips até agora. Para a Heda foi a segunda mais bonita. A praia é absurda, pequena e com árvores nascendo na beira do mar. Construções? Apenas um restaurante no canto, gerando um clima aconchegante e sereno. Para finalizar, sua água cristalina permite observar inúmeras espécies mesmo sem mergulhar e com um simples snorkel era possível viajar pelo mundo submarino.
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Fonte: 30trips.com
Fiquei triste em ir embora. Poderia ficar ali por mais uns cinco dias… ou mais. Isso só não aconteceu porque iríamos à Full Moon Party, na ilha vizinha de Koh Phanghan. O hotel já estava reservado. De qualquer forma, fomos embora com uma sensação de até breve, debatendo se o melhor lugar da 30trips foi Koh Tao ou Koh Phi Phi. Independentemente disso, as três praias (Mango Bay, Shark Bay e Freedom Beach) entram na minha lista de mais lindas do mundo.
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Fonte: 30trips.com
Full Moon Party
Após o paraíso de Koh Tao, ilha preferida do Duda, chegou a hora de partirmos para Koh Phangan, a Ilha da Full Moon Party, localizada na costa leste da Tailândia. Estávamos ansiosos para curtir nossa primeira grande noitada nesta 30trips.
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Fonte: 30trips.com
A história toda começou após descobrirmos que ainda estaríamos na Tailândia por volta do dia 26 de janeiro, sábado de lua cheia. Nas noites desta lua é realizada uma das maiores (ou talvez a maior) festas fechadas à beira mar do mundo! A Full Moon Party é um evento que toma uma das principais praias da ilha de ponta a ponta e ofereces bares, bebidas, diferentes DJs, atrações pirotécnicas, muita loucura e diversão.
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Após decidirmos que iríamos na famosa festa, corremos para reservar o hotel. Estávamos a 15 dias do evento, mas, pasmem: dos cerca de 200 hotéis da ilha, só encontramos oito com vagas disponíveis, sendo a maioria com preços absurdos.
Neste cenário, optamos por ficar em um resort que estava com o preço acessível e ficava na Bottle Bay. A ilha é muito grande e essa baía está localizada no nado oposto ao da festa. Como eles ofereciam shuttle para lá, apertamos o botão.
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Então a via crucis foi essa: 1h30 de barco de Koh Tao para Koh Phangan, mais uma hora de tuk tuk para o porto mais próximo de Bottle Bay e 40 min de barquinho até lá. Sim, a praia é reservada e os acessos são de barco ou estrada de chão. Maravilhoso!!
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Ao chegar, descobrimos que o tal resort não era tão resort assim (e agora o preço estava justificado). Na verdade é um hotel que só possui cabanas – todas bonitas e confortáveis – e um restaurante à beira mar. Mas tudo bem. O lugar é realmente lindo, paradisíaco e a falta de conexão com a Internet – e, por sua vez, com o mundo exterior – criaram um clima exclusivo muito melhor do que encomenda. Existem outros hoteis do tipo ao longo da praia e ficar por lá é uma dica valiosa, principalmente se você estiver em casal.
Como disse, o hotel preparou duas caminhonetes para nos levar e nos buscar da Full Moon Party. Nossa “turma” incluía três irlandesas, um norte-americano, um inglês e um casal alemão. As irlandesas, como boas festeiras que são, já chegaram prontas para a festa, todas pintadas com tintas em tons neon.
Essa é outra coisa legal. Diferente do que acontece no Brasil, onde é possível ver várias (dependendo da cidade, até a maioria) mulheres de salto alto e mil produções em festas na praia, na Full Moon Party o pessoal quer mesmo é se divertir. Claro que rola uma produção básica, mas o importante é que todos estejam muito confortáveis. E as tais tintas neon são um show a parte. Nós também nos rendemos.
A festa foi sensacional e chegamos no hotel com o dia amanhecendo… eeee delícia!! As outras noites curtimos nos bares locais e aproveitamos os dias naquela praia lindíssima. A vontade de ir embora era zero e até cogitamos partir dali direto para a Malásia, de onde voaríamos para Myanmar (ou Burma, como queiram). Mas lembramos de como a costa oeste tailandesa é divina – vide o post sobre Koh PhiPhi – e decidimos aproveitar esses diazinhos que nos restam daquele lado. Próxima parada: Krabi. Até lá!!
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