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VALENTE FC - CEARÁ - Em busca do LENDÁRIO FC

Visão geral – O estado do Ceará possui atualmente 184 municípios e uma área um pouco maior que a metade da área do estado do Piauí. O PI tem um maior número de municípios, 224, mas mesmo assim as distâncias a serem percorridas são menores e os acessos são facilitados por uma melhor malha viária. O planejamento foi feito com base nas experiências obtidas quando da realização do Valente Piauí.
Quase todo o desafio foi realizado exatamente como planejado, à exceção de alguns ajustes diários para mais ou para menos. Os nossos maiores desafios seriam a quantidade de horas de pilotagem diária e as altas temperaturas: para o primeiro aplicamos determinação e disciplina, e para o segundo o uso de roupas leves e de tecido, sem dispensar os protetores, que nos fizeram ser confundidos repetidamente como policiais das diversas forças desse país, desde a federal até a de trânsito.
Todas as cidades do Ceará têm acesso asfaltado. Quando percorremos estradas com piso de terra foi uma opção de planejamento visando evitar dar voltas muito grandes. No geral essa opção era escolhida quando a distância a ser percorrida por asfalto era três vezes ou mais que a de terra. No final viajamos menos de 100 km por estradas de terra e poderia arriscar dizer que mais de 90% das pavimentadas estão em boas condições de conservação.
Do total dos 7.375 km do desafio apenas três trechos foram fora do Ceará: o primeiro no deslocamento de Oeiras para a fronteira entre o PI/CE, 198 km; o segundo, no segundo dia, para irmos da cidade de Jardim para Penaforte passando pela cidade de Cedro no estado de Pernambuco, 28 km; e por último o retorno da fronteira CE/PI até a cidade de Oeiras-PI, 190 km.
Minha opinião: o uso de um bom GPS carregado com um bom conjunto de mapas é essencial para esse tipo de desafio. Sem o auxílio desse equipamento, com certeza, a nossa tarefa seria bem mais árdua.
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1º dia – Sabemos que o segredo para executar o planejado é a disciplina, portanto acordar antes das quatro foi uma rotina diária nesses onze dias. Nosso primeiro deslocamento foi de 237 km, até acidade de Salitre: aqui começava verdadeiramente o nosso desafio. Desde o primeiro dia já podíamos confirmar a receptividade e solicitude dos habitantes para conosco, um misto de curiosidade, admiração e prazer em ajudar de alguma forma se misturam nos semblantes das pessoas. Em Antonina do Norte um senhor, de nome Lázaro, nos recebeu na porta da prefeitura e além de nos prestar todas as informações necessárias convidou-nos para tomar água, café e um bom papo. Infelizmente nosso tempo para conversa era muito limitado. Experimentamos aqui o nosso primeiro trecho de terra: foi tranqüilo, não chegou a assustar. Nosso planejamento para hoje era registrar 14 cidades, conseguimos 16 e isso nos animou e deixou otimistas.



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2º dia – Não esquecemos, o foco está concentrado na determinação e disciplina. Na terceira cidade do dia, Altaneira, já podíamos sentir que o ritmo seria um pouco menor devido a estradas travadas com muitas curvas e subidas/descidas íngremes, região de serra. Como a partir dali pegaríamos o primeiro trecho de terra do dia procurei informações sobre o melhor acesso. Ao ver se aproximar um senhor conduzindo uma pequena e velha moto aproximei-me e solicitei a informação, logo percebi que o cidadão estava totalmente embriagado sobre a moto. Para não ser grosseiro ouvi as suas explicações, e pasmem, foi uma das informações mais didáticas e definitivas de toda a viagem, inclusive nos indicou uma estrada mais curta e em melhores condições do que a que eu já conhecia. Lição: não julgue antes de ter elementos para isso. As estradas continuaram na mesma, além de mais um trecho de terra, e já não tínhamos certeza de cumprir o planejamento do dia. Outra dificuldade foi ter que enfrentar o trânsito de cidades maiores como Juazeiro do Norte e Crato. Já à tardinha, quando paramos em frente à prefeitura de Abaiara pudemos observar uma concentração muito grande de pessoas que nos observavam de longe, sempre cochichando e fazendo sinais. Depois, eu e o Manga ficávamos conjecturando sobre o que falavam e imaginavam sermos nós e o que estávamos fazendo ali. Como imaginávamos não deu para cumprir o planejamento do dia, para nossa sorte havíamos adiantado 2 cidades no dia anterior, e isso nos permitiu ficar dentro do planejamento geral.



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3º dia – Mais dois trechos de terra previstos para hoje. A partir de Aurora, nossa primeira cidade, não conseguimos informações definitivas sobre o primeiro trecho de terra, acho que o bêbado nos fez falta, mas arriscamos mesmo assim. Graças a Deus deu tudo certo. Hoje, na primeira parte do dia, as estradas ficaram menos sinuosas e pudemos aproveitar um melhor rendimento na viagem. Cruzamos a região onde estão localizados os maiores açudes do Ceará e do Brasil, Orós e Castanhão, este último um dos responsáveis pelo abastecimento de Fortaleza. Subimos a serra na divisa com o RN e novamente o ritmo caiu, quando descemos a serra o sol já começa a deitar por trás dos morros, mas mesmo assim conseguimos chegar até a cidade de Milhã e avançamos uma no planejamento geral. Em Potiretama o procurador do município nos convidou para entrar, tomar uma água, café e ali investimos alguns minutos de conversa com uma pessoa jovem e curiosa a respeito da nossa viagem.



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4º dia – Hoje é dia de percorrer grandes distâncias e fazer muito vai e volta, ainda bem que as estradas estão boas e podemos desenvolver um ritmo mais acelerado. Novamente algumas cidades de maior porte estavam no nosso caminho, como Quixadá e Quixeramobim, mas à exceção do calor tiramos tudo de letra. Não vou ficar falando sobre as altas temperaturas pois é como fazer chover no molhado, sabíamos que iríamos enfrentá-las e nos preparamos para isso, Como? Simplesmente estabelecendo uma convivência pacífica com ela. Conseguimos avançar para 3 cidades além do planejamento geral. Em Limoeiro do Norte senti o maior calor de toda a viagem.



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5º dia – Dia de nos aproximarmos do litoral e viajar paralelamente a ele até a capital Fortaleza. O avanço no planejamento geral nos permitiu chegar mais cedo em Fortaleza e pudemos entregar as mostos aos cuidados do nosso amigo Lourinho para troca de óleo e alguns cuidados preventivos. Os nossos amigos, Rocha e Sáris vieram nos encontrar em Pindoretama, ficamos felizes e a partir dali fomos guiados por eles até a oficina do Lourinho. No trecho de Icapuí até Aquiraz passamos ao lado do litoral sul do Ceará com praias belas e famosas como Canoa Quebrada e Morro Branco, entre outras, mas não pudemos usufruí-las. Em Fortaleza ficamos no apartamento da minha mãe. É muito bom receber um abraço afetuoso de uma pessoa com 89 anos de idade.



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