Quatro desafios e uma viagem - 1 - rodoviário br-116 (completo)

[Everardo Passos Luz]

Dia 02 - De Itatim-BA a Governador Valadares-MG.

Depois da saída ainda sem a luz do dia de Itatim-BA a primeira parada foi no Posto São Cristóvão, em Planalto-BA, para abastecimento e tomar o café da manhã.





Logo após o posto parada para registro fotográfico na placa de km.



Atingimos então a nossa segunda divisa de estados desde que entramos na BR-116, em Salgueiro-PE. O estado da Bahia tem quase mil km de extensão no sentido norte/sul.













Parada no Posto Mangalarga, zona rural de Itaobim-MG, para abastecimento das motos e dos pilotos.

[Everardo Passos Luz]

Parada para registro fotográfico de nossa passagem por Teófilo Otoni-MG, foto junto ao posto da PRF, e logo em seguida registro em uma placa de km.







Última parada do dia no Posto e Pousada Pinheiros, na localidade Chonim de Baixo, município de Governador Valadares-MG. Hora de descansar e dormir.

[Everardo Passos Luz]

Dia 03 - 04/07/2015 - De Chonin de Baixo - Governador Valadares-MG a Muriaé-MG, com rápida passagem por Belo Horizonte-MG, para cumprir passagem do Desafio BFC.

Sair da BR-116 e ir a Belo Horizonte seria uma tarefa bastante simples não fosse ter que percorrer 2 vezes, em um mesmo dia, o trecho entre João Monlevade e BH. Esse trecho da BR-381 é extremamente sinuoso, trânsito intenso, e isso tudo foi agravado pelas obras que estão fazendo para uma duplicação mais que merecida. Quando voltamos a Manhuaçu-MG, para retomarmos a BR-116, o dia estava no final.



Registro da nossa passagem pela Cidade Administrativa de Minas Gerais.





A partir de Realeza retomamos a BR-116 e logo a seguir paramos para o registro em mais uma placa de km. Quando chegamos em Muriaé-MG o sol já havia ido dormir e estávamos entrando embaixo de uma chuva que nos acompanharia por vários dias. A partir desse ponto pusemos as capas de chuva e só as retiramos depois de Recife-PE, afinal, somos ou não somos "Fazedores de Chuva"?

[Everardo Passos Luz]

Dia 04 - 05/07/2015 - De Muriaé-MG a Registro-SP.

Dia com templo nublado e chuva intermitente. Foi um dia em que fizemos muito esforço para render uma boa quilometragem, poucas paradas, somente o necessário, mas a travessia de grandes centros urbanos é uma grande problema em termos de riscos, e perda de tempo.

A primeira parada foi na divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, na cidade de Além Paraíba. Depois de nossa saída de Muriaé, ainda no escuro e debaixo de chuva, um pouco de cerração mas sem frio.



Atravessamos o estado do Rio de Janeiro em uma tacada e paramos para registrar a divisa entre Rio e São Paulo, Não existe uma placa que se refira à divisa entre os dois estados, mas de um lado o "seja bem-vindo a SP" e do outro "seja bem-vindo ao Rio" nos mostravam que estávamos no local certo.



Saímos da divisa e rumamos direto para a cidade de São Paulo. Primeira providência: abastecer as motos e em seguida visitar o Palácio dos Bandeirantes.



Depois do palácio a saída para o Paraná, via Régis Bitencourt, foi um tanto complicada, pois o nosso guia, o GPS, ficou meio atônito com a mudança de sentido de uma rua que deveríamos pegar e tivemos que aceitar a ajuda de um motociclista que se ofereceu para isso. Sem que pedíssemos nos conduziu até um local onde não haveria mais erros, e olha que era domingo, mesmo assim o trânsito não nos deu refresco.

[Everardo Passos Luz]

Continuamos no dia 04.

Um dos trechos de estrada que sempre evitei no Brasil era o trecho não duplicado da BR-116 entre São Paulo e Curitiba (rodovia Régis Bitencourt, a famosa rodovia da morte), mas dessa vez teria que vencer esse medo, e de forma radical, pois descemos a serra já sem a luz do dia e debaixo de uma chuva fina, molhava pouco mas incomodava muito. Depois de vencida essa dificuldade resolvemos seguir mais um pouco e ir pernoitar na cidade de Registro-SP, onde tivemos a honra e o prazer de sermos recebidos pelo amigo Hélio José Dias. Não sei porque todos ficaram admirados quando resolvi sair para o jantar, por volta da 21h e debaixo de uma chuva fina, de bermuda e camiseta. Será que é por causa do frio? Acho que sim, todos usavam agasalhos, mas não consegui "ver" o frio. kkkkkk

[Everardo Passos Luz]

Dia 05 - 06/07/2015 - De Registro-SP a Santa Cecília-SC.

Partimos de Registro, como de costume, antes do sol dar as caras. A primeira parada foi para registrar a placa "km 500", estamos procurando parar nos limites de quilometragem para economizar paradas e consequentemente tempo, quando possível no números "de rombo", com um ou mais zeros no final.



Parada seguinte: fronteira dos estados de São Paulo e Paraná, e a chuvinha sempre presente. Não é um bom lugar para parar: em cima de uma ponte, e com pouco espaço para estacionar. Os caminhões passam muito perto e provocam grandes deslocamentos de ar.



Logo a seguir paramos em um posto no município de Campina Grande do Sul e surpresa, quando fomos sair minha moto não deu partida. Providenciamos uma "chupeta" e reprogramamos a viagem para resolvermos o problema em Curitiba-PR.



Planejávamos uma parada em Curitiba apenas para abraçar o casal amigo Leonel/Nanci e fotografar o Palácio Iguaçu, com a mudança tivemos que nos demorar mais e o nosso amigo foi o nosso apoio para resolver todos os problemas, entre eles a substituição da bateria da minha moto. Logo a primeira parada foi em sua casa.



Depois a fotografia oficial para o BFC. Nada como ter amigos motociclistas espalhados pelo Brasil afora.

[Everardo Passos Luz]

Conclusão do dia 05.

Saímos de Curitiba já no período da tarde e o primeiro destino era a fronteira entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Os cones não tinham como função proteger a nossa parada, faziam algum reparo na rodovia e aproveitamos para ficarmos protegidos.



Logo após a fronteira paramos para abastecer motos e pilotos na cidade de Mafra-SC. Viajamos ainda por algum tempo até chegarmos à cidade serrana de Santa Cecília, onde pernoitamos. Foi a noite mais fria da viagem, mas mesmo assim todo o meu aparato de agasalhos ficou guardado até eu voltar para casa. Nessa noite a saída para o jantar foi de calça jeans, pois chovia e ventava. Eu sou resistente a frio, mas não sou bobo.

[Everardo Passos Luz]

Dia 06 - 07/07/2015 - De Santa Cecília-SC a Pelotas-RS.

Saímos de Santa Cecília no horário de sempre, com a luz do dia ainda por aparecer, e aquela chuvinha sempre presente. Paramos no km 220 para a foto de praxe e nos aconteceu um fato inusitado. Esse marco quilométrico localiza-se no perímetro urbano da cidade de Correia Pinto, e enquanto fazíamos as fotos veio um carro da PRF, com dois agentes, nos questionar porque estávamos parados ali, quando informamos o que fazíamos me causou estranheza o fato de um dos agente ter-nos recomendado não demorar e seguir viagem. O fato de ser abordado por uma agente de segurança não me causa estranheza, agora recomendar a cidadãos brasileiros, no uso total e legal dos seus direitos, com veículos estacionados corretamente e documentação regular, e sem nenhuma interferência na rotina do local, ou infringindo qualquer norma legal, que sigam viagem, é no mínimo um desconhecimento do que é liberdade ou abuso de autoridade. Lembei-me do filme Rambo, quando um abuso desse tipo desencadeia uma reação violenta ao ato injusto. Não reclamamos, apenas aceitamos a intimação. Ao que nos pareceu, os agentes foram solicitados por alguém a fazer a abordagem, tendo em vista que vieram diretamente sobre nós e após a "recomendação" manobraram sobre a pista e retornaram. Até hoje a lembrança desse fato me incomoda. Mais uma história, mais um aprendizado, mais uma decepção com o ser humano.



Seguindo em frente atingimos a fronteira entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nesse momento a chuva já não era tão amigável assim e já podíamos perceber a cerração que se formava à nossa frente.



Abastecemos em Vacaria-RS e depois que cruzamos a cidade de Caxias do Sul-RS e começamos a serpentear pela Serra Gaúcha fomos surpreendidos por uma neblina muito densa e extensa, e que só melhorou quando chegamos a Novo Hamburgo, já próximo a Porto Alegre. A visibilidade era muito limitada e nos obrigou a reduzir a velocidade para 30/40 km/h, e em determinados momentos não nos víamos. Não é a primeira vez que passo por isso e confesso que me assusta um pouco.

[Everardo Passos Luz]

Continuação do dia 06.

Paradinha em Novo Hamburgo para ir ao banheiro e dali direto para o Palácio Piratini em Porto Alegre. Depois de enfrentarmos o trânsito característico das grandes cidades topamos pela frente um enorme engarrafamento, nas proximidades do palácio. A rua em frente ao palácio estava interditada em função de uma manifestação popular e isso dificultou nossa tarefa de fotografar naquele local. Com a permissão de um agente de trânsito fizemos algumas fotos e depois voltamos ao trânsito onde conseguimos nos perder um do outro, mas isso é outra história.



Paradinha no km 301, já que não encontramos o km 300, já em Guaíba-RS, para o registro regulamentar.



Depois de abastecermos as motos e tomarmos um lanche em um posto na área rural de Barra do Ribeiro-RS decidimos pernoitar em Pelotas-RS, mesmo sabendo que chegaríamos já sem a luz do dia. Amanhã chegaremos ao final da BR-116, não ao final desse desafio, mas já teremos um gostinho de um objetivo cumprido.

[Everardo Passos Luz]

Dia 07 - 08/07/2015 - De Pelotas-RS a Jaguarão-RS e posterior visita ao Chuí-RS com finalização na cidade de Rio Grande-RS.

O dia hoje começou com um imprevisto desagradável, a porta do nosso quarto no Tourist Park Hotel, em Pelotas, bateu e trancou a porta por dentro. Ao tomar conhecimento de que o hotel não possuía a segunda via da mesma, e teríamos que esperar a equipe de manutenção às 8h para termos a porta aberta, fiquei muito irritado. Mas não teve jeito, só conseguimos sair por volta das 9h. Algum tempo depois a penúltima parada para a foto de praxe, km 600, último registro antes do final da BR-116.



Enfim a tão esperada Jaguarão-RS, final da BR-116, e fronteira com o Uruguai.



Registro de uma visita rápida ao país vizinho, é só atravessar a Ponte Internacional Barão de Mauá.