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Bandeirante FC - Preparativos Iniciais
Finalmente vamos sair para mais uma viagem. Desta vez, de moto. Pelo Brasil. Vamos com a BMW, por que no programa vamos visitar a Ilha do Bananal, e o Parque Estadual do Jalapão, em Tocantins.
Esta viagem foi sendo adiada por questões de saúde, mas agora vai. Sairemos (eu e Terezinha) na próxima quarta-feira, dia 15. No caminho, vamos rever um alguns trechos da BR 153, que fizemos nos idos de 1980, de Fusca, quando fui transferido para Brasília, para servir no QG do Exército.

Queremos conhecer Caldas Novas, visitar a SQN 113 em Brasília, onde moramos por quatro anos e meio, possivelmente aí encontrar alguns colegas dos tempos do Exército, para depois rumar para o Tocantins, onde está o nosso principal objetivo.
Se sobrar tempo, continuaremos vagando por aí, quase que meio sem destino, mas sempre de olho no calendário, pois temos compromisso já assumido para participarmos do Encontro de Harley Davidson em La Paz, na Bolívia – Ruta de Altura, que acontecerá de 4 a 6 de outubro.
Aqui em casa os preparativos estão em ritmo acelerado. A moto com as revisões em dia, pneus (Michelin) novos, mapas roteáveis atualizados, e muita, mas muita vontade de viajar.
Vai ser bom!
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Vao com Deus e torco pra que tudo de certo!
Mandem noticias e fotos dos locais por onde estiverem passando, caso passem pelo estado de Sao Paulo proximo a cidade de Tupa, sera um prazer recebe-los em minha casa pra um bom papo e algumas tacas de vinho!
Otima viagem!
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Primeiros Dias
Quarta-feira, 15 de agosto, amanheceu chovendo em Balneário Camboriú.
Era só o que me faltava!
Tantos dias de estiagem, e justo agora, que podemos sair viajando de moto, chove. Se há algo que me desagrada, é sair de casa de moto, com chuva. Mas temos que ir. Tantos planos feitos, tanta expectativa com a viagem, não vou frustrar só por causa de uma chuvinha.
Alguém tem que parar essa chuva!
Então recorremos àquela velha e infalível tática para espantar chuva: vestir a roupa impermeável para chuva.
Pronto, e lá fomos nós.

Dito e feito. Vinte minutos depois, já rodávamos em pista seca. Mais um pouco, e lá veio o amigo sol.
Passamos por Curitiba, Vila Velha, Ponta Grossa, Castro (a primeira capital paranaense), e em Piraí do Sul nos metemos por uma estrada secundária para, em Ventania, tomarmos aquela que será a nossa grande guia nessa jornada rumo ao norte: a BR 153, conhecida também como Transbrasiliana, e mais para o norte, como a “Belém-Brasília”.

De um modo geral, a estrada está em condições razoáveis. Intenso tráfego de caminhões, algumas lombadas, e pedágios ao longo de todo o trecho.
Pernoitamos em Marília, no Hotel JR (jrhotel.com.br): razoável, central, com excelente café da manhã.

Quinta-feira, dia 16, Marília amanheceu com tempo bom. Nada de chuvas por aqui. Então, lá vamos nós, rumo norte.
A Transbrasiliana continua igual, bom pavimento, muitos caminhões, intermináveis retas, cortando extensas áreas plantadas com tudo o que se possa imaginar, desde cana-de-açúcar, laranjas, milho, eucaliptos, teca, abacaxi, café, etc. Às vezes, variava para criação de gado. Dificilmente se via locais com vegetação nativa, que, à medida que avançávamos, penetrávamos na área do cerrado.

Ao final da tarde, chegamos a Caldas Novas e nos hospedamos no CTC Apart Service. Trata-se de um condomínio próximo ao Caldas Termas Club, um dos mais antigos clubes de águas termais da cidade, onde a Assefaz (Associação dos Servidores do Ministério da Fazenda) tem alguns apartamentos para uso de associados, a preço simbólico. Então, vamos desfrutar essa maravilha!
Ao final deste segundo dia de viagem, uma nota sobre a moto.
Continua fantástica, nossa BMW GS 1200 Adventure.
Só alegrias.
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Brasília

Sexta-feira, 17 de agosto, dedicamos a explorar Caldas Novas, principalmente as instalações do Caldas Termas Clube, que conta com várias piscinas de águas termais, toboaguas, escorregadores, com muita gente se divertindo nas reconfortantes águas. E com direito ainda, a um city tour em um veículo caracterizado de Maria-fumaça, percorrendo os principais pontos da cidade.

E para finalizar o dia, não poderia faltar o Empadão Goiano da Tânia – É o típico empadão goiano, com frango, lombo de porco, linguiça, queijo, batata, azeitona, pequi e guariroba, e mais o segredo da sua criadora, mantido a sete chaves. Muito gostoso.
Sábado, 18 de agosto, fomos ao Hot Park, na vizinha Cidade de Rio Quente. É um parque temático que aproveita as águas do Rio Quente para alimentar suas atrações, sendo a principal dela, a Piscina do Cerrado, com água de 37º C, e com ondas artificiais que chegam a 1,20m. Turistas de todos os cantos do país se misturam a estrangeiros. Muito concorrido.
Domingo, 19 de agosto, tocamos em frente, direção a Brasília. Mas antes porém, uma passada por Goiânia, a capital do Estado, para dar início a um desafio proposto aos Fazedores de Chuva: visitar as capitais de todos Estados brasileiros.

Vamos começar por aqui, então.
Goiânia é uma cidade planejada, e o Palácio das Esmeraldas – assim se chama a sede do governo do Estado – está localizado exatamente no centro. Fácil.
Tripé armado, um clique e pronto!
Agora só faltam vinte e seis.

Em Brasília, fomos logo para a Esplanada dos Ministérios onde estão as maiores atrações da cidade: a Catedral, o Supremo, o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional e tantos outros.

Dando prosseguimento ao nosso desafio, nos vimos diante de um impasse: fotografar em frente ao Palácio do Planalto, local de trabalho da Presidência da República, ou em frente ao Palácio dos Buritis, onde trabalha do Governador do Distrito Federal?

Na dúvida, fotografamos em frente aos dois!
Agora só faltam vinte e cinco.
Ainda sobrou tempo para uma rápida visita ao QG do Exército, onde trabalhei por quatro anos, de 1.980 a 1.984, quando encerrei precocemente minha carreira militar.

E para finalizar com chave de ouro, jantamos com o Raimundo e sua esposa Conceição. Conheci o Raimundo em 1967, quando fizemos o curso de Infantaria, na Escola de Sargentos das Armas, em Três Corações, Minas. É uma amizade forjada nas duras lides da caserna.
Coisa para sempre.
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Palmas
Segunda-feira, 20 de agosto.
Nosso destino agora é Palmas, a capital do Tocantins.
São aproximadamente 900 Km até lá. Acordamos tarde, depois de uma noite muitíssimo bem dormida, no confortável Hotel Mércure. E antes de deixar Brasília, uma rápida passada pela SQN 113 (Super Quadra 113 Norte), onde moramos no período de 1980 a 1984, quando ainda estava no Exército.
Muitas saudades daqueles bons tempos.

Saindo de Brasília, seguimos pela BR 080 até esta se encontrar com a nossa velha conhecida, a BR 153, próximo a Uruaçu.
Nesse trecho, o asfalto é bom, e com pouco movimento.

Na 153, o movimento de caminhões aumenta, e muito, mas em vez de prejudicar, até ajuda a combater a monotonia causada pelas extensas retas. O calor é intenso, e fortes rajadas de vento balançam a moto, lembrando de longe, os ventos patagônicos. A vegetação típica do cerrado aparece com mais frequência, mas o que predomina são as áreas desmatadas para a pecuária. Aqui e ali, normalmente nas baixadas, vegetação mais verde, onde predominam os buritis.
Ao longo de toda a estrada, barracas rústicas ostentando faixas com o seu principal produto de vendas: comida caseira, galinhada, self service.
Pernoitamos em Porangatu no hotel Atlanta (www.atlantahotelgo.com). Bom hotel. Gente muito atenciosa.
Recomendo.
Terça-feira, 21 de agosto.
Agora faltam somente quatrocentos e poucos quilômetros até Palmas, por isso não temos pressa em sair.
Primeiro degustamos o excelente café da manhã oferecido pelo hotel, e lá pelas dez retomamos a viagem. Eram quase onze horas quando cruzamos a divisa, entrando no Estado do Tocantins, na cidade de Talismã.
Uma parada aqui para abastecer, outra acolá para um refresco, outra em Aliança do Tocantins para almoçar, e aí foi inevitável provarmos a tal da comida caseira, galinhada, self service. E gostamos. Do tempero da comida, da simpatia do pessoal do restaurante, da curiosidade de todos com relação à nossa moto. Todos querem saber a cilindrada, quanto corre, quanto custa, donde vêm, e por aí vai.
Procuro responder a todos corretamente, apenas quanto ao preço da moto, apenas por precaução, informo valor mais baixo. Acho que consigo convencer o pessoal.
Aí nessa cidade, deixamos a BR 153 e tomamos a TO 050.
O sol castiga a região nesta época, que sente a falta de chuvas. O calor é quase insuportável. Em Brejinho de Nazaré, uma estratégica parada para saborear uma água de coco geladinha. Humm, que delícia!

Chegando a Palmas, fomos recepcionados pelo nosso amigo Diomar Naves, que nos aguardava em Taquaralto, com sua possante Suzuki Boulevar 1500 negra, a famosa “Tereza”. Não o conhecíamos pessoalmente, somente pela internet, através de seus relatos de viagens.

Ele foi muito gentil conosco, e nos hospedou em sua chácara Raízes.
Uma beleza de moradia, a uns cinco quilômetros de Palmas, rodeada de muito verde, e o mais absoluto silêncio.

Ideal para repousar.

E é disso que precisamos.
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Jalapão
Sexta-feira, 24 de agosto.
Hoje vamos conhecer o Jalapão. Não é aconselhável ir de moto, devido às precárias condições das estradas. Então partimos para o plano B: aluguel de um carro, mais especificamente, uma camionete 4x4. Conseguimos uma Ford Ranger, por R$ 350,00 a diária, sem limite de quilometragem. Foi a única que encontramos. Devido a campanha política em andamento, todos os carros foram locados para os candidatos. O primeiro trecho, de cento e poucos quilômetros até Novo Acordo, tudo asfaltado. Beleza. Daí prá frente, caímos na realidade do Jalapão: estrada de terra, quero dizer, de areia fofa, piorada pela passagem dos competidores do raly dos sertões, hoje pela manhã. Foram 150 km muito ruins, até São Félix do Tocantins, onde pernoitamos na Pousada Capim Dourado (63-3376-1016).

Assim são as estradas no Jalapão

A beleza selvagem da região

Serra da Catedral
Na pousada, tivemos a oportunidade de conhecer uma dupla de competidores do raly, na categoria pickups, de São Paulo, cujo carro estava quebrado. Má sorte. Também, conhecemos dois mineiros, com suas possantes KTM 990, que vinham no rastro do raly. Esse raly começou em São Luis, veio até o Jalapão, e daqui retorna para Fortaleza. Muita adrenalina.
Chegamos em São Félix do Tocantins já era noite.

Com os mineiros e suas possantes KTM, no Raly dos Sertões
Sábado, 25 de agosto.
Depois de um saboroso café da manhã e de nos despedir de nossos amigos de véspera, seguimos para a Cachoeira da Formiga, onde nos refrescamos nas límpidas águas de uma piscina natural formada pela queda d´água. Dali seguimos para conhecer outro fenômeno do local, conhecido como Fervedouro. Trata-se de uma nascente de água que brota com tanta força, que é impossível afundar ali. E lá fomos nós comprovar o fenômeno. Osmar e Terezinha na água. Muito refrescante, mas nada de afundar. Então, vamos flutuar e curtir esse momento mágico.

Marcando território, no camping do Vicente

Um nativo da região e sua possante
Mais um pouco de estrada com muitos areões, onde a Ranger dançava para vencer a distância, e logo chegamos à Comunidade Quilombola do Mumbuca, onde surgiu o artesanato com o Capim Dourado, cujo brilho refletiu no Tocantins, no Brasil e no Mundo Inteiro.
O encontro entre o capim dourado e as mulheres do Mumbuca não foi obra do acaso. É alquimia divina, transformando vegetal em mineral, capim em ouro.
Mas turista também precisa comer. E ali mesmo, num rústico restaurante, saboreamos um dos mais deliciosos almoços desta viagem: feijão de corda, arroz branco, macarrão e o prato principal, galinha caipira ao molho, tudo feito em panelas de barro.

Banhando-se no "fervedouro"

Artesanatos de Capim Dourado
À tarde chegamos a Mateiros para pernoite. Escolhemos a Pousada Panela de Ferro (www.paneladeferro.tur.br).
Ótima relação custo benefício.
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Dunas do Jalapão
Domingo, 25 de agosto.
Depois de uma reconfortante noite de sono, um excelente café da manhã, com duas novidades deliciosas: condessa, uma fruta muito parecida com a fruta-do-conde, tanta na aparência quanto no sabor; e o mangulão, uma espécie de pão de queijo, assado em forma de bolo (com furo no meio) e servido em fatias.
De Mateiros seguimos pela TO 255, já iniciando o nosso retorno. Mas antes, outra atração imperdível: as Dunas do Jalapão. Trinta e dois quilômetros de areia, buracos, pedras, e mais uma entrada de cinco quilômetros de pura areia, onde só é possível transitar veículos 4 x 4, e pronto. Cá estamos. A decomposição do arenito de um chapadão na Serra do Espírito Santo forma enormes bancos de areia alaranjada de até quarenta metros de altura. A sensação é de estar no meio de um deserto, cercado por riacho de águas cristalinas.

Serra do Espírito Santo

Com meu amigo Diomar, curtindo a paisagem

Subindo nas dunas. Fortis ventus

Uma panorâmica da região: o contraste do dourado com o verde

Mais dunas, mais verdes

Com meu amigo Diomar Naves, o Grande Vaqueiro

Vamos ver o que está escrito naquela placa!
Prosseguindo até Ponte Alta do Tocantins, tivemos uma novidade inesperada: ficamos sem freio. Rompeu-se o duto que leva fluido até uma das rodas da frente, e por ali perdemos todo o líquido do reservatório. Resultado: seguir mais lentamente, usando sempre o freio motor. Mais uma centena de quilômetros, muitos deles de pura pedra/areia/buracos e chegamos a Ponte Alta do Tocantins, onde reabastecemos, tanto com diesel, quanto o reservatório de fluído de freio. Daí prá frente, a estrada é asfaltada.

Num instante chegamos a Porto Nacional e depois, Palmas.
Finalmente, em casa, digo, na chácara do Diomar, para um reconfortante banho, jantar e caminha.
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GCFC Osmar e Terezinha, que beleza de viagem!
Não deixem de nos fornecer o roteiro para que possamos seguir as pegadas quando estivermos em Tocantins no desafio Bandeirante Fazedor de Chuva!
Aproveitem!
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Lagoa da Confusão
Segunda-feira, 27 de agosto.
Dia de folga para todos, usado especialmente para se livrar da poeira que acumulamos nas roupas durante o passeio ao Jalapão. Depois um passeio ao centro de Palmas para despachar algumas lembranças, principalmente artesanias em capim dourado, visitar nosso sobrinho Rogério, com quem almoçamos, e preparar o dia de amanhã, quando pretendemos visitar a Lagoa da Confusão e a Ilha do Bananal. Diomar está adoentado e não poderá nos acompanhar. Necessitamos um guia e principalmente, autorização para visitar uma aldeia indígena. Vamos procurar.

Com o Rogério, nosso sobrinho que mora e trabalha em Palmas
À noite, uma atividade muito especial com Bastião e Áurea (os caseiros do sitio do Diomar). Nos convidam para torrar castanhas de caju. Anteriormente eu já havia demonstrado a eles o meu interesse em saber como são preparadas as deliciosas castanhas de caju.

Bastião torrando castanha de caju
A castanha é separada do caju e posta ao sol para secar, por três dias. Depois, em uma forma com alguns furos, é levada ao fogo para secar ainda mais, quando então solta um óleo altamente inflamável. A forma vira verdadeira bola de fogo. Queimado o óleo, fogo apagado (abafado com terra), é hora de quebrar a casca para extrair a deliciosa iguaria. Fácil. Passo seguinte, comê-las.

Alguém chame dos bombeiros: nossa castanha está em chamas!
Terça-feira, 28 de agosto.
Diomar e Elsa estão preocupados em agendar nosso passeio à Ilha do Bananal. Depois de vários telefonemas, finalmente conseguiram contato com uma guia turística em Lagoa da Confusão que vai nos encaminhar para visitação a uma aldeia indígena localizada na ilha. Fácil. Obrigado amigos!

Nossos novos amigos
iomar, Bastião, Áurea e a pequena Agnes

A BM volta a cortar o cerrado, depois de uma semana de folga.
Até a Lagoa fomos de moto. Estrada boa, tudo asfaltado. Chegamos na metade da tarde, contatamos com Nara, a guia, que imediatamente nos apresentou ao Cacique Wagner, da aldeia Boto Velho, e a um taxista que nos levará em seu taxi, até esta aldeia – mais ou menos uns quarenta quilômetros daqui. Combinamos ir amanhã cedo, para aproveitar melhor o passeio.

Entrada da cidade

Aí está ela, a famosa Lagoa da Confusão
Aproveitamos o final da tarde para conhecer melhor a Lagoa da Confusão. A primeira pergunta que surge, é o porquê do nome: confusão. Existem várias explicações: a mais aceita, é de que os primeiros habitantes viram, do alto de uma montanha, uma imensa lagoa azul, protegida por serras e pântanos; a dificuldade que elas enfrentaram para chegar à lagoa gerou muita confusão. Por isso, o nome do povoado e posteriormente, do município.
Há quem diga que o nome é por causa de uma pedra que aparece na lagoa, e que alguns juram que ela se movimenta, gerando confusão quando à sua exata localização.
Mais recentemente, apareceu nova versão: é a confusão que vive o povo brasileiro com sua política...
Estamos hospedados na Pousada Raiza – www.pousadaraiza.com.br – (63)3364-1811.

Palmeira real, no pátio da pousada.
Última edição por Dolor; 01-09-12 às 12:50.
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Confusão na Lagoa
Quarta-feira, 29 de agosto.
Passava das nove da noite de ontem, quando recebemos a má notícia: a autorização para visitarmos a aldeia Boto Velho foi cassada. O cacique suspendeu todas as visitas por conta de uma reunião que acontecerá amanhã com o pessoal da Funai, e que não tem prazo para acabar. Soubemos que agentes da Funai flagraram índios, juntamente com homens brancos, pescando pirarucus, o que é proibido nesta época. Confusão armada, só nos resta cair fora.
Que pena!
Decidimos não esperar o final de dita reunião. Poderá levar vários dias, e por aqui temos poucas opções de lazer. Então, vamos tocar em frente.
Nosso destino agora é Balsas, no Maranhão, visitarmos o Bispo Enemézio, primo da Terezinha, a quem tive o prazer e a honra de conhecer quando ainda éramos jovens de vinte anos. É para lá que vamos. Com um pouco de sorte, chegaremos lá ainda hoje. Afinal não é tão longe assim. Qualquer coisa em torno de setecentos quilômetros, que a GS deverá vencer até o final da tarde.

As queimadas, além de destruir a vegetação, ajudam a aumentar o calor

Movimento na BR 153, a belém-Brasília

O calor é sufocante.
Termômetro oscilando entre 38 e 40º C.
Temperatura de viagem

Descansando numa refrescante sombra
Pois é. De repente ouvimos um ruído estranho na moto, como se alguma coisa estivesse grudado no pneu e ficava roçando. Parei para olhar, e nada!
Toquei mais um pouco, e em Nova Olinda vi uma oficina de moto à beira do asfalto. Falei com o mecânico, que depois uma olhada detalhada, nada viu de aparente, e me aconselhou a tocar em frente, até Araguaína, 50 Km adiante, cidade maior, com mais recursos.
Fui andando devagar, e logo o barulho foi diminuindo, até sumir quase por completo. Chegando em Araguaína, quando parei no hotel, notamos a roda traseira toda ensopada em óleo. Karaka!
No hotel me indicaram uma oficina, onde o mecânico está acostumado a consertar motos grandes – Elder Motos. Lá fui recebido pelo próprio Elder, que já se pôs a trabalhar e não demorou para vir o diagnóstico: estourou o rolamento e o retentor do diferencial.

Na oficina do Elder
Ao lado da oficina, está a sede do moto grupo Falcões de Aço. Não demorou, e já estávamos conversando com eles, contando das nossas andanças, e ouvindo das deles.
E de quebra, veio o convite para jantarmos juntos, e conhecermos o mais famoso prato típico da região, que o Eddie, um dos fundadores do grupo, fez questão de nos apresentar: o chambari. Trata-se de um refogado feito com os ossos da pata da rês, servido com arroz branco, temperinho verde (com bastante coentro) e farinha de mandioca. Muito bom! E acompanhado de cerveja bem geladinha, melhor ainda!

Com o Eddie, do Moto Grupo Falcões de Aço

Além de excelente mecânico, Elder é o churrasqueiro do grupo
Mas o mais importante nessa reunião foi o ambiente que encontramos: um verdadeiro grupo de amigos, com a presença das esposas e filhos, todos unidos em torno de um objetivo comum, que é cultivar o verdadeiro espírito do motociclismo.

Rafael e Luciane, abrilhantando o jantar
Quinta-feira, 30 de agosto.
Enquanto Elder trata do conserto da moto, aproveitamos para descansar e curtir o ar condicionado do hotel, afinal, a temperatura por aqui está sempre por volta dos 38 graus. Estamos hospedados no Hotel Araguatins (www.hotelaraguatins-to.com.br), fone (63) 3415-7500.

Um passeio pelo mercado público de Araguaína
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