texto de GCFC Artur Albuquerque


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Periodicamente e sem alarde, acontece o encontro de uma elite de motociclistas estradeiros "de longo curso" - Long Distance Motorcycle Travellers –, que têm como distinção comum terem superado um magnífico desafio: todos já atravessaram as três Américas, varrendo toda a quilometragem que engloba o extremo austral argentino, em Ushuaia e o extremo boreal norte-americano, no Alaska, exclusivamente de moto, ida e volta, por estrada.
A fim de possibilitar uma identidade comum a este seleto grupo de aventureiros, foi criado aleatoriamente pelo motociclista Dolor – um de seus membros – o título inusitado de Fazedor de Chuva.
Para um motociclista realizar uma viagem dessa envergadura e sem qualquer tipo de apoio aproximado, é imprescindível: ter confiança na sua moto, na própria experiência e capacidade de pilotagem; sentir-se apto a superar os principais desafios que são a recorrente solidão e as adversidades climáticas; além de ser capaz de contornar as prováveis situações de risco, em regiões de grande miséria humana ou ao atravessar o trecho entre Fairbanks e Prudhoe Bay, onde a expertise para pilotar sobre o Ripio entre Cerro Sombrero e San Sebastian, em Ushuaia, tem sua versão equivalente, potencializada em 1.100 km, no Permafrost das regiões de rara beleza e hostis do Alaska.
Essa vaga idéia da magnitude desta soberba viagem já é mais que suficiente para que alguém tenha condições de identificar a coragem, a determinação e o espírito de aventura, como características dos Fazedores de Chuva, reconhecer o justo mérito e render aos precursores, a merecida homenagem.



A Lenda dos "Caciques Fazedores de Chuva"
GCFC Artur Albuquerque

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Coincidentemente, durante as solitárias pesquisas para o planejamento do Projeto Alasca, foi verificado que esse mesmo "desafio" e o correspondente "título" tem muita similaridade com o fundamento de uma lenda de um povo muito antigo, que habitava uma região situada próximo a cidade de Poza Rica, estado de Veracruz, México, denominada El Tajín, que quer dizer Cidade ou Lugar do Trovão, na língua Totonaca.
Reza a lenda, contada pelos velhos índios totonacas que ainda perambulam ao largo da planície costeira do estado de Vera Cruz e em La Sierra Norte de Puebla, que "entre as cidades de Totomoxtle e Coatzintlali existia uma caverna em cujo interior os feiticeiros ou sacerdotes de um antigo povo, haviam levantado um templo dedicado ao Deus do Trovão, da Chuva e das águas dos Rios.
Esses sacerdotes se reuniam a cada tempo para provocar a chuva, na época da semeadura dos alimentos.
Passaram-se os séculos, e um dia, chegou as praias do lugar onde morava esse antigo povo, um tipo de gente ataviada de um modo singular, trazendo consigo outros costumes, outras leis, outras religiões; e tinha a característica de estar sempre sorrindo.
Eles eram os Totonacas.
Por estarem insatisfeitos e serem insubmissos à nova ordem, os sacerdotes feiticeiros Fazedores de Chuva foram colocados dentro de um barco e lançados ao mar, condenados pelos Totonacas a vagar em torno das Américas, sem jamais poderem voltar".